O que acontece quando morremos

Por enquanto, ninguém voltou para contar. Mesmo quem acredita em reencarnação não sabe dizer como foi morrer – e o que aconteceu após o fato. O que os estudiosos, principalmente psiquiatras e psicologistas, fazem é pesquisar o estado da mente de quem está quase morrendo. Ou de quem “morre” e, depois, vive para contar.
O médico Sam Parnia é um dos especialistas mundiais em estudos científicos sobre a morte – ou o estado da mente humana em experiências de quase… morte. De acordo com uma matéria publicada este mês no jornal inglês Guardian – leia aqui – médicos de 25 hospitais do Reino Unido e dos Estados Unidos irão estudar 1.500 pacientes em estado terminal para entender a natureza das experiências “fora do corpo”.
O estudo deverá durar três anos, feito em parceria com os médicos Peter Fenwick, Stephen Holgate e Robert Peveler. Teve início na universidade de Southampton, que leva o nome da cidade onde está localizada, na Inglaterra – leia ainda mais sobre o estudo aqui. Uma série de recentes pesquisas científicas mostrou que entre 10% e 20% das pessoas que passam por ataque cardíaco e morte clínica fazem um relatório lúcido e bem estruturado dos processos de pensamento, raciocínio, memórias e, muitas vezes, lembram, detalhadamente, dos acontecimentos durante o seu encontro com morte.
“A morte não é um momento específico. É um processo que começa quando o coração para de bater, o pulmão de funcionar e, consequentemente, o cérebro também. Uma condição médica denominada parada cardíaca que, a partir de uma perspectiva biológica, é sinônimo de morte clínica” explica Parnia. “Durante um ataque cardíaco, todos os três critérios de morte estão presentes. Só após um período de tempo, que pode durar de poucos segundos a uma hora ou mais, em que a emergência médica de esforços bem sucedidos muda o processo de morrer”, diz. “A experiência das pessoas, durante esse período, fornece a única compreensão sobre a morte”.
No estudo, os médicos utilizarão tecnologia sofisticada para verficar a mente e a consciência durante a parada cardíaca. Ao mesmo tempo, testarão a validade das experiências fora do corpo e as alegações de sermos capazes de “ver” e “ouvir” durante a parada cardíaca. Nela, o coração para e, após 11 segundos, a consciência e a atividade cerebral cessam. A partir daí nenhuma área de função cerebral permanece para manter consciência. Na recuperação, muitos pacientes relatam ter deixado seus corpos e que viram o processo de ressuscitação.
Existem três explicações sobre o porquê dessas experiências fora do corpo. A primeira é que as pessoas podem ter imaginado. Segunda, que abriram os olhos enquanto eram observados e reavivaram os fatos na memória. Por fim, menos provável, é que a mente humana e a consciência – sendo o mistério que é – pode ser não-local para o cérebro. Os pacientes podem, sim, ter flutuado perto do teto e olhando para baixo. Se for verdade, significaria que as nossas opiniões sobre a mente precisam ser revistas.
Para testar, médicos também colocarão imagens no teto e no chão. Se as pessoas virem as fotos do teto, as experiências extracorpóreas podem ser ilusões. Agora, se virem no chão… Preparem-se. No Brasil, o livro “O que acontece quando morremos”, do médico Parnia, acabou de ser lançado pela Editora Larrousse. Ele apresenta um estudo – já realizado – sobre o quase-morte e fatos vivenciados na UTI.
Em um trecho, a mãe de uma criança de três anos, paciente do Childrens’ Hospital, nos Estados Unidos, conta que seu filho pedia insistentemente para voltar a um parque. Isso foi após ele sair de um coma. A mãe dizia que o parque não existia. A criança contou que sobrevoou por esse parque em companhia de uma mulher no período do coma, que a experiência havia sido fantástica e, por isso, queria repeti-la. Ao mostrar fotos antigas ao filho, a criança identificou a avó materna, já falecida, como a mulher que havia sobrevoado o parque com ele.

Será o fim para o capitalismo?

