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Em pleno verão, pinguins continuam chegando no Brasil

As simpáticas aves, da espécie pinguim-de-magalhães, são provenientes da Patagônia, nossa querida Argentina. O alerta é dado pela ONG Instituto Argonauta para a Conservação Costeira e Marinha. O primeiro pinguinzinho de 2009 chegou à praia de Puruba, no  extremo norte de Ubatuba, com  falha nas penas, magro e extremamente debilitado. Por isso foi parar na areia. Desde setembro até janeiro, 47 desses animais foram encontrados no litoral e levados para o Aquário de Ubatuba.
Por que param aqui?
O trajeto de deslocamento dos pinguins, da Patagônia ao Brasil, é realizado por meio da corrente marítima chamada Malvinas. Ela ocorre em nossa costa durante o inverno e é repleta de alimentos. Normalmente, os animais tendem a retornar para o Sul no inicio da primavera, auxiliados pela corrente do Brasil – corrente quente. Entenda mais sobre correntes em uma matéria que fiz aqui.
Porém, na primavera e verão, os pinguins não necessitam descansar em terras brasileiras. Assim, qualquer animal dessa espécie que apareça nas praias – fora da região das suas colônias reprodutivas argentinas – representa uma anormalidade no ciclo daquele indivíduo ao menos.
Nos últimos 12 meses, as equipes do Instituto Argonauta e do Aquário de Ubatuba registraram um recorde de ocorrências na região compreendida entre Angra dos Reis (RJ) e São Sebastião (SP). Ambas resgataram cerca de 660 animais – a maioria da espécie magalhães. Em setembro de 2008 foi realizada, a primeira soltura de alguns animais ao mar na região Sudeste, que anteriormente ocorria exclusivamente na região Sul do país.
Você viu o filme hollywoodiano, nacionalista e catastrófico – quanto pleonasmo -“O Dia Depois de Amanhã”? Claro, é uma viagem e um exagero. Mas a idéia dos pinguis e do filme é a mesma. No começo da película, o cientista explica que o aquecimento global altera as correntes marítimas afetando a vida em toda a Terra. Precisavam de mais pesquisas científicas para justificar, realmente, essa sendo a causa das nossas visitas dos bichinhos de smoking.
Pinguim viajante
Esse fenômeno sempre ocorreu. Existem registros de pinguins em sambaquis – leia mais sobre essa “arquitetura” aqui, outra matéria que fiz – no Brasil há mais de 5000 anos. A principal causa da mortalidade durante o percurso é uma menor habilidade de sobrevivência genética de alguns indivíduos. Como disse Darwin, os mais fortes sobrevivem. Segundo o Instituto Argonauta para a Conservação Costeira e Marinha:

Entretanto, com o aumento do impacto da atividade humana nos mares, outros fatores surgiram e tem que ser considerados para a conservação do grupo tais como a falta de alimento em função da pesca predatória, derrames de óleo, ingestão de lixo, captura em redes de pesca, alterações climáticas que interferem nas correntes marinhas, etc.

Conheça os protagonistas
Os pinguins-de-magalhães, nome científico Spheniscus magellanicus, são aves marinhas que frequentam a costa brasileira durante os meses de inverno desde o Rio Grande do Sul até Alagoas. A espécie faz ninhos em grandes colônias na costa da Patagônia, Argentina, Chile e Ilhas Malvinas entre outubro e janeiro.
Saiba mais: Leia aqui um post sobre o pinguim que vi no Paraná e ajude os projetos do instituto ali. Foto, link G1.
Obs.: O Conselho Regional de Biologia da 4ª Divisão – que engloba os estados de Minas Gerais, Goiás, Tocantins e Distrito Federal – agora tem blog! Chama-se Biologia na Rede. Confira!

