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Mariah Carey erra na matemática de Albert Einstein

Einstein poderia ficar sem essa. A capa do novo CD da norte-americana Mariah Carey tem: ela em pose de diva do cinema tampando as “vergonhas” com plumas de cisne pós-patinho feio, a clássica expressão facial “sou gostosa naturalmente”, “Mariah” escrito de forma super feminina e – tchan, tchan, tchan, tchan – a famosa equação E=mc². Você deve estar pensando, “ok, a capa ficou bonita”, mas o que a matemática tem a ver com isso?
A própria cantora explica: “emancipação é igual a Mariah Carey vezes Carey”. Ela quis dizer que seu novo álbum é livre de influências do mal e que, por isso, está repleto de Mariah Carey vezes ela mesma. Acontece que alguém esqueceu de explicar para a artista que o símbolo “²” significa “ao quadrado” e não “vezes dois”.
Bem que me segurei para não postar essa gafe que li no G1. Afinal, atire a primeira pedra quem nunca errou. Mas não aguentei! Daí, fuçando um pouco pela net, achei um site inglês cheio de foras sobre ciência cometidos por pessoas famosas e desmentidos – ou explicados verdadeiramente – por cientistas.
Até a Madonna falou bobagem. “Um dos maiores problemas que existem hoje no mundo é o lixo nuclear. Isso é algo com que estou envolvida e, por enquanto, com um grupo de cientistas buscando uma maneira de neutralizar a radiação”, disse a musa. O especialista Nick Evans contestou: “A radioatividade não pode ser ‘neutralizada’. Ela diminui no seu próprio ritmo. Não há soluções milagrosas”.
Quer ler mais gafes de famosos sobre ciência? Entre neste link do site Sense About Science  – mas está em inglês.
Afinal, o que significa E=mc²? Tem a ver com a famosa Teoria da Relatividade. Traduzindo a expressão matemática: energia é igual à massa multiplicada pela velocidade da luz ao quadrado. Entre outras coisas, graças a essa equação descobriu-se que nenhum objeto pode viajar mais rápido que a velocidade da luz. Agora, em coro, vamos cantar o refrão que adoro me esgoelar no karaokê:

I can’t live
if living is without you
I can’t live
I can’t give anymore
I can’t live
if living is without you
I can’t give
I can’t give anymore

Londres abole a tradicional chuva de papel picado

Ontem à noite, quando cheguei na garagem do meu prédio, vi que a lixeira de materiais recicláveis estava cuspindo caixas de panetone, papéis de presente e muito plástico. O lixo até brilhava! Esse resultado deve-se a uma equação simples: + consumo = + lixo. Uau, deveria ganhar uma medalha Fields – conhecida como prêmio Nobel da matemática – por essa fantástica conta.
Bom, no final de ano, o fato é que a carioca Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb) registra aumento de lixo coletado em torno de 10% a 20% – ou 350 toneladas diárias – em relação aos meses anteriores. Como disse, embalagens de produtos alimentícios e embrulhos de presentes estão entre os maiores responsáveis por esse acréscimo.
Durante essa época, o litoral também sofre com o aumento de lixo. Devido à assídua presença de turistas, a orla das praias brasileiras fica cheia de lixo como garrafas de vidro e oferendas no dia primeiro. Quem nunca pisou num espinho de rosas pulando as sete ondinhas? Apesar que adoro nossa tradição de oferendas para Iemanjá. Acredito que uma maneira de resolver o problema seria, sistematicamente, evitar jogar lixo na praia.
Em Londres, a tradicional – deles – chuva de papel picado durante as festas de Ano Novo foi abolida. Era considerada um hábito perigoso pela própria população, pois trazia riscos de incêndio, dificultava o escoamento da água da chuva e aumentava sujeira nas ruas. Quem passou essa informação foi a Ecoesfera, uma construtora de olho no lucrativo “mercado verde”. A empresa desenvolveu um “mapa sustentável” interativo bem bonitinho. Veja aqui.
Falando em edifícios… Este ano, fiquei contente. Há poucos meses meu prédio recolhe óleo de cozinha para ser reciclado. Em casa, guardamos o material em uma garrafa pet. Conforme vai enchendo, despejamos no local indicado pela síndica.

