E o que me resta é bem pouco

Post de alerta para o Dia da Mata Atlântica

Alvorada lá no morro, que beleza
Ninguém chora, não há tristeza
Ninguém sente dissabor
O sol colorindo é tão lindo, é tão lindo
E a natureza sorrindo, tingindo, tingindo
( a alvorada )

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Fonte fotografia
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Fonte fotografia

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Fonte fotografia

Você também me lembra a alvorada
Quando chega iluminando
Meus caminhos tão sem vida
E O QUE ME RESTA É BEM POUCO
OU QUASE NADA, do que ir assim, vagando
Nesta estrada perdida

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Música: Alvorada, Cartola.

Pegada 26 – É melhor ser panda…

Um querido parceiro de trabalho me mandou o link para essa camiseta, ontem.
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É… a situação tá tão feia lá no pólo Norte que tá mais vantajoso ser panda.
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Rumplo

O vídeo da caixa de pizza – um comentário

Ao escrever esse post, 41 pessoas opinaram em relação ao vídeo sobre a caixa de pizza. E, eu fiquei muito surpresa com o resultado da enquete até agora.
Está assim:
17 pessoas acharam interessante, mas não viram nada de ecológico na caixa, uma vez que, após o fim da pizza (no meu caso, em casa esse tempo é igual a aproximadamente 20 minutos) a caixa vai pro lixo de qualquer modo.
12 pessoas acharam pratico, facil de usar e bom porque poupa a lavagem dos pratos – essa resposta não carrega necessariamente nenhuma preocupação ambiental – pode ser apenas que alguém tenha achado prático e ponto. Isso não significa que algumas ou todas as pessoas que votaram não ficaram preocupadas com o meio ambiente e, por exemplo, votaram por se preocuparem com a economia de água.
10 pessoas acharam a proposta de reutilizar a embalagem, mesmo que só para guardar a mesma pizza que veio nela, sensacional.
2 pessoas não usariam a caixa como proposto, acharam feio, chato e bobo – ou outra coisa.
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Quando eu vi esse vídeo pensei em dar minha opinião sobre o produto – como ultimamente ando meio de mau-humor, fatalmente minha opinião seria algo do tipo “meu!!! é lixo, velho!”. Por isso resolvi fazer a enquete.
Fiquei muito feliz com a diversidade das respostas.
Algumas pessoas pensam no meio ambiente antes – estão com os 3R´s (redução, reaproveitamento e reciclagem) na cabeça – e por isso, eu imagino, devem ter escolhido a resposta sobre o conceito por trás do produto ou, eventualmente, a resposta que sugere economia de água.
Outras, como eu, mau humoradas ou não, perceberam que, além de uma caixa de pizza, suporte para comer pizza e embalagem para pizza, o produto não tem mais utilidade além de alguma-coisa-de-pizza… e vai pro lixo mesmo – reciclável, é claro (mas só a tampa, se não estiver cheia de queijo – a parte de baixo, com gordura, vai pro lixo convencional ou pra vermicomposteira).
Outras ainda pensaram no aspecto prático da coisa – e podem ou não ter pensado no aspecto ambiental. Fato é: para ser um bom produto, tem que ser prático. Não adianta ser “verde” se não for prático – bom aviso aos navegantes e marketeiros em geral que insistem em empurrar para os “verdes” produtos “ecológicos” absolutamente inúteis ou difíceis de usar.
Muito obrigada pela opinião de todos! – mesmo que nós todos não sejamos tantos assim – já tinha sido alertada sobre a furada de fazer enquete em blogs, mas não resisti e devo fazer novamente.

