Brasil terá rede de blogs de ciência internacional

Release na íntegra:
NOVA IORQUE e SÃO PAULO (17 de março de 2009) – ScienceBlogs.com, a maior comunidade de Ciência da rede, anuncia hoje o lançamento de seu mais novo site inetrnacional, ScienceBlogs Brasil (scienceblogs.com.br).
ScienceBlogs Brasil traz as vozes mais originais e influentes na comunidade científica brasileira,algumas das quais já foram premiadas pelos seus blogs. Editada em São Paulo por Carlos Hotta e Atila Iamarino, o ScienceBlogs Brazil é lançado hoje com 23 blogs escritos em português em tópicos que vão da genética ao meio ambiente. “Nós precisamos de pessoas comprometidas com o aumento da consciência científica no Brasil,” disse Carlos Hotta, “e estou certo que o ScienceBlogs Brasil vai transformar nossas vozes locais em vozes globais.”
O Brasil está surgindo como uma peça fundamental na cultura científica mundial com a sua crescente comunidade científica e ênfase na Ciência e Tecnologia como  parte essencial no seu multibilionário plano de ação plurianual para a aceleração do crescimento. O país é o quinto mais populoso no mundo e tem mais de 67 milhões de usuários na internet.
“Estamos entusiasamdos com o crescimento do ScienceBlogs pelo mundo e pelo rico dálogo que ele está gerando”, disse Fabien Savenay, Vice-Presidente Senior do Seed Media Group, a empresa matriz do ScienceBlogs. “Estamos excitados por trazer este diálogo para a América do Sul.”
Sobre ScienceBlogs
ScienceBlogs (scienceblogs.com), parte do Seed Media Group (seedmediagroup.com), é a maior comunidade de Ciência da web e publica mais de 130 blogs ao redor do mundo, incluindo todas as áreas da Ciência e todas as intersecções com a Ciência e a sociedade.
Este Xis-xis que vos fala fará parte do ScienceBlogs Brasil. Beijos e boa semana.

Cientistas conseguiram “ler” cérebros

Genial. Pesquisadores de Londres analisaram a atividade cerebral de voluntários, por meio ressonância magnética funcional, enquanto os “cobaias” navegavam em um ambiente de realidade virtual.
Surpreendentemente – como os próprios cientistas disseram -, os pesquisadores conseguiram prever com precisão a posição do indivíduo dentro desse ambiente virtual apenas observando o padrão de atividade no hipocampo – uma parte do cérebro ligada à memória.
O resultado do estudo foi publicado hoje na revista Current Biology – veja aqui. Pelo que entendi, o objetivo dos cientistas é investigar como as memórias são codificadas pelos neurônios. Principalmente, para entender doenças como o Mal de Alzheimer. Afinal, com o aumento na expectativa de vida, mais pessoas sofrerão com ela.
No final do ano passado, fiz uma matéria sobre tema semelhante. Leia aqui.

A Terra virou Marte

No filme “Watchmen”, os “heróis” fazem uma DR – discutem a relação – em Marte. Mas, ao chegar no Planeta Vermelho, a “mocinha” apenas sofre com a falta de ar. Não sente frio? Lá é tão, mas tão frio, que a temperatura no inverno pode chegar até -140ºC. E no verão, no máximo 20ºC. Sim, Marte possui estações do ano.
A “The Mars Society” – que realiza pesquisas para “colonização” do planeta, entre outras – faz treinamentos no Pólo Norte por considerar o clima e o ermo lugar semelhantes ao Planeta Vermelho.
Recentemente, voluntários passaram meses isolados em treinamento simulando uma vida no nosso vizinho. Sabe quais foram os principais problemas constatados pelos pesquisadores? Se o carro que será usado em Marte quebrar e o cansaço físico que os “astronautas” sentiram por andar muito todo dia.
Imagine percorrer um quilômetro a pé em um planeta nada familiar… Eu, hein. Os cientistas acreditam que a primeira missão tripulada partirá para Marte em 2035. Saiba mais sobre os projetos e veja mais fotos aqui. Aliás, ali webcams ao vivo dessas “missões”.

Cooper pela superfície solar

“Já caminhei pela superfície do Sol”, o Dr. Manhattan disse algo parecido no filme Watchmen – que, além do nome, tem referências engraçadinhas aos deuses egípcios e à história dos EUA. Acordei, literalmente, pensando nessa idéia.
Dá até falta de ar. Imagine que negro seria caminhar pela nossa estrela? Naquela imensidão? Vastidão? Entre aquelas labaredas quentes sem sentir o calor? Como seria seu núcleo? Preto com rachaduras vermelhas?
Enfim, este é um post viagem para filosofarmos juntos. Depois publicarei referência ao que interessa e a novidade. Aguarde notícias direto de Marte. Agora preciso correr contra Cronos.
Fonte foto: NASA.