Doação de sangue: mitos, verdades e necessidade nessa época do ano

Quero aproveitar a época para fazer um alerta. Quando se aproximam feriados – como o Natal e Reveillon – a preocupação dos médicos que trabalham em hospitais aumenta. A doação de sangue nessa época do ano sofre queda de 30%, comprometendo as vítimas de acidentes de carro e o atendimento aos pacientes com doenças crônicas.
O médico Carlos Chiattone, presidente da Associação Brasileira de Hematologia e Hemoterapia (ABHH), afirma que o número de doadores no Brasil representa 1,7% da população. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o ideal seria em torno de 3% e 4% de doadores.  Não importa onde esteja. Hoje, por exemplo, pode-se dedicar uma horinha do dia para doar sangue. E viajar em paz!
Veja alguns mitos sobre a doação:
Quem doa sangue uma vez terá de doar para sempre;
A doação “engrossa” o sangue, entupindo as veias;
Faz o sangue “afinar”, “virar água” ou provoca anemia;
Doar sangue engorda;
Doar sangue emagrece;
Doar sangue vicia;
Mulheres menstruadas não podem doar sangue.
E agora as verdades:
Doar sangue não enfraquece o organismo;
Sempre que o sangue coletado apresentar problema, o doador é convidado a comparecer ao hemocentro para refazer os exames;
Durante a gravidez a mulher não pode doar;
Se o parto for normal a mulher pode voltar a doar depois de três meses. Se cesariana, depois de seis.
Ontem mesmo presenciei uma cena triste. Um carro bateu em um motoqueiro e ele foi parar embaixo de um ônibus. Os médicos demoraram mais meia hora para retirar o homem de lá. Enquanto isso, ele perdeu muito sangue. Infelizmente, uma cena comum na metrópole paulistana. Mas, com certeza, a boa ação de alguém o ajudará a recuperar sua vida que escorria.
Mas o que é o sangue?
De acordo com o Hemocentro do Rio Grande do Sul, o sangue humano é composto por plasma – líquido do sangue -, hemácias, leucócitos – células – e plaquetas – fragmentos da medula óssea. É um tecido vivo que circula pelo corpo, levando oxigênio e nutrientes a todos os órgãos. Ele é classificado nos grupos A, B, AB e O e nos Rh positivo e negativo. Na população brasileira, os percentuais são de, aproximadamente, 45% de tipo O e 42% tipo A. O grupo B representa 10% e o AB apenas 3%. Sobre o fator RH, os tipos negativos são os mais raros. O “sangue universal”, que pode doar para todos, é o O negativo.