MSN Verde e mitos verdes

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Pois… eu não conhecia. Quem me indicou foi a @Oliveiral, lá pelo twitter. Ela também me pediu pra comentar, se eu pudesse, a matéria “5 mitos verdes“, e, como em 140 caracteres isso é impraticável, resolvi fazer um postzinho.
Mito número 1: Alimentos orgânicos são sempre a melhor opção.
Não, não são. E a matéria diz isso muito bem. Os alimentos orgânicos só valem a pena se forem comparados com alimentos convencionais (não-orgânicos) que foram produzidos à mesma distância da sua casa. Se você está em São Paulo e quer escolher entre um suco de uva orgânico produzido no Rio Grande do Sul e um suco de uva convencional produzido em Jundiaí, prefira o suco convencional, que emitiu menos gases do efeito estufa para serem transportados do local da produção até a sua casa.
A matéria só dá uma dica estranha, sobre ser tudo bem se você consumir frutas com cascas grossas que eles não deixam passar pesticidas. Lembre-se se você está optando por um produto orgânico não está optando porque ele não está contaminado com pesticida, mas também porque a produção dele respeita o meio ambiente – ter casca grossa ou casca fina, nesse caso, não ajuda em nada o meio ambiente e lavar bem frutas, legumes e verduras é fundamental independentemente da casca – aliás, se não for lavar pelos pesticidas, lave bem porque os alimentos orgânicos tendem a ter mais microrganismos nas cascas, folhas, raízes etc do que os convencionais.
Mito número 2: Carros híbridos são mais ecológicos.
Então… também não são mais ecológicos necessariamente. Até porque tudo vai depender de que tipo de energia o carro é capaz de hibridizar. Se ele for um híbrido de gasolina com querosene não vai ser ecológico nunca (óbvio que os carros híbridos disponíveis no mercado não hibridizam isso – é só um exemplo).
O híbrido para ser ecológico deve usar pelo menos um combustível renovável ou biocombustível. Nem um carro movido à gasolina e a eletricidade (a maioria dos carros híbridos é assim) vai necessariamente ser ecológico se a matriz energética do país onde ele vai rodar for em sua maioria proveniente de combustível fóssil – e, portanto, a eletricidade que abastece o carro for produto da queima de um combustível fóssil (como carvão, por exemplo). Leia mais sobre carros elétricos aqui e sobre carros híbridos aqui.
Óbvio que sempre melhor é ter um carro que use energia renovável ou bioenergia para funcionar mas fique atento aos carros que se dizem super cleans, movidos à hidrogênio, por exemplo. Já falamos dele aqui.
A matéria se limita a falar que é melhor pensar duas vezes antes de comprar um carro novo, seja ele qual for – o que eu concordo plenamente – mas falha em explicar o que são carros híbridos.
Mito número 3: Desligar o ar-condicionado do carro ao dirigir economiza combustível.
Desligar qualquer coisa ao fazer qualquer coisa geralmente economiza energia. No caso do ar-condicionado do carro, em algumas situações, ele gasta mesmo menos energia do que se você deixasse os vidros abertos – mas isso só se você estiver a uma velocidade tal que a resistência oferecida pelo vento é tão grande que seu gasto de combustível para manter a velocidade do carro é muito maior do que de deixar as janelas fechadas e ligar o ar-condicionado.
A situação é tão particular que o melhor mesmo é deixar o ar-condicionado desligado – mas não precisa morrer de calor por causa disso, fato.
Mito número 4: Se todos plantarem muitas árvores, o aquecimento global será revertido.
Eu espero que ninguém saiba que “ao ‘respirar’, as florestas ajudam a diminuir a temperatura e a quantidade de poluentes do ar e que suas folhas absorvem a luz do Sol, ajudando a resfriar o planeta” porque é uma groselha enorme. Ao ´respirar´as plantas emitem CO2 assim como nós. O que as plantas fazem de sensacional é FOTOSSÍNTESE e esse processo sim, tira CO2 da atmosfera e transforma em glicose, que no final das contas pode servir como energia para a planta realizar os mais diversos processos – como produzir flores, por exemplo, ou para crescer e acumular carbono na madeira – e então servir como um sumidouro de carbono.
E tudo também depende de onde a árvore será plantada – porque dependendo do lugar, ela vai causar mais transtornos do que trazer benefícios – por exemplo, se você resolver plantar uma árvore na sua calçada que amanhã vai derrubar os fios de eletricidade ou quebrar o asfalto da rua.
A matéria acerta ao dizer que geralmente as plantas ajudam a diminuir a temperatura do local onde estão, mas esquece de dizer que de nada adianta plantar árvores se as fontes de emissão de gases do efeito estufa não estiverem controlados.
Se você preferir apoiar algum programa ambiental, fiscalize se o trabalho está sendo bem feito e não lave suas mãos só porque deu dinheiro. Fora isso, pare com essa ideia de fazer neutralização de carbono quando você mesmo sabe que diminuir os gases estufas do planeta é um problema de AGORA, não de daqui a 20 anos quando a sua árvore estiver crescida.
Mito número 5: Viver uma vida verde é muito caro.
O que é caro, meu chapa, são os “produtos ecologicamente corretos” que andam empurrando para você. Viver uma vida verde é um estilo de vida que passa longe de “comprar”. E, se comprar, passa mais perto do “comprar com consciência” do que “comprar o que chamam de eco-qualquer-coisa”. A matéria acerta em focar esse ponto.
O não-consumo é irmão gêmeo da vida verde então é muito barato. Invés de comprar produtos, compre cultura, lazer. Isso sim vai te apresentar como viver verde é prazeroso.
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Escreveu também sobre isso: Blog Vivo Verde