Quero fazer algo inédito aqui no blog. Propor um debate mesmo. Segundo notícias que ouvi e li, a França, a Alemanha e o Reino Unido pediram uma revisão do sistema financeiro internacional – que teve suas bases inauguradas na Conferência de Bretton Woods, em julho de 1944, quase no final da guerra. Também, solicitaram aos líderes do G-8 – quero entrar nessa cúpula! – e às principais economias emergentes que se encontrem no próximo mês para debater o tema. Eles pretendem refundar o capitalismo. Mas, dessa vez, que as finanças sirvam os cidadãos. E não o contrário.
Um amigo jornalista de perfil “agressivo” – na linguagem econômica – está fazendo um curso na área. Seu receio sobre a atual crise é tão grade, que ele colocou boa parte do dindin na poupança – o governo garante até R$ 60 mil. Teoricamente, o investimento que possui pior rendimento. Ontem, eu estava conversando com um investidor mais “agressivo” ainda, para uma matéria. Ele é pessimista quanto às ações. Acredita que elas seguirão despenhadeiro abaixo – e ficarão em baixa por bons longos anos.
Daí, um outro amigo mandou essa: “O comunismo espalhava a pobreza, o capitalismo concentrava a riqueza e agora, o que virá?”. Eu tenho a impressão que o mercado é assim mesmo. As especulações, boatos e fatos reais fazem as bolsas subirem e caírem – e os mais “sábios” ganham dinheiro. Além disso, crescer infinitamente, hoje em dia, parece impossível. Os recursos – incluindo os naturais – têm limites.
Todos os posts do blog estão abertos para a discussão, pessoas que discordam e expressão dos que concordam. Mas este é especial. Uma dúvida que dirijo aos pesquisadores. O dólar, praticamente, subindo e a falta de empréstimos prejudicam atualmente – ou poderão no futuro – as suas pesquisas? Afinal, tem muito material importado, não? Debate deliberadamente aberto: Qual será o futuro do capitalismo ou da nossa economia? Como isso poderá afetar a ciência?

Descoberta revolucionará a fotografia – e o mundo – digital


Se achava que não tinham mais o que inventar em termos de máquinas digitais… Prepare-se, suas fotos nunca mais serão as mesmas. Graças a acidental descoberta do silício negro! Calma, ele é do bem, não irá engolir a Terra ou qualquer coisa que o valha.
É o seguinte. A máquina capta a luz por sensores que poderão, no futuro, ser substituídos por esse silício negro. Para ter uma idéia, ele é de 100 a 500 vezes mais sensível à luz do que uma bolacha de silício tradicional. Por isso, também poderá ser usado para captar a energia solar e ter visão noturna.
O silício – normal – é usado na fabricação de chips e processadores de computadores. Sem ele não haveria internet, telefones celulares ou eletrônicos em geral. O negro pode substituí-lo para construir computadores mais finos e detectores de poluição, vapor d’água ou outros líquidos que alteram a qualidade do ar.
Foi sem querer querendo
O silício negro foi descoberto em 1999. Num certo entediante dia, lá no laboratório de física da Harvard, alguns estudantes e seu orientador, Eric Mazur, decidiram apontar um laser de alta intensidade para o silício normal. Eles estudavam que química pode ocorrer quando lasers brilham em metais como a platina – vai que surge uma nova molécula…
Colocaram um chip de silício cinza em uma câmara a vácuo, adicionaram alguns gases e mandaram a ver no laser. Cada pulso durou meros 100 milionésimos de um bilionésimo de um segundo. Mas ele é muito forte. Um pulso é o mesmo que concentrar toda a luz do Sol que bate na Terra de uma vez em um espaço do tamanho de uma unha.
Depois de mais de 500 pulsos, o silício ficou preto. Os inventores coloram no microscópio para ver se foi queimado e… Surpresa! Sua superfície, gravada pelo calor e pelo gás, se transformou em uma floresta deslumbrante de milhares de milhões de mini agulhas em forma de espigas – veja imagem. A luz que incide sobre essa superfície, repetidamente, salta para frente e para trás entre os picos e nunca volta de novo.
Eles ficarão ricos! E, sim, dominarão o mundo! Uma matéria no The New York Times – leia aqui – disse que a Harvard possui patentes licenciadas do silício negro com a empresa SiOnyx e que já levantou US$ 11 milhões em financiamentos.
Veja a história completa aqui e mais sobre o silício negro ali. Foto do The New York Times.