Cientistas revelam mitos da medicina natalinos

Os pesquisadores Rachel C. Vreeman e Aaron E. Carroll incorporaram os “caçadores de mitos”, mas sem espírito natalino. Publicaram um artigo na revista científica British Medical Journal sobre as mentirinhas da medicina relacionadas com o Natal – que são vistas como verdade verdadeira até por próprios médicos. Como moramos num país tropical, selecionei os mitos mais próximos de nós. Por exemplo, de que interessa saber que é lenda que 45% do calor corporal é perdido pela cabeça? Só é bom para quem irá comemorar a data junto com as renas do Pólo Norte.
Veja o que parece verdade, mas não é:
Açúcar provoca hiperatividade em crianças. Mentira! Doze ensaios clínicos não detectaram diferenças no comportamento dos pequenos quando eles comem mais doces, chocolates ou frutas. Pode chupar cana-de-açúcar e tentar assoviar sem problema.
Suicídios aumentam durante as férias. Deve ser coisa de americano ou europeu. Bom, um estudo do Japão mostrou que a taxa de suicídio foi mais baixa nos dias anteriores e mais elevada após os feriados. No feriado em si, dá no mesmo que o resto do ano. Aliás, pode ser até mais baixa, visto que há apoio emocional de amigos e parentes. Mas claro que conheço muita gente que fica mais melancólica nessa época.
A planta poinsétia é venenosa. Lenda. Para quem não sabe, essa planta é aquela com folhas bem vermelhas sempre usadas – falta criatividade – para incrementar a decoração de Natal, principalmente de shoppings.
Comer à noite engorda. Essa nem eu apostava que era… mentira! Uma pesquisa realizada na Suécia constatou que as mulheres obesas comem mais à noite do que as não obesas. Além da pratada ser maior, elas faziam mais refeições diárias. Daí, parece que comer a noite engorda. Na realidade, independente do horário, o importante é consumir poucas calorias.
Ressaca tem cura. Nananinanão. Nenhuma prova científica ou intervenções eficazes mostraram que o problema tem “cura”. Logo, não adianta tomar remédios, glicose, suplementos dietéticos ou comer alcachofra (!). “A ressaca é causada por excesso do consumo de álcool. Assim, a forma mais eficaz de evitá-la é apenas consumindo com moderação ou mesmo não beber”.
Para ler o artigo inteiro clique aqui. Ho ho ho!

Relógio pode provar que chineses viajaram no tempo

Arqueólogos estão intrigados. Ao abrir um túmulo selado há 400 anos na China, encontraram uma imitação de 100 anos de um relógio – veja a foto! No verso estava escrito “Suíça” e a hora marcava 10:06 da manhã. Na época da Dinastia Ming esses relógios não existiam. E a Suíça sequer era um país. Eis a questão. Como um relógio de 100 anos atrás foi parar numa tumba selada há 400 anos?
Discutiu-se se os chineses teriam conseguido o feito, a peripécia, o sonho de viajar no tempo. Duvideodó – veja uma matéria que fiz sobre o tema aqui. Outra possibilidade seria a tumba não estar realmente selada. Ou ser uma brincadeira de mau gosto. Ou uma fraude. Agora, os arqueólogos estão gravando um documentário sobre a descoberta.
Curiosidades. De acordo com a marca Citizen, o primeiro relógio mecânico baseado em engrenagens e pesos é de 850 d.C. Também, quem inventou os relógios de pulso foi Patek Philippe no fim do século XIX – e não Santos Dumont. Em março de 1904, Cartier apresentou a ele o que é considerado erroneamente o primeiro relógio de pulso do mundo, batizado de Santos, com pulseira de couro.
Aliás, falando em relógio para marcar o tempo… Ontem investi o meu tempo no show da Madonna. Quem gosta de tecnologia de ponta, ilusionismo e catarse deve ir à última apresentação hoje! O que é aquela mulher? O que é o tempo para ela? O que ela faz com o tempo? Saí de lá decidida a acrescentar mais um item na minha lista abaixo: Projeto Madonna 2009. Ela tem 50 anos e um corpo de fazer inveja a mais gatinha de 20.
Mesmo assim, a todo momento a referência ao tempo estava presente. Seja no mundo colocado como um relógio, no compasso das músicas, no “tic tac” cantado pela musa, na palavra “clock”. O tempo é um mistério que incomoda a todos nós – sejamos pobres ou ricos mortais. Por si só. Agora te pergunto o que a cantora indagou no meio do espetáculo: “Do you have a good time?”
Veja notícia no blog Conspirado, da revista Galileu, G1 e no jornal britânico Daily Mail.

