Esse domingo é dia de…

Fórmula 1!

Não, esse não é assunto desse blog, mas não dá pra deixar de comentar a não largada do Rubens Barrichello. Muito menos ainda comentar o pódio de Giancarlo Fisichella em sua super Force India.

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Créditos: Site oficial da F1.

Projeto Ciclo Faixa!
A Prefeitura de São Paulo em parceria com a CET, inauguraram nesse domingo a Ciclo Faixa. Diferentemente da ciclo via, que é uma faixa reservada para o trânsito de bicicletas todos os dias da semana, a ciclo faixa é uma via para lazer, reservada apenas em períodos determinados. Em São Paulo, a ciclo faixa terá 5 Km, ligando os Parques do Ibirapuera e do Povo e funcionará apenas aos domingos, das 7 da manhã ao meio-dia. 
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A ciclo faixa ainda é um projeto piloto, e funciona num horário bastante restrito – ainda mais aos domingos, que as pessoas costumam acordar mais tarde -, mas tem grande potencial para se tornar um projeto permanente e, porque não, mais extenso (em quilometragens e em tempo para uso). 
Alguns relatos mostram que o projeto ainda precisa ser aperfeiçoado – hoje, há locais onde os ciclistas tem que descer da bicicleta para continuar o percurso e outros onde é necessário andar pela calçada. Eu por aqui, sem bicicleta por aqui, torço para que não hajam abusos dos motoristas (que são pra lá de conhecidos e denunciados pelos ciclitas), nem abusos dos ciclitas (que já se mostraram para mim desrespeitosos tanto para pedestres quanto para motoristas). – Claro, “motoristas” e “ciclistas” nessa frase, não devem ser entendidos como generalizações, obviamente os motoristas desrespeitosos e os ciclitas mal educados são seres não queridos por suas “classes”.
Marina Silva no PV!
Hoje Marina Silva formalizou oficialmente sua filiação ao Partido Verde, após uma vida no Partido dos Trabalhadores
A senadora pelo PT-AC, Marina Silva, assim como muitos brasileiros, mostrava-se há muito tempo descontente com a atuação do PT nas questões ambientais. Já no ano passado, Marina Silva pediu demissão do cargo de Ministra do Meio Ambiente por causa das pressões sofridas por conta do PAC e os licenciamentos ambientais associados às obras. 
Marina Silva com a Executiva do PV, no dia 25 de agosto de 2009.
Pelo menos na lista de discussão dos Sciblings, Marina Silva como pré candidata à presidência em 2010 já rendeu dezenas de e-mails, seja por conta de sua filiação ao PV, seja por conta de sua crença religiosa. 
Do meu lado, espero ver as cartas na mesa e as propostas de todos os candidatos antes de tomar uma posição e, embora seja fã da história de vida e luta de Marina Silva, ainda acredito muito pouco que ela tenha apoio suficiente na câmara e no senado para governar como presidente – o que dificultaria nossa vida de brasileiros (ainda mais) por pelo menos quatro anos.
Exploração pré-sal!
Hoje também esteve no palco das decisões o anúncio das novas regras para a distribuição das rendas da exploração do petróleo e gás natural no pré sal. 
A exploração de petróleo e gás natural nessa região, localizada nos litorais de Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo deve tomar ainda mais corpo pois parece ir na contra-mão das novas estratégias de produção de energia no mundo, que, até a COP-15, em Copenhagen e após essa reunião que deve definir o futuro do protocolo de Kyoto devem fazer os países optarem ainda mais por energias limpas e renováveis.
Ainda do ponto de vista ambiental, a exploração do pré-sal deverá emitir cinco vezes mais gás carbônico do que  os campos de extração normais, segundo o Ministro Carlos Minc.
Saiba mais:
Ciclo faixa
Marina Silva
Pré sal

Vídeo fantástico: Aquário de Okinawa

Pra mim, uma das coisas mais legais de se viajar, é visitar museus de história natural, zoológicos e, é claro, aquários. Se bem tratados, se os ambientes estiverem enriquecidos com brinquedos e brincadeiras (como caça a comidas, por exemplo), os animais ficam muito mais felizes e obviamente evitam bastante o estresse que pode ser viver em cativeiro.

