2º dia em Manaus: Presidente Figueiredo

 Em nosso segundo dia em Manaus, saímos da cidade bem cedo para visitar Presidente Figueiredo, que fica a 107Km da capital e é conhecida como a Terra da Cachoeiras e do Cupuaçú.

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Nossa primeira visita foi à Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Cachoeira da Onça, reserva que abriga a Cachoeira da Onça, batizada assim por um famoso curandeiro da região quando avistou pela primeira vez uma Onça Pintada às suas margens.
 
A cachoeira fica a 3Km do início da Trilha do Tauarí e a caminhada por ali é muito tranquila, há poucas raízes no caminho e o trajeto é plano, facilitando a caminhada de sedentárias como eu.

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 Naquele dia fomos as primeiras a percorrer aquele trajeto e no meio do caminho fomos surpreendidas pela pegada de outro visitante (ou morador):

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Vocês arriscariam palpitar de quem seria esta pegada? Eu particularmente não quis pensar nisto enquanto ainda estava na trilha, um procedimento pertinente eu diria, para quem de cara percebeu que era grande demais para ser de um cachorro ou de um gato.
 
Eis que chegamos à cachoeira! Um lugar maravilhoso que toda a família pode visitar, porque o poço é relativamente raso e as corredeiras abaixo da cachoeira são tranquilas. Mas todo cuidado é pouco quando se trata das pedras escorregadias, afinal a Floresta Amazônica é muito úmida e os musgos A D O R A M.

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E falando em musgos, gostaria de pedir aos visitantes que não escrevessem nas pedras da cachoeira porque os microrganismos que vivem ali são removidos mecânicamente quando você resolve deixar sua marca. Por mais pequenos que sejam, eles estão presentes e fazem uma falta danada para aqueles que tem neste substrato seu principal alimento.
  A trilha do Tauarí é uma ótima pedida para quem deseja aprender mais sobre as árvores da Amazônia, o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) realizou um excelente trabalho identificando algumas espécies de árvores ao longo da trilha.
 
Deixando a Cachoeira da Onça para trás, seguimos em direção às corredeiras do Rio Urubuí, um local muito visitado pelos moradores da região.
 
Lá aconteceram alguns eventos que descreverei resumidamente: apertei meu dedo na porta do carro, desci as corredeiras a bordo de uma boia, bebi uma quantidade considerável de água do rio, perdi a ternura e fui embora. Mas o lugar é lindo, basta ser um poquinho mais esperto que eu que dará tudo certo. Dica: desça as corredeiras com a boca fechada. A foto abaixo indica o que você não deve fazer.

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Depois do episódio constrangedor seguimos para a RPPN Reserva Ecológica Cachoeira do Santuário, um lugar maravilhoso!
 
Devido a época chuvosa na Amazônia, os níveis da cachoeira estão mais altos e isto aumenta sua beleza na mesma proporção em que aumenta os riscos de acidentes. Portanto, nesta época não é recomendado se aproximar da queda d’água, principalmente com crianças. Uma queda desta cachoeira só pode resultar em duas coisas: morte ou vários ossos quebrados. Não dê trabalho!
 
Abaixo uma foto da cachoeira nesta época de cheias:

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  Depois da visita a Presidente Figueiredo, voltamos a Manaus, exaustas, mas ainda ansiosas para curtir a noite na praça do Teatro Amazonas, um lugar extremamente agradável e aconchegante nas noites dos fins de semana.
 
No nosso terceiro dia na cidade, contarei mais a respeito da praça, do Teatro e das atrações gratuitas promovidas ali.

Algumas informações importantes:
Entrada para a Cachoeira da Onça: R$10,00
Entrada para a Cachoeira Santuário: R$ 10,00
Entrada para as Corredeiras do Urubuí: Grátis

Postado por: Thanuci

1º dia em Manaus: A Capital

Esta foi a viagem mais distante que já fiz em toda minha vida. Nunca havia percorrido mais que 700Km para chegar ao meu destino e chegar até a Amazônia me parecia surreal comparado às minhas experiências turísticas. Foram 7 horas de “viagem” com escala em Brasília para enfim chegarmos a Manaus.

Fiz esta viagem esperando encontrar uma cidade grande como São Paulo, aquela correria toda, pessoas pra lá e pra cá apressadas, engarrafamentos, um grande centro comercial.
Mas Manaus não é apenas assim, a situação lá é um tanto quanto mais complicada e delicada por se tratar de um ponto muito procurado por turistas. Isso traz muitos benefícios para a população local, mas o trabalho ilegal também existe.

Encontrei uma cidade imensa, com ruas lotadas como uma boa metrópole, mas com certo descaso quanto à sinalização e tamanho das ruas, dos pontos de ônibus e das placas de trânsito. Lendo o jornal da cidade percebi que os acidentes de trânsito são problemas graves da capital.