Como foi o encontro de blogs científicos

No primeiro dia, quinta-feira passada, não pude ir. Passei o tempo trabalhando e – como pode ver no post anterior – à noite estava na entrega do cheque e do chiclete com o “cometa Halley”. Depois da “premiação”, saí direto para a estrada rumo Ribeirão Preto. Local do encontro.
Bom, sexta de manhã fomos para a USP dar início às palestras. Fazendo um resumão, debateu-se muito sobre como passar as informações da maneira mais correta e como alcançar as pessoas interessadas. Afinal, a maioria dos blogueiros é competentíssima e escreve muito bem. Privilegiados, é verdade.  Assim…
Chegamos, facilmente e rapidinho, à conclusão de que estamos marginalizados na blogosfera. Como fazer o leitor interessado chegar aos nossos blogues? Poxa, ciência é bacana e importante. Principalmente, para criar nossa própria opinião sobre o mundo e consciência do que se passa – fazem – conosco.
Além de  política, futebol, gossip… Também tenho fé de que o internauta se interessa pelos assuntos como os tratados aqui. Afinal, se as pessoas procuram diversão, ciência pode ser um arraso. E muito atraente, sexy, glamurosa. Mas um detalhe me deixou deveras contente.
O Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) foi o patrocinador do nosso humilde evento – isso mesmo! Com todo seu poder e força, apareceu para quebrar a burocracia. Pasme. O MCT quer participar ativamente da internet. Vem novidades por aí. Eles foram solícitos e estão repletos de projetos novos que podem nos englobar. Pobres seres apreciadores da ciência.
Foram dois dias de I Encontro de Weblogs Científicos em Língua Portuguesa (I EWCLiPo). No próximo ano, pretende-se fazer em agosto lá no Rio de Janeiro. Provavelmente, em uma cidade litorânea, pequena, baratinha, de sábado e domingo. A idéia é escolher um lugar de fácil acesso, onde exista pacote que englobe tudo – transporte, comer e dormir – e cidade pequena para ninguém ficar disperso. Afinal, é bárbaro ver a “cara” dos blogues!
Quer saber mais? Alguns blogueiros também deram seus pitacos sobre o evento:

Participantes, sou a de discreta franja. Pô, reparou que só tem homem? Cadê o meu gênero?!? Mulheres, uni-vos!
Participantes, sou a de "discreta" franja. Pô, reparou que só tem homem? Cadê o meu gênero?!? Mulheres, uni-vos!

Mesa redonda. Da direita para a esquerda, Atila do Rainha Vermelha, Osame do Semciência e eu do Xis-xis. O mundo é nerd, proferi.
Mesa redonda. Da direita para a esquerda, Átila do Rainha Vermelha, Osame do Semciência e eu do Xis-xis. Repare não que os dois estão com olhos vermelhos e eu com os meus fechados. "O mundo é nerd", proferi.

Ciber-desmatamento é a novidade de madeireiras e hackers

Esta notícia recebi via Greenpeace. O Ministério Público do Pará divulgou hoje detalhes de como hackers contratados por 107 madeireiras e carvoarias invadiram o sistema de controle de transporte de madeira que se chamava Documento de Origem Florestal (DOF). Eles são acusados de falsificarem os registros on-line para aumentar a quantidade permitida para comercialização. Atenção: o estado do Pará abriga quadrilhas de hackers, especializadas em fraudar o sistema bancário.
Cerca de 1,7 milhão de metros cúbicos de madeira ilegal – suficiente para encher 680 piscinas olímpicas – foram hackeadas. As multas aplicadas pelo Ministério Público superam os R$ 2 bilhões. “Ao invadir o sistema, essas empresas transformam seus carregamentos ilegais em madeira legal, como se viesse de planos de manejo florestal”, explica André Muggiati, do Greenpeace. “Os sistemas adotados pelos estados e pelo governo federal não são seguros. Além disso, a quantidade de auditores não é suficiente para monitorar e evitar fraudes”, completa.
Para piorar… “Aproximadamente metade das empresas envolvidas no escândalo têm outras acusações pendentes por crimes ambientais ou uso de trabalho escravo“, diz o promotor Daniel Avelino. A polícia começou a investigar hackers suspeitos em abril de 2007. No total, 202 pessoas são acusadas. Eles serão obrigados a reflorestar as áreas desmatadas, calculadas em 364 quilômetros quadrados – quero só ver.
Aliás, sempre se fala madeireiras, madeireiras, mas ninguém dá o nome aos bois. Pois aí vai. A madeireira Eidai – multinacional japonesa – foi denunciada várias vezes pelo Greenpeace por compra e comercialização de madeira ilegal. Ela tem uma das maiores multas aplicadas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) por ações ilegais. No site, diz que é contra o aquecimento global e que se preocupa com o meio ambiente. Quer ver? Clique aqui – o site está em japonês, mas dá para ter uma idéia.
Triste. Mas a tecnologia – e a ciência – pode ser usada tanto para o bem, quanto para o mal. Essa é a dicotomia da vida.

