Livro grátis sobre mudanças climáticas
O Instituto de Estudos Avançados da USP lança, apenas em formato digital, o livro Public Policy, Mitigation and Adaptation to Climate Change in South America, que encontra-se disponível para download gratuito – basta clicar no nome do livro acima para ter acesso. O livro reúne contribuições de especialistas em mudanças climáticas que estiveram na 3 Conferência sobre Mudanças Climáticas – América do Sul, em 2007.
O livro busca explicar a dinâmica do clima, suas alterações e variações em resposta às atividades humanas em quatro perspectivas: políticas públicas e relações internacionais, mitigação, adaptação e consequências aos sistemas naturais.
Saiba mais: Agência FAPESP
Saindo de São Paulo // Arriving or leaving São Paulo?
Avião, davipt – Flickr
Como sempre, eu tento diminuir ao máximo meu rastro de carbono em viagens – viajar de avião é particularmente terrível, responsável por uma emissão de carbono monstro. Nesse caso particular, assim como considero que as emissões de carbono para você chegar ao seu trabalho são responsabilidade do seu empregador, também considero que as emissões de carbono de todos os participantes da ação são responsabilidade da ação. Mas, como não custa absolutamente nada colaborar, toda e qualquer emissão reduzida é ponto positivo.
E aí começou minha saga para chegar ao aeroporto de Guarulhos de transporte público.
São Paulo ao Aeroporto de Guarulhos
Primeiro, como quarta-feira é dia de trabalho, cheguei ao escritório como sempre (de carona e de metrô). Arrumei uns minutos para pesquisar um caminho para o aeroporto e as dicas são as que se seguem:
Pegue o metrô e dirija-se até a estação Tatuapé (linha vermelha, sentido Corinthians-Itaquera). Chegando lá, passando a catraca, siga à esquerda, em direção ao Terminal Norte, Rua H. Sertório. Desça a escada à esquerda e procure pelos ônibus Airport Bus, linhas 257 e 299. Esse ônibus custa R$ 3,65, sai de 15 em 15 minutos das 5 às 23:30 horas. O ônibus tem como parada final a Asa A, Terminal 1, do Aeroporto de Guarulhos.
Aeroporto de Guarulhos a São Paulo
Na saída em frente ao Terminal 1, Asa A, fica o terminal dos ônibus Airport Bus. Há duas opções.
Opção 1: Os ônibus 257 e 299 da Airport Bus são os mais baratos e deixam o viajante na estação Tatuapé (linha vermelha) do metrô. A passagem custa R$ 3,65. Se tiver alguma dúvida pergunte. Há sempre um funcionário atento e que fala inglês para ajudar estrangeiros.
Chegando na estação Tatuapé, compre a passagem de metrô que atualmente custa R$ 2,55.
Opção 2: Os ônibus executivos, também da Airport Bus, deixam os viajantes em locais específicos da cidade, como a Avenida Paulista, República, Congonhas, etc. Não é possível descer entre o aeroporto e a parada final. Os ônibus tem ar condicionados e custam cerca de R$ 30,00. O guichê para compra da passagem fica próximo ao guarda-volumes, após a saída do aeroporto, entre as entradas da Asa A e B.
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Arriving São Paulo
To go to São Paulo from Guarulhos Airport, you can take a bus terminal in the exit of Terminal 1. The Airport Bus company offers two options to São Paulo.
Option 1: The buses 257 and 299 of Airport Bus Company are the cheapest way to go to São Paulo. They cost 3,65 Brazilian Reais and leave the airport every 15 min. There is always a staff member that speaks English, so it is possible ask for more informations. The buses will take you to Tatuapé Station (red line of São Paulo metro/subway). The cost of metro ticket is 2,55 Brazilian Reais.
Option 2: The executive buses of Airport Bus leave the travellers at places such as Paulista Avenue, República Square and Congonhas Airport. It is not possible to leave the buses between terminals. The buses have air conditioner and they cost about 30,00 Brazilian Reais. For this option, you need buy the ticket near to “guarda-volumes” (lockers), between the entrances of Asa A and B.
Leaving São Paulo (Guarulhos International Airport)
Take the red line of the metro/subway, towards Corinthians-Itaquera station and leave at Tatuapé Station. After the exit, go to the left, in the direction of Terminal Norte, Rua H. Sertório (North Terminal, H. Sertório Street). Take the stairs down to the left and look for Airport Bus (lines 257 and 299). This bus cost 3,65 Brasilian Reais. They leave the Terminal Norte every 15 min, between 5 and 23 o´clock. The bus has a final stop at Terminal 1, Asa A of Guarulhos International Airport.
