O GP de F1 e a Braskem
Hoje aconteceu o GP de Fórmula 1 aqui no Brasil. Grandes expectativas giravam em torno de Rubens Barrichello mas, de novo, não foi dessa vez. Mesmo com toda a festinha de “secar” o Button, os acidentes das primeiras voltas, o safety car, o pneu furado do Rubinho e seu famoso azar do cão, fizeram do britânico campeão da temporada antes mesmo da temporada acabar.
Só que quem levou pra casa o troféu do GP Brasil foram Webber, Kubica e Hamilton.
Imagem de Rede Notícia.
Diferente dos troféus que são vistos por aí, cheios de pompa e riqueza, o troféu brasileiro foi ousado, moderno e deu para o mundo um exemplo de é possível transformar lixo em arte e beleza.
Ousadia e modernidade na forma de plástico reciclado – uma pequena parte das prováveis toneladas de lixo produzidos durante os três dias de GP. Arte e beleza na forma de Oscar Niemeyer, um grande arquiteto moderno reconhecido aqui e no exterior, mesmo design do ano passado, com novo material.
O troféu foi produzido bem ali, no autódromo, por técnicos especiaizados da Braskem.
A Braskem é uma petroquímica brasileira formada em 2002 pela fusão da Copene, Trikem, OPP, Proppet, Polialden e Nitrocarbono (empresas dos grupos Odebrecht e Mariani). Em 2007, mais uma fusão, dessa vez com a Ipiranga Petroquímica num negócio de bilhões de dólares envolvendo a Petrobras e a Ultrapar.
A empresa produz polietileno, polipropileno, benzeno, butadieno, tolueno, xileno e isopreno, ou seja, não é nada “green”. Mas, tenta minimizar suas intervenções ao meio ambiente. Tenta investindo dinheiro em pesquisa e desenvolvimento para a produção de etileno a partir do etanol produzido pela cana-de-açúcar. Tenta participando de promoções como essa do GP brasileiro de F1 ou produzindo briquedos feitos com o plástico verde (o tal do etileno de cana-de-açúcar).
Vale a pena ficar de olho nessa empresa – vale a pena pesquisar o que de fato é verde e o que não passa de green washing por exemplo. Vale lembrar que, de cana-de-açúcar ou não, etileno é etileno e vai poluir do mesmo jeito, causando os mesmos problemas que o plástico de petróleo se não for adequadamente descartado e manejado. Ainda assim, parabéns ao Brasil pela ousadia de fazer um troféu que vai enfeitar de modo especial as estantes já cheias desses pilotos de F1. Tomara que a ideia se propague por aí. Quem sabe na Copa ou nas Olimpíadas, continuamos transformando lixo em prêmios?