Primeiro Leilão de Créditos de Carbono gera R$ 34 milhões

Do Projeto Brasil
A Prefeitura de São Paulo arrecadou hoje R$ 34 milhões com a venda de 808.450 créditos de carbono do Aterro dos Bandeirantes, zona norte da Capital. Após o leilão, o Prefeito Gilberto Kassab anunciou um pacote de projetos para a área do entorno do aterro, com investimento total de R$ 48 milhões.
Ao todo, 14 empresas internacionais participaram do leilão. O Fortis Bank NV/AS, da Holanda, arrematou por €16,20 a tonelada de carbono equivalente, o que representou um ágio de 27,5% sobre o preço mínimo, de €12,70, fixado pela Prefeitura. A negociação foi realizada pela internet pela BM&F (Bolsa de Mercados e Futuros).
Via: – Blog do Nassif
Saiba mais:
Gazeta Mercantil
Agência Brasil

As nove estratégias para negar as mudanças climáticas

Um dos maiores problemas para quem informa e discute sobre mudanças climáticas e aquecimento global são as barreiras que o público-alvo ergue frente às críticas e novas informações. As vezes, estas barreiras são trazidas com experiências passadas ou com pré-conceitos estabelecidos com informações errôneas ou superficiais, com crenças ou ideais que o público sempre traz “na bagagem”. Para melhor lidar com elas, melhor conhecê-las.
1)A metáfora do compromisso deslocado – quando alguém diz “Eu protejo o ambiente de outros modos”
2) A condenação do acusador – quando alguém diz “Você não tem o direito de me cobrar”
3) A negação da responsabilidade – “Não sou causa desse problema”
4) A rejeição da culpa – “Não fiz nada de errado”
5) A ignorância – “Eu não sabia de nada”
6) A sensação de falta de poder individual – “Eu não faço nenhuma diferença” ou “O que adianta eu fazer se o outro não faz?”
7) Limitações genéricas – “Há muitos impedimentos”, “As dificuldades são tantas”
8) Pessimismo – “A sociedade é corrupta”, “O governo não se preocupa com este setor”
9) O apego excessivo ao conforto – “É muito difícil para mim mudar meu comportamento” ou “Não deixo de lado a praticidade”
Diante de tantas barreiras, o que fazer? Podemos reconhecer essa tendência à negação, encorajar respostas emocionais e desenvolver uma cultura de engajamento, que seja visível, imediata e urgente”, disse Marshall.
Outras estratégias já vividas por mim:
10) A religiosa – “Deus criou o mundo para que usufruíssemos dele e tirássemos tudo o que fosse da nossa necessidade”
11) A economica – “Mudar agora seria muito caro para as nações desenvolvidas” ou “Nenhuma nação vai parar seu desenvolvimento em pról do meio ambiente”
As 9 estratégias foram apresentadas por Suzanne Stoll-Kleemann, Tim O´Riordan e Carlo Jaeger em 2001 na revista Global Environmental Change. O texto foi modificado de “Prontos para Agir”, de Carlos Fioravanti, para a Revista FAPESP de agosto de 2007.

