A designer Patrícia Penna organiza o evento Design na Brasa para discutir o design sustentável. Desde 2009, ela tenta incluir no calendário da cidade de São Paulo o… Dia do Design Sustentável. Este ano, conseguiu! Será todo 16 de setembro – mesma data destinada ao Dia Mundial da Proteção à Camada de Ozônio. Afe, quanto dia! O projeto de lei é do vereador Penna (PV). “O dia 16 de setembro foi escolhido, exatamente, para estimular a reflexão sobre a influência da forma de produção do modelo capitalista no meio ambiente”, disse ele.
Mas o que é design sustentável?
De acordo com a Patrícia, são produtos economicamente viáveis, socialmente justos e ambientalmente corretos. Pode se enquadrar no quesito, por exemplo, produtos que utilizam menos matéria-prima e energia na sua fabricação. “É da responsabilidade de quem projeta e de quem produz fabricar bens de consumo e incentivar práticas que levem em conta a proteção ao meio ambiente, a preservação dos recursos renováveis, alternativas sustentáveis aos recursos não-renováveis e a preocupação com as gerações futuras”, está escrito na justificativa da respectiva Lei 494/2009.
Por que dia 16 de setembro é o da Camada de Ozônio?
Nesse dia e mês de 1987, foi ratificado o Protocolo de Montreal. Ele reduziu a produção e o uso de gases clorofluorcarbonetos (CFCs) que destroem a camada de ozônio. Quando esses gases foram descobertos antes da Segunda Guerra Mundial, fizeram sucesso. Os cientistas achavam que eles refrigeravam sem interagir com nada. Até que, passadas décadas, descobriu-se que os CFCs interagiam com moléculas de ozônio da alta atmosfera. Assim, destruindo a camada que protege a Terra dos raios solares nocivos.
Obs.: A imagem acima mostra o tamanho do buraco na camada de ozônio, em 2007. A Nasa publica imagens do buraco, dia a dia, desde 1979. Veja aqui.
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Papéis ao vento…
Pensei… antes de escrever este post… Na realidade, antes de confessar, pela primeira vez, que eu faço uma coisa que alguns poderiam considerar ridícula. Cá entre nós – que ninguém nos ouça: “Eu escrevo poesias, citações ou frases como ‘tenha um bom dia’ em papéis que por ‘n’ motivos não seriam utilizados pela reciclagem e os coloco dentro do ‘lixo’ de coleta seletiva”. Falei!
Tudo começou quando estava revendo algumas matérias jornalísticas minhas do passado. Ainda na faculdade, fiz uma reportagem para a TV Mackenzie sobre os catadores que trabalham em uma cooperativa instalada na Luz. Apurei, entrevistei, fiz a passagem – momento em que o repórter fala olhando para a câmera – e acompanhei a edição.
Durante a entrevista, os catadores contaram suas histórias de vida. A maioria deles se dizia muito feliz por ter um trabalho – lembro-me de um homem dizendo que, com o emprego, conseguia pagar o aluguel, ter onde morar. E, claro, entendiam que seu papel ajudava a preservar o meio ambiente. O que dava uma satisfação pessoal.
Aliás, que papéis lindos eles criavam! Além de separar o coletado para vender para as fábricas de reciclagem, eles produziam blocos, cadernos, folhas de papel reciclado. Indiquei para um primo. Que adorou e lá encomendou o convite de casamento – por sinal, bem mais barato do que as empresas cobravam. Noivas, anotem a ideia.
Passados alguns anos, separando o lixo para a reciclagem, tive uma luz. Ô bom humor! Escrevi algumas mensagens como “desejo um lindo dia” e coloquei na coleta seletiva. Discretamente. Sem ninguém em casa perceber. Repeti a ação outras vezes.
Será que alguém leu? Será que o recado tornou o dia da pessoa mais feliz? Será que estimulou a leitura no outro? Porque me senti sorrindo por dentro. Agora, percebo que isso remete a algo da Amélie Poulain. “São tempos difíceis para os sonhadores”, citaram durante o filme.