Fotos da sonda Kepler, em busca de ETs

Há quatro dias a Nasa lançou a sonda Kepler. Primeira declarada missão em busca de planetas iguaizinhos à Terra. Para tal, seu telescópio observará cerca de 100 mil estrelas durante três anos e meio. Estrelas? Claro, os planetas giram em torno delas…
Eles deverão ser mais ou menos do tamanho da Terra, com mais ou menos nossa temperatura e ter água em estado líquido. Em um universo tão gigante, quem sabe encontramos vida dando sopa por aí?
Certa vez, fiz uma matéria sobre o tema. Conversei com o astrofísico Carlos Alexandre Wuensche. Ele é otimista. Acredita que ao menos uma bactéria extraterrestre será descoberta logo, logo. Leia matéria completa aqui.
Hoje, eu parti em busca de fotitos tiradas pelo Kepler. A apressada ainda não achou nada disponível… Apenas imagens dele sendo montado, do seu impressionante espelho ou a que usei para ilustrar que mostra o local no universo a ser rastreado. Outra dica bacana são as animações que pesquisadores fizeram para explicar o tema. Aliás, criaram até joguinhos! Clique nos respectivos links.
Curiosidade. Sabe por que Nasa a batizou de “Kepler”? Em homenagem ao astrônomo alemão Johannes Kepler que viveu no século XVII. Ele descobriu que os planetas giram em torno do Sol em elipses e não em círculos perfeitos. Leia aqui outra matéria que fiz sobre exoplanetas – aqueles que “moram” fora do nosso Sistema Solar. Desejo boas observações!

Homens que comeram peixe na adolescência são mais inteligentes

Homens que comeram peixe pelo menos uma vez por semana aos 15 anos, com 18 apresentaram maior habilidade cognitiva. Gentem, amo peixe. Adoro frutos do mar! A pesquisa realizada com 3.972 adolescentes foi publicada na científica Acta Paediatrica, mas li no sensacional site Science Daily.
Quando ingerido uma vez por semana, o peixe colaborou com o aumento da inteligência verbal e visuoespacial numa média de 6%. Ao ser consumido mais de uma vez por semana, aumentou ambos em quase 11%. As respostas foram computadas durante um recrutamento militar na Suécia.
De acordo com a matéria – veja aqui, em inglês -, o mecanismo exato que liga consumo de peixe à melhora do desempenho cognitivo ainda é incerto. Mas, agora, os pesquisadores pretendem verificar se o tipo de peixe consumido faz diferença no resultado.
Mais três benefícios em comer peixinhos:
Diminui o risco de grávidas terem um bebê com defeitos congênitos graves do cérebro e medula espinhal, estudo divulgado no Pediatrics;
Crianças com sete anos de idade, de mães que se alimentaram com peixe durante a gravidez, apresentam melhores habilidades sociais e de comunicação, no Lancet;
Alimentação rica em óleo de peixe pode impedir o acúmulo de gordura na aorta – principal artéria do coração -, no Instituto de Nutrição Humana da Universidade de Colúmbia (EUA).
Vou parar por aqui porque já estou morrendo de vontade de comer um salmão grelhado! A propósito, não gosto de carne vermelha… Blargh.