Resenha: Prós e contras da globalização

A coisa que acredito ser a mais difícil nessa história toda de tentar “viver verde” é buscar o local em detrimento do global. Dessa maneira, pregar sobre consumir e produzir localmente em um mundo globalizado é uma tarefa árdua, mas não impossível. E não é só isso. Governo, instituições públicas e privadas, pessoas como nós, deveríamos, em termos ambientais, pensar cada vez mais em melhorar nosso local invés de incentivar a busca insana de empregos, produtos, estilos de vida no exterior. Maluco? Impossível?

Recusar que vivemos em um mundo globalizado é negar o óbvio. Temos cada vez mais os poderes dos países, a cultura, a economia, o meio ambiente, todos eles moldados por fluxos de  ideias originadas nos mais diversos cantos do planeta, vindos das mais inesperadas fontes. Regional ou globalmente, todos tem voz, através de mídias sociais, TV, sites, rádio e órgãos oficiais dos governos, como ONU, UNFCCC, UE, G-20, OMC, ANSA, FRANSA, entre outros grupos. São ouvidos aquelas ideias que conseguem atender os interesses da maioria – claro, vale ressaltar que esses interesses nem sempre são sadios.

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Pensadores da globalização são divididos em dois grupos, os céticos e os globalistas que tem visões bem diferentes, desde os conceitos da globalização até as novas ordens mundiais estabelecidas pelo fenômeno. Em algumas ocasiões, os pensadores céticos, por exemplo, acreditam que a globalização vai fortalecer os Estados e a identidade nacional, principalmente porque estão o tempo todo submetidos às novas ideias e propostas que vêm de fora. Os globalistas, por outro lado, acham que a globalização vai aumentar o multilateralismo, desgastando a soberania das Nações, bombardeadas por movimentos rápidos de pessoas, capitais, conhecimentos e culturas. Esse debate e suas posturas, todas contraditórias, podem ser entendidas no livro Prós e contras da globalização, por David Held e Anthony McGrew.

Ainda não há uma corrente de pensadores que conseguem sintetizar o melhor dos dois mundos, céticos e globalistas. Em termos ambientais, penso que devemos aproveitar as tecnologias e conhecimentos globais para melhorar a vida das pessoas dentro dos próprios países. É economicamente mais viável produzir milhares de produtos na China porque lá a mão de obra é abundante e barata mas, em se tratando de sustentabilidade onde o cenário é dividido pelos planos econômicos, sociais e ambientais, produtos chineses respondem só um em três quesitos. 

Produtos locais, por outro lado, podem fortalecer a economia local, respeitar o ambiente e as pessoas que consome e produzem o produto. Podem, mas isso não é 100% verdade. Entretanto, é mais fácil fiscalizar e exigir das instituições e dos governantes quando estamos perto do que está acontecendo. Estar longe só traz um sentimento de passividade da maioria da população. No Brasil, é o que vemos na Amazônia e em Brasília.

Prós e contras da globalização, David Held e Anthony McGrew, 2001 é da Editora Jorge Zahar e foi uma cortesia para este blog.

Deu merda!

Piada por piada – lavar salada, tirar fantasia do blue man group, fazer xixi na chuva – uma outra piada mostra que, fazer piada (piada, piada, piada) para falar de assunto sério não necessariamente funciona. É, SOS Mata Atlântica… deu merda. (e nem vem falar que essa é de mau cheiro gosto e a primeira não, que não vai colar comigo!)
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Blog Faça cocô no banho
– Agache-se e abrace essa causa.
Me lembrou muito a chacota feita à neutralização de carbono pelo site “neutralização de traições“. Vale a pena ver.
Pena, que nenhum dos dois fui eu quem fiz… (não! não o xixi ou o coco, nenhum dos dois sites/blogs)
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Vi no G1

Pegada 25: Enquete – o que você achou desse vídeo?

Free Blog Poll
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Via: Felipe Epaminondas

Pegada 24 – Eu tenho uma dúvida!

Então… complementando o post abaixo, me ocorreu mais uma coisa!
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Se 75% das pessoas já desbebem no banho, que raios de economia vai ser essa?

Durante o banho, lavar a salada antes ou depois da calcinha?

