O mistério da La Gioconda

Há quase dois anos, quando cheguei ao musée du Louvre – foto de fundo do meu twitter -, fiquei maravilhada. A estação do metrô é temática com imagens egípcias; no subsolo da entrada, olhei para cima e me vi dentro da pirâmide de vidro; comprei o ticket na máquina; e precisei escolher por qual ala entrar das rosas dos ventos. Passei as quase sete horas mais felizes admirando diversas culturas: francesas, italianas, gregas e – claro – egípcias.
Logo ao chegar, não tive dúvidas. Peguei o gigantesco mapa, mirei na Monalisa. Sem parar, fui direto ao quadro. Encontrei a sala por trás da tela. Quando olhei pela porta, uma multidão se aglomerava. Se acotovelava, chiava, os guardas gritavam para não tirarem fotos. Respirei fundo e entrei.
Precisei de quinze minutos até ficar cara a cara com a moça. Na minha frente, uma grade como de show, um palco com guardas e o pequeno quadro envolto em vidro. Uau. Impossível descrever a sensação.
Forcei a vista. Queria descobrir se ela sorria. Não consegui. Mas pude observar como o tempo desgastou a obra. Sem notar uma pincelada. Um trabalho genial, minuciosamente científico, diria. Fui embora aproveitar o “resto” do museu satisfeita. Estaria eu com um sorriso no rosto? Talvez.

USP lança graduação on-line e SP inaugura bilioteca. Tudo de ciências

A Universidade de São Paulo (USP) oferecerá o curso de Licenciatura em Ciências por ensino a distância. Será o primeiro curso de graduação da universidade oferecido on-line e fará parte do Programa Universidade Virtual do Estado de São Paulo (Univesp), iniciativa da Secretaria Estadual de Ensino Superior.
O curso já foi aprovado pelo Conselho Universitário. Mas quer focar a formação de professores de ciências para o ensino fundamental. “O projeto pedagógico do curso é inovador, pois promoverá o ensino multidisciplinar, que permitirá a integração das grandes áreas do saber, como física, química, astronomia e sociologia, por exemplo”, diz a reitora  Suely Vilela.
 
Não é lindo? Achei na medida. Perguntei para a assessora quando as inscrições estarão abertas, mas ela ainda não sabe.
Mais dados sobre o curso
Carga horária: 2.835 horas, 48% serão presenciais, sendo 405 horas destinadas às práticas como componente curricular, 420 horas ao estágio curricular supervisionado e 210 horas às atividades acadêmico-científico-culturais.
Vagas: 360 vagas anuais, distribuídas em quatro pólos, com 90 alunos cada, nos campi de São Paulo, Ribeirão Preto, Piracicaba e São Carlos.
Vestibular: será realizado pela FUVEST. O vestibular deverá oferecer bônus de forma a priorizar o ingresso de professores sem curso superior, que atuem em docência na educação básica; licenciados em área diferente de sua formação e com experiência docente; portadores de diploma de conclusão de curso superior oficial ou reconhecido e com experiência docente em qualquer área; egressos do ensino médio com tempo mínimo de quatro anos de formados; e portadores de certificado de conclusão do ensino médio ou equivalente.
BIBLIOTECA DE CIÊNCIAS DA CIDADE DE SÃO PAULO
Essa outra dica foi dada por um dos leitores – e amiga minha – deste blog. Este mês, foi inaugurada a Biblioteca de Ciências Mário Schenberg – a primeira destinada apenas à ciência nesta louca cidade! Segundo o site da prefeitura, seu acervo é voltado à divulgação da cultura científico-tecnológica. E o objetivo é fazer com que os jovens tenham contato com a ciência e se interessem por ela – claro.
O site da biblioteca exibe os 60 mil títulos disponíveis no local e reúne a programação mensal. Ele está uma gracinha, veja aqui. Indico uma navegação pela parte de “Ciências e Cientistas”. Para quem quer ingressar nesse vasto mundo científico, com certeza, a biblioteca é um bom começo!
Ah, você deve estar se perguntando, quem foi Mário Schenberg? De acordo com o colégio localizado na Grande São Paulo que leva seu nome, Mário Schenberg é considerado um dos pioneiros da física teórica – que usa modelos matemáticos e conceitos físicos com técnicas como lógica e análise – e da astrofísica – parte da astronomia que aplica a física – moderna no Brasil. Nasceu no Recife (PE), em 2 de julho de 1914.