Copenhagen: desafios para um novo protocolo de emissões
O Protocolo de Kyoto tinha data para começar e tem data para acabar. Baseado em dados de emissão de gases do efeito estufa da década de 1990, o protocolo nem de longe é o melhor que os países podem fazer para diminuir a concentração de gases do efeito estufa presente na atmosfera além do que, já está pelo menos 20 anos defasado (leia mais sobre o protocolo de Kyoto aqui). Como o protocolo tem data para expirar (2012) é natural que os países signatários estejam se preocupando com os termos do seu substituto.
A COP-15, que acontece no final desse ano em Copenhagen, deve ser crucial para as negociações acerca de novos termos e deve ser capaz de definir parâmetros e novas estratégias para a confecção de um novo documento. Será que os países signatários vão conseguir chegar a um consenso? Será que os países desenvolvidos vão conseguir reduzir suas emissões? E, mais importante, será que os países ditos emergentes, como Brasil, Índia e China vão concordar em ter metas de redução?
Em busca de respostas, a Universidade de São Paulo, representada pelo Instituto de Estudos Avançados, promoveu nessa terça-feira uma conferência com o ministro da Energia e das Mudanças Climáticas do Reino Unido, Ed Miliband. Antes da apresentação do ministro, professores da universidade e importantes nomes dos estudos das mudanças climáticas no Brasil tiveram tempo para expor suas opiniões. Entre eles, o Prof. Dr. José Goldemberg, o Prof. Dr. Jacques Marcovitch e o Dr. Luiz Fernando Furlan.
A questão energética
Goldemberg, como sempre e dentro de sua especialidade, discutiu um pouco sobre a questão energética. Entre outras coisas, lembrou os ouvintes de que é necessário pensar que a energia trouxe bem estar e um nível de vida sem precedentes na história, mas que isso não significa que ela não deva ser modernizada.
Como medidas para os países desenvolvidos, citou investimentos na melhoria da eficiência energética e no desenvolvimento em tecnologia para fontes de energia limpas e renováveis. Já para os países em desenvolvimento, é preciso uma política pública eficiente, que possibilite o desenvolvimento social, tecnológico e econômico de modo a garantir a conservação do meio ambiente – começando certo, e não tendo que mudar tudo como está acontecendo com os países desenvolvidos. Para o Brasil, redução do desmatamento da Amazônia, reflorestamento e uso de energias renováveis.
Para fechar com chave de ouro, Goldemberg assinala que devemos parar de agir com baixo-estima e síndrome de coitados e assumir responsabilidade pelas mudanças climáticas – afirmação com a qual eu concordo em gênero, número e grau.
A economia dos empresários
Furlan, como representante dos empresários, discutiu um pouco sobre o investimentos em desenvolvimento limpo e em produtos mais ecológicos. Sem deixar de lado o desenvolvimento economico, frisou que o consumidor deve estar preparado para assumir parte dos custos desse investimento. Pagar mais caro por produtos mais limpos ou assumir responsabilidade pessoal sobre o desmatamento da Amazônia foram alguns dos exemplos citados.
Em resumo, para os empresários, os produtos ou serviços “verdes” tem que ser economicamente vantajosos para a indústria e para isso, as pessoas devem estar dispostas a colaborar.
Nesse sentido, o Prof. Marcovitch ressaltou que apenas 10% dos empresários estão dispostos a investir em soluções criativas para as mudanças climáticas. Porém, mesmo que atrasados, os outros 90% tendem a seguir as ações dos 10% criativos.
O ministro britânico
A palestra de Ed Miliband foi excepcional no sentido de que trouxe para discussões os pensamentos e as dúvidas que todos temos em relação as mudanças climáticas, ao nosso estilo de vida e desafios pessoais que devemos ter. Citou que pessoas de diferentes países e culturas, com diferentes estilos de vida devem que estar unidos para desafiar as consequências das mudanças climáticas. Citou que, mesmo com responsabilidades diferentes, todos devem estar conscientes de que a mudança depende de todos.
Todo mundo deve se perguntar que tipo de vida quer levar, que tipo de economia quer ter daqui pra frente, sabendo que, dependendo da resposta, o custo pode ser nossa sobrevivência. Nesse sentido, mudanças estão ocorrendo e oportunidades estão surgindo.
Vários setores devem estar unidos para que cheguemos a uma situação favorável. Como projetamos nossas cidades, nossas casas, como pensamos em mobilidade, investimos em transporte público, tudo deve estar conectado. Por isso, a Inglaterra acaba de lançar um plano de transição para uma política e economia de baixo carbono. O “The UK Low Carbon Transition Plan” pode ser downloadeado e lido aqui.
