Equilíbrio Climático Natural

Nos próximos anos, os fenômenos naturais contribuirão para equilibrar a influência do aquecimento global promovido pelo homem. Porém, a partir de 2009, as temperaturas médias no planeta se elevarão ainda mais, batendo o recorde registrado em 1998. As conclusões são de um estudo feito por Smith e outros, cujos resultados estão publicados na revista Science do dia 10 de agosto de 2007 (link para o artigo completo abaixo).
“Projeções anteriores de mudança do clima consideraram forças externas de fontes naturais e antropogênicas, mas não tentaram estimar a variabilidade natural gerada internamente”, descreveram os pesquisadores do Centro Hadley para Pesquisa e Previsão Climática, em Exeter, liderados por Doug Smith.
Em vez de apenas usar fatores como radiação solar, aerossóis atmosféricos ou gases estufa, que são afetados por mudanças externas ao sistema climático, os pesquisadores empregaram dados atuais e precisos dos oceanos e da atmosfera, estimando a variabilidade natural gerada internamente ao sistema.
Segundo a Science, o estudo é importante, uma vez que previsões climáticas para as próximas décadas poderão ajudar governos a direcionar o foco para quando e onde as mudanças mais severas poderão ocorrer. “Ou eles poderão reconhecer quando a iminente ameaça de aquecimento global será disfarçado – temporariamente – pela variabilidade natural.”
Via: Agência FAPESP
Saiba mais:
+ Artigo completo para assinantes: Improved surface temperature prediction for the coming decade from a global climate model – Science (em inglês)
+ Folha de São Paulo

Sacolas de pano em Sampa

Mando a excelente dica do Carbono Zero!
Os paulistanos terão a opção de utilizar sacolas de pano personalizadas em suas compras em supermercados, padarias, livrarias e demais estabelecimentos comerciais. É mais uma ação da Secretaria do Verde e Meio Ambiente de São Paulo.
A campanha para minimizar o uso de sacolas plásticas na cidade será lançada no fim de agosto pela prefeitura e segue o exemplo de Lajeado, no Rio Grande do Sul (vide post do Carbono Zero).

Cheat Neutral

Cheat Neutral é um website especializado em neutralizar infidelidade. Se você traiu sua esposa/marido e quer se livrar da culpa ou se vai trair e não quer se sentir culpado, pode pagar £2.50 para a organização, que tem uma lista de 9002 casais fiéis, que jamais trairão.
A idéia pode parecer maluca, mas funciona exatamente como a neutralização de carbono. Se você ou uma empresa tem dinheiro, podem pagar pelo privilégio de poluir. Ou seja, é possível pagar uma outra empresa para que plante árvores enquanto se continua emitindo toneladas de carbono. Aparentemente o plantio das novas árvores redime o poluidor de culpa, assim como pagar para a organização Cheat Neutral redime o traidor.
O website foi criado por ingleses com o intuito de gerar polêmica em relação ao assunto neutralização de carbono. Os idealizadores esperam que com isso as pessoas re-pensem sobre o assunto e analisem melhor as alternativas antes de poluir.
Existe uma necessidade real de diminuir as emissões de carbono, mudando o estilo de vida, criando programas e projetos nas empresas que visem mitigar o carbono. O plantio de novas árvores junto com a continua emissão de carbono não irá conter o aquecimento global. A neutralização não deve substituir a redução.

Agenda – 27 a 29 de novembro

O que: 2º Congresso da Rede Brasileira de Tecnologia de Biodiesel.
Onde: Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio (CNTC) – Brasília.
Quando: 27 a 29 de novembro
INSCRIÇÕES: até 17 de agosto
Tema: Biodiesel: desenvolvimento sustentável, agricultura, caracterização e controle de qualidade, armazenamento, produção, co-produtos e uso.
Site oficial do evento: www.2congresso.rbtb.abipti.org.br
Saiba mais aqui.

Comentários sobre o site “Como funciona o aquecimento global”

