Na Ciência 26/Jul – 01/Ago/2007

O que houve de interessante nas publicações científicas da semana de 26/Jul a 01/Ago de 2007.
1) Cheque-mate.
2) O poder do ozônio na superfície terrestre.
3) Emissão natural de carbono.
4)Outros artigos interessantes.
1) Cheque-mate.
Donald Kennedy, Editor-in-Chief da Revista Science, mostra o que o congresso americano tem feito e discutido para conter as emissões de CO2 nos EUA. Uma vez que já há um certo consenso científico, é hora de propostas e políticas governamentais. Donald Kennedy cita algumas propostas entre elas a dos senadores Jeff Bingaman (Democrata) e Arlen Specter (Republicano). Leia o texto na íntegra aqui (em inglês).

2) O poder do ozônio na superfície terrestre.
Um novo modelo para entender mudanças climáticas prediz que aumento na concentração de ozônio próximo à superfície da Terra poderá causar envenenamento nas plantas, diminuindo a capacidade das plantas de fazer fotossíntese, ou seja, de absorver o CO2 proveniente da atmosfera. O ozônio presente na estratosfera protege a Terra dos raios ultravioletas do sol, mas o ozônio formado mais próximo à superfície terrestre pela reação do óxido nitroso presente na fumaça da queima de combustíveis fósseis com outros gases do ar tem este efeito tóxico.
Saiba mais em:
+ Carbon sinks threatened by increasing ozone – Michael Hopkin Nature
+ Stich et al. 2007 – Indirect radiative forcing of climate change through ozone effects on the land-carbon sink – Nature
3) Emissão natural de carbono.
Pela primeira vez, 41 lagos presentes nos 5 continentes foram estudados quanto aos seus balanços de carbono, Alin e Johnson, da Universidade do Minnesota, calcularam que a rede de lagos emite naturalmente um total de 86 milhões de toneladas de carbono/ano, o equivalente às emissões anuais da Espanha.
Saiba mais:
+ Earth sciences: Carbon lost from lakes
+ Artigo completo na Revista Global Biogeochemical Cycles
4)Outros artigos interessantes:
+ Four Climate Cycles of Recurring Deep and Surface Water Destabilizations on the Iberian Margin – Science
+ Driving a wedge into the Amazon – Nature

Texto Luis Nassif

Luis Nassif publicou hoje (06/08) no blog Luis Nassif on-line, aba economia, um texto interessante sobre O Brasil e as Mudanças Climáticas. Não poderia deixar de indexar neste blog.
No site “Projeto Brasil“, do mesmo jornalista, há informações sobre um fórum de debates, que será realizado dia 09/08 em São Paulo. Para saber mais, clique aqui.

Na Ciência 19/Jul – 25/Jul/2007

O que houve de interessante nas publicações científicas da semana de 19/Jul a 25/Jul de 2007
1) O Poker das Mudanças Climáticas.
2)Propostas governamentais para redução das emissões de GEE nos EUA.
3)Foco para ações a curto-prazo.
4)Livro
1) O Poker das Mudanças Climáticas.
Colin Challen, membro do Parlamento Inglês, fala sobre as metas de redução de GEE e explica como é difícil, numa democracia, convencer eleitores sobre tomadas de decisão, principalmente as mais caras, como para conter um perigo iminente como o aquecimento global, que ninguém vê ou quantifica, ainda mais com incertezas sobre se a diminuição nas emissões vai realmente conter o aumento da temperatura.
Saiba mais:
Playing Climate Change Poker Science Magazine

2)Propostas governamentais para redução das emissões de GEE nos EUA.
Ewen Callaway escreve sobre a proposta dos EUA em relação a cortes nas emissões de carbono, principalmente sobre a proposta dos senadores Bingaman e Specter. A proposta inclui redução de 60% sobre os índices de 2006 até 2050, cotas e mercado de carbono. A proposta ainda inclui a criação de fundos para pesquisa em tecnologia de baixa emissão e veículos.
Saiba mais:
US proposal for carbon cuts offers compromise Nature
3)Foco para ações a curto-prazo.
Experts britânicos criticam o foco das projeções climáticas atuias e clamam por concentrar os estudos em consequências a curto prazo (30-50 anos a partir de agora), o que, segundo eles, facilitaria a decisão de políticas públicas. Os experts também criticam o IPCC por não oferecer um guia prático para iniciar ações, apenas atua como instrumento de convencimento de que o problema existe.
Saiba mais:
Get practical, urge climatologists – Modellers call for better information for policy-makers. Nature
4)Livro
The Callendar Effect: The Life and Work of Guy Stewart Callendar (1898–1964), the Scientist who Established the Carbon Dioxide Theory of Climate Change é comentado por Robert J. Charlson. Saiba mais aqui (em inglês)