Faça-se a…

Teoria da Evolução, Teoria da Relatividade, Teoria Heliocêntrica, DNA, Big Bang, átomo… Já foram tantas as descobertas da ciência. Fizeram as pessoas perceberem que o mundo não gira em torno do próprio umbigo; que todos somos farinha do mesmo saco; descobriram quem nasceu primeiro, o ovo ou a galinha; revelaram que o mundo pode ser criado em sete dias desde que o tempo seja relativo. Existiria a maior delas? A mãe, master, monster, mega, hiper, super descoberta?
Sei não. Poderia cometer uma infinidade de injustiças se escolhesse uma. Apesar que… Ops. O que é isso acima da minha cabeça? Uma luz acendeu! Tá aí. Eu voto na… lâmpada! Ou melhor, na eletricidade! Afinal, sem ela não existiria este blog que vos fala. E nem uma telinha para ler, um teclado para preencher. Duvida? Imagine como seria São Paulo sem a eletricidade. Não seria. Jamais existira essa megalópole antropofágica e essa piração mágica, meu bem!
Obs.: A eletricidade também poderia ser considerada uma das maiores destruidoras do meio ambiente. A mão que afaga… Bom, deixo essa história para outro post. O importante é refletir. Todas as redes complexas que existem hoje seriam bem diferentes sem ela. Este post faz parte da blogagem coletiva – o nome é auto-explicativo – “Descobertas Científicas”, organizada pelo site Lablogatórios. Veja aqui o que mudou a cabeça de outros blogueiros.

Primeiro encontro de blogs científicos!

Tchan, tchan, tchan, tchan… Com vocês… O inédito Primeiro Encontro de Weblogs Científicos em Língua Portuguesa (I EWCLiPo). Já anote na agenda e sinta-se convidado. Nos dias 11 e 12 de dezembro, pesquisadores, jornalistas, estudantes e, é claro, blogueiros se reunirão para debater e fortalecer os blogs sobre ciência.
 
O encontro será realizado na Universidade de São Paulo, em Ribeirão Preto (SP). Ildeu Moreira de Castro, diretor do Departamento de Popularização e Difusão da Ciência e Tecnologia (DEPIDI) do Ministério da Ciência e Tecnologia, será um dos doze palestrantes.
 
Não é preciso ser blogueiro para participar. Basta ter interesse e pronto! O evento será gratuito. Em breve, as inscrições estarão disponíveis neste site, do Anel de Blogs Científicos. “Óbeveo” que estarei lá! Quem quiser conhecer em carne e osso a Izinha aqui… Esta que vos fala…
Serviço:
Data: 11 e 12 de dezembro de 2008
Local: Anfiteatro André Jacquemin, Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo
Endereço: Av. Bandeirantes, 3900, Ribeirão Preto (SP)
Entrada: Gratuita
Programação, inscrições e mais informações: http://dfm.ffclrp.usp.br/ldc/

Europa projeta megalaser colossal

Gentem! A Europa está com síndrome de Pinky e o Cérebro. Adoro! Você não imagina o que os europeus estão construindo agora… um MEGALASER para fusão nuclear!
O objetivo do High Power laser Energy Research (HiPER, pegou a sigla?) é produzir muita – mas muita – energia, usando a fusão nuclear, que não polui tanto o ambiente. As pesquisas tiveram início este mês. Entre os anos de 2010 e 2012, serão feitos alguns testes para ver se a teoria dará, realmente, certo na prática. Seu funcionamento está previsto para o ano de 2020.
Ele é gigante. Sua estrutura é do tamanho de um estádio de futebol! Veja a “bola” e os raios vermelhos na imagem. O laser “gera” energia ao comprimir átomos de hidrogênio. Os atuais reatores nucleares usam a fissão nuclear para gerar energia – obtida a partir da divisão de um átomo em dois. Na fusão nuclear, a energia é obtida quando dois átomos são agrupados para formar um.
A criação do megalaser envolve a participação de 25 instituições de onze países. A Grã-Bretanha é a líder! Por isso, o HiPER pode ser instalado dentro da ilha. A Comissão Européia investiu 13 milhões de euros em dindin vivo e, aproximadamente, 50 milhões em assistência material – como fornecimento de hardware e de especialistas.
Como o HiPER funciona?
O laser “gigante” apertará o hidrogênio – uma gás incolor, inodoro e inflamável. Dessa maneira, o hidrogênio ficará com uma densidade 30 vezes maior do que a do chumbo. Em seguida, um segundo laser aumentará a temperatura do hidrogênio acima de 100 milhões de graus Celsius.
Nessas condições, os núcleos do hidrogênio se fundirão e formarão o hélio – aquele usado para os dirigíveis voarem. No momento em que os núcleos forem fundidos, será perdida uma pequena quantidade de massa e liberada uma colossal quantidade de energia.
A idéia é a mesma aplicada pelos motores de carro. Assim, essa ação será repetida várias vezes, gerando muita muita muita energia. Leia mais aqui, no site do HiPER.
A propósito, será que ele colaborará com o final do mundo? Afinal, LHC + HiPER + 2012 = Calendário Maia… Brincadeirinha, viu?!?
Obs.: Sexta à noite, o Igor Zolnerkevic, do Universo Físico, e eu demos uma entrevista sobre jornalismo científico para o Canal Universitário. Assim que for ao ar aviso, mas está previsto para o ano que vem… E a palestra sobre os números da indústria farmacêutica – de sábado – foi interessante. Gráficos, mais gráficos que não cabem aqui. Conhecimento interno.