A crise financeira afetou o setor da reciclagem
Li muito sobre isso. De acordo com o Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR), a crise financeira em 2009 e 2008 prejudicou o setor da reciclagem. Mas a modo de quê?
O preço dos materiais recicláveis – aparas de papel, sucata de ferro e plásticos – é ditado pela Bolsa de Valores de Londres. Tratam-se de commodities classificadas como mercadorias primárias – ou matérias-primas – que têm seu preço cotado de forma global. Assim, os materiais recicláveis estão sujeitos às variações que as indústrias praticam ao redor do mundo – cotadas em dólar.
Segundo o MNCR, no Brasil, por exemplo, o preço do quilo de plástico caiu de R$ 1 para R$ 0,60, e o do plástico de garrafas pet, de R$ 1,20 para R$ 0,35. O quilo do jornal, dos papelões especiais e finos e dos papéis misturados e brancos também tiveram redução no valor. A reciclagem quebrou no Brasil, para o Movimento. Indústrias de beneficiamento fecharam as portas e demitiram. Ainda, hoje, o setor não se recuperou.
Essas informações constam no artigo “A crise financeira e os catadores de materiais recicláveis”, produzido pelo Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR) e publicado no último boletim Mercado de trabalho: Conjuntura e Análise, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
Agora, veja só que problema. Estimativas do Movimento apontam que, no Brasil, 90% de tudo que é reciclado vêm das mãos dos cerca de 800 mil catadores. Eles atuam dentro de lixões a céu aberto ou organizados em cooperativas e associações. Quem precisou trabalhar mais para ganhar o mesmo? Os catadores.
Um buraco sem araras em Bonito
Há uns seis anos – nossa, como estou ficando velha! – conheci Bonito, a cidade mágica do Mato Grosso do Sul. Lá, entre tantos lugares de sonho, existia um fantástico. O “Buraco das Araras”.
Era uma vez uma depressão na terra, chamada de dolina, que forma um buraco gigantesco de 65 metros de altura. Nas paredes da dolina e nas árvores quase inalcançáveis dentro dela, as barulhentas araras faziam ninhos.
Todo dia, dizem que principalmente no final da tarde, era possível ficar pertinho das araras, dos periquitos, dos papagaios… Eles davam rasantes sobre nossas cabeças. Até que…
Dois conhecidos meus foram visitar Bonito, em novembro. Segundo moradores, turistas com ideias de jerico soltavam fogos da beira do Buraco. Com o barulho, as araras se assustavam e voavam. Naquele único momento, o vôo coletivo poderia ser lindo. Mas as araras se debandaram do local. E diminuíram o número de ninhos, ao menos ali.
Meus conhecidos voltaram chateados. Disseram que, agora, responsáveis estão tentando impedir que se solte fogos de artifício no lugar. E pesquisando maneiras de repopular, como antes era, a dolina com araras. Como, por exemplo, soltaram um casal da espécie no lugar.
Obs.: Encontrei um site – creio ser da fazenda onde está localizada a dolina – com histórias do jeito que gosto – realismo fantástico? – e fotos do Buraco. Recomendo. Clique aqui para ver.
E o livro “Seis Graus” vai para…
o Marcelo! Parabéns, sortudo! Ho, ho, ho!
Para quem caiu de paraquedas… O Xis-xis sorteou o livro “Seis Graus”, escrito por Mark Lynas e editado pela Jorge Zahar Editor. Um mimo de Natal – que está chegando! Para se inscrever, bastava dizer o que fazia para conter o aquecimento global. Mas não escolhi a “melhor” ideia – o que seria deveras subjetivo. Fiz um sorteio, mesmo.
E pedi para as pessoas serem criativas. Entre serinhos e piadistas, surgiram comentários interessantes. O Marcelo, o grande vencedor, escreveu:
“Bom, diversas atitudes para combater o aquecimento. desde o controle do banho até o projeto da casa onde vou morar que conta com 100% de reaproveitamento da água usada + água da chuva. Garantia de regulagem do motor do carro para o mínimo de emissões, não deixar eletrodomésticos desnecessariamente conectados à rede elétrica, uso somente de produtos “verdes” e assim por diante. Parabéns pelo blog.”
