Arquivo da categoria: estória

Xis-Xis completa um ano!!!

Como se fosse hoje… Há exato um ano pasmava ao ver o sol se pôr da janela do meu apartamento. Com os raios ainda atravessando o vidro, resolvi sentar em frente à mesa de madeira. Abri o laptop. A idéia de criar um blog para compartilhar tudo de mais interessante sobre ciência e meio ambiente já tinha me corrompido. Voltar atrás? Nem imaginava essa possibilidade.
Só restava a dúvida: qual nome escolher. Uma semana antes, matutando sobre o assunto, cogitei um “Xis-Xis” para mim mesma enquanto esperava o farol da avenida Indianópolis, em Sampa, abrir. Era noite, mas uma luz apareceu. Sorri. Era esse! Nada transmitiria tão claramente minhas intenções. Que são as melhores, viu?
Agora, cá estamos nós. Você e eu intermediados por este blog. Espero que tenha conseguido alcançar meus objetivos. Compartilhando conhecimento para que possamos, juntos, melhorar nossa qualidade de vida. Evoluir a nossa brasileira sociedade. Desmistificar os deliciosos segredos da ciência e do meio ambiente. Eu tenho fé.
Estou feliz. Também confesso que um pouquinho cansada. Nada melhor que uma comemoração para ritualizar uma data querida. Calma… Não deixei ninguém de fora. Explico. Ainda este mês – espero! – o Xis-Xis se mudará de mala e cuia para o Scienceblogs Brasil. Uma honra!
Minha dedicação com relação ao blog continuará a mesma. Os textos, as imagens, a autora… o designer mudará um pouquinho. Mas o que irá se modificar, para valer, é a força. Lutar sozinho por mais educação é difícil. Juntos, você, eu, eles, venceremos! Um beijo e muito obrigada por ter lido todo este sentimental texto.

Cooper pela superfície solar

“Já caminhei pela superfície do Sol”, o Dr. Manhattan disse algo parecido no filme Watchmen – que, além do nome, tem referências engraçadinhas aos deuses egípcios e à história dos EUA. Acordei, literalmente, pensando nessa idéia.
Dá até falta de ar. Imagine que negro seria caminhar pela nossa estrela? Naquela imensidão? Vastidão? Entre aquelas labaredas quentes sem sentir o calor? Como seria seu núcleo? Preto com rachaduras vermelhas?
Enfim, este é um post viagem para filosofarmos juntos. Depois publicarei referência ao que interessa e a novidade. Aguarde notícias direto de Marte. Agora preciso correr contra Cronos.
Fonte foto: NASA.

As incríveis aventuras do pequeno grande Darwin em Galápagos

Cansado dos monótomos livros e de colecionar besouros, o pequeno Charles Darwin sucumbiu à proposta do reverendo John Henslow. “O senhor aceita ser o naturalista abordo do navio HMS Beagle, em uma viagem de mais de dois anos pela América do Sul?”. Sim, disse empolgado o rapaz.
No começo, sua família não gostou nem um pouco da idéia. Preferiria que o pequeno seguisse carreira eclesiástica. Ironia… Por fim, papai deixou o garoto de 22 anos embarcar. Munido de telescópios, instrumentos de medição, produtos químicos e espingardas, balançou o lencinho branco. “Bye”.
Entre os anos de 1831 e 1836, os marujos científicos deram a volta no Hemisfério Sul. Da Inglaterra, passaram até pelo Brasil. Por aqui, Darwin – também chamado de “Philo” pela tripulação – se horrorizou com a escravidão. Para quem não sabe – bobinhos os marinheiros – , foram até o Taiti, a Nova Zelândia e a Austrália. Uma viagem que eu faria sem nenhum problema.
Bom, no meio do caminho do Oceano Pacífico, os navegantes resolveram dar uma passadinha em Galápagos. Já que estavam por perto… Galápagos é um arquipélago, formado por cerca de 220 ilhas vulcânicas, localizado a 960 km da costa do Equador. Atualmente, 95% da superfície faz parte de um parque que leva o seu nome. O demais está colonizado. Há uma base da Força Aérea Equatoriana no local.
Durante a viagem, Darwin fez anotações em diários sobre geologia, espécies, o que ocorria no navio e outras observações. “Galápagos é um universo em miniatura”, escreveu. Não contente, cavalgou em tartarugas gigantes e puxou o rabo das coitadas das iguanas. Tudo em nome da ciência, quem diria…
A maioria das espécies encontradas por lá não existia em outras ilhas da América do Sul. Somado a isso, na época, equatorianos chamaram a atenção do estudioso para um detalhe. As tartarugas pareciam iguais, mas não eram. Em cada ilha, havia uma espécie diferente.
Já na Inglaterra, relendo seus escritos, Darwin teve um insight. As diferenças entre as tartarugas eram pequenas, pois todas provinham de um ascendente em comum! E, assim, nasceu sua mais famosa obra: “Sobre a Origem das Espécies Através da Seleção Natural ou a Preservação de Raças Favorecidas na Luta pela Vida”. Mais conhecida como “A Origem das Espécies”.
“Galápago”, caro leitor, em espanhol é o mesmo que “cágado”. Pegou?
Para saber mais sobre a viagem e o arquipélago, respectivamente, indico: Darwin 2009 e Parque Nacional Galápagos – este, em espanhol. Veja aqui, no Google Maps, tais ilhas. E boa surfada!
 Comente o post aqui, no blog coletivo Roda de Ciência.