No nosso primeiro dia, precisávamos sair do centro e chegar até o Bosque da Ciência, mantido pelo INPA, que fica a aproximadamente 14Km do local onde estavámos hospedadas. Infelizmente as placas dos pontos de ônibus não apresentavam informações corretas sobre as linhas que circulavam ali e segundo o morador para o qual pedimos informações, se fôssemos pelas placas não chegaríamos a lugar algum. Uma pena.

Então, depois de um parto para encontrarmos o ônibus e 40min de viagem pela cidade para chegar em nosso destino, finalmente encontramos o bosque. Quando entramos no local, vi as ariranhas, os peixes-boi, nos perdemos dentro do parque e fomos embora pela primeira saída que encontramos, já que não havia nenhuma pessoa que pudesse nos ajudar a ver mais alguma coisa. Sempre soube que o trabalho do INPA é sensacional, mas não foi dessa vez que consegui bater um papo com eles, talvez o dia e horário não fossem propícios.

Na volta do passeio no parque fiquei impressionada com a quantidade de ruínas pela cidade. Casarões antigos pichados com barcos abandonados “estacionados” na sua garagem, muito lixo nas calçadas e crianças “trabalhando” como guias turísticos e motoristas de barcos como forma de reabilitação para usuários de drogas. Reabilitação? Foi muito triste ver as crianças trabalhando de forma ilegal em prol do seu sustento.

Manaus será uma das cidades que abrigará jogos da copa do mundo e um novo estádio está sendo construído na cidade. Mas e o resto?

Considero Manaus as portas para a Amazônia, mas para o turista que a visita se motivar a descobrir o que há por trás daquela selva de pedras, muita coisa tem que mudar.

No próximo post contarei as belezas de Manaus e da região, então vocês saberão porque vale a pena visitá-las e porque já estou com vontade de voltar!

Postado por: Thanuci

Conhecendo a Amazônia

Este mês meu orientador me deu a oportunidade que eu esperava há muito:
conhecer a Amazônia.

Viajarei com mais duas colegas de laboratório para Manaus e passearemos
pela região para conhecer suas reservas naturais e produzir um software
sobre turismo ecológico e respeito ao meio ambiente. Ele meu deu uma
viagem de trabalho, eu sei, mas é a viagem de trabalho que eu queria!
Além disso, eu já produzi muitos materiais didáticos na minha graduação e
realmente gosto do que faço, então, o trabalho é o de menos.
Adoro passeios e trilhas (exceto aquelas que não condizem com minha
realidade sedentária) e como sei que muita gente também gostaria de
conhecer a Amazônia, farei uma espécie de diário de bordo aqui no RdC,
contando minhas experiências no Amazonas e falando um pouco mais sobre o
bioma Amazônia, aquela imensidão altamente diversa que nem uma vida
seria suficiente para desvendar tanto mistério e beleza! Não é à toa que
atrai tantos olhares, cobiçosos ou não.
E falando em beleza amazônica, minha maior expectativa nesta viagem é
poder ver as ariranhas em seu habitat natural, com toda a sua ternura
(nem tanta ternura assim) e seu charme.

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A floresta Amazônica ocupa hoje uma área de aproximadamente 5,5
milhões de km2 e está contida na bacia Amazônica, a qual ocupa 7 milhões
de km2 abrangendo 9 países: Brasil, Bolívia, Peru, Equador, Colômbia,
Venezuela, República da Guiana, Suriname e Guiana Francesa.
A vegetação da região é composta por árvores altas, de folhas largas e
copas fechadas, proporcionando sombra e dificultando a proliferação de
espécies reasteiras.
O clima é quente e úmido devido a proximidade com a linha do Equador, e a
região apresenta apenas duas estações definidas: o inverno seco e o
verão chuvoso.
Vamos deixar a geografia para o parágrafo e acima e dar uma olhada nas
nossas expectativas turísticas:

Conhecer o Bosque
da Ciência
, mantido pelo Instituto Nacional de Pesquisas da
Amazônia (INPA). Este bosque foi criado no projeto de Difusão Científica
e de Educação Ambiental do instituto para proporcionar uma nova opção
de lazer e divulgação de ciências para os moradores de Manaus e
turistas como nós.

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Conhecer o Teatro Amazonas, o segundo maior teatro da Amazônia
inaugurado em 1896 no auge do Ciclo da Borracha.

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Visitar o encontro das águas, onde as águas barrentas do Rio
Solimões se encontram com as águas escuras do Rio Negro e seguem sem se
misturarem por mais de 6 km devido às diferenças de densidade e
temperatura dessas águas.

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Conhecer Presidente Figueiredo, cidade que abriga a usina de
Balbina e é conhecida como “a cidade das cachoeiras” por possuir mais de
100 cachoeiras em seu território. Além disso, a cidade se destaca na
produção de Cupuaçú, um fruto de polpa ácida que movimenta a economia da
cidade.

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Deixarei para contar mais detalhes quando estiver lá, aguardem! 😉

Post escrito por: Thanuci