Confira com seus próprios olhos o resultado do sorteio – se seu nome não aparece, é porque é um dos últimos, que um dia serão os primeiros:
Um beijo da Isis Noel!
Sorteio do livro “Seis Graus”!
Valendo! Quer ganhar o livro “Seis Graus”, escrito por Mark Lynas e editado pela Jorge Zahar Editor? É simples. Basta escrever nos comentários deste post o que você faz para evitar o aquecimento global. Seja criativo! Os comentários poderão ser postados até o dia 20 de novembro. Em seguida, sortearei todos os inscritos. É o Xis-xis de Natal! Ho ho ho!
Sobre a obra
Meu coleguinha Mark Lynas, jornalista e ambientalista, um belo dia teve um insight. Ele mora a cerca de um quilômetro e meio da Biblioteca Científica Radcliffe, Universidade de Oxford, na Inglaterra. Segundo o autor, a maioria dos estudos sobre aquecimento global eram enviados para o local “onde permaneciam intocados por semanas, ou até anos”. “Dei-me conta de que era quase o mesmo que ter um oráculo de Delfos logo ali no meu jardim dos fundos, ou Nostradamus morando na casa ao lado”, escreveu.
Curioso, o jornalista foi xeretar os trabalhos científicos. E percebeu que, com o material, poderia montar um guia, grau por grau, sobre o futuro calorento do aquecimento global – se ele se concretizar. E essa é a história do “Seis Graus”. Lynas esclarece que parte dos trabalhos científicos foram feitos baseados em projeções, sendo que muitas vezes cada uma utilizava um modelo diferente. Ele foi encaixando os estudos em cada grau. No final do livro, colocou as referências para quem quiser tirar a prova.
O livro foi impresso no Brasil em papel reciclado. Recebi a obra esta semana, estou ainda no primeiro grau. Mas já deu para perceber um pouco sobre a prosa. Ela não é toda catastrófica. Além de bem humorado, de acordo com os temas, aos poucos o autor explica fenômenos da natureza – contextualizados com história e geografia – como as correntes marítimas. Veja duas informações curiosas que grifei:
- Há 70 mil anos, uma erupção vulcânica na Indonésia lançou muito, mas muito mesmo enxofre e poeira na atmosfera. Tanto que até cortou o calor do sol. Assim, a temperatura do planeta despencou, aproximadamente, seis graus. A população humana foi reduzida para 15 mil a 40 mil indivíduos;
- Na Idade Média, em meados de 1100 d.C., estima-se que as temperaturas no interior norte-americano foram até dois graus mais quentes do que agora. Índios morreram por falta de recursos naturais e em brigas violentas. Na Europa, os vikings colonizaram a Groenlândia e vinhedos eram cultivados no norte da Inglaterra – hoje eles são plantados no Mediterrâneo.
Maragogi e Porto de Galinhas: entre o paraíso e o inferno
Para quem não sabe, as belezas de Maragogi (AL) e Porto de Galinhas (PE) é obra da nossa imensa barreira de coral. Daí, este post. Bom, todo mundo que visitou ambos os lugares, falou para mim que eram maravilhosos. Sendo assim, colocamos as duas praias no roteiro da viagem.
Realmente, Maragogi e Porto de Galinhas são de uma beleza ímpar. Se me arrependo de ter visitado os dois corais? Jamais. Se eu vi peixes? Sim, muitos, mas muitos peixes de todas as cores e tamanhos. Aliás, encontrei moréias, ouriços, minhocas do mar. Além disso, a cor do coral e dos seus habitantes misturada àquele mar azul e verde transparente é uma afronta. Lindo, lindo demais.
Mas… o ditado que afirma que “nem tudo é perfeito” cabe, perfeitamente, a ambas as praias.
Maragogi
O município de Maragogi está localizado em Alagoas, quase na divisa com Pernambuco. O forte do local são os corais, que ficam a seis quilômetros da costa. As praias do município são lindas, algumas com ondas. O único detalhe é que várias são de acesso praticamente impossível, pois estão em propriedades que dificultaram a entrada. E a da cidade está repleta de turistas dirigindo mini bugues em alta velocidade na areia.