The future in our hands – 62ª Assembléia Geral da ONU

Acontece hoje a maior reunião de chefes de Estado já realizada para discutir o aquecimento global. É a 62ª Assembléia Geral da ONU, que acontece em Nova York e que conta com a participação de representantes de 150 membros da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre o Clima (UNFCCC, sigla em inglês). Mais de 70 chefes de estado estarão presentes.
O momento é favorável para o comprometimento e a construção de pilares importantes para as negociações sobre o novo acordo internacional, que extenderá o Protocolo de Quioto, a partir de 2012. O evento de hoje é um importante precedente para a Convenção em Bali que ocorrerá de 3 a 14 de Dezembro deste ano.
Segundo Ban Ki-moon, secretário geral da ONU, as negociações de hoje devem trazer um avanço na agenda do combate às mudanças climáticas em vários frontes, incluindo adaptação, mitigação, desenvolvimento de tecnologias limpas, desmatamento e mobilização de recursos. “Deve existir uma resposta política para os mais recentes relatórios científicos do IPCC. Todas as nações devem fazer o máximo para finalizar um acordo pós-Quioto até 2009.”, acrescenta Ban Ki-moon.
As consequências
De acordo com as piores previsões feitas pelo IPCC, caso nenhuma ação for realizada para diminuir a emissão dos gases do efeito estufa, a temperatura da Terra poderá aumentar 4,5ºC ou mais.
Os efeitos desta mudança climática já podem ser sentidos, de acordo com o Painel. O Ártico está aquecendo duas vezes mais rápido que a média global e os efeitos de atividades humanas nestas mudanças foram documentadas. Em outras regiões,como na África, são observadas secas severas, desertificação e instabilidade do abastecimento de comida. Regiões que dependem do suprimento de água das geleiras, estão com o abastecimento em risco. Já em outras partes são esperados alagamentos e aumento do nível dos oceanos, caso nenhuma atitude seja tomada. As mudanças climáticas são ainda mais intensas em regiões mais pobres do mundo, segundo o IPCC.
Isto torna as negociações entre os chefes de estado urgentes. “O tempo para ações decisivas em escala global chegou” disse o secretário geral da ONU.
O encontro de hoje intitulado “O futuro em nossas mãos: direcionando as lideranças para os desafios climáticos” apresentará uma sessão aberta, seguida por quatro plenárias simultâneas, com foco nos seguintes temas: adaptação, mitigação, tecnologia e finanças. As plenárias podem ser seguidas por webcasts, clicando AQUI.
Mais informações:
Folha de São Paulo
The Future in our Hands: Addressing the Leadership Challenge of Climate Change – Site oficial do encontro, em inglês.

Pausa

Caros,
O Rastro de Carbono ficará sem atualizações até a semana que vem. Estou me mudando, então espero a compreensão de todos. Acredito que até o meio da semana que vem estarei de volta com as postagens.
Paula

Agenda – 26 a 28 de setembro

O que: Conferência Nacional de Bioenergia (evento pago)
Onde: Maksoud Plaza – Alameda Campinas 150 – São Paulo
Quando: de 26 a 28 de setembro de 2007
Objetivo: Debater e abordar a bioenergia de forma abrangente, desde avanços científicos e tecnológicos até seus impactos sociais, econômicos, regionais e ambientais envolvidos com o tema estratégico.
Temas:
+ “O programa de bioenergia do Estado de São Paulo”
+ “Políticas públicas e inovação para o desenvolvimento da bioenergia”
+ “Política energética de biomassa no Estado de São Paulo”
+ “Pesquisa e desenvolvimento tecnológico para a produção da bioenergia”
Detalhes da programação – AQUI
Mais informações:
BIOCONFE
Agência FAPESP

NASA desenvolve novo modelo climático

Cientistas da Nasa, a agência espacial norte-americana, desenvolveram um novo modelo climático que pode ser aplicado para o clima atual e com os parâmetros de um cenário de aquecimento global, com 5ºC a mais na temperatura média atual e o dobro da concentração de gases do efeito estufa na atmosfera.
As simulações computacionais representam o tempo e o clima em regiões com centenas de quilômetros de extensão. Os modelos avaliam condições favoráveis à ocorrência de tempestades, em intensidades variáveis.
Em condições climáticas atuais, os pesquisadores Tony Del Genio, Mao-Sung Yao e Jeff Jonas, do Instituto Goddard para Estudos Espaciais, verificaram episódios de tempestades violentas globalmente e alta prevalência de raios sobre regiões tropicais, especialmente na África e na Amazônia. Também identificaram a quase ausência de raios em tempestades oceânicas.
Para o cenário hipotético de aquecimento global, a análise identificou que os continentes se aqueceriam mais do que os oceanos e que a altitude em que os relâmpagos se formariam se elevaria para um nível em que as tempestades seriam ainda mais vigorosas. Raios produzidos por fortes tempestades poderiam causar incêndios em áreas secas.
Via: Agência FAPESP
Artigo completo: Will moist convection be stronger in a warmer climate?