Uma das principais tarefas dos zoológicos e aquários é proporcionar aos animais a melhor vida que se possa ter e mais parecida com o que possa ser viver ao natural (óbvio que nunca vai ser igual ao da vida no ambiente natural, mas tem que ser muito próximo da realidade).

A outra função primordial desses locais é proporcionar aos visitantes um espaço de educação não formal especial, no qual se é convidado a aprender mais sobre os seres vivos e, no caso dos museus, dos não-vivos (como rochas e peças que fazem parte de uma cultura) e dos que já foram vivos, mas que podem já estar extintos. Com isso, os visitantes podem se abrir a conceitos mais amplos como de conservação e preservação do meio ambiente, respeito à vida e às sutilezas e maravilhas das diferenças entre os seres da mesma espécie e das imensas diferenças existentes entre organimos de espécies diferentes, todas dividindo nossa imensa bola azul.

Sabendo disso, recebi da Paula um vídeo do aquário de Okinawa que achei fantástico! E claro, agora vou ter que visitar o Japão e vou ter que ver esse aquário com os meus próprios olhos. Sonhar  não custa nada e é o primeiro passo para uma realização, então vou sonhando assistindo a esse vídeo. Aí vai (notem os tubarões baleia e as raias, que fazem um show particular – e comparem o tamanho do aquário e dos animais com o dos mergulhadores no canto inferior esquerdo):

Todos os créditos para Jon Rawlinson

Não é fantástico?

Vermicomposteira e a reciclagem de orgânicos

Grande parte dos resíduos domésticos são materiais de embalagens, que podem ser recolhidos pela coleta seletiva. Outra parte dos resíduos é orgânico, ou seja, são restos de comidas, frutas e folhas que geralmente vão para o lixo de não recicláveis.

Uma pena, pois esse lixo orgânico todo é material rico em nutrientes que podem servir para adubar plantas. Para não queimar as raízes das plantas, não atrair insetos ou produzir cheiros, os resíduos de alimentos devem passar antes por um processo de compostagem.

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Créditos: Flickr Mr. Bsod

Há algum tempo, construi uma vermicomposteira que fica na varanda do apartamento. Os materiais necessários para a construção são extremamente simples e fáceis de se encontrar. Tanto os materiais quanto o modo de fazer, foram descritos antes, neste post.

Existem vermicomposteiras prontas para se vender, que já vem, inclusive com as minhocas, pelo correio. É o caso das minhocasas. Mas, se você, como eu, prefere construir com as próprias mãos ou não tem recursos suficientes para comprar uma pronta, fica a dica do post sobre vermicompostagem.

É importante tomar algumas dicas:

– A minhocasa comercial tem, na última caixa, (a que não tem furos), uma torneira. A torneira não é necessária – o que é necessário é explicar a função dessa última caixa. Ela serve como depósito de xorume, um líquido extremamente nutritivo que é liberando pelos alimentos no processo de decomposição. O xorume deve ser recolhido nessa caixa a parte para regular a umidade dentro da vermicomposteira. O excesso de água no solo das minhocas e torna o ambiente desagradável a elas. A torneirinha da minhocasa comercial serve para ajudar a retirar o xorume, mas ela é dispensável se você não se importar em colher o xorume de outra maneira, com a ajuda de copos ou virando a caixa e recolhendo o xorume em outro recipiente. O que eu costumo fazer é recolher o xorume em um recipinte com um spray e aplicar nas plantas que cultivo na varanda, como nos meus tomates (nas folhas e no solo).

– Depois de construir a estrutura da vermicomposteira, é hora de colocar as minhocas! Claro, as minhocas não podem ficar sozinhas na caixa – minhocas não vivem em caixas, afinal. Vivem no solo. Portanto é extremamente necessário colocar antes das minhocas um substrato, onde as minhocas vão viver. Melhor dos mundos é colocar o próprio substrato onde as minhocas já viviam antes. Outra possibilidade é colocar húmus de minhoca, comprada em algum lugar (foi o que eu fiz) e outra possibilidade ainda é colocar solo que você mesmo pode coletar, mas é importante que ele não seja muito pobre em nutrientes, senão as minhocas vão sofrer.