Devemos à Índia e ao Paquistão gratidão eterna pela inveção do que para mim é o principal artefato dos banheiros urbanos da atualidade: o vaso sanitário. Claro… não como o conhecemos atualmente, mas, lá pelos idos de 2.500 a.C., latrinas ligadas a um sistema de corrente de água podiam ser usadas, desde que as pessoas estivessem de cócoras.
Coube aos egípcios o aprimoramento do sistema – a partir de 2.100 a.C, já se podia descomer sentado! Uma perfeição que só foi ultrapassada mil anos depois, quando o sistema sentar + dar descarga foi aprimorada pelos povos do oriente.
No Ocidente? Pasmem… no Ocidente a coisa desandou. Gregos e troianos se entendiam pelo menos em uma coisa: descomer ao ar livre. Já os para os romanos, que deviam mesmo gostar de mostrar suas obras, tudo era feito em grandes banheiros públicos – que também serviam de local para promoção de banquetes e debates! Sensacional! Em Roma, o sistema era bem parecido com o usado no Egito: sentado com fluxos de água para levar tudo embora. Pena que com a queda do Império Romano, os grandes debates e banquetes foram se extinguindo, assim como o uso coletivo do banheiro.
A popularização do vaso sanitário Europa afora só seu deu em 1668, a partir da França, quando um decreto determinou que deveria existir pelo menos um banheiro em cada casa. Em 1778, o inglês Joseph Bramah criou um vaso sanitário acoplado a uma descarga hídrica, que por muitos anos ficaria restrito à alguns usos.
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Mas o que isso tem a ver com calcinha e salada? Bom, todo mundo sabe que esse negócio de descomer e desbeber em qualquer lugar pode ocasionar doenças – no caso do desbeber não pelo conteúdo em si, mas, assim como o descomer, pelos seres vivos que ele pode atrair – e, inclusive, seres vivos causadores de doenças.
A última campanha do S.O.S. Mata Atlântica sobre economia de água é uma loucura! Para economizar água vamos fazer o quê? Deixar de lavar o carro com tanta frequência? Trocar a válvula hidra do vaso sanitário por um sistema inteligente de dois volumes? Diminuir o tempo do banho? Recolher água da chuva? Não lavar a calçada? Fechar a torneira para escovar os dentes, lavar os cabelos ou ensaboar a louça? Aproveitar a água da máquina de lavar para lavar o quintal? Não!!!!
A bola da vez é FAZER XIXI NO BANHO (porque, aparentemente, é uma ação que todos podem fazer)! Óbvio, segundo o site, no começo do banho, senão fica cheiro, né? Resta saber como ficam os respingos nos azulejos! E o mal cheiro no ralo? Meu banho é ultra rápido – geralmente desligo o chuveiro para me ensaboar e para lavar o cabelo – não vai dar pra diminuir o cheiro!
Fora isso, segundo o gráfico apresentado acima, é possível economizar água no banho lavando roupa íntima e salada. Salada? Como assim, Bial? Antes ou depois da calcinha?
Mas, não paramos por aí! Apesar da aparente perfeição técnica dos criadores e diretores Eduardo Lima, João Linneu, Fabio Fernandes, Henrique Lima, Julio Zukerman e Fábio Simões (comentado nos mais conceituados blogs de publicidade – aqui e aqui), aparentemente é razoável fazer xixi na chuva (na fazenda, ou numa casinha de sapê também?) e embaixo de árvores (e viva a cultura greco-romana!) – como pode ser visto no gráfico abaixo (se bem que não peguei a ideia de como fazer xixi na chuva gasta água (será que devemos pedir pra São Pedro fazer parar de chover naqueles minutinhos fatídicos?):
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Deixo a bola pra vocês… mas quando eu acho que tem gente que deveria parar de ajudar o planeta, é dessas e outras que eu me refiro. Só espero que ninguém saia por aí sugerindo que voltemos às fossas sépticas – lá não se gasta nem uma gota de água!
Fazer xixi no banho? Tô fora!
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Informações históricas: Fernando Dannemann
Mais sobre o tema: De repente
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UPDATE
No orkut, tem mais discussão sobre esse post rolando na comunidadePediatria radical.

Uma semana luminosa no ScienceBlogs Brasil

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Semana que vem será uma semana iluminada e luminosa no ScienceBlogs Brasil.
Os blogueiros prometem tentar escrever sobre mil temas relacionados a LUZ, desde fenômenos ópticos, economia de energia elétrica, usos da luz nos mais diversos campos do conhecimento científico, e muito mais!
Os sciblings querem convidar você para participar desse papo cheio de energia e esperam ansiosos as mais diversas contribuições!
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