Índios participarão da reunião da SBPC

Não é apenas na Campus Party que os índios estão presente – o que, aliás, mostra exatamente a miscigenação que é esse país, leia mais aqui.  A Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) realizará, de 17 a 20 de março próximo em Tabatinga, no Amazonas, uma reunião regional. O evento terá um público pouco comum em encontros científicos: povos indígenas, comunidades ribeirinhas e populações de fronteira.
O tema central é “Conhecimento na fronteira” – em referência ao fato da cidade estar localizada no extremo oeste amazonense, onde o Brasil faz divisa com o Peru e a Colômbia. A programação conta com cursos, conferências e mesas-redondas. São esperados participantes colombianos e peruanos.
Para Marilene Corrêa, reitora da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), a reunião possibilitará um olhar da ciência para as necessidades e dificuldades da região. Incluindo problemas de diferentes como: meio ambiente, desenvolvimento tecnológico, articulação entre três países e institucionalização do estado como nação.
Curiosidade. O Instituto de Natureza e Cultura, da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), oferece cursos na cidade de Benjamin Constant onde é preciso pegar uma lancha de Tabatinga e navegar por 30 minutos.
Óbvio que o encontro é preparatório para a Reunião Anual da SBPC, que será realizada em Manaus, de 12 a 17 de julho próximo, com o tema “Amazônia: Ciência e Cultura”. Será a 61ª Reunião Anual da SBPC, a primeira na capital do Amazonas.
Tenho um amigo que possui parentes no Pará. Ele conta que a realidade do Norte é completamente diferente da nossa. Como citei acima, a comunicação com várias cidades é feita pelo rio. Eles vivem no meio – literalmente – da floresta amazônica.
Sexta, participei de uma mesa-redonda na Campus Party Verde – veja fotos aqui no Flick da Maria Carol – com outros blogueiros de meio ambiente e ciência. Rafael, do RNA mensageiro, perguntou: “Você gosta de viver na Suíça ou no Brasil?” Seria o sudeste o Brasil?
Fonte: Foto do site Índios On-line.

Campus Party está na maior reserva de Mata Atlântica

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Essa é a entrada do Centro de Exposições Imigrantes. Notou algo diferente? A placa gigantesca avisa aos visitantes: Parque Estadual das Fontes do Ipiranga. Basta abaixar a tela do laptop, respirar fundo e observar em volta. O local que abriga a Campus Party está inserido – faz parte – da maior reserva de Mata Atlântica da capital de concreto de São Paulo.
Por isso que os campuseiros estão reclamando do frio. A cidade de São Paulo possui diversos microclimas – como diz a palavra, climas que variam de acordo com a região. Obviamente, o lugar mais quente na capital é o centro antigo devido, entre outras coisas, à: verticalização dos edifícios, vedação do solo e falta de arborização. O lugar mais frio da cidade é área da Represa de Guarapiranga. A diferença de temperatura entre as duas regiões, ao mesmo tempo, pode chegar a 10ºC.
O segundo lugar mais frio de São Paulo é… Adivinhe… O Parque Estadual das Fontes do Ipiranga – clique no mapa que fiz ao lado. A temperatura pode ser até 8ºC mais congelante do que a da Sé. O ar é mais úmido. O cheiro de terra molhada é constante. O barulho dos pássaros, comum.
Aliás, tem mais. Exatamente ao lado do Centro de Exposição está inserida a Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. A instituição é responsável por cuidar – realizar pesquisas, trabalhos científicos, sugestões ambientais – do meio ambiente do estado mais rico do Brasil. Principalmente os cientistas responsáveis pelo solo e água possuem suas mesas de trabalho instaladas no local.ecopefi
Não custa nada escolher uma hora durante o dia. Colocar um tênis. Fechar o computador. Deixar a Campus Party, o estacionamento carésimo – 20 reais para carros!, aliás isso é monopólio – o Centro de Exposições Imigrantes e caminhar sentido à saída. O conhecimento e o meio ambiente se concentram no bairro. A USP, o Botânico, o Zoológico literalmente estão a poucos passos – veja este post que fiz com todas as atrações do lugar.
Observações: Agora é oficial. Sou participante da Rede Ecoblogs. Trata-se de um blog que reúne posts sobre meio ambiente de blogueiros diferentes. Vale a pena conferir. Hoje, participei de dois debates na nova televisão de internet chamada IPTV Cultura, pelo SESC SP. Uma discussão ao vivo sobre blogs de ciência e outra sobre como fazer com que os aparelhos tecnológicos – celulares, computadores, pilhas… – não poluam o meio ambiente. Uma sacada. Quero agradecer o Átila Lamarino do Lablogatórios que estava lá ao lado do Rafael Soares, Claudia Chow e Maira Begalli – organizadora da Campus Party Verde. Os vídeos estarão no ar aqui e veja fotos ali.