– Antes de colocar qualquer resíduo para a reciclagem, as minhocas vão precisar de umas duas semanas para se acostumarem com a nova casa. Esse tempo também é interessante para equilibrar o ambiente dentro das caixas. É o tempo que todo um conjunto de organismos associados às minhocas, bactérias por exemplo, precisam para crescer e se multiplicar. Esses outros organismos, assim como as minhocas, são essenciais para a decomposição dos alimentos, e para a velocidade da decomposição deles também (quanto mais rápido, melhor – a demora em decompor pode emitir cheiro e não vai ser bom…). É nesse período também que você vai precisar estar bastante atento a umidade dentro da caixa e colocar mais água se o substrato estiver muito seco e colocar folhas secas, papel picado ou serragem caso o substrato estiver muito molhado.

– Minhocas, organismos associados e substrato equilibrado, pode-se começar a colocar os resíduos. Os resíduos devem ser enterrados no substrato, aumentando a possibilidade de contato deles com um ambiente agradável para as minhocas. Reserve um lado da caixa para não colocar resíduo nenhum, para as minhocas retornarem para o ambiente a qual já estão acostumadas, caso seja necessário. Prefira colocar os alimentos picados, pois isso facilita a decomposição e aumenta a velocidade do processo (e evita cheiros).

– Teoricamente, qualquer alimento pode ser colocado na vermicomposteira. Eu, particularmente, optei por fazer algumas restrições. Por exemplo:

  • Evito colocar frutas cítricas em excesso. Isso torna o substrato muito ácido, e como não quero adicionar nada para neutralizar a acidez, prefiro contralar não colocando cítricos.
  • Não gosto de colocar restos de alimentos que tenham muita gordura, como alimentos que foram fritos ou cozidos com muito óleo ou manteiga e gordura animal.
  • Também não coloco carnes. Elas são de difícil decomposição e produzem muito cheiro.
  • Alguns outros vegetais produzem cheiros com os quais eu não me incomodo, mas podem ser incômodos para algumas pessoas, como brócolis, repolho e couve-flor.
  • Não tive uma experiência muito boa colocando pães… eles acabaram fungando e as minhocas se recusaram a comê-los. Tive que tirar com a mão (usando luvas sempre, claro!)
  • Sementes não são uma boa ideia também. Elas adoram o ambiente cheio de nutrientes e germinam. Como não tem luz na caixa, germinam brancas (estioladas é a palavra). Elas germinam e obviamente começam a absorver nutrientes do substrato, o que não é uma boa ideia se você quer usá-lo como fertilizante para as plantas depois.

E vocês? Tem alguma dica ou tiveram alguma experiência interessante? Gostaria de fazer uma vermicomposteira também e tem alguma dúvida?

Copenhagen: desafios para um novo protocolo de emissões

O Protocolo de Kyoto tinha data para começar e tem data para acabar. Baseado em dados de emissão de gases do efeito estufa da década de 1990, o protocolo nem de longe é o melhor que os países podem fazer para diminuir a concentração de gases do efeito estufa presente na atmosfera além do que, já está pelo menos 20 anos defasado (leia mais sobre o protocolo de Kyoto aqui). Como o protocolo tem data para expirar (2012) é natural que os países signatários estejam se preocupando com os termos do seu substituto. 

A COP-15, que acontece no final desse ano em Copenhagen, deve ser crucial para as negociações acerca de novos termos e deve ser capaz de definir parâmetros e novas estratégias para a confecção de um novo documento. Será que os países signatários vão conseguir chegar a um consenso? Será que os países desenvolvidos vão conseguir reduzir suas emissões? E, mais importante, será que os países ditos emergentes, como Brasil, Índia e China vão concordar em ter metas de redução?

Em busca de respostas, a Universidade de São Paulo, representada pelo Instituto de Estudos Avançados, promoveu nessa terça-feira uma conferência com o ministro da Energia e das Mudanças Climáticas do Reino Unido, Ed Miliband. Antes da apresentação do ministro, professores da universidade e importantes nomes dos estudos das mudanças climáticas no Brasil tiveram tempo para expor suas opiniões. Entre eles, o Prof. Dr. José Goldemberg, o Prof. Dr. Jacques Marcovitch e o Dr. Luiz Fernando Furlan. 

