Tem rastro por aí
O Rastro de Carbono foi convidado para blogar coletivamente. O post está no link abaixo
https://secure.kuat.com.br/blojsom/blog/kuat/2008/08/01/O-blog-Rastro-de-Carbono
Mas, se você quiser aproveitar as outras postagens da campanha, tem que clicar AQUI
E, se puder, deixe lá um comentário… quem sabe o Rastro não é convidado para postar mais vezes?
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Antes que macaquinhos comecem a povoar o seu sótão: o Rastro de Carbono fez isso por livre e espontânea vontade, sem ganhar um centavo.
Luluzinha camp
Eu vou!
Tu vais?
Ela vai…
Nós vamos.
Vós ides?
Elas vão!
E se você não for, é sobre você que elas vão fofocar!
E nada muda…
Inspirei-me pelo Ecodesenvolvimento em seu último post e resolvi me juntar à onda.
Francamente! Até quando teremos empresas ‘espertas’ agindo sobre uma legislação ambiental fraca, uma fiscalização lenta e uma punição fantasma ? Queria realmente que as empresas tivessem o mínimo de bom senso e preocupação ambiental…
Na verdade, pensando em custo, qual seria o custo de pedir para seu departamento de atendimento ao consumidor que sugerisse uma ONG ou cooperativa de reciclagem para seus produtos? E pensar que o custo disso é tão pequeno comparado com o retorno que teriam de seus consumidores! Afinal, o que todos nós preferiríamos? Uma empresa que coletasse ou destinasse lixo produzido por seus produtos ou uma que não o fizesse? Certamente a que tivesse uma preocupação ambiental mínima. Por essas e outras que eu não me arrependo em nada de não ter uma impressora…
Por outro lado, lembrei-me de uma tirinha… A tradução livre do discurso seria “Nós podemos fazer muito dinheiro lucrando com o ambiente”. Não é o que muitas empresas estão realmente fazendo?
Fonte: http://www.joyoftech.com/joyoftech/joyarchives/1096.html
P.S.:Não me canso fácil e ainda espero um retorno mais consciente da tal empresa de impressoras.
Propaganda da Volkswagen e GEE nos transportes
O vídeo abaixo foi utilizado como campanha publicitária da Volkswagen, com a seguinte mensagem: “os únicos do Brasil feitos sob medida para o seu negócio”. A outra mensagem, essa não tão explicita é: “quase tudo o que você consome é transportado por caminhões, portanto utilize os nossos”
Vou me apoderar dessa segunda mensagem. Claro, desde JK, quando a política nacional preferiu às estradas aos trilhos, quase tudo que consumimos passa por caminhões uma hora ou outra. E, para isso, a propaganda da Volks me serve muito bem. Para lembra-nos que, eventualmente, consumir produtos locais é ambientalmente mais correto do que consumir produtos que vem de muito longe.
A lógica é simples: a viagem de um produto local até a sua casa é bem menor do que a de um produto produzido longe. E, até onde eu saiba, ainda não existem caminhões movidos a álcool, então todo o discurso do biocombustível não se aplica a esse caso.
O que isso significa? Que o produto local tem menor pegada de carbono que qualquer outro produto similar, produzido a quilômetros de distância.
Segundo o primeiro inventário brasileiro de emissões antrópicas de gases de efeito estufa (Emissões de gases de efeito estufa por queima de combustíveis: abordagem bottom-up), publicado pelo Ministério da Ciência e Tecnologia em 2006, referente aos anos entre 1990 e 1994, entre os setores energético, residencial, não energético, comercial, público, agropecuário, industrial e de transportes, o setor de transportes foi o setor que mais emitiu CO2. As emissões corresponderam a 41% das emissões totais provenientes de combustíveis fósseis. Desses 41%, 88% vem do modo rodoviário, no qual se incluem nossos carros de passeio, os caminhões da Volks e todos os outros veículos que trafegam por aí a fora.
Já segundo o “Summary for Policymakers – Working Group III contribution to the IPCC 4º Assessment Report”, pulicado em 2007 (download aqui),13,1% das emissões de gases do efeito estufa (GEE) do mundo são provenientes do setor de transportes. Porém, o documento também relata que é possível mitigar cerca de 1,6 a 2,5 Gt de CO2 equivalente por ano, caso sejam feitos investimentos no setor.
E quais as chaves para mitigar o processo de emissões por esse setor? Primeiro, investimento em outros modos de transporte, como o ferroviário, que transporta muito mais carga por carbono emitido e o hidroviário, que para muitas regiões do país é um meio bastante eficiente. Fora isso, veículos mais eficientes, ou seja, que percorram mais quilômetros por litro de combustível fóssil ou veículos hibridos, que se utilizem de combustíveis não-fósseis e biocombustíveis.