Blogueiros no programa do Ronnie Von

Há duas semanas recebi um telefonema. Era da produção do programa Todo Seu, da TV Gazeta, apresentado pelo galã Ronnie Von. “Vamos fazer uma pauta sobre blogs, você topa?” Sim.
Ontem, dia do bate-papo, chegamos à noite na emissora – claro. Passamos a pauta, fizemos maquilagem, arrumamos as madeixas… Tudo para ficar apresentável no vídeo.
O programa reuniu um blogueiro de cada assunto. O que, sem dúvida, deixou a conversa mais rica por apresentar diversas facetas dos blogs. Sem mais, seguem as fotos dos “bastidores”.  Veja o vídeo da primeira parte da entrevista aqui e da segunda parte aqui.

Rodrigo, do Censurado; Fernanda, do Fake Doll; Ronnie Von; eu; e Marcelo, do Pergunte ao Urso.

O gosto dos tomates não é mais o mesmo

Evito comer tomates, ultimamente. Maduros ou levemente verdinhos, nem coloco no prato. Logo eu que não vivo sem salada.
Há seis meses, tenho notado que esse fruto que compramos – na feira, fresco – está estranho. Para conferir minha dúvida, perguntei para minha mãe: “Notou que o gosto dos tomates não é mais o mesmo?”
“Sim!”, respondeu de imediato. Sei lá o que acontece. Nunca bebi agrotóxico puro, mas agora tenho a impressão de comer esse produto no lugar do tomate. Mais alguém concorda comigo?
Mesmo assim, às vezes cedo à nostalgia. Ontem de madrugada, mandei a ver num lanche irresistível de tomate pelado. Fome!
Obs.: Segunda-feira, dia 16, estarei no programa “Todo Seu”, apresentado pelo “bonitinho” Ronnie Von, para falar sobre blogs. Mais colegas participarão também. Entre eles, dos blogs Pergunte ao Urso e Nova Corja Censurado. Ueba.

Veja imagens da colisão entre satélites americano e russo

Você soube que, terça-feira, dois satélites se chocaram no espaço? Que ironia, um era russo e outro americano… Veja notícia aqui ou entenda mais ali. Segundo o que li em sites internacionais, a Nasa avisou os russos da possível colisão antes dela acontecer.
Essa foi a primeira vez que dois satélites em órbita se chocam. Achei a história tão de ficção científica que fui atrás de imagens para entender o acontecimento. Melhor seria se encontrasse fotos!
Quer ver como foi a colisão? Este site é bem bacana. A empresa Agi desenvolve vídeos, imagens e simulações em 3D sobre eventos espaciais. Ela fez uma espécie de passo a passo explicando como foi a batida entre os satélites Iridium 33 e Cosmos 2251. Divirta-se! Ah, está em inglês, mas uma imagem vale mais que mil palavras.
Não basta poluir a Terra, tem que exorbitar
De acordo com dados da Nasa, existem cerca de três mil objetos em funcionamento em volta da Terra. E mais outros três mil lixos. Se continuar assim, será que um dia nos pareceremos com o lindo Saturno? Ou seremos conhecidos por nossos amigos extraterrestres como os porquinhos?
A imagem ao lado – clique nela para baixá-la – mostra a quantidade de dejetos úteis ou inúteis que circundam a Terra. Ela foi criada pela Agência Espacial Européia (ESA, em inglês) e o tamanho de cada “lixo”, levemente, aumentado.
Historinha
O primeiro satélite artificial da, então, União Soviética data de 1957. Ele marcou o início da utilização direta do espaço para a ciência e atividade comercial, diz a Nasa. Em 1964, foi colocada em prática a primeira televisão via satélite para transmitir os Jogos Olímpicos de Tóquio. Atualmente, o número de objetos lançados para a órbita da é de, em média, 200 por ano.
Aliás, lembrei. Adoro o clipe da música “Derretendo satélites” cantanda por Paula Toller. Refrão:

Falando absurdos
Virando a noite
Perdendo senso
Derretendo satélites
Falando tudo
Voando a noite
Ouvindo estrelas
Derretendo satélites