Navengando pela Web, me deparei com o site “How Stuff Works – Como funciona o aquecimento global“. O site é voltado para estudantes dos Ensinos Fundamental e Médio e traz informações importantes sobre o assunto. Porém, tenho alguns comentários ou complementos que podem ajudar a moçada.
1) O Aquecimento Global pode estar relacionado a atividade humana mas não é só isso! O fenômeno também é associado a atividades vulcânicas, variação na órbita da Terra ao redor do Sol, colisões cósmicas, entre outros. Saiba mais aqui.
2)O efeito estufa é uma consequência natural da presença de alguns gases na atmosfera. CO2, CH4 e vapor de água são os principais deles. Sem o efeito estufa a temperatura da superfície terrestre seria 33ºC menor do que a temperatura atual. O problema é quando a concentração destes gases aumenta muito. Neste caso, há evidências de que a temperatura da superfície terrestre também aumenta.
3) Na seção “Efeitos do aquecimento global – nível do mar” há uma frase que diz: “Quando se trata de previsões climáticas, a longo prazo, tudo o que podemos conseguir são adivinhações baseadas em nosso conhecimento dos padrões climáticos ao longo da história”. Na verdade, utilizamos nosso conhecimento para gerar modelos computacionais que nos permitem fazer predições. Na ciência não fazemos “adivinhação” nenhuma!
4) O derretimento das geleiras só causaria aumento do nível do mar se estas se encontrarem sobre uma superfície de terra, como no cume de montanhas. Os “icebergs” por exemplo, placas de gelo imersas na água, não aumentariam o nível dos oceanos se derretessem. Basta observar o que acontece num copo de água com gelo. O nível da água não se altera após o gelo se derreter.
5) O Brasil não está entre os países mais ameaçados pela elevação do nível dos oceanos pois possui imensas porções de terra acima deste nível. Não teríamos tantos problemas como a Holanda, por exemplo, mas perderíamos várias cidades litorâneas importantes e populosas caso isso ocorresse.
6) Ainda existem muitas especulações sobre os efeitos do aquecimento global. Várias pesquisas têm sido feitas para tentar entender o que ocorreria. Vale a pena ficar de olho e se atualizar sempre. Entao, leitura crítica e atenta na seção “Efeitos do aquecimento global: Estações e ecossistemas”.
7) Na seção “O aquecimento global é um problema real?”, cuidado! Ainda existem controvérsias entre os cientistas, mas a maioria deles sempre declara que não devemos correr o risco! Portanto, é melhor se preocupar com o aquecimento global agora, mesmo sem conhecimento de detalhes importantes, do que ter que correr atrás do prejuízo depois.
Outra observação nesta seção: diversos economistas e especialistas financeiros estão dizendo atualmente que o prejuízo econômico que seria causado pela diminuição nas emissões de CO2 não seriam tão catastróficas como imaginadas inicialmente!
8) Um link para o Protocolo de Kyoto em português, assim como algumas outras observações sobre o Protocolo e sobre o Brasil no Protocolo neste blog:
O Protocolo de Quioto (Kyoto Protocol)
O Brasil e o Protocolo de Kyoto

Desmantamento na Amazônia cai 25%

A taxa de desmatamento da Amazônia Legal teve queda pela segunda vez consecutiva, desde 1988, quando o Inpe, iniciou o monitoramento. O monitoramento faz os cálculos a partir de imagens de satélite e levou em conta dados obtidos entre ago/2006 a jul/2007.
A redução foi de 25% em relação ao mesmo período do ano passado (ago/2005-jul/2006). Isto representa que área total desmatada baixou de 18.793 Km2 para 14.039 Km2.
A estimativa para o próximo período, que vai de 1º agosto de 2007 a 31 de julho de 2008, é de que a redução poderá ser de 30% em relação a 2006. Uma área de cerca de 9.600 Km2, com 10% de margem de erro para mais ou para menos.
Aquecimento Global
A queda do dematamento nos últimos dois anos representou cerca de 410 milhões de toneladas de gases de efeito estufa a menos jogados na atmosfera. Se a estimativa do Inpe de redução de 30% para o próximo ano for consolidada esse valor subirá para 500 milhões de toneladas.
O Brasil não tem cotas de redução de emissão neste passo compromissado através do Protocolo de Kyoto. Mesmo assim, o valor de 500 milhões de toneladas é cerca de 10% dos 4,5 bilhões de toneladas de redução que os países do Anexo I devem reduzir entre 2008-2012.
Via: Agência CT

Idéia de Professor Pardal?