Sim à obrigatoriedade do diploma de jornalista!

O Supremo Tribunal Federal (STF) caminha para derrubar, ainda neste semestre, a obrigatoriedade do diploma de jornalista para o exercício da profissão. Dos 11 ministros que fazem parte da Corte, seis já se manifestaram de alguma forma contra a exigência de formação específica em jornalismo. Número suficiente para decidir o julgamento.
“A contestação do diploma vem há muito tempo sendo levantada pelos grandes jornais, especialmente a Folha de S. Paulo. Quebrar a exigência do diploma vai significar transferir das universidades para as empresas a prerrogativa de dizer quem vai ser jornalista, como vai ser o jornalismo e como devem atuar esses profissionais”, avalia o coordenador do Fórum Nacional dos Professores de Jornalismo, Edson Spenthof, professor da Universidade Federal de Goiás (UFG). Leia mais aqui.
Injustiça!!!! Eu estudei – e ainda estudo – para exercer a profissão e o jornalismo científico. Tive matérias de teoria da comunicação, discurso, entre outras de humanas. Isso irá saturar, ainda mais, um mercado que já é difícil. Sem contar os outros problemas que gerará, como enfraquecer ainda mais a nossa categoria. Qualquer um que escreve bem que pode ser jornalista? Se for assim, ao treinar repetidamente as técnicas cirúrgicas, posso ser uma cirurgiã?!?

Einstein no Brasil, eu no Ibirapuera

Duas coisas são infinitas: o universo e a estupidez humana. Mas, no que respeita ao universo, ainda não adquiri a certeza absoluta.

Sábado, dia que mais adoro da semana, vou dedicar à ciência. Ossos do ofício… Pela manhã, verei um workshop sobre a indústria farmacêutica – só para jornalistas. À tarde, pretendo acompanhar a primeira da série de mesas-redondas organizadas pela Fapesp e pelo Instituto Sangari. Marcelo Leite, jornalista, será o mediador e lançará seu novo livro: “Ciência: use com cuidado”. Lá no Ibirapuera. Se tudo ocorrer bem, trago como foram os eventos na semana que vem.
Sobre a mesa-redonda: Até o final do ano, aos sábados, se debaterá o tema “O tempo em dois tempos”, sobre a noção do tempo e do espaço, com um físico e um pesquisador das ciências humanas. Aos domingos, na série “Muito além da relatividade”, físicos e escritores especializados em física do abordarão aspectos da vida, do contexto histórico e da obra de Einstein. Esses encontros fazem parte da programação que acompanha a exposição sobre o gênio. Confira a programação aqui.
Sobre a exposição: “Minha vida é uma coisa simples, que não interessa a ninguém”, disse, certa vez, Albert Einstein. Coitado, pleno engano. A exposição – localizada na antiga sede do Prodam, no Parque do Ibirapuera (SP), até dia 14 de dezembro – procura desvendar o homem por trás da ciência e apresenta suas teorias. Conta com objetos pessoais, fotos, fac-símiles de cartas e manuscritos e uma série de instalações interativas que usam tecnologia de ponta. Para completar a exposição, há diversas obras de arte de renomados artistas nacionais. Vista por mais de dois milhões de pessoas no mundo, a mostra foi ampliada e adaptada especialmente para o Brasil. Foram criadas duas novas seções: “Átomos” e “Einstein no Brasil”. Site do evento aqui.
Quero ir. Todo último domingo do mês é de graça. Hum… Vou economizar e adquirir mais conhecimento. Ah, no final, para variar, tem uma lojinha! Puts, AMO “quinquilharias” ou “souvenires” de museus e exposições. Em breve, haverá também uma loja pelo site. Tô perdida.
Confira as melhores frases do cientista – na minha modesta opnião, claro. São irresistíveis:

  • Deus não joga aos dados.
  • Temos o destino que merecemos. O nosso destino está de acordo com os nossos méritos.
  • Triste época! É mais fácil desintegrar um átomo do que um preconceito.
  • O único lugar onde sucesso vem antes do trabalho é no dicionário.
  • O mundo é um lugar perigoso de se viver, não por causa daqueles que fazem o mal, mas sim por causa daqueles que observam e deixam o mal acontecer.
  • A curiosidade é mais importante do que o conhecimento.
  • O segredo da criatividade é saber como esconder as fontes.
  • Se os factos não se encaixam na teoria, modifique os factos.
  • Não tentes ser bem sucedido, tenta antes ser um homem de valor.
  • Nem tudo o que pode ser contado conta, e nem tudo o que conta pode ser contado.
  • Eu nunca penso no futuro. Ele não tarda a chegar.
  • A distinção entre passado, presente e futuro é apenas uma ilusão teimosamente persistente.
  • Penso noventa e nove vezes e nada descubro; deixo de pensar, mergulho em profundo silêncio – e eis que a verdade se me revela.
  • O homem erudito é um descobridor de factos que já existem – mas o homem sábio é um criador de valores que não existem e que ele faz existir.
  • A ciência sem a religião é coxa, a religião sem a ciência é cega.
  • Se, a princípio, a ideia não é absurda, então não há esperança para ela.
  • A coisa mais difícil de compreender no mundo é o imposto profissional.
  • A fama é para os homens como os cabelos – cresce depois da morte, quando já lhe é de pouca serventia.
  • A religião do futuro será cósmica e transcenderá um Deus pessoal, evitando os dogmas e a teologia.
  • É a teoria que decide o que podemos observar.
  • Não se pode manter a paz pela força, mas sim pela concórdia.
  • Os problemas significativos que enfrentamos não podem ser resolvidos no mesmo nível de pensamento em que estávamos quando os criámos.
  • A imaginação é mais importante que a ciência, porque a ciência é limitada, ao passo que a imaginação abrange o mundo inteiro.
  • A realidade é apenas uma ilusão, ainda que muito persistente.
  • A educação é o que resta depois de se ter esquecido tudo o que se aprendeu na escola.

Fonte: Citador.

Dia da Descarga Mundial

Lembra-se do World Jump Day? Não? Então, leia aqui. Sob o slogan “Porque pular não é legal. Vamos dormir, minha gente!”, lançaram – com um senso de humor apurado – o World Sleep Day 2009. Dia 11 de janeiro do ano que vem, às 6h34, todos devem nanar. Veja comunidade no Orkut aqui. Curioso é que existe um site na internet – aqui, em inglês – que marca o mesmo dia mundial da naninha para dia 20 de março.
Como criatividade pouca é bobagem, um engraçadinho inaugurou o World Descarga Day. Dia sete de dezembro, às 15 horas, todos devem dar descarga para fazer com que a rede de esgoto transborde. Veja comunidade no Orkut aqui. Acredito que não passa de uma brincadeira, uma sátira para todos os dias de comemoração que temos ao ano. Existem os clássicos comerciais – dos Namorados, Pais, Mães -, os de protesto – da Terra, Água, Oceano -, os de Santos e afins – São Sebastião, Nossa Senhora Aparecida – e por aí vai. É para lotar qualquer ano – será por isso que o Calendário Maia “prevê” o final dos dias em 2012?
Deixando a brincadeira de lado, dar descarga sem ter o menor propósito de eliminar os excrementos é uma idéia sem cabimento. Atualmente, a revista The Economist promove um debate online sobre a água. Em tempos de crise econômica e ambiental – longe de mim ser ecochata – mandar água pelo ralo é uma completa bobagem. Sob o tema “A água, um recurso escasso, deveria ser negociada de acordo com seu valor no mercado?”, a página é a mais acessada da revista. Vote também aqui. Neste exato momento, 59% das pessoas são contra.
Mas será que a água irá acabar? Segundo hidrogeólogos, não. A água não irá acabar. Isso porque além das superficiais, existem os lençóis freáticos com a substância purinha – na maioria dos casos. Além disso, é possível extrair água potável do mar. Por fim, se toda a H2O do mundo for poluída, basta tratá-la. Então, por enquanto, podemos ficar sossegados. Mas, claro, sem mandar para ralo abaixo um bem tão essencial para a vida.
Em tempo, uma bacia sanitária gasta 12 litros de água por descarga! Quer saber quanto se consome mensalmente de água na sua casa? Faça o teste aqui.

