Cinematerna é vida!

Há menos de um mês fiquei sabendo do Projeto Cinematerna. Para mim, um dos projetos mais sensacionais e inteligentes criados nos últimos tempos! O que é o Cinematerna?
Imagine ir ao cinema com seu bebê recém-nascido. Você estaciona o carrinho do pimpolho, acomoda-se numa poltrona super confortável, bota o pimpolho pra mamar… A sala tem o ar-condicionado reduzido, meia luz, trocadores de plantão, um tapetinho pra crianças mais velhas socializarem, e pais com os mesmos interesses, dificuldades e dúvidas que você.
O filme? Você participa de uma enquete que seleciona que filme vai passar naquela sessão. Há sessões em várias cidades e às vezes mais de um cinema em uma mesma cidade. As sessões são em horários não convencionais, tipo sábado de manhã ou em algum dia de semana à tarde. Ganham os pais, ganha o cinema que, muito provavelmente, teria aquele horário meio perdido…
Assista o vídeo a seguir e saiba mais sobre o projeto.

Eu recomendo!
www.cinematerna.org.br
@cinematerna

Ter ou não ter? Eis a questão!

Muitas mudanças ocorrem na vida das pessoas que engravidam. Depois que o bebê nasce, há necessidade de estabelecer uma rotina toda especial para acolher o novo ser, o novo morador da casa. Para alguns pais, a mudança é tão radical que a criança passa a ser o centro de todas as atenções, e tarefas ou eventos que antes eram parte do cotidiano do casal, deixam de existir. Em casos extremos, até o “casal” deixa de existir como casal e passam a ser apenas um homem e uma mulher (geralmente mas não exclusivamente) cuidando de outro ser.

Por conta dessas mudanças todas e mais outras que não sou capaz de relatar, muitos casais passam por um grande momento de reflexão. Ter ou não ter uma criança? Eis a questão.

Um dos pontos que podem passar na cabeça dos pais é a ambiental. Sim… acredito que esse tema passe na cabeça de alguns pais – a minoria deles. Nunca vi ninguém dizer que não gostaria de ter filhos POR CAUSA do impacto que isso teria no meio ambiente – em geral, o impacto ambiental é parte de uma lista de outros motivos para não ter filhos – o econômico, a saúde financeira, a liberdade do casal de fazer o que quer na hora que quer, a impressão de “incapacidade” de criar e formar um novo cidadão, etc, etc, etc.

Fiz até uma breve enquetezinha no Twitter. As respostas seguem:

@panaggio: Deixar de ter filhos não. Mas me limitar a ter poucos sim

@corinthiana: Óbvio, isso seria uma ótima desculpa hahaha

@clauchow: Unica e exclusivamente por essa causa? Nao, essa é só MAIS UMA causa…

@thanuci: Eu não deixaria de tê-los mas também não sairia me reproduzindo por cissiparidade também. ^^

@mabegalli: é a “causa ambiental” pode ser vista tb em 1 sentido cognitivo: sociedade,violencia, $

@dcoutosilva: Não..

@danielegal: Não e vc?

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Eu??? Eu não. Mas não consigo deixar de pensar na ideia de não ter. Tudo porque racionalmente eu sei que o excesso de seres humanos na Terra pode acabar levando a um colapso total, com ausência de recursos para a sobrevivência de todos. “Pode acabar levando” porque também tenho esperanças de que somos inteligentes o suficiente para trabalharmos em possibilidades de reutilização, reciclagem, redução de consumo, uso de energia renovável, agroecologia, etc, etc, etc.

Chega ser até bem simples pensar racionamente: quanto mais seres vivos dependem de um recurso essencial para viverem, como água, por exemplo, menos teremos desse recurso por indivíduo. Se, além de termos recursos finitos (como e exemplo da água), ainda temos problemas em mantê-los adequados para uso (limpa, potável, inodora, etc, etc, etc) então há de se esperar que esse recurso tende a chegar a zero quanto maior for a população e quanto maior o descaso com o recurso (poluição, desperdício, etc, no caso do nosso exemplo).