Crianças já possuem mentalidade responsável sobre meio ambiente

Esse final de semana, me presenteei com um domingo mais saudável e campestre. Fui ao Parque do Ibirapuera com primos crianças. Nossa meta era andar de bicicleta e ser feliz. Só. Como ameaçava chover, sorte foi encontrar o parque relativamente vazio. Alugamos quatro bicicletas, uma para cada um, e optamos por andar na grama. Era o lugar mais sossegado para uma criança reaprender a pedalar.
Passamos entre as folhas secas, morrinhos de terra e pelas poças d’água. Rimos com a lama respingando nas roupas, com os encontros de pneus e com poucas quedas. O calor somado às pedaladas aumentou a nossa sede. Momento para beber água. Logo em seguida, o tempo chegava. Era a hora de devolver as bicicletas.
No caminho, meu primo jogou sua garrafinha de água no lixo de coleta seletiva. O Ibirapuera possui uma lixeira para orgânicos e outra para recicláveis. Mas notei que ele ficou segurando a tampinha na mão. Percebi: “A tampa também é reciclável…”. “Ah, é. Esqueci!”, e deixou o plástico na lixeira correspondente.

Entenda o que é a Campus Party

dsc057241Imagine quatro mil pessoas em um galpão conectadas ao mesmo tempo na internet fazendo sabe-se lá o que. Pronto! Resumindo, isso é a Campus Party. Confesso que tinha preconceito com relação a esse tipo de evento. Mas agora que assumi minha parte nerd de ser, deixei a frescura de lado. E os nerds vão dominar o mundo!*

O Centro de Exposição Imigrantes, na capital Sampa, está divido em três partes: área de alimentação mais estandes de empresas – para onde fui primeiro e de tabela respondi uma enquete do Ibope -; parte onde existem mesas compridas com cadeiras de plástico e acesso à internet; e um “puxadinho escondido” repleto de barracas de quem acampa.

O burburinho rola na área dos computadores. Tudo acontece ao mesmo tempo: as pessoas falam, gritam, cantam, veem palestras, conferem shows, fazem massagens, são entrevistadas por jornalistas, passam por robôs e tropeçam nas cadeiras. Foi aí que, entre uma conversa e outra – encontrei vários blogueiros, incluo aqui o pessoal da Rede Ecoblogs –, uma mulher passou.campusparty

Ela estava vestida de maneira comum. Usava blusa estampada de tons rosados, calça jeans e sandália alta. Mas… No pescoço – juro! – ela pendurou uma folha de sulfite com tais palavras escritas de canetinha preta: “Não sou nerd”. O mesmo que passar no meio da arquibancada da torcida do Corinthians com um cartaz “sou palmeirense”. Vai plantar coquinho no asfalto!

Após trocar infinitas idéias com gente como a gente, eu vi: computadores coloridos – essas luzes não são nada ecológicas, foto acima -, robôs que funcionam, coelhinhas da Playboy e concurso de fantasias. Enfim, toda a diversidade cultural brasileira pode ser encontrada na Campus Party. Claro que, se sumissem do mapa todas aquelas pessoas, o país perderia 95% do seu QI e 98% dos provedores e afins iriam à falência.

dsc057161Campus Party Verde

A Rede Ecoblogs – da qual o Xis-xis participa! – possui um QG com cadeira feita de garrafa pet. Aprenda o passo a passo aqui. Os organizadores do evento disponibilizam várias palestras sobre temas relacionados à preservação do meio ambiente. Fotografei a palestra ao fundo dos bancos feitos de pneu, retalhos de tecido e escultura de papel. Super campestre – foto ao lado direito.cpv

Após ter mergulhado de cabeça no fantástico mundo da blogosfera, quinta-feira tem mais. No final da tarde, vão rolar duas mesas redondas sobre divulgação científica em blogs. O pessoal do Lablogatórios – tente falar rápido sem travar a língua – irá participar. Hasta la vista!

*Frase proferida por mim durante o primeiro encontro de blogs científicos – leia aqui.

Rio desfila sapatos e cintos feitos de bucho de boi

Esta temporada não poderei cobrir os desfiles do SPFW, mas…  Acompanho o que rola no Fashion Rio! Como uma típica mulherzinha, adoro sapatos e bolsas. Daí, lendo o site da Erika Palomino, descobri que os acessórios da marca Sta. Ephigênia foram feitos de bucho de boi! Écati.
O estilista da marca Luciano Canale fez parceria com um curtume – onde se processa o couro cru – da cidade de Três Rios (RJ). Ele usou o material sem alvejantes, com água tratada e tudo reaproveitado.  “Foi ótimo trabalhar com este material porque é extremamente irregular e com isso tive várias texturas em uma única peça”, disse para o site. Quer ver as fotos do desfile com um “q” étnico? Clique aqui.
Observação mulheres: O sapato não lembra a Melissinha Campana?
Atenção: Última semana para votar no melhor blog de ciência de 2008. Vamos lá? Vote aqui.

Biocombustível x petróleo. Qual degrada menos?