Seus corais são os mais bonitos de Alagoas. Quando a maré está baixa, paga-se a bagatela de R$ 50 por pessoa para visitá-los de catamarã. Segundo um pescador de Japaratinga, antigamente, todo tipo de embarcação podia chegar até eles. Mas formou-se uma cooperativa e agora apenas quem possui catamarã registrado. Por sua vez, o Ibama – ou prefeitura? – restringiu o número de 60 pessoas por catamarãs por dia.
Durante a viagem, são dadas instruções de segurança e de cuidado com o meio ambiente. Daí, você pensa, se os caras vivem disso, eles respeitam, correto? Não. Eu vi âncoras cravadas em corais. Não apenas uma! Além disso, um dos marinheiros me disse que é proibido alimentar os peixes, porque eles apareciam mortos – de fome ou de tanto comer? – após a maré alta. O que esse mesmo guia fez? Deu peixe cru aos peixes.
Porto de Galinhas
A praia – como Maracaípe, Cupe e Muro Alto – faz parte do município de Ipojuca, em Pernambuco. Cada praia é bem diferente da outra. Porto de Galinhas, aqui o caso, é uma bagunça! Urbanisticamente falando, você até percebe um projeto. Ela foi meio que dividida em quadras. Entre cada uma delas, há um praça, local para praticar esportes, etc.
Mas, no primeiro dia em Ipojuca, tivemos a brilhante ideia de dormir em Porto de Galinhas. Impossível! São carros e casas com som alto a noite inteira. Sem contar que é impraticável esticar a canga na praia, parece o litoral sul de São Paulo. Muita gente na areia e barracas de praia loteando o local. É uma disparidade. Quando a gente volta os olhos ao mar, vê aquela natureza que descrevi acima. Quando escutamos e observamos a cidade, uma bagunça.
No coral, nem os próprios jangadeiros respeitam um manual de bom ecoturismo que a prefeitura distribui. Por exemplo, é proibido dar ração aos peixes, mas eles afirmavam não saber disso. Aliás, tenho uma teoria: Porto de Galinhas possui tanto peixe por causa dessa louca alimentação. Quando a maré desce, eles devem vibrar: “Oba! Vamos ficar nas piscinas naturais para conseguir comida na boca!”
Brasil tem a segunda maior barreira de coral do mundo
Todos os habitantes do litoral de Alagoas repetem com orgulho: “Tá vendo esse coral? É a segunda maior barreira de coral do mundo. Só perde para a Austrália”. De acordo com um pescador alagoano, que nas horas vagas trabalha como guia para complementar a renda, a barreira vai desde a Bahia até o Maranhão.
Eu percorri todo o litoral de Alagoas, mas passei mais tempo na parte norte do estado. Fiz um caminho que é conhecido como “Rota Ecológica” – de praias pouco exploradas pelo turismo. Nesses lugares, o mar varia entre as cores: verde-água, verde-esmeralda, azul-calcinha e azul-piscina. Parece o Caribe, é um desbunde!
Por todo o litoral, observamos da praia as ondas quebrarem no horizonte do mar – a foto acima é do mar ao lado com a maré baixa. Isso significa que é lá que estão localizados os corais. Quando a maré desce, é possível caminhar sobre as pedras ao lado dos corais e mergulhar com snorkel. É rasinho, com no máximo dois metros de profundidade. A cor “coral” misturada ao mar azul-piscina… é de chorar de lindo.
Em algumas cidades, como em Japaratinga, existem dois corais. Um fica pertinho da praia, na maré baixa é possível ir a pé – observe, na foto ao lado, os barcos encalhados. O outro, a cerca de dois quilômetros de distância. Se não quiser ir a nado, procure os pescadores que na hora vaga levam aos corais. Aliás, a maioria dos passeios de barco que fiz durante a viagem foi nesse esquema. Os próprios pescadores dizem que ganham mais dinheiro com os turistas do que com a pesca.
Na chamada Ilha da Crôa – onde tirei essa foto divina -, um banco de areia com pedras e corais, encontramos um pescador de polvo. O rapaz, com menos de 18 anos, disse que vendia o polvo por R$ 12 o quilo. Ele ia a nado até a Ilha, cerca de dois quilômetros de distância da praia, pegava os polvos e voltava nadando. “Não tem emprego na região, precisamos viver do mar”, disse.
Dois lugares imperdíveis que indico é a região de São Miguel dos Milagres e de Japaratinga. Vale reservar três dias para cada uma dessas cidades.
O futuro de Coruripe
Coruripe é uma cidadezinha simples localizada ao sul de Maceió. Seus habitantes vivem do turismo, da pesca, do comércio. Além daquele mar verde-esmeralda maravilhoso, o bacana da cidade é que a barreira de coral de Coruripe está bem perto da praia. Na maré baixa, o mar forma piscinas naturais. É possível ver os bichos marinhos do rasinho.
Recentemente, após voltar de viagem, li sobre a construção de um estaleiro – que fará navios e plataformas de petróleo – na cidade. Veja a matéria aqui. Não sei detalhes sobre o projeto, por isso não posso palpitar. Apenas acredito que, para nosso desenvolvimento econômico, precisamos de estaleiros e outras indústrias. Mas a região é muito linda…
Leia mais sobre a barreira de coral amanhã.
Pescadores alimentam tubarões em Fernando de Noronha
Fernando de Noronha é a ilha da fantasia. Um sonho, mas não perfeita. E a “culpa” é nossa. Recentemente, pescadores estão arriscando a vida dos turistas e da própria população.
Há pouco tempo os pescadores resolveram limpar os peixes no porto – foto – e jogar os restos no mar. A graça é ver os tubarões se alimentando desse resto. A região está repleta deles. De snorkel, eu vi três tubarões, creio que da espécie tubarão-limão.
Em setembro e outubro, as águas da área estão calmas. Por isso é possível com snorkel, a partir da praia mesmo, mergulhar no naufrágio do navio grego “Eleani Stathatos”. Veja o vídeo que gravamos dele:
No verão, as águas do porto ficam repletas de ondas. Quando o mar está muito agitado, o porto “se muda” para a Baía do Sueste – uma praia “no mar de fora”, voltado para o oceano. E os surfistas pegam onda na Praia do Porto.
O fundo do mar da Praia do Porto é de pedras – aliás, de todas as praias, mas a maioria é forrada de areia dourada. Por isso os surfistas correm o risco de bater nas pedras e se machucar. Ou mesmo qualquer pessoa pode tomar um caldo e se ralar.
Como os pescadores alimentam os tubarões, ambientalistas temem que os bichos ataquem quem sangrar. Principalmente, na época em que não forem alimentados.
Assim, segundo agentes de turismo de Fernando de Noronha, os ambientalistas estão estudando uma maneira de acabar com essa prática. Lá na ilha, quase todas as praias possuem placas explicando as proibições ecológicas. Como, por exemplo, que é proibido sair da praia da Baía do Sancho para nadar com os golfinhos. Não respeitou? Toma multa do fiscal do Ibama.
Na palestra que conferi no Projeto Tamar, disseram que em Fernando de Noronha nunca houve um caso registrado de ataque de tubarão em humanos. Tá, apenas um. Um turista puxou o rabo de um tubarão-lixa. O animal arrancou um pedaço da carne do braço do infeliz.
Outras observações para serem consideradas sobre Noronha:
Na maior parte da BR 363, principal via da ilha, não existe calçada. As pessoas caminham na rodovia ao lado de carros e bugues em alta velocidade – muitas vezes conduzidos por pessoas que nunca dirigiram um bugue na vida. Os guias até avisam sobre o perigo, já que o hospital da ilha é um pronto-socorro equipado para acidentes simples. Aliás, nas ruas asfaltadas da Vila dos Remédios – centro – também não existe calçada;
Fernando de Noronha está tomada por ratos e gatos! Tudo bem que os gatos atacam os roedores, mas