Astrolábio mais preciso do mundo é no Brasil

astrolábio mais preciso
Calma, não se reprima! Segundo a Fundação Museu da Tecnologia de São Paulo, o astrolábio  era um instrumento usado na Idade Média para fins astrológicos e astronômicos. Media a altura dos planetas, sol, lua e estrelas – enfim, dos astros – acima do horizonte. Também resolvia problemas geométricos – como calcular a altura de um edifício ou a profundidade de um poço. Hoje está obsoleto, arcaico. Mas não importa. O mais preciso dele é do Brasil, il, il.
Quem disse isso foi a empresa que o construiu. A multinacional alemã Festo – que faz equipamentos para automação industrial – afirma que o astrolábio mais preciso do planeta está na sede brasileira da corporação em São Paulo – imagem acima. Ele é 500 vezes mais exato que o da Catedral de Notre Dame, em Paris.
Os alemães, realmente, parecem gostar dos céus. A matriz brasuca ainda possui o Horologium Mundi – imagem abaixo. Trata-se de um calendário que marca os segundos, minutos, horas, dia da semana, dia do mês, mês e ano até o infinito! Quer dizer, levaram em consideração todos os acontecimentos especiais do calendário gregoriano – o nosso – até o ano de 4.900 d.C. Sabia que existe um ano bissexto adicional a cada 400 anos? Pois é, tá lá no Horologium Mundi – parece nome de feitiço do Harry Potter. Só não sei se podemos visitar as invenções. Acredito que para fins educacionais a empresa abre as portas.
Curiosidade marinha

tempo
O astrolábio náutico era uma versão simplificada que ajudava na localização em alto mar. Muitos exemplares espalhados pelo mundo foram fabricados em Portugal. Eles têm o nome ou marca do fabricante como Agostinho de Gois Raposo, Francisco Gois e João Dias. Poucos desses instrumentos “sobreviveram”, mas com o desenvolvimento da arqueologia subaquática foi possível recuperar alguns exemplares. Atualmente, há cerca de 80 astrolábios antigos pelo mundo e todos são registrados no Museu Marítimo de Greenwich. Além disso, passaram a ser conhecidos por um nome relacionado ao navio ou local onde foram encontrados. Fonte, Fundação Museu da Tecnologia de São Paulo.

Obs.: Esta semana colocarei aqui as fotos e as notas do primeiro Encontro de Weblogs Científicos em Língua Portuguesa (EWCLiPo). O Ministério da Ciência e Tecnologia foi o patrocinador, percebe? Também publicarei as fotos da entrega do chiclete Trident leiloado e do cometa Halley – vulgo Cauã Reymond. Aguarde e verás. Boa semana! Lembre-se: tempus fugit.