A questão energética

Goldemberg, como sempre e dentro de sua especialidade, discutiu um pouco sobre a questão energética. Entre outras coisas, lembrou os ouvintes de que é necessário pensar que a energia trouxe bem estar e um nível de vida sem precedentes na história, mas que isso não significa que ela não deva ser modernizada. 

Como medidas para os países desenvolvidos, citou investimentos na melhoria da eficiência energética e no desenvolvimento em tecnologia para fontes de energia limpas e renováveis. Já para os países em desenvolvimento, é preciso uma política pública eficiente, que possibilite o desenvolvimento social, tecnológico e econômico de modo a garantir a conservação do meio ambiente – começando certo, e não tendo que mudar tudo como está acontecendo com os países desenvolvidos. Para o Brasil, redução do desmatamento da Amazônia, reflorestamento e uso de energias renováveis.

Para fechar com chave de ouro, Goldemberg assinala que devemos parar de agir com baixo-estima e síndrome de coitados e assumir responsabilidade pelas mudanças climáticas – afirmação com a qual eu concordo em gênero, número e grau.

A economia dos empresários

Furlan, como representante dos empresários, discutiu um pouco sobre o investimentos em desenvolvimento limpo e em produtos mais ecológicos. Sem deixar de lado o desenvolvimento economico, frisou que o consumidor deve estar preparado para assumir parte dos custos desse investimento. Pagar mais caro por produtos mais limpos ou assumir responsabilidade pessoal sobre o desmatamento da Amazônia foram alguns dos exemplos citados.

Em resumo, para os empresários, os produtos ou serviços “verdes” tem que ser economicamente vantajosos para a indústria e para isso, as pessoas devem estar dispostas a colaborar.

Nesse sentido, o Prof. Marcovitch ressaltou que apenas 10% dos empresários estão dispostos a investir em soluções criativas para as mudanças climáticas. Porém, mesmo que atrasados, os outros 90% tendem a seguir as ações dos 10% criativos.

O ministro britânico

A palestra de Ed Miliband foi excepcional no sentido de que trouxe para discussões os pensamentos e as dúvidas que todos temos em relação as mudanças climáticas, ao nosso estilo de vida e desafios pessoais que devemos ter. Citou que pessoas de diferentes países e culturas, com diferentes estilos de vida devem que estar unidos para desafiar as consequências das mudanças climáticas. Citou que, mesmo com responsabilidades diferentes, todos devem estar conscientes de que a mudança depende de todos. 

Todo mundo deve se perguntar que tipo de vida quer levar, que tipo de economia quer ter daqui pra frente, sabendo que, dependendo da resposta, o custo pode ser nossa sobrevivência. Nesse sentido, mudanças estão ocorrendo e oportunidades estão surgindo.

Vários setores devem estar unidos para que cheguemos a uma situação favorável. Como projetamos nossas cidades, nossas casas, como pensamos em mobilidade, investimos em transporte público, tudo deve estar conectado. Por isso, a Inglaterra acaba de lançar um plano de transição para uma política e economia de baixo carbono. O “The UK Low Carbon Transition Plan” pode ser downloadeado e lido aqui.

Uma das teclas na qual se insiste em bater faz referência a uma anotação feita no Protocolo de Kyoto e da qual o Brasil tem imensa participação durante as negociações lá entre 1994 e 1997 – as responsabilidades comuns, porém diferenciadas. Quer dizer que, os países desenvolvidos são os principais responsáveis pela concentração atual de gases do efeito estufa na atmosfera e tem que ter maior participação na divisão do “bolo” das medidas anti-emissões. Sobre esse assunto, Ed Miliband ressaltou que, em menos de 20 anos, a maior parte das emissões de gases do efeito estufa devem estar vindo de países em desenvolvimento. Isso chama para a discussão a posição de países emergentes durante a COP-15.

Para terminar Ed Miliband ressalta que a falta de liderança dos políticos não deve ser desculpa para uma falta de atitude e liderança entre as pessoas e que os jovens, que vão sentir por mais tempo as consequências das mudanças climáticas, devem estar ainda mais esperançosos com nossas possibilidades de mudanças.

Ed Miliband também falou um pouco sobre questões mais específicas do Brasil, como os biocombustíveis e a relação do mercado consumidor com as novas diretrizes de baixo carbono. Mais sobre esses temas no www.twitter.com/paulabio.