Uma alternativa é pensar em levar uma vida o menos impactante possível, e fazer da vida desse novo ser também o menos impactante possível. Infelizmente, ainda não somos uma sociedade preparada para sermos o “menos impactante possível”. E, algumas tentativas de fazer isso “cheiram” para alguns coisa de eco-chato, xiita do clima, hipponga e mais tantas outras coisas que já ouvi.

E você? Já pensou em não ter um filho pela causa ambiental? Já pensou que, no futuro, o índice de natalidade pode ser controlado por políticas públicas? O que pensa sobre ter ou não filhos?

Rapidinha – Mas já?

OITENTA E SETE dias depois, a empresa British Petroleum (BP) afirma ter interrompido o vazamento de óleo no Golfo do México.
Mas já?
Mas não fique feliz agora! Segundo a BP, o local do vazamento ainda estará sendo monitorado com máxima atenção pelas próximas 48 hs e só então poderá afirmar com certeza absoluta que novos vazamentos não ocorrerão.
Palhaçada.
Saiba mais:
G1 – Óleo para de vazar do poço da BP no Golfo do México pela primeira vez
BBC News – BP says oil has stopped leaking

Acompanhe:
Live feed from the Gulf of Mexico

A Ciência, por Claudio Angelo

Hoje, o jornalista Claudio Angelo se despediu da posição de Editor de Ciências da Folha de São Paulo com um post no blog Laboratório. Para um divulgador de Ciências, a troca do editor de Ciências de um jornal ou revista de grande circulação no país tem mais ou menos o mesmo gosto que a troca do técnico da seleção brasileira de futebol para a maioria da população. Isso porque, assim como o técnico da seleção, o editor de Ciências tem por objetivo traçar estratégias, escalar os melhores profissionais e lutar bravamente por um gol, neste caso, por uma pauta, por um assunto, que equilibrem a vontade de vender do dono do jornal/revista com a importância que a notícia representa no mundo científico.
Com o post “A Ciência não sabe de nada“, Claudio Angelo explica como ninguém o que é Ciência e como ela funciona: “A ciência é melhor em produzir dúvidas e perguntas”. É isso que provavelmente gera insegurança nas pessoas e produz correntes anti-ciência e negação da ciência por aí a fora – a luta às vezes disfarçada, às vezes descarada contra avanços tecnológicos e científicos como as vacinas, novos tratamentos à doenças, novos materias ou novas formas de cultivo de plantas ou de criação de animais, uso de energia nuclear, negação da participação do homem no aquecimento global, etc, etc, etc.
Talvez a maior pergunta que fica para a população geral é: Como podemos investir tanto investimento em dinheiro, pessoas, tempo, na produção de dúvidas e não de certezas? Citando o monólogo “Letting Go of God” interpretado por Julia Sweeney, Claudio Angelo enfatiza ainda mais essas dúvidas: “Os cientistas não conseguem decidir se café é bom ou ruim para a saúde, se o planeta está esquentando muito ou pouco, se o homem tem 100 mil ou 20 mil genes, se o Sistema Solar tem oito ou nove planetas.” E as dúvidas nunca acabam, nunca acabam, e é dessa insatisfação dos cientistas que as Ciências andam. O importante para os cientistas é, a todo custo, tentar refutar a todo tempo, a todo experimento, as hipóteses que ele ou seu grupo de pesquisa levantam. E é assim que tem que ser. Ciência sem a vontade louca do cientista de provar-se errado (e não certo!) não é Ciência.
Claudio Angelo deixa a Editoria para voltar a ser repórter, agora em Brasília, e deixa o cargo para Reinaldo José Lopes, um dos jornalistas de ciências mais competentes da atualidade e companheiro de condomínio, no Chapéu, Chicote e Carbono-14. Vida longa e próspera ao Reinaldo e que tenha forças para lutar por notícias, escalar profissionais e traçar estratégias para trazer o melhor da Ciência do mundo para a divulgação científica brasileira.
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Não deixem de ler a despedida do Claudio Angelo em “A Ciência não sabe de nada” clicando AQUI