Na Ciência – 09 a 15 de janeiro

Mais calor, menos comida
O que o aquecimento global (nome que eu não gosto pois trás um erro conceitual clássico – achar que aquecimento global vai trazer de fato aquecimento em todas as áreas do globo, e não aumentar na MEDIA, que é o correto) tem com agricultura?
Pois bem, o estudo de Battisti e Naylor, publicado recentemente na revista Science, diz o que todos já esperávamos – as áreas tropicas e subtropicas mais pobres, com mais gente e mais vulneráveis às mudanças climáticas terão sua agricultura seriamente afetadas.
Temperaturas mais altas deverão reduzir a produção de grãos primários, como milho e arroz, de 20% a 40%, sem considerar a dinâmica da água no solo. Considerando que aumento na temperatura também prejudica a umidade do solo, a diminuição na produção será ainda maior.
Science – Battisti D. and Naylor R. – Historical warnings of future food insecurity with unprecedented seasonal heat
Mais calor, mais mar
Estudos recentes indicam que o nível dos oceanos deve subir entre 90 centímetros e 1,3 metro em 100 anos (3 vezes mais do que as estimativas anteriores, assumindo que a temperatura média seja de 3 graus mais quente).
A dificuldade nas estimativas de cálculo do aumento do nível dos oceanos reside no fato de não conseguirmos prever quanto tempo as geleiras demoram para se derreter. 
Climate Dynamics –  Grinsted A. et al. – Reconstructing sea level from paleo and projected temperatures 200 to 2100 AD 
Plástico vira papel sintético
Um papel sintético que pode ser usado na fabricação de rótulos de garrafas, outdoors, tabuleiros de jogos, etiquetas, livros escolares e cédulas de dinheiro agora pode ser feito usando como matéria prima garrafas de água, potes de alimentos e embalagens de material de limpeza.
Mas não se engane! O papel é sintético e seus resíduos ainda são plásticos! A vantagem é produzir papel sintético a partir de material reciclado, e não de resina derivada de petróleo, como é feito atualmente.
Revista FAPESP – Manrich S. – Papel de plástico reciclado