Tá na hora tá na hora, tá na hora de doar

Hoje é o aniversário do meu querido Charles Darwin. Parabéns para seus 200 aninhos! Um dia chego lá.
Então, folião, anote na agenda. Segunda-feira, dia 16, sai o Bloco da Solidariedade com bateria, rainha Raíssa Oliveira, mestre-sala e porta-bandeira da Escola de Samba Beija-Flor de Nilópolis. Com o enredo “Tá na hora de doar”, de Clovis Pê e Gilson Bernini, o Instituto Nacional de Câncer (INCA) quer incentivar a doação de sangue. Os bailarinos Carlinhos de Jesus e Ana Botafogo, padrinhos da campanha, mostrarão o samba no pé.
A meta da instituição é conseguir 450 doações de sangue na semana que vem. Na época do carnaval, o INCA afirma que o estoque do Banco de Sangue fica reduzido em 50% devido à baixa procura por parte dos doadores.
Quer sair no bloco? Anote o endereço:
Rio de Janeiro, 11 horas, no pátio do prédio da Coordenação de Administração do Instituto, na Rua do Rezende 128, Centro.
Quer doar sangue? Veja os requisitos:
Qualquer pessoa entre 18 e 65 anos, em boas condições de saúde e que esteja pesando mais de 50 kg pode doar. Os homens podem doar de dois em dois meses, até quatro vezes ao ano. As mulheres, de três em três meses até três vezes ao ano. O Banco de Sangue do INCA situa-se na Praça Cruz Vermelha, nº 23, no Centro do Rio de Janeiro.

Zoológico economiza um milhão e trezentos mil litros em um mês…

…apenas ao adotar uso racional da água. Achei tão grande a quantidade – apesar de não saber o total do consumo mensal – economizada com ações básicas que todos deveriam tomar, então resolvi postar.
A Fundação Parque Zoológico de São Paulo é a mais nova parceira do Programa Uso Racional da Água (PURA) desenvolvido pela Sabesp. Segundo a instituição, o PURA tem objetivo de atuar na demanda de consumo de água dos estalecimentos públicos e privados do estado.
O estabelecimento adota ações tecnológicas e medidas de conscientização para enfrentar a escassez de recursos hídricos. Nas dependências do Zoológico, por exemplo, vasos sanitários, torneiras e bebedouros foram trocados por equipamentos com fechamento automático, que não esperdiçam água. Além disso, são realizadas vistorias para detecção de vazamentos – o mínimo!

Charles Darwin: evoluir ou morrer

Definitivamente, 2009 é um ano para comemorar a ciência. Na área de “biológicas”, cerca de 40 países realizarão eventos para festejar os 200 anos do nascimento de Charles Robert Darwin e os 150 anos da publicação do seu revolucionário livro “A Origem das Espécies”.
 
Aquariano – como eu! – o inglês visionário nasceu no dia 12 de fevereiro de 1809. Certa vez, em 1835, resolveu visitar um arquipélago chamado Galápagos, pertencente ao atual Equador. Por cerca de um mês, coletou plantas e observou a vida animal. De volta ao frio londrino, utilizou suas observações e anotações para, em 1859, publicar o tão famoso livro que teve sua primeira edição esgotada em um dia.
 
Atualmente, falar que os seres evoluem de ancestrais comuns não é novidade – graças ao Darwin. Mas imagine na época. Na Europa, Igreja Católica ainda era forte, ditava as regras e até pensamentos da sociedade.
 
Aliás, ainda hoje existem pessoas que acreditam no criacionismo, ou seja, que Deus criou num toque de mágica todas as espécies. Recentemente, a então candidata americana Sarah Palin afirmou o criacionismo publicamente. O que revoltou cientistas do mundo todo.
 
Enfim, 150 anos se passaram de bafafá. De fósseis e mais fósseis provando que o inglês estava certo. De DNA confirmando a mesma história. De possíveis mutações em mosquinhas dizendo que nos adaptamos ou morremos.
 
Até que, no ano passado… A mesma Igreja Católica voltou atrás. Disse em alto e bom tom: a Teoria da Evolução é compatível com a Bíblia! Juro! Leia mais aqui. Ué, a Bíblia é interpretada. Agora, os católicos podem observar Adão e Eva como uma evolução de outros primatas. Taí a importância de Charles Darwin que faleceu doente, em meio a tanto estresse em torno da sua obra, aos 73 anos.
 
Darwin está para a biologia como Galileu Galilei para a física. Este, sim, teve que negar sua teoria para não morrer nos mãos da igreja. Mas, antes do último suspiro, soltou: “Eppur si muove”. Para saber mais, clique aqui.
 