Uma das teclas na qual se insiste em bater faz referência a uma anotação feita no Protocolo de Kyoto e da qual o Brasil tem imensa participação durante as negociações lá entre 1994 e 1997 – as responsabilidades comuns, porém diferenciadas. Quer dizer que, os países desenvolvidos são os principais responsáveis pela concentração atual de gases do efeito estufa na atmosfera e tem que ter maior participação na divisão do “bolo” das medidas anti-emissões. Sobre esse assunto, Ed Miliband ressaltou que, em menos de 20 anos, a maior parte das emissões de gases do efeito estufa devem estar vindo de países em desenvolvimento. Isso chama para a discussão a posição de países emergentes durante a COP-15.
Para terminar Ed Miliband ressalta que a falta de liderança dos políticos não deve ser desculpa para uma falta de atitude e liderança entre as pessoas e que os jovens, que vão sentir por mais tempo as consequências das mudanças climáticas, devem estar ainda mais esperançosos com nossas possibilidades de mudanças.
Ed Miliband também falou um pouco sobre questões mais específicas do Brasil, como os biocombustíveis e a relação do mercado consumidor com as novas diretrizes de baixo carbono. Mais sobre esses temas no www.twitter.com/paulabio.
Maiores emissores de CO2 do mundo
A lista dos países que mais emitem CO2 do mundo tem mudado. Em 2003, a lista fornecida pela ONU trazia como primeiro colocado os EUA, com uma emissão anual de 5.799.240 (X 1000) toneladas métricas de CO2, ou seja, 21,2% de toda emissão de CO2 do mundo saía de solo americano. Os EUA vinham seguidos pela China (15,2%), Rússia (5,4%), India (4,6%) e Japão (4,5%). O Brasil ocupava a 20ª posição, sendo responsável por 1,1% da emissão mundial.
Considerando a emissão de CO2 per capita, [UPDATE] lista em português [/UPDATE] tudo (ou quase tudo) muda. Ainda em 2003, a emissão per capita dos EUA era 19,8 tonnes de CO2. Na Austrália, este número era 18, no Canadá 17,9, na Arábia Saudita, 13. A China, o Brasil e a India tinham emissões per capita de 3,2, 1,6 e 1,2 respectivamente.
Segundo a “Netherlands Environmental Assessment Agency” a emissão global de CO2 vindas somente de uso de combustíveis fósseis aumentou 2,6% em 2006 (menos do que em 2005, cujo aumento tinha sido 3,3%). O maior contribuinte foi o aumento de 4,5% no consumo global de carvão, principalmente pela China, responsável por 2/3 desta quantidade. A China ficou em primeiro lugar da lista dos países mais emissores, ultrapassando os EUA, principalmente por conta do aumento no uso de carvão e por ser responsável por 44% de toda produção mundial de cimento.
Em números brutos, considerando apenas gases liberados da queima de combustíveis fósseis e a produção de cimento, os EUA tiveram uma produção de 5,8 bilhões de toneladas métricas de CO2 enquanto a produção da China foi de 6,23 bilhões de toneladas métricas de CO2. A China se defende lembrando que sua população é 4 vezes maior que a população americana e, considerando a emissão per capita, os EUA ficam com 19,278 tonnes de CO2 por pessoa, enquanto a China fica com 4,763 tonnes, em 2006.
Já os europeus têm o que comemorar. Entre 2004 e 2005 o EU-15 (Austria, Bélgica, Dinamarca, Finlandia, França, Alemanha, Grécia, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Holanda, Portugal, Espanha, Suíça e Reino Unido) diminuiu suas emissões em 0,8%. Os maiores colaboradores foram a Alemanha (-2,3%), Finlandia (-14,6%) e a Holanda (-2,9%).
Para cientistas holandeses, se todo CO2 presente na atmosfera hoje fosse dividido entre os países responsáveis por suas emissões, os EUA seriam culpados por 27% do total, a União Européia por 20%, enquanto à China só caberiam 8%.
Sabia mais:
List of countries by carbon dioxide emissions – Wikipedia
List of countries by carbon dioxide emissions per capita – Wikipedia
Image:CO2 emission 2002
China now no. 1 in CO2 emissions; USA in second position
China Overtakes U.S. as No. 1 Emitter of Carbon Dioxide
Global and regional drivers of accelerating CO2 emissions
EU greenhouse gas emissions decrease in 2005