CO2, todo mundo emite

Imagine a vida que você leva. Chega do trabalho, acende as luzes da sua casa, vai tomar um banho de 8 minutos. Usa o fogão à gás para fazer sua comida (hoje tem bife acebolado!!!), ou, se já está pronta, usa o microondas para esquentá-la. Senta em frente à televisão, assiste algum telejornal e depois um filme. Desliga tudo e vai dormir (mas a TV, o DVD ficam em stand-by). O reloginho do microondas também permanece aceso.
No dia seguinte acorda, toma um café da manhã rápido e vai para o trabalho (25 minutos de carro). Liga seu computador e acelera o serviço até a hora do almoço. Aproveita e manda imprimir os últimos relatórios (mas imprimir usando a frente e o verso das folhas de papel vai consumir o dobro do tempo). Como o almoço é rápidinho, não vale a pena desligar o computador, então ele fica ligado. Ás vezes nem o monitor a gente se lembra de desligar. Mais meia jornada de trabalho e é hora de voltar pra casa (mais 25 minutos de carro) e o ciclo recomeça.
No feriado prolongado, nada como uma viagenzinha. Nem que seja pra ir só até o litoral. 6 horas, por causa do congestionamento. Carro ligado, motor esquentando, o combustível queimando. Chega na praia exausto, mas vai pra areia beber uma cervejinha gelada e comer uns petiscos. No final do dia recolhe as latinhas, a garrafa PET, os plásticos e papés dos petiscos, põe tudo na lixeira e vai pra pousada. Final de semana perfeito. 6 horas pra voltar pra casa. Maldito congestionamento.
Nesta vida simples, sem viagens de avião e considerando que a maior parte da energia elétrica que chega na nossa casa é renovável (vindo das hidreléticas), você, sozinho, terá emitido pelo menos 4 toneladas de carbono em um ano. E isso é só a média de quem vive em grandes centros urbanos no Brasil. A média nacional era de 0,5 toneladas CO2/ano em 1994 e passou para 1,6 toneladas CO2/ano em 2003.
Isso tudo sem contar o consumo das empresas, que também adiciona muitas toneladas neste cálculo pessoal, das quais somos indiretamente responsáveis.
Mas de onde vem este carbono todo?
Nossa emissão pessoal é resultado do consumo direto de luz e combustíveis, e do consumo indireto de fertilizantes e agrotóxicos que vão pros nossos vegetais, do metano liberado pelos animais (de onde tiramos carnes, leites e derivados), da energia gasta para produzir as embalagens de papel e plástico que protegem a comida que compramos, da enegia gasta para produzir nossas roupas, sapatos.
Acrescente a isso a energia gasta para construir e manter patrimônio público (escolas, hospitais, prédios do governos, bibliotecas públicas, museus, estações de trem e metrô etc.), o banco e os caixas eletrônicos, o supermecado, a usina hidrelétrica e todo metano que foi liberado do alagamento de áreas verdes onde agora está a represa. A lista é grande e não pára por aqui. E isso porque nem somos grandes poluidores (lembre-se que a média de carbono emitido por um americano é 20 toneladas de carbono por ano – bem maior que a média brasileira).
Basicamente, tudo que fazemos dentro de casa e dentro de uma cidade geram, direta ou indiretamente, gases do efeito estufa. Somos 6 bilhões de seres humanos na Terra, todos lançando toneladas de gases do efeito estufa na atmosfera todos os anos. E este é o custo ambiental de estarmos vivos.

Diminuir nossas emissões
nem é tão difícil assim. E depois, quando não há mais nada que possa ser reduzido, vale a pena pensar em projetos para neutralizar o carbono restante. O nosso rastro de carbono será bem menor, a um custo bem baixo. E isso sem pensar no que os governos e as empresas podem fazer. No fim, é possível passar por aqui e deixar nossa pegada. E ela nem precisa ser de carbono.

Água

O blog é sobre aquecimento global e mudanças climáticas. Mas uma das principais ações que podemos tomar é evitar o desperdício e diminuir o consumo. Então, por que não falarmos de água?
Visitei o site da SABESP e achei um monte de informação. Primeiro, não sabia que a SABESP tem um curso gratuito, de 4 horas para o público geral sobre Pesquisa de Vazamentos. Tudo para evitar o desperdício e saber detectar vazamentos. Bárbaro.
O site da SABESP traz várias informações sobre o nosso consumo de água. Por exemplo, no Brasil, o consumo de água por pessoa pode chegar a mais de 200 litros por dia. Para se ter uma idéia, de acordo com a ONU, cada pessoa necessita de cerca de 110 litros de água por dia para atender as necessidades de consumo e higiene.
E para evitar o desperdício é fácil! Veja só este dado: se uma pessoa demora 5 minutos para escovar os dentes e mantém a torneira bastante aberta o tempo todo, ela gasta aproximadamente 80 litros de água. No entanto se molhar a escova e fechar a torneira e reabrir só para enxaguar a boca e a escova, o gasto é de aproximadamente 1 litro de água!!! Mais dicas de economia você encontrará aqui.
A SABESP têm um serviço on-line para simular o consumo de residências. A simulação é bem simples e toma pouco tempo. Faça a sua simulação clicando na figura abaixo.