Curiosidades:
 
Robert Darwin, pai do Darwin, queria que o filho tivesse uma carreira eclesiástica;
A viagem a bordo do HMS Beagle durou cerca de três anos e passou por toda a América do Sul;
O capitão do navio, FitzRoy, quase não aceitou Darwin devido à forma do seu nariz;
O naturalista era chamado pelos colegas marinheiros de “Philos”;
Em 1832, Darwin esteve no Brasil e considerou a escravidão ofensiva;
No final da vida, todo dia intercalava caminhadas com longas horas de estudo;
Darwin está enterrado na Abadia de Westminster perto de Isaac Newton;
Em 2006, morreu aos 175 a tartaruga Harriet que, dizem, foi adotada por Darwin como animal de estimação.
Obs.: Este post também foi publicado no Amálgama, um blog sobre cultura que abriu um espaço para a ciência. Eba! E clique na imagem para ir à página do Ano de Darwin no Brasil e aqui para conferir a página da web que disponibiliza boa parte de sua obra, em inglês.

O carnaval e a ciência

O carnaval sempre esteve na minha vida da mesma maneira que a ciência faz parte dela. Como nasci no país tropical, mês de fevereiro quando tem carnaval, o tema das minhas festinhas de aniversário eram sempre fantasias, confetes e serpentinas. Alegres como eu.
Aliás, sabia que hoje a diva-musa-brasileiríssima Carmen Miranda completaria 100 anos? Pois é… Nasci no mesmo dia que ela – vixe, falei. Na minha última viagem ao Rio de Janeiro, no ano passado, tive o desejo mórbido de visitar o túmulo dela. Todo de pedra na cor vinho. Está conservado.
Bom, mas estou falando de nascimento e não morte. Hoje me peguei matutando: o que é que a ciência tem a ver com o carnaval? Tudo porque a Tine Araújo, no blog “Eu, Eu Mesma e Tine”, lançou a idéia de fazermos posts contando historinhas sobre o carnaval. Pô, minha outra paixão.
É sabido que várias vezes temas científicos se tornaram enredos de escola de samba. Em 2004, por exemplo, a Casa da Ciência da Universidade Federal do Rio de Janeiro ajudou a Unidos da Tijuca no “O sonho da criação e a criação do sonho: a arte da ciência no tempo do impossível”. A escola foi vice-campeã.
Mas, na realidade, o carnaval nasceu da ciência. Ou melhor, devido à falta de conhecimento científico. Cerca de 600 a 520 a.C., os gregos realizavam cultos para os deuses em agradecimento pela fertilidade do solo e produção dos alimentos. Passado alguns anos, os gregos mais os romanos inseriram bebidas e práticas sexuais na festança. E, assim, fez-se o carnaval.
Nossos antepassados gregos e romanos conheciam, muito bem, técnicas eficazes de agricultura. Porém o fruto colhido era visto como uma agraciação dos deuses. E não apenas como o resultado da aplicação da prática científica. Viu? Então vamos comemorar! Para saber mais sobre história do carnaval, sugiro aqui.
Laboratório na avenida
Fique de olho nos enredos deste ano que têm pitadas científicas: Unidos da Tijuca sob o tema “Uma Odisséia sobre o Espaço”, Porto da Pedra com “Não me proíbam criar. Pois preciso curiar! Sou o país do futuro e tenho muito a inventar”, X-9 com “Amazônia… conseguimos conquistar com o braço forte… do esplendor da Havea Brasiliensis à busca pela terra sem males”, Vai-Vai com “Mente sã e corpo são”, Gaviões da Fiel com “O sonho comanda a vida, quando o homem sonha o mundo avança. A fantástica velocidade da roda para a evolução humana. É pura adrenalina!”, Mocidade Alegre com “Da chama da razão ao palco das emoções… Sou máquina, sou vida… Sou coração pulsando forte na avenida!”.
Isso, sim, é um Carnaval Científico – e eu poderia perder o trocadilho? Jamais!

Ilustrações de ciência para as crianças

E para os adultos também! Às vezes estamos tão tristes, que uma das maneiras de sonharmos e reencontrarmos – ou criarmos – nossos objetivos é olhando para a criança que existe dentro de nós. Um clichê, uma cafonisse tremenda, mas é verdade. Certa vez, em uma época da minha vida, me sentia tão perdida que me recolhi em mim. Quieta, perguntei para aquela criança de 20 anos atrás: “O que você quer ser quando crescer?”
Hoje, a dica que deixo é de um site foférrimo. Chama-se Children Illustrators. Ele possui uma parte dedicada apenas para ilustrações ligadas à ciência e à natureza. Clique aqui para ver. A imagem ao lado retirei dele. Eles têm também duas animaçõezinhas, confira aqui. O site possui os contatos dos ilustradores e link para os sites deles.