Combate ao aquecimento global exige vontade política e bolsos fundos
De Michael Fitzgerald*
O aquecimento global é, por natureza, um problema grande o suficiente para gerar o tipo de necessidade que pode ser mãe, pai e parteira de invenções. E há muitas grandes idéias por aí para enfrentá-lo. Algumas podem até levar a empreendimentos substanciais, assim como ocorreu com nossas necessidades militares. Mas as idéias que estão sendo apoiadas pelos EUA, como os biocombustíveis e o comércio de emissões de carbono, talvez não tenham muito potencial para realmente evitar a mudança climática.
O cientista britânico James E. Lovelock, cujo livro ‘The Revenge of Gaia’ (A vingança de Gaia, 2006) afirma que a maior parte da humanidade está condenada, não dá muito crédito à energia renovável. Em um debate sobre mudança climática na Universidade de Cambridge neste verão, perguntaram a Lovelock qual seria a medida mais eficaz que as pessoas poderiam tomar.
Como os seres humanos, seus animais de estimação e o gado produzem cerca de um quarto do dióxido de carbono liberado na atmosfera, ele disse: “Parem de respirar”.
Essa é uma boa idéia.
Mas mesmo um pessimista como Lovelock acha que nem tudo está perdido. Ele apóia a substituição das usinas movidas a carvão por energia nuclear, mas também defende processos não testados, como disparar partículas na atmosfera para desviar os raios solares. Ele também endossa o processo de aspirar o dióxido de carbono do céu e enterrá-lo, conhecido como seqüestro de carbono.
São grandes idéias, e todas totalmente contrárias ao aquecimento global, mas caras demais para inventores ou mesmo para empresas.
Um novo tipo de aterro
Howard J. Herzog, do renomado MIT (Massachusetts Institute of Technology), é um defensor do seqüestro de carbono, que poderia se chamar criação de aterros de carbono. As tecnologias básicas já são usadas no ramo de energia.
Por exemplo, as companhias de petróleo bombeiam dióxido de carbono nos campos antigos para forçar a saída de mais petróleo.
Mas não sabemos se isso pode ser feito numa escala que nos permita continuar aumentando as usinas de energia movidas a carvão, por exemplo, ou se o dióxido de carbono ficará enterrado. Para descobrir, Herzog estima que seriam necessários US$ 1 bilhão por ano, nos próximos oito a dez anos, para se montar um grande projeto de teste.
O problema é que dos cerca de US$ 2 bilhões que o Departamento de Energia está gastando em pesquisas de coisas como carvão de combustão mais limpa, somente US$ 100 milhões são destinados à pesquisa de aterros de carbono.
“Acho um tanto surpreendente como o seqüestro recebeu poucas verbas”, escreveu David M. Reiner, professor de política tecnológica na Escola de Economia Judge da Universidade de Cambridge, numa mensagem eletrônica.
Reiner notou que a tecnologia tem apoio dos dois partidos no Congresso e poderá suprir diversas necessidades. Poderia aliviar o rápido crescimento das emissões de dióxido de carbono resultantes da enorme expansão das usinas de energia a carvão na China e na Índia e poderia ajudar a indústria do carvão a sobreviver num mundo que quer ser livre de carbono.
Entre a ciência e a ficção científica
Se criar aterros de carbono é algo relativamente aprovado, mas subfinanciado, não admira que idéias mais exóticas recebam ainda menos dinheiro.
Por exemplo, que tal captar a energia solar no espaço e usar raios-laser baseados em satélites ou microondas para enviá-la à Terra? Martin I. Hoffert, um professor emérito de física na Universidade de Nova York, estima que seriam necessários US$ 5 bilhões para construir uma usina que gerasse energia suficiente para uma cidade pequena.
J. Roger P. Angel, um físico da Universidade do Arizona, propôs usar milhões de pequenas espaçonaves para criar um guarda-sol que desviaria cerca de 10% da luz solar para longe da Terra. Isso exigiria 25 anos e vários trilhões de dólares para construir.
Depois há a geo-engenharia, que envolve disparar partículas na atmosfera para refletir a luz do sol para o espaço, criando o que se chama de efeito guarda-sol. Essa tese tem seus defensores, em parte porque parece funcionar: toda vez que um grande vulcão entra em erupção, produzindo um efeito semelhante, as temperaturas diminuem em regiões extensas.
Mas John Latham, um pesquisador-associado sênior do Centro Nacional de Pesquisa Atmosférica, disse que simplesmente não há dinheiro para a geo-engenharia, talvez porque haja algo de contra-intuitivo em disparar partículas na atmosfera.
Robert M. Metcalfe, o co-inventor da Ethernet e hoje sócio geral da Polaris Venture Partners, se surpreende que o efeito guarda-sol não esteja recebendo mais verbas, porque parece a maneira mais simples e fácil de enfrentar o aquecimento global. Primeiro porque não depende de uma redução das emissões de dióxido de carbono.
Mas ele o considera não financiável: mal passou da fase da idéia, e os capitalistas de risco somente investem em projetos que serão comercialmente viáveis dentro de três a cinco anos.
“Quem o apoiar será considerado louco”, diz Metcalfe. Provavelmente custaria US$ 1 bilhão em pesquisa, e os capitalistas de risco não podem apostar tanto dinheiro em um único projeto. Nem as empresas comerciais ou empresas de serviços públicos podem investir tanto dinheiro em algo que é muito mais pesquisa que desenvolvimento. Resta o governo federal, que gastou US$ 137 bilhões em pesquisa e desenvolvimento no ano fiscal de 2007. As verbas federais foram uma das fontes básicas da pesquisa que levou à Internet. Mas até isso avançou aos tropeços durante mais de 20 anos, antes de se tornar interessante em larga escala para investidores comerciais. E o governo não costuma aplicar US$ 1 bilhão em um único projeto, muito menos 4 ou 5 bilhões. Portanto, não saiam correndo para criar a CarbonCapture Inc. ou a SunShade Spacecraft Ltd.
Mas Reiner, de Cambridge, acredita que a mudança climática eventualmente se tornará uma prioridade de pesquisa, como aconteceu com a Iniciativa de Defesa Estratégica, o programa espacial e o Projeto Manhattan. O problema não vai desaparecer. Nem as idéias…
*Michael Fitzgerald escreve sobre negócios, tecnologia e cultura e vive na região de Boston
Tradução: Luiz Roberto Mendes Gonçalves
Via: UOL
NYT