Mulheres ainda sonham em encontrar o grande amor

Como as mulheres, passado seu período de reprodução, escolhem os parceiros? Afinal, atualmente nós, mocinhas, vivemos quase 30% da vida após a menopausa. Seria essa fase, o momento, o alívio, a dádiva para o “oba oba”?
Em busca da resposta, três mulheres: a professora Regina Célia Brito do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal do Pará, com apoio da mestranda Marilu Cruz e da bolsista Gabriela Ribeiro.
O estudo “Critérios de Eleição de Parceria Amorosa de Mulheres entre 40 e 60 Anos de Idade: definição de relacionamento amoroso” foi realizado com 92 moças entre 40 e 60 anos e 88 entre 20 e 39. Todas com o ensino médio completo e renda acima de dois salários mínimos.
Pasme. De acordo com o resultado que li no jornal – aqui – da respectiva instituição, as mulheres continuam idealizando. Mesmo com seus 60 anos de experiência! Sonham com o amor eterno, duradouro e perfeito de conto de fadas.
Ao mesmo tempo, afirmam que na prática o relacionamento amoroso foi uma experiência dolorosa. Também que, hoje em dia, ele está perdido, é inexistente e vulgar. Que é de má qualidade. Que é impossível existir uma boa relação entre duas pessoas.
Entre outros detalhes, a pesquisadora acredita que essa idealização pode ser um obstáculo na vida conjugal. Eu, Isis, sei não. Até concordo com Regina, mas uma relação se constrói em parceria. Principalmente agora, depois de tanto sutiã queimado e homens perdidos no que diz respeito ao papel da mulher na sociedade atual.
Ah, você deve estar se perguntando quais as características do príncipe encantado. Tome nota: que seja companheiro, atencioso, apaixonado, bonito, bom de cama, inteligente, estável e responsável. Macho, se se reconhecer, me mande um e-mail – brincadeirinha…
O próximo passo das pesquisadoras será estudar mulheres de baixa renda e relacionamentos homoafetivos.
Queridas fêmeas, atrasado, mas de bom coração: que todos os dias sejam nossos. “Seja feliz”, como sempre profere o querido Salomão Schvartzman.

Poluição mata 20 pessoas por dia na Grande São Paulo

Estava voltando da Europa, triste por ter deixado o nostálgico velho continente. Foi um mochilão e tanto – suspiro! Ao meu lado, um engenheiro indiano. Ele visitava o país tupiniquim pela terceira vez.
Meu vôo partiu de Lisboa. Charmosa a cidade provinciana, vista do alto. No caminho, muitas águas e ilhas. Até que… nove horas depois… terra à vista. Bem-vindo ao Brasil. Aliás, o indiano e eu falávamos do meu – nosso – belo país nesse exato momento.
Quando então… Viro para a direita e observo, da janela, o céu nitidamente separado em dois! Aperto no peito. Era a metropolitana São Paulo. Fiquei chocada. Nunca vi, com essa tênue linha, a nojenta poluição. Parti para a agressividade contra cidade que me acolheu.
Aos poucos, o avião mergulha nesse ar poluído. E as partes tornando-se uma no horizonte. “Mas São Paulo é maravilhosa. O Brasil é demais. Eu moraria aqui com prazer. Seria um sonho”, me consolava o indiano, forçando um português enrolado com inglês.
Para ele, as partículas marrons pairando ao nosso lado eram ínfimas. Era “nanomente” menor do que a oportunidade que oferecemos. Afinal, lá na Índia, quem pode ser milionário?
O número – que coloquei no título – foi obtido por um estudo realizado no Laboratório de Poluição da Universidade de São Paulo (USP). Em 2000, ocorreram oito mortes devido à poluição por dia e, em 2006, 12. “Outras investigações estão em curso, como a relação dos poluentes e a diminuição capacidade cognitiva”, afirmou aqui o  pediatra Alfésio Braga, da Universidade Santo Amaro, que estuda o tema.
De acordo com a matéria, em um ano, menos de dois meses tiveram a qualidade do ar aprovada por todas as estações de medição. Qual o maior poluidor? Os veículos! “Prova disso é que, dos 41 dias totalmente bons, 17 ocorreram em sábados ou domingos, dias em que a circulação de carros diminui. Além disso, 10 destes dias estão concentrados em janeiro, mês de férias, em que a frota de São Paulo cai 40%”, diz a matéria.
O curioso é que, segundo outra pesquisa brasileira que li, em lugares mais poluídos nascem mais bebês do sexo feminino! Haja mulher para São Paulo. Mais: para saber quais foram os dez maiores problemas relacionados com a poluição em 2008, indico este site – em inglês.

