Roda Viva ontem

Ontem não… Na verdade, semana passada.

Estava eu, segunda-feira passada a esta hora, sendo maquiada (!!!) para participar do Roda Viva ao lado da Maira e da Clau Chow. O entrevistado? O presidente da FUNAI, Márcio Meira. O que o Rastro de Carbono tem com índios? Talvez (mas só talvez) o Markun saiba responder.

A entrevista não foi lá aquelas coisas. Não que os entrevistadores não tivessem feito sua parte. As perguntas eram sensacionais, e tão cheias de informação, que as respostas deixaram muito a desejar. Ainda estou me perguntando se a culpa é da situação ou do presidente, mas tenho aqui minha resposta preferida.

Tento me fazer entender assim: quem é índio? Pelo estatuto de índio:

Art.3º Para os efeitos de lei, ficam estabelecidas as definições a seguir discriminadas:

I – Índio ou Silvícola – É todo indivíduo de origem e ascendência pré-colombiana que se indentifica e é intensificado como pertencente a um grupo étnico cujas características culturais o distingem da sociedade nacional;

Quem quer ser índio? Bom… tirando uma meia dúzia que acham uma maravilha se auto-nomear índio, mesmo não sendo, para “tirar proveito” dos 13% de terras destinadas a 0,3% da população nacional. Pena, desses 13% tudo é do governo. A exploração pode, desde que sustentável. A renda é pouca. Luz elétrica? Água encanada? Postos de saúde e médicos de plantão? Só para a imensa minoria. Ser índio não é fácil. E, não só isso, ser índio é ser de mais de 200 populações distintas, que falam cerca de 180 línguas distintas. Quem é índio? E, afinal, quem não é?

Os casos são muitos. É índio que morre queimado em ponto de ônibus, é índia estuprada. É índio que agride. É índio que é agredido, é índio com imensas dificuldades de inserção no que é “ser brasileiro”. É índio que cobra pedágio, que é alcoolatra. É índio que faz tráfico de drogas é índio que nem sabe que Portugal existe. Enfim… com isso, dá pra dar sempre a mesma resposta a qualquer pergunta que se faça. E as agressões? E o desmatamento? E a exploração em terras indígenas? “Depende… cada caso é um caso.”

Twittar no Roda Viva é um show a parte. Até porque, todo meu conhecimento sobre o “detrás das câmeras” era da câmera de algum colega ou parente. Televisão é uma caixa mesmo… Luzes, câmeras, ação! Desliga o celular, retoca a maquiagem. Aperta aqui, puxa o fio dali. Twitta, twitta, twitta. Ouve pergunta, ouve resposta. E se passam duas horas sem se notar.

O que tiro dessa experiência? A oportunidade é excelente. O canal está aberto. Acho que temos, finalmente, uma TV democrática.

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P.S. Dado mais importante e impressionante para mim nessa história toda (e nem foi o presidente da FUNAI quem falou): De toda área desmatada da Amazônia, somente 1,14% estão dentro de terras demarcadas indígenas.

Co-estrelando: Carlos Hotta

É com imenso prazer que apresento a vocês o primeiro colaborador do Rastro de Carbono: Carlos Hotta.

O Carlos também é biólogo e, além de, a partir de agora, publicar no Rastro de Carbono, também publica no joguinhos viciantes, o blog de jogos do hitechlive e no brontossauros em meu jardim. Resumindo: um blogueiro de carteirinha.

Vou deixar o próximo post pro Carlos se apresentar e apresentar o que pode fazer como colaborador do Rastro de Carbono.

Diz aí, Carlos!

P.S.: Por último, e definitivamente o mais importante, o Carlos é a pessoa com quem eu, além de dividir os posts do Rastro, também divido a minha vida.