Recentemente, o Brasil se destacou com tecnologia própria para fazer carros funcionarem com biocombustíveis como o álcool. Em seguida, alguns meios de comunicação, veja a revista Times, afirmaram que os biocombustíveis são os culpados pelo desmatamento dos últimos anos no país. Ao mesmo tempo, de acordo com “fontes”, a Petrobras ainda vai revelar que a nova descoberta de petróleo na Bacia de Santos é maior do que se diz.
Bom, nessa hora, uma questão apareceu. O que polui menos? Usar o biocombustível ou o petróleo? Complexo… Para tentar solucionar minha dúvida, conversei com alguns pesquisadores. A idéia era deixar de fora dessa discussão a importância econômica de cada um.
Para produzir quantidade suficiente de biocombustíveis para toda a frota de veículos do país – só a cidade de São Paulo possui por volta de 6 milhões – e para exportar é necessária uma área vasta de terra. Nela é cultivada a cana-de-açúcar – de onde se extrai o biocombustível etanol. É importante lembrar que não basta plantar, deve-se considerar o ciclo de crescimento da planta e o tratamento que o solo vai receber. Um processo “natural”, porém que exige desmatamento.
Por outro lado, o petróleo também é natural. “Admite-se que esta origem esteja ligada à decomposição dos seres que compõem o plâncton – organismos em suspensão nas águas doces ou salgadas tais como protozoários, celenterados e outros (…). Estes seres decompostos foram, ao longo de milhões de anos, se acumulando no fundo dos mares e dos lagos (…)” – leia mais aqui.
O problema dele é ser feito de carbono. Este carbono estava quieto lá em baixo do solo. Quando utilizado, vem para o ciclo das substâncias aqui de cima. Aumentando, assim, sua concentração nesta “camada” do planeta – onde nós vivemos com outros seres. De acordo com alguns cientistas, um dia esse carbono será reabsorvido. Mas isso demorará mais de mil anos.
Cientificamente falando, não obtive uma resposta para minha questão. Debati, perguntei, matutei… E nada! Apenas concluiu-se que o uso de ambos devasta o meio ambiente. Ponto. Dada a situação, eu prego o equilíbrio. Nem desmatar demais, nem usar muito petróleo. Volto a apostar nos transportes públicos, nas bicicletas – mesmo que o pneu seja feito de petróleo -, no caminhar, em comprar quando for necessário…
O gasto e o uso de energia é sério. Vou acabar com outro problema. Afinal, quem precisa e pode gastar energia somos nós que estamos virando uma população de obesos. Em 2004, segundo o IBGE, 40% do povo brasileiro estava fora do peso. Que tal comermos melhor, também? Com certeza, parte do que é plantado para fazer comidas não tão nutritivas poderia virar floresta… Sexta, vi um desses eco programas de “reality show”. O cara pedalava para fazer funcionar a torradeira. Que idéia! Ih… outra discussão!

NASA falsificou dados sobre mudança climática

A National Aeronautics and Space Administration (NASA) distorceu e encobriu dados sobre a mudança climática por questões políticas. Essa é a conclusão de uma “busca” realizada pela própria agência. De acordo com a investigação, que começou a pedido de 16 senadores, as distorções se limitavam à assessoria de imprensa. Elas minimizavam o impacto climático entre os anos de 2004 e 2006.
O escritório de controle e ética da NASA reconheceu que sua assessoria de imprensa manipulou vários estudos científicos sobre o aquecimento global. Fue James Hansen, diretor do Instituto Godard de Estudos Espaciais de New York, falou sobre essa cultura de “mudismo” que existe na NASA. “Nunca, nas três décadas de trabalho para o Governo, vi tantas restrições à capacidade dos pesquisadores se comunicarem com os cidadãos”, disse para a rede de televisão americana CBS.
Que o senhor Greorge W. Bush não cruze o nosso caminho! Que a ciência seja para todos!
Leia matéria, em inglês, no New York Times e, em espanhol, no El País.