Quem tirou as cadeiras da Lua?

Esse cometa Lulin me levou de volta ao passado. Falar de acontecimentos astronômicos é lembrar da minha infância. Tenho parentes que moram no interior de São Paulo. Além de músico – outra paixão da minha família -, um era astrônomo amador.

Vários finais de semana dos meus cinco e seis anos passei por lá. Adorava. Nós montávamos a luneta para ver o Sol durante o dia e os astros à noite. Certa vez, estava ansiosa. As constelações eu observava com maestria. Mas me perguntaram: “Está vendo as crateras da Lua?”.

E eu sabia o que era cratera? Não. Naquela cabeça doidinha de criança, traduzi como “cadeiras”. E lá estava eu procurando as cadeiras da lua. Me perguntava: “Quem deixaria cadeiras na Lua? Qual o propósito? Então, cadê a mesa?”

Todos estavam tão felizes com a menininha descobrindo o universo, que fiquei com vergonha de dizer que lá não tinha cadeira nenhuma. Droga. Mesmo assim, vi. Vi as crateras na Lua.

Só que as cadeiras continuam uma incógnita!

Saiba como ver o cometa Lulin

Cadê meu binóculo? Temos companhia nesta semana carnavalesca. Um cometa chamado Lulin pode ser visto com um simples binóculo ou uma luneta. Ontem, foi o dia que ele passou mais perto da Terra a uma distância de, aproximadamente, 60 milhões de quilômetros.
Se você estará em Sampa amanhã, mas não tem tais apetrechos, saiba que o Planetário do Ibirapuera abrirá para “pegar carona nessa cauda de cometa”. Haverá uma sessão – com palestra – para observação. Programação e horários aqui.
Para quem prefere a janela de casa, indico a leitura dos posts do fantástico Big Bang Blog. A autora – e astrônoma – Maria Gabriela Pereira fez um passo-a-passo explicando como ver o cometa. Veja aqui e ali. Aliás, o físico Dulcídio Braz do blog Física na Veia! também explica como ver o cometa e… Até conseguiu tirar uma foto dele! Sensacional. Leia aqui.
Historinha
De acordo com a Nasa, o cometa Lulin foi “descoberto” sem querer. Era uma vez, um menino de sete anos chamado Quanzhi Ye que morava na China. Numa bela noite de 1996, apontou sua lunetinha para o céu. Quando, de repente, viu um cometa com sua respectiva cauda flamejante passar pelos seus olhos. Uau.
Inocente, o chinesinho pensou que tivesse descoberto a maravilha. Mas algum estraga prazeres avisou que dois homens chamados Thomas Bopp e Alan Hale de Cloudcroft viram o cometa primeiro. Que, aliás, foi intitulado “Hale-Bopp”. Não satisfeito e com uma determinação oriental, Ye prometeu para si mesmo: “Um dia vou descobrir meu próprio cometa”.
Passado alguns anos, em uma tarde “quente” de verão de julho de 2007, Ye observava uma foto tirada das estrelas para um trabalho de faculdade. Ele era jovem adulto estudante de meteorologia. Notou algo estranho. Uma estrela não era uma estrela… Aham… Era um cometa! E, dessa vez, Ye viu primeiro.
A tal foto foi tirada noites antes no Observatório Lulin, localizado em Taiwan. O “fotógrafo”  astrônomo Chi Sheng Lin fazia uma patrulha do céu. “Espero que minha experiência possa inspirar outros jovens a prosseguir os mesmos sonhos estrelados como eu”, disse Ye. Amém. Leia mais aqui, em inglês.
Obs.: A foto do cometa que ilustra o post foi tirada pela Nasa.