Agenda – 6, 7 e 8 de agosto

O que: Ciclo de Conferências Mudanças Globais e Gestão da Água.
Onde: Universidade de São Paulo (USP)
Quando: 6, 7 e 8 de agosto de 2007
Programa:
Dia 6 – 14h
Lutas Sociais pela Água na América Latina
José Esteban Castro (Universidade Newcastle, Reino Unido)
Área de Ciências Ambientais/IEA e Procam/USP
Dia 7 – 14h
Os Impactos das Mudanças Climáticas sobre os Pequenos Países Insulares
Adérito Santana (Instituto Nacional de Meteorologia de São Tomé e Príncipe)
Dia 8 – 10h
Infrastructure Regulatory Systems in Europe
Georg Meran (Universidade Técnica de Berlim e Instituto Alemão de Pesquisa Econômica)
Saiba mais: http://www.agencia.fapesp.br/boletim_dentro.php?id=7545
O evento terá transmissão ao vivo em www.iea.usp.br/aovivo

Últimas Notícias IV

O que jornais, revistas e internet noticiaram relacionado a mudanças climáticas esta semana.
1)A indústria brasileira e o ano nacional do desenvolvimento limpo.
2)EPA prevê poucos impactos econômicos para cortes de CO2 nos EUA.
3)Blackle salva até 20% de energia em monitores CRT.
4)Sistema de refrigeração à base de energia solar.
5)Carne é grande contribuinte do aquecimento global, diz estudo.
1)A indústria brasileira e o ano nacional do desenvolvimento limpo.
José Domingos Miguez, coordenador geral de Mudanças Climáticas do MCT, falou sobre a importância dos relatórios do Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC, sigla em inglês), sobre os investimentos em projetos MDL no Brasil, sobre o princípio da responsabilidade comum, mas diferenciada dos países da Convenção-Quadro da Mudança do Clima das Organizações das Nações Unidas (UNFCCC, sigla em inglês) e sobre o futuro dos projetos MDL a partir do próximo acordo, que deverá substituir o Protocolo de Kyoto a partir de 2012.
O evento ocorreu dia 18/07 e mais informações podem ser lidas aqui.

2)EPA prevê poucos impactos econômicos para cortes de CO2 nos EUA.
Ao contrário do que se suspeitava, a diminuição nas emissões de CO2 pelos EUA não trará efeitos econômicos muito catastróficos. O estudo foi realizado pela Agência de Proteção Ambiental (EPA, sigla em inglês) dos EUA e prevê apenas 1,6% de comprometimento econômico até 2030.
Saiba mais:
Carbono Brasil
3)Blackle salva até 20% de energia em monitores CRT.
Dizem que o fundo branco-letra preta que usamos para várias tarefas no computador (de Microsoft Word ao site de busca da Google) é herança dos nossos tempos de papel e lápis. Mas o fato é que o fundo branco usa até 20% a mais de energia do que o fundo preto, em monitores do tipo CRT (os antigos, que parecem uma televisão), embora pareça não fazer diferença para os modernos monitores de LCD. Para os aficcionados em economizar energia, já existe a plataforma Blackle que se utiliza dos mecanismos da plataforma Google para pesquisas, só que em fundo preto.
Saiba mais:
Blackle – Wikipedia (site em inglês)
4)Sistema de refrigeração à base de energia solar.
Pesquisadores da UFPE desenvolveram um novo sistema de refrigeração à base de energia solar, que poderá beneficiar produtores rurais de leite no Nordeste brasileiro. Cada unidade custa em torno de R$ 5, e tem vida útil de 30 anos.
Saiba mais:
Revista FAPESP
5)Carne é grande contribuinte do aquecimento global, diz estudo.
Animais criados sob confinamento podem gerar 40% mais gases do efeito estufa (GEE) do que os criados no pasto. Dieta alimentar dos animais também influencia na quantidade de GEE gerada. Pesquisadores japoneses descobriram que produzir um quilo de carne pode emitir mais GEE que dirigir por 250Km.
Saiba mais:
Carbono Brasil

De onde vêm as emissões de Dióxido de Carbono?

Hemisfério Norte
O livro “One Planet Living” traz dados sobre as emissões e propõe soluções baseado em estudos realizados para os países desenvolvidos do hemisfério norte. Segundo dados levantados e apresentados no livro, as emissões de carbono para estes países desenvovidos provém principalmente de alimentação, transporte e infra-estrutura. Veja o gráfico que ilustra os dados:

Para se ter uma idéia, uma viagem de trem emite 10 vezes menos CO2 do que a mesma viagem feita de avião. Lâmpadas fluorescentes são de 400% a 500% mais eficientes que lâmpadas incandescentes.
Brasil
Para o Brasil, os dados não são detalhados ao nível pessoal. O primeiro inventário brasileiro traz os seguintes dados, que analisados na esfera nacional:

No setor energético temos petróleo e derivados com 37,9% de participação, em segundo lugar biomassa com 30,1%, seguido pela energia hidráulica e eletricidade, com 14,8%. A construção de grandes reservatórios de água para usinas hidrelétricas causam emissão de metano provenientes da decomposição anaeróbia de florestas que ficam alagadas.
No setor “Mudança no uso da terra e florestas”, 75% das emissões de carbono nacionais, alterações no solo provenientes de manejo do solo como aplicação de calcário, drenagem artificial e cultivo resultam em oxidação da matéria orgânica e consequente emissão de CO2.