USP terá primeiro prédio ambientalmente sustentável

Essa é em primeiríssima mão! Sexta-feira será o lançamento oficial da primeira edificação ambientalmente sustentável da Universidade de São Paulo (USP): o Centro de Estudos de Clima e Ambientes Sustentáveis (Cecas). Ele ficará na Cidade Universitária.
O projeto do novo prédio nasceu da parceria entre o Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) e a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU). Foi planejado para ter consumo zero de energia e reduzido impacto ambiental e integrará pesquisas multidisciplinares de várias unidades: a Rede Temática sobre Mudanças Globais, o Centro de Ciências da Terra e do Ambiente e o Laboratório de Modelos para a Sustentabilidade das Construções.
Infelizmente, não tenho fotos ou detalhes sobre as tecnologias empregadas. Mas acredito que realmente possui um conceito sustentável, diferente de muitos projetos divulgados por aí. Tenha um lindo dia!
Ah, nesta quinta-feira começa o primeiro – afe, quantos números “um” – encontro de blogs científicos. Ainda dá tempo de se inscrever e é de graça! Veja aqui.

Butantan produzirá vacinas contra leishmaniose

Fui numa coletiva de imprensa – reunião apenas para jornalistas que as instituições fazem para divulgar algo – na Fundação Butantan, na última linda sexta-feira ensolarada. No próximo ano, pesquisadores brasileiros começarão a fazer testes em cachorros de uma vacina contra leishmaniose visceral ou doença de calazar.
Pelo jeito, os ensaios apenas confirmarão o que os cientistas já sabem. Testes realizados em ratinhos e em humanos, nos Estados Unidos, mostraram que a vacina é 70% eficiente e não apresenta problemas. Os pesquisadores estão muito animados. Quando saímos da coletiva, ao meio dia, eles continuaram a reunião para discutir sobre investimento e onde serão realizados os ensaios.
Uma parte dos 23 milhões de reais para a construção da fábrica já foi captado. Se tudo ocorrer bem, no primeiro semestre de 2009 ela estará praticamente pronta. Aliás, sabia que o Butantan tem uma fábrica para cada vacina? E que algumas são microbianas? Ai que fantástico. As bactérias é que são colocadas para trabalhar. Devem produzir inúmeras proteínas que se tornarão vacinas.
Você, leitor do “rico” Sul e Sudeste, deve estar se perguntando. Mas que jossa é essa doença? A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera-a uma das seis maiores endemias – doença que se restringe a um determinado local – do mundo. No Brasil, em 2006, 1.810 pessoas tiveram leishmaniose visceral. Se não trata, tem 90% de chance de falecer. E como o lugar mais afetado é o Nordeste…
Aliás, por que os Estados Unidos, que não possuem muitas doenças tropicais, estão fazendo pesquisas? Neste específico caso a parceria foi realizada com o Brasil – as vacinas serão produzidas aqui. O que gera economia financeira, oportunidade para pesquisadores brasucas e desenvolvimento científico e tecnológico para nosso país abençoado por Deus.
Mas, pelo que vi por aí, o país norte-americano possui uma série de interesses em outras pesquisas sobre doenças tropicais: se preparar para o aquecimento global, vender remédios para os inúmeros doentes subdesenvolvidos, cuidar dos soldados que combatem “em trópicos” ou para ajudar os mais pobrinhos.
Bom, sei que a coletiva foi bárbara. Informal, os pesquisadores estavam em uma mesa de reunião enquanto conversávamos com eles. Sentados no entorno. Aliás, ir ao Butantan é sempre ótimo. Quando era criança, todo domingo pedia para os meus pais me levarem para “ver as cobras”. Ficava fascinada com aquele poço cheio de répteis – medo de cair lá -, com as vacinas e com o trenzinho que circulava pelo lugar – claro.
Um dia desses, levei primos crianças para conhecer o que eles chamavam de “Bitantã”. Adoraram! Alguns complexos novos não existiam no meu tempo – estou ficando velha: o Museu de Microbiologia e o berçário. Imagine que “munitinhos” os bichinhos bebês…
Na volta da coletiva, insisti para o taxista levar a filhinha dele ao “Bitantã”. Afinal, quer passeio mais mil e uma utilidades? Arborizado, torna os filhos mais inteligentes e não pesa no bolso. O site do museu é este. Leia a matéria sobre a vacina – com todas as explicações – aqui. Bom domingão quente e de céu azul para ti! Agora vou correr no parque!