Arte x Ciência


Quando trabalhava em uma revista de engenharia/arquitetura, tivemos a idéia de fazer uma matéria explicando onde começa a arte e acaba a ciência. Ou vice-versa. Sempre adorei essas pautas, de certa maneira, filosóficas. Quem ficou encarregada da missão impossível? Eu.
Teria, relativamente, pouco tempo para me dedicar ao assunto que daria um livro. Menos de uma semana. Naquela noite, após a reunião cheguei em casa quieta. Estava pensando por onde poderia começar ou atrás de um fio condutor. Até que me lembrei de um gênio que representa, com perfeição, tanto a arte quanto a ciência: Leonardo da Vinci. E, assim, o texto fluiu de uma maneira cientificamente artística. Sem dúvida, foi a matéria que mais amei fazer – infelizmente não achei o exemplar on-line.
Leonardo da Vinci
O pintor, matemático, engenheiro, astrônomo, filósofo, projetista, anatomista… Nasceu em 1452, na Toscana, Itália, e morreu na França em 1519. Inventou máquinas voadoras, elaborou estudos trigonométricos e incrementou a anatomia humana.
Apesar de ficar emocionada ao ver a Monalisa, o quadro que mais gosto do pitor chama-se “A Anunciação”. Em Florença, caminhava calmamente pelo museu Uffizi. Livre daquela ansiedade e tumulto. Quando entrei na sala com a obra do Leonardo, pude admirar a um metro de distância. Como se estivesse encarando o artista/ cientista.
No quadro, existia um mundo ao fundo que inexistia. Um anjo que lembrava as pinturas sem profundidade anteriores. O rosto feminino, detalhes de Monalisa. Os tecidos eram os mais invejáveis. Sim, me sentia completa. Uma obra possível a um gênio.
O limite
Certa vez, um cirurgião me disse: “O que aprendemos durante faculdade é a ciência. A ténica. Mas o que fazemos nos momentos limítrofes em uma cirurgia é a arte”. Em alguns momentos, elas se confundem. Em outros, se separam. Ou uma depende da outra. Como duas melhores amigas, que às vezes se desentendem, mas fazem seu caminho de mãos dadas. Para mim, ciência é uma arte.
 Foto: Vista da cidade de Florença de dentro do museu Uffizi.

O mistério da La Gioconda

Há quase dois anos, quando cheguei ao musée du Louvre – foto de fundo do meu twitter -, fiquei maravilhada. A estação do metrô é temática com imagens egípcias; no subsolo da entrada, olhei para cima e me vi dentro da pirâmide de vidro; comprei o ticket na máquina; e precisei escolher por qual ala entrar das rosas dos ventos. Passei as quase sete horas mais felizes admirando diversas culturas: francesas, italianas, gregas e – claro – egípcias.
Logo ao chegar, não tive dúvidas. Peguei o gigantesco mapa, mirei na Monalisa. Sem parar, fui direto ao quadro. Encontrei a sala por trás da tela. Quando olhei pela porta, uma multidão se aglomerava. Se acotovelava, chiava, os guardas gritavam para não tirarem fotos. Respirei fundo e entrei.
Precisei de quinze minutos até ficar cara a cara com a moça. Na minha frente, uma grade como de show, um palco com guardas e o pequeno quadro envolto em vidro. Uau. Impossível descrever a sensação.
Forcei a vista. Queria descobrir se ela sorria. Não consegui. Mas pude observar como o tempo desgastou a obra. Sem notar uma pincelada. Um trabalho genial, minuciosamente científico, diria. Fui embora aproveitar o “resto” do museu satisfeita. Estaria eu com um sorriso no rosto? Talvez.

Blogueiros no programa do Ronnie Von

Há duas semanas recebi um telefonema. Era da produção do programa Todo Seu, da TV Gazeta, apresentado pelo galã Ronnie Von. “Vamos fazer uma pauta sobre blogs, você topa?” Sim.
Ontem, dia do bate-papo, chegamos à noite na emissora – claro. Passamos a pauta, fizemos maquilagem, arrumamos as madeixas… Tudo para ficar apresentável no vídeo.
O programa reuniu um blogueiro de cada assunto. O que, sem dúvida, deixou a conversa mais rica por apresentar diversas facetas dos blogs. Sem mais, seguem as fotos dos “bastidores”.  Veja o vídeo da primeira parte da entrevista aqui e da segunda parte aqui.