Brasil envia sementes ao gelo


Sabia que no arquipélago norueguês de Svalbard, perto do Pólo Norte, a Noruega e a instituição Global Crop Diversity Trust – da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) – criaram o “cofre do fim do mundo”?
Ele não guarda dinheiro, mas sim sementes de plantinhas. Afinal, o que será delas quando a Terra esquentar para valer? As gerações futuras, os Ovnis, os Osnis, os novos seres “racionais” que serão desenvolvidos no planeta, enfim, todos terão mostras do que um dia existiu no planeta. Inclusive, poderão provar da nossa iguaria: o arroz com feijão.
A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e o Real – país rico é outra história – Ministério de Agricultura e Alimentação da Noruega assinaram no dia primeiro de julho o acordo de cooperação. Ele garante o depósito de sementes da Embrapa no Banco Global de Sementes de Svalbard, situado na cidade de Longyearbyen. Serão enviadas primeiramente de arroz, feijão e milho.
A escolha atende a uma das recomendações do Banco quanto à relevância para a segurança alimentar e agricultura sustentável. José Manuel Cabral, chefe-geral da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, disse que a primeira remessa será enviada à Noruega até o final deste ano.
“As sementes estão sendo selecionadas nas três Unidades da Embrapa para atender às exigências do acordo, segundo o qual não pode haver amostras repetidas no banco norueguês. Depois, passarão por testes de sanidade para garantir que estão livres de doenças e insetos e de viabilidade, pois têm que manter a capacidade de germinação por, pelo menos, dez anos. Finalmente, serão replicadas, embaladas e encaminhadas a Svalbard”, explica Cabral.
O envio de amostras é mais uma garantia de segurança, já que o banco nórdico é o mais seguro do mundo em termos físicos e ambientais. Situado dentro de uma montanha, foi construído com segurança para resistir a catástrofes climáticas (enchentes terremotos, aquecimento gradual, etc.) e até mesmo a uma explosão nuclear.
O acordo prevê cooperação contínua entre as duas instituições. Por isso, “futuramente, sementes de outras espécies serão enviadas ao Banco Global”, como explica Cabral, lembrando que a prioridade será a mesma, ou seja, sementes de importância para a alimentação da população brasileira.
VEJA AQUI E ALI VÍDEOS BACANAS SOBRE O BANCO DE SEMENTES, em inglês.
“O objetivo (do banco do fim do mundo) é conservar até 4,5 milhões de amostras de sementes e 2 bilhões de sementes de todas as espécies cultivadas pelo ser humano.” Diz matéria da Folha, leia aqui. Acho que esse povo se inspirou nos mamutes congelados encontrados nos desertos de gelo…
Fotos: Svalbard Pictures

Sustentabilidade está na moda

Literalmente. Estava conversando com o João Braga, aquele professor foférrimo de história da moda – leia aqui uma materinha na revista Época. Ele foi lacônico: “Se é moda, tem que ser passageira”. Também, disse que esse pessoal que diz que “essa moda veio para ficar” está, completamente, errado. E agora, a moda do início dos anos 2000 e pouco é ser sustentável.
Chique, bem, é usar roupa de brechó, customizar All Star, comprar peças de algodão orgânico – já viu um que não seja? -, fazer eventos “sustentáveis” e por aí vai. Aliás, durante uma conversa com alguém pra lá de influente nesse Brasil – não vou falar quem, claaaro – indaguei a respectiva fonte: “É possível que o Brasil cresça, economicamente, sem degradar o meio ambiente? Ou melhor, existe esse tal de ‘desenvolvimento sustentável?'” Tchan tchan tchan tchan… “Então…”, começou la fonte. “Mas que perguntinha, não?” Entendeste?
Dá-lhe plantar árvore
Num cantinho não muito escondido, no primeiro piso da Bienal, há um letreiro verde. Nele, uns números aumentam a cada dia. Fui pesquisar para entender o que seria isso. De acordo com a assessoria de imprensa do evento – sem comentários, amigos jornalistas – o SPFW foi o primeiro evento de moda a neutralizar sua emissão de CO2. Todas são compensadas com o plantio de árvores contabilizadas nesse painel durante o evento.
A cenografia busca minimizar o uso de materiais. Por exemplo, a torre de ferro e madeira que existia na edição passada continua a mesma. Apenas colocaram algumas TVs de tela plana transmitindo imagens feitas no Japão e luminosos com dizeres japoneses. No evento passado, foi usado papelão para cobrir as paredes. Desta vez, esses mesmos papelões – 10 toneladas do material ou cerca de 14 mil caixas ou 3 km de estrutura – receberam estampas de motivos orientais.
Ainda, segundo a assessoria, no ano de 2007 foram plantadas 7.970 árvores de espécies nativas da Mata Atlântica nas margens do Ribeirão dos Macacos, no município de Lorena (em São Paulo). Este ano, querem compensar as emissões com o plantio de 6.300 árvores nativas. Todas essas coordenadas geográficas, imagens e relatórios periódicos de desenvolvimento destes e de outros restauros estão disponíveis no site da ONG Iniciativa Verde.
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