Recomendo – Wall-E
Esta blogueira que vos fala adora animações. E, as da Pixar são fenomenais, no meu mínimo entendimento sobre o assunto.
Terça feira desta semana fui assistir Wall-E. Sem muitas pretensões, só porque se tratava de Pixar, de animação e de um dia duro no trabalho.
Qual minha surpresa! Wall-E é um filme cheio de puxões de orelha ambientais!
Du-vi-de-o-dó que as crianças que foram assistir ao filme sacaram essa parte. Mas eu espero que todos os adultos tenham… Grandes coorporações, monopólio, excesso de consumo, produção de lixo, acomodação com o problema, ignorância frente à resolução do problema, esquecimento… tá tudo lá. Sem tirar nem por.
Mas, o fenomenal em Wall-E é que ele não é ecochato! É o tipo de informação que eu gosto e tento passar. Alarmante, sem ser alarmista. Tá lá, pra quem quiser ver (pena que nem sempre todo mundo quer ver).
Wall-E é um personagem sensacional. Mas mais do que Wall-E, deixe o pano de fundo da historinha do robô te surpreender e verá o verdadeiro filme.
A quem possa interessar: Não… não estou fazendo posts pagos para a Pixar… Sou fã e não nego essa paixão.
Carros movidos à água! Só se o Papai Noel trouxer…
Os noticiários nesta semana mostraram um carro lançado no Japão que é, supostamente, movido à água. A notícia impressionou muitos, tanto que até a Reuters lançou um videozinho divulgando o bichinho.
Só que é absolutamente impossível um carro ser movido à água. Sim, a água pode desencadear uma reação química, a água pode diluir um combustível, a água pode ser um produto da reação química que propulsionar o carro mas nunca, NUNCA, vai ser o combustível.
Estaria eu fechando a minha mente às novas tecnologias? Não, meu caro Watson, o problema é que a energia que move os carros está armazenada nas ligações químicas dos combustíveis. Quando queimamos o etanol, por exemplo, estamos misturando esta molécula ao oxigênio, decompondo-a em gás carbônico e água. Usamos a energia das ligações químicas do etanol para impulsionar os pistões do motor do carro.
O problema é que as ligações químicas da água exigem muita energia para se quebrar, mais energia do que elas irão gerar no final. Desta forma não há excesso de energia para mover o carro.
Não foi possível ver nenhum detalhe técnico do carro lançado mas ele pode funcionar assim: o carro contém em seu tanque alguma sunstância que reage fortemente em contato com a água, sódio metálico, por exemplo. Desta forma, ao colocar água no tanque, você tem uma reação que produz energia. Neste caso, porém, o combustível é o sódio metálico e não a água. A água é somente um truque!
Outro argumento é o de que existe uma tecnologia que converte a água em hidrgênio e, depois, o hidrogênio reage com o oxigênio, fazendo água novamente. Santo Newton! Se esta reação funcionasse teríamos um motor perpétuo! Não é preciso dizer que esta sequência de reações não são auto-sustentáveis né?
A mensagem para levar para casa é esta: devemos tentar salvar o planeta obedecendo as leis da termodinâmica…
Fontes de energia: o futuro já chegou?
Quando se debate fontes de enrgia, é comum as pessoas dizerem algo do tipo: “Não deveríamos usar X, deveríamos usar Y porque é muito melhor.” Quando X é uma tecnologia usada atualmente, como petróleo, etanol de cana, hidroelétricas, usinas de fissão nuclear e Y é uma tecnologia que está surgindo: hidrogênio, etanol celulósico, usinas solares e usinas de fusão nuclear.
Geralmente este tipo de argumento é difícil de contra-atacar: quem é contra usinas solares? Somente quem defende o status quo, certo? Na realidade o quadro é muito mais complexo.
No caso das usinas de energia solar, a questão está no custo X eficiência. Nas tecnologias atuais, o custo de se instalar uma usina destas é altíssimo e os beneficios são muito pequenos. Se contarmos ainda os custos energéticos (ou de emissão de carbono) de se produzir células fotovoltaicas, com suas placas de vidro e silício temperado com metais tóxicos, podemos ver o quão longe do ideal a energia solar ainda é. Uma análise de custos revela que um painel solar demora cerca de 15 anos para se pagar, financeiramente e ecologicamente. Isso quer dizer que não deveríamos investir em energia solar? De jeito nenhum! Painéis solares são ótimos para se gerar energia em locais longe de usinas de distribuição, para aquecer a água de chuveiros e para se colocar nos telhados de prédios, onde nenhuma energia seria gerada de outra maneira. O problema é querer substituir usinas termoelétricas por solares…
Seguindo a lista, vamos analisar o caso do etanol celulósico. Muitas empresas dizem que conseguem usar celulose como fonte de etanol. Isto é ótimo, pois podemos usar papéis usados, madeira velha e restos de alimentso para se gerar etanol, além de aumentar o aproveitamento energético da cana-de-açúcar. Maravilha! Só que nenhuma empresa de etanol celulósico conseguiu fazer lucro até hoje, mostrando que ainda é uma tecnologia inviável, pelo menos nas escalas necessárias para se tornar uma alternativa.
E o hidrogênio? Energia limpa com apenas liberação de água? Só que não falaram do custo energético de se fazer este hidrogênio, da baixa capacidade de armazenamento das abterias de hidrogênio (nem sua toxicidade). Novamente, a utilização de células de hidrogênio são um sonho muito distante. Nem vou comentar sobre o delírio da fusão nuclear a frio, que tem muitas qualidades mas ainda nenhuma praticidade.
A lição que devemos levar para casa é que todas estas tecnologias ainda estão amadurecendo, portanto ainda é inviável pensar em implementá-las em grande escala. O que nos resta é apostar em fontes de enrgia não-ideais mas menos impactantes que o petróleo e carvão. Por isso defender o etanol de cana-de-açúcar, hidrelétricas e usinas de fissão nuclear, com todos os seus defeitos, não é um impropério tão grande assim.
Rastro no Roda Viva: ontem e amanhã
Na semana passada o Rastro de Carbono bateu ponto no Roda Viva comentando a entrevista com o Márcio Meira, presidente da Funai (Paula, cadê o relato?) junto com Claudia Chow do Sustentabilidade/Ecodesenvolvimento e da Maira Begalli.
Pois então, se você perdeu, amanhã tem mais! A entrevista de amanhã (TV Cultura, 22h40) com o Ministro do Meio Ambiente Carlos Minc contará com os comentários do blogueiro-colaborador-e-marido Carlos Hotta via Twitter. Junto comigo estará Lúcia Malla (que tem um ótimo post sobre consumo ecológico de peixes) que deve garantir comentários de qualidade.
Para saber mais sobre o Twitter, clique aqui. Para saber mais sobre o Twitter no Roda Viva clique aqui e aqui.
Problemas no feed
Pessoal, a Miriam Salles nos escreveu falando que os feeds estão com problemas. Acho que agora consertei,, alguém pode me confirmar?
Impactos do homem: luz e som
Sempre mostramos o nosso impacto sobre o ar, a água, a terra, etc. No entanto, as alterações que trazemos a um ambiente são maiores e mais inusitadas. No Brontossauros eu já comentei sobre o impacto que uma pequena rua no meio do mato tem sobre centopéias e minhocas, agora imagine o impacto de uma rodovia movimentada cruzando o cerrado ou uma floresta?
Só que este impacto ainda é observável, quem já dirigiu pelo interior do país já deve ter visto tamanduás e tatus atropelados por caminhões. Estou falando de outros dois impactos mais inusitados ainda: o sonoro e luminoso.
Quem mora em cidade grande deve ter percebido que a noite não é tão escura quanto a noite no campo. A luminosidade emitida por nós durante à noite pode alterar o comportamento de animais. Este efeito é facilmente observado quando aquela lâmpada acesa se enche de insetos: a luz altera o seu senso de anvegação a ponto deles morrerem queimados na incandescente fonte luminosa.
O som é um outro impacto inusitado. Um artigo da Wired menciona que a nossa poluição sonora pode estar interferindo na comunicação de animais. O artigo cita o caso de sapos, cuja vocalização é essencial na sua reprodução. Os sapos do exemplo vocalizam de modo sincronizado, dificultando a sua localização. Bernie Krause diz que o barulho de uma base militar perto do local está interferindo na sincronização do canto dos sapos, o canto dessincronizado pode ser facilmente encontrado por corujas e coiotes.
Por fim há o exemplo não citado pela Wired (e que pode ser melhor comentado pela Lucia Malla) do barulho que fazemos dentro da água. O som debaixo da água se propaga mais longe, isso é explorado por baleias e golfinhso apra se comunicar à distância. Essa propriedade do som também significa que o barulho dos motores dos barcos também se propaguem longe. Aparentemente este barulho é tão grande que pode interferir na audição dos golfinhos e baleias!
Mais um exemplo de por que o nosso Rastro de Carbono pode ser o menor de nossos problemas…