Últimas Notícias V

O que jornais, revistas e internet noticiaram relacionado a mudanças climáticas esta semana.
1)Recifes de coral sob risco.
2)Início de 2007 bate recorde de eventos climáticos extremos.
3)Derretimento das geleiras elevará mais oceanos do que o das calotas polares.
4)Cenários da floresta.
1)Recifes de coral sob risco.
John Bruno e Elizabeth Selig, da Universidade da Carolina do Norte, publicaram na revista eletrônica “PLoS ONE” suas observações e análises estatísticas de 2667 bancos de corais. Os resultados mostram que os recifes de corais diminuíram, até 2004, a uma taxa média anual de 2%, – valor que é o cinco vezes maior que a diminuição das florestas tropicais do mundo. O fenômeno pode ter várias causas, inclusive aumento da temperatura dos oceanos, causado pelo aquecimento global, como publicado anteriormente. Saiba mais:
+ Corais somem cinco vezes mais rápido que florestas – Folha de São Paulo
+ Regional Decline of Coral Cover in the Indo-Pacific: Timing, Extent, and Subregional Comparisons – PLoS ONE
+ Coral reef bleaching: ecological perspectives – Coral Reefs
+ Climate change, coral bleaching and the future of the world’s coral reefs

2)Início de 2007 bate recorde de eventos climáticos extremos.
Enchentes na Ásia, as ondas de calor na Europa e a precipitação de neve na África do Sul foram alguns dos eventos citados pela Organização Meteorológica Mundial (WMO – sigla em inglês). Os eventos podem ser atribuidos também ao aquecimento global.
Saiba mais:
Início de 2007 bate recorde de eventos climáticos extremos, diz ONU – UOL
3)Derretimento das geleiras elevará mais oceanos do que o das calotas polares.
Cientistas revelam que as geleiras se desprendem e derretem mais rapidamente do que as calotas polares, fazendo com que se entregue mais gelo aos oceanos do que se previa, segundo o artigo publicado na revista “Science” de 20 de julho. Este derretimento pode significar um avanço de 30 metros do mar em algumas regiões, pondo milhares de pessoas em risco.
Saiba mais:
Derretimento das geleiras elevará mais oceanos do que o das calotas polares – Yahoo!
4)Cenários da floresta.
Modelos sugerem que parte da Amazônia pode virar savana. A boa notícia é que a diminuição e o combate ao desmatamento podem amenizar as consequências do aquecimento global.
Saiba mais:
Cenários da floresta – Revista FAPESP

Postagens no Luis Nassif on line

Mais duas postagens do Luis Nassif que merecem indexação:
1) O clima em São Paulo
Uma consideração: troque “clima médio aumentando” por “temperaturas médias aumentando”.
Mais informações:
+ Parceria Embrapa-Unicamp-Inpe fornecerá previsões agrometeorológicas – Jornal da Ciência (fev/2007)
2) O mercado de crédito de carbono
Considerações:
1) troque “tirar da atmosfera concentração de carbono” por “fixar carbono” ou “diminuir a concentração de carbono da atmosfera”.
2)”O aterro impede o metano de ir para a atmosfera” é uma frase que pode causar interpretação errônea. Os aterros sanitários liberam metano e CO2 para a atmosfera e por isso são considerados grandes emissores de gases do efeito estufa. Após a implementação de alguns tipos projetos MDL é que há sequestro de metano. O biogás pode ser usado na geração de energia, por exemplo. Existe a possibilidade de adquirir créditos de carbono após a implementação do projeto MDL.
Saiba mais:
Biogás em Aterros Sanitários

Agenda de 22 a 25 de agosto

O que: Feira Internacional de Econegócios e Tecnologias Limpas
Onde: Serra – Espírito Santo
Quando: de 22 a 25 de agosto
Temas do encontro: “Gestão e gerenciamento de resíduos sólidos”, “Energias renováveis e energias limpas”, “Mudanças climáticas”, “Mercado ambiental” e “Os desafios da sustentabilidade: uma ruptura urgente”.
Site oficial: www.fietec.com.br
Mais informações: Revista Fapesp