SP terá instituto voltado à investigação da biodiversidade do Sudeste

Toda vez que viajo para o litoral de São Paulo, gosto de abrir os vidros do carro na Serra do Mar. Sentir a brisa gelada, a umidade, escutar o barulho da floresta, observar aquela abundância de espécies, ver as cachoeiras quase escondidas, o mar azul lá em baixo encontrar com o céu… Se o mundo fosse pegar fogo amanhã e pudesse escolher um bioma para salvar, sem dúvida. Optaria pela Mata Atlântica, incluindo a imponente Serra do Mar.
A Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) inaugurou dia quatro, no campus São Carlos, a sede do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia dos Hymenoptera Parasitóides da Região Sudeste Brasileira (Hympar-Sudeste) – um dos cerca de 50 Institutos Nacionais criados em 2008 pelo Ministério da Ciência e Tecnologia.
O Hympar-Sudeste será um centro de investigação e gestão da biodiversidade da região brasileira. Para a implantação, o Hympar-Sudeste receberá do Ministério R$ 4,79 milhões, que serão investidos em equipamentos e bolsas de pesquisa de iniciação científica à pós-graduação.
Por que “hympar”?
Os Hymenoptera parasitóides são um grupo de insetos que incluem as vespas, abelhas e formigas que se alimentam de outros insetos – bingo, que têm hábito de parasita. De acordo com Angélica Maria Penteado Martins Dias, coordenadora do Hympar-Sudeste, os Hymenoptera Parasitóides são importantes por funcionarem como reguladores naturais das populações de outros insetos, mantendo os ecossistemas em equilíbrio.
“Eles podem ser utilizados como inimigos naturais de pragas agrícolas, sendo usados em programas de controle biológico. Além disso, são importantes bioindicadores do estado de preservação de ambientes, pois sua presença depende da ocorrência de outras espécies que são seus hospedeiros, que por sua vez dependem das suas plantas nutridoras”, explica a professora.
“O conhecimento da biodiversidade brasileira, em especial de grupos de invertebrados como os insetos, pode embasar o trabalho dos que decidem sobre o destino das unidades de conservação ou daqueles que se preocupam com a garantia de melhores condições para a produção agrícola do País”, diz. De acordo com Angélica, os resultados obtidos também serão utilizados como ferramenta para a divulgação da importância de se preservar a biodiversidade brasileira junto a vários segmentos da sociedade como, por exemplo, estudantes de vários níveis de ensino.
Vivam os Hymenoptera parasitóides da Serra do Mar! Conheça o instituto aqui.

As incríveis aventuras do pequeno grande Darwin em Galápagos

Cansado dos monótomos livros e de colecionar besouros, o pequeno Charles Darwin sucumbiu à proposta do reverendo John Henslow. “O senhor aceita ser o naturalista abordo do navio HMS Beagle, em uma viagem de mais de dois anos pela América do Sul?”. Sim, disse empolgado o rapaz.
No começo, sua família não gostou nem um pouco da idéia. Preferiria que o pequeno seguisse carreira eclesiástica. Ironia… Por fim, papai deixou o garoto de 22 anos embarcar. Munido de telescópios, instrumentos de medição, produtos químicos e espingardas, balançou o lencinho branco. “Bye”.
Entre os anos de 1831 e 1836, os marujos científicos deram a volta no Hemisfério Sul. Da Inglaterra, passaram até pelo Brasil. Por aqui, Darwin – também chamado de “Philo” pela tripulação – se horrorizou com a escravidão. Para quem não sabe – bobinhos os marinheiros – , foram até o Taiti, a Nova Zelândia e a Austrália. Uma viagem que eu faria sem nenhum problema.
Bom, no meio do caminho do Oceano Pacífico, os navegantes resolveram dar uma passadinha em Galápagos. Já que estavam por perto… Galápagos é um arquipélago, formado por cerca de 220 ilhas vulcânicas, localizado a 960 km da costa do Equador. Atualmente, 95% da superfície faz parte de um parque que leva o seu nome. O demais está colonizado. Há uma base da Força Aérea Equatoriana no local.
Durante a viagem, Darwin fez anotações em diários sobre geologia, espécies, o que ocorria no navio e outras observações. “Galápagos é um universo em miniatura”, escreveu. Não contente, cavalgou em tartarugas gigantes e puxou o rabo das coitadas das iguanas. Tudo em nome da ciência, quem diria…
A maioria das espécies encontradas por lá não existia em outras ilhas da América do Sul. Somado a isso, na época, equatorianos chamaram a atenção do estudioso para um detalhe. As tartarugas pareciam iguais, mas não eram. Em cada ilha, havia uma espécie diferente.
Já na Inglaterra, relendo seus escritos, Darwin teve um insight. As diferenças entre as tartarugas eram pequenas, pois todas provinham de um ascendente em comum! E, assim, nasceu sua mais famosa obra: “Sobre a Origem das Espécies Através da Seleção Natural ou a Preservação de Raças Favorecidas na Luta pela Vida”. Mais conhecida como “A Origem das Espécies”.
“Galápago”, caro leitor, em espanhol é o mesmo que “cágado”. Pegou?
Para saber mais sobre a viagem e o arquipélago, respectivamente, indico: Darwin 2009 e Parque Nacional Galápagos – este, em espanhol. Veja aqui, no Google Maps, tais ilhas. E boa surfada!
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