Rodrigo, do Censurado; Fernanda, do Fake Doll; Ronnie Von; eu; e Marcelo, do Pergunte ao Urso.

O carnaval e a ciência

O carnaval sempre esteve na minha vida da mesma maneira que a ciência faz parte dela. Como nasci no país tropical, mês de fevereiro quando tem carnaval, o tema das minhas festinhas de aniversário eram sempre fantasias, confetes e serpentinas. Alegres como eu.
Aliás, sabia que hoje a diva-musa-brasileiríssima Carmen Miranda completaria 100 anos? Pois é… Nasci no mesmo dia que ela – vixe, falei. Na minha última viagem ao Rio de Janeiro, no ano passado, tive o desejo mórbido de visitar o túmulo dela. Todo de pedra na cor vinho. Está conservado.
Bom, mas estou falando de nascimento e não morte. Hoje me peguei matutando: o que é que a ciência tem a ver com o carnaval? Tudo porque a Tine Araújo, no blog “Eu, Eu Mesma e Tine”, lançou a idéia de fazermos posts contando historinhas sobre o carnaval. Pô, minha outra paixão.
É sabido que várias vezes temas científicos se tornaram enredos de escola de samba. Em 2004, por exemplo, a Casa da Ciência da Universidade Federal do Rio de Janeiro ajudou a Unidos da Tijuca no “O sonho da criação e a criação do sonho: a arte da ciência no tempo do impossível”. A escola foi vice-campeã.
Mas, na realidade, o carnaval nasceu da ciência. Ou melhor, devido à falta de conhecimento científico. Cerca de 600 a 520 a.C., os gregos realizavam cultos para os deuses em agradecimento pela fertilidade do solo e produção dos alimentos. Passado alguns anos, os gregos mais os romanos inseriram bebidas e práticas sexuais na festança. E, assim, fez-se o carnaval.
Nossos antepassados gregos e romanos conheciam, muito bem, técnicas eficazes de agricultura. Porém o fruto colhido era visto como uma agraciação dos deuses. E não apenas como o resultado da aplicação da prática científica. Viu? Então vamos comemorar! Para saber mais sobre história do carnaval, sugiro aqui.
Laboratório na avenida
Fique de olho nos enredos deste ano que têm pitadas científicas: Unidos da Tijuca sob o tema “Uma Odisséia sobre o Espaço”, Porto da Pedra com “Não me proíbam criar. Pois preciso curiar! Sou o país do futuro e tenho muito a inventar”, X-9 com “Amazônia… conseguimos conquistar com o braço forte… do esplendor da Havea Brasiliensis à busca pela terra sem males”, Vai-Vai com “Mente sã e corpo são”, Gaviões da Fiel com “O sonho comanda a vida, quando o homem sonha o mundo avança. A fantástica velocidade da roda para a evolução humana. É pura adrenalina!”, Mocidade Alegre com “Da chama da razão ao palco das emoções… Sou máquina, sou vida… Sou coração pulsando forte na avenida!”.
Isso, sim, é um Carnaval Científico – e eu poderia perder o trocadilho? Jamais!

Crianças já possuem mentalidade responsável sobre meio ambiente

Esse final de semana, me presenteei com um domingo mais saudável e campestre. Fui ao Parque do Ibirapuera com primos crianças. Nossa meta era andar de bicicleta e ser feliz. Só. Como ameaçava chover, sorte foi encontrar o parque relativamente vazio. Alugamos quatro bicicletas, uma para cada um, e optamos por andar na grama. Era o lugar mais sossegado para uma criança reaprender a pedalar.
Passamos entre as folhas secas, morrinhos de terra e pelas poças d’água. Rimos com a lama respingando nas roupas, com os encontros de pneus e com poucas quedas. O calor somado às pedaladas aumentou a nossa sede. Momento para beber água. Logo em seguida, o tempo chegava. Era a hora de devolver as bicicletas.
No caminho, meu primo jogou sua garrafinha de água no lixo de coleta seletiva. O Ibirapuera possui uma lixeira para orgânicos e outra para recicláveis. Mas notei que ele ficou segurando a tampinha na mão. Percebi: “A tampa também é reciclável…”. “Ah, é. Esqueci!”, e deixou o plástico na lixeira correspondente.