Perigo silencioso: LIXO ATÔMICO

Recentemente, fiz uma matéria para o portal iG sobre um suposto amontoado de plástico que bóia no Oceano Pacífico. Leia aqui -, aliás, no final dela coloquei uns dados assombrosos sobre o consumo do material. Além de pesquisar, para elaborar o texto conversei com alguns estudiosos, entre eles o oceanógrafo Ronald Buss de Souza que fez uma “revelação” desconhecida da maioria da população. “As pessoas falam da poluição do plástico, mas se esquecem de uma pior. Do lixo atômico”, diz.
Recapitulando. Durante a Guerra Fria, que aconteceu entre a Segunda Guerra Mundial (1945) e a extinção da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (1991), os Estados Unidos e a URSS realizaram inúmeros testes nucleares. Além de destruir as cidades japonesas de Nagasaki e Hiroshima – aliás, recomendo a leitura do livro que leva o nome desta cidade para ter idéia do horror – detonaram, literalmente, a vida marinha.
Enquanto os Estados Unidos explodiam o Pacífico, a URSS mandava a ver no seu extenso litoral. Fabricaram torpedos nucleares que afundaram. Bombas nem sempre guardadas nas melhores condições. Desativaram lugares altamente radiativos que recebem visitas de turistas – vi um documentário sobre uma extinta fábrica de bombas dentro de uma montanha na Rússia esta semana. E, atualmente, diversos países ainda produzem lixo atômico.
Segundo o site Brasil Escola, “o termo ‘lixo atômico’ não é muito bem aceito pela comunidade científica, que prefere usar o termo “rejeito radioativo”, pois ele abrange todo material que não pode ser reutilizado e que contêm elementos radioativos, ou seja, não pode ser tratado como lixo comum. (…) A grande questão é onde depositar o lixo atômico, já que a radioatividade desses rejeitos se prolonga por milhares de anos e é extremamente nociva aos seres vivos. Geralmente o lixo atômico é colocado em grossas caixas de concreto e jogado no mar, porém é impossível garantir que as proteções ao conteúdo radioativo não venham a se deteriorar com o tempo”.
“Haverá um momento que esse lixo começará a vazar ou ‘aparecerão’ as conseqüências para a vida animal e humana”, alerta o estudioso. Claro. Os peixes – e frutos do mar – que vivem na radiação podem ser aqueles da nossa mesa. Aliás, este mês, a revista Superinteressante publicou uma matéria sobre espécies de fungos mutantes que se alimentam da radioatividade de Chernobyl – assista um vídeo feito dentro do reator da cidade aqui. Seria a natureza dando um “jeitinho” no nosso erro?
Claro que a radioatividade perde “força” com o passar dos anos, porém isso pode demorar mais de um milênio. Ah, e uma matéria publicada no Com Ciência afirma que “O Greenpeace acredita que os testes já realizados envolvendo o destino do lixo nuclear são insatisfatórios e que testes confiáveis demandariam dezenas de milhares de anos. Os rejeitos produzidos em Angra 1 e 2 podem ser classificados em três níveis de radioatividade: alta, média e baixa. Ainda não há, no Brasil, um lugar escolhido para o depósito definitivo do lixo nuclear, ficando o lixo de Angra em depósitos intermediários”. Vamos esperar para nos contaminar?