E, para terminar, vou deixar um Quiz-Desafio! Você sabe usar água de maneira inteligente?

Encontro sobre mudanças climáticas em Viena chega ao fim

(Viena, 31 de agosto) A rodada de discussões sobre mundaças climáticas chegou ao fim em Viena. Estiveram reunidos mais de 900 representantes das partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC, sigla em inglês), ONGs e imprensa.
“Os países puderam reavaliar o grande cenário do que é necessário para identificar os pilares chaves para uma efetiva resposta às mudanças climáticas” disse Yvo de Boer, Secretário Executivo da UNFCCC. “Há um consenso de que a resposta precisa ser global, com o envolvimento de todas as nações e que é necessário dar igual importância a adaptação e a mitigação.”
Os representantes dos países membros da Convenção também discutiram como a resposta pode ser viabilizada por uma estratégia que abre caminhos para o fluxo financeiro com investimentos em ações ecologicamente corretas e ações preventivas. Esta discussão foi baseada em um relatório sobre os invenstimentos e fluxo financeiro para o desenvolvimento de uma resposta internacional efetiva e apropriada, apresentada por um Secretário de Mundanças Climáticas da ONU.
“O relatório mostra claramente que a eficiência energética pode trazer reduções reais de emissão a baixos custos”, disse Yvo de Boer. “E também mostra que muitas destas oportunidades estão nos países em desenvolvimento (referindo-se aos Mecanismos de Desenvolvimento Limpo – MDL), mas que também os países industrializados precisam de estratégias agressivas para reduzir emissões”.
O grupo dos países do Anexo I reconheceram oficialmente a indicação do IPCC, de que as emissões globais precisam atingir um pico nos próximos 10-15 anos e então serem reduzidas a níveis baixos, bem abaixo da metade dos níveis de 2000, até metade do século XXI.
Tradução minha.
As reuniões podem ser assistidas através de Webcasts. Clique aqui para saber mais.
Para o comunicado completo em inglês clique aqui.
Update
Mais informações via Agência CT

Países definem consenso na faixa de redução de gases de efeito estufa

A reunião preparatória para a Conferência da Partes da Convenção Quadros das Nações Unidas sobre a Mudança Global do Clima (COP 13), que aconteceu em Viena, Áustria, na semana passada, produziu um documento no qual os países industrializados entraram em consenso de que é preciso reduzir entre 25% a 40% os gases de efeito estufa até 2020.
“Este documento já é o começo das discussões que serão mantidas em Bali, no final do ano. Além de dar continuidade ao debate sobre o potencial de mitigação dos países industrializados”, explicou José Domingues Miguez, coordenador geral de Mudanças Globais do Clima do Ministério da Ciência e Tecnologia e integrante da comitiva brasileira no evento.
Na reunião de Viena, que reuniu autoridades de cerca de 150 países, foi apresentado um relatório do Grupo de Trabalho de Mudanças Climáticas da Organização das Nações Unidas (ONU), que informa ser necessário investimentos adicionais de cerca de US$ 210 bilhões por ano, até 2030 – a maior parte em países em desenvolvimento – para manter as emissões dos gases que causam o efeito estufa em seus níveis atuais.
A reunião da COP 13 acontecerá no período de 3 a 14 de dezembro em Bali, na Indonésia, e iniciará um processo de discussão das negociações para o próximo período do Protocolo de Quioto, que encerra em 2012. Os países têm até 2010 para estabelecerem novas normas. Atualmente grupos de trabalho da ONU já se preparam para o debate de metas para os países industrializados e qual o período do novo compromisso.
Rachel Mortari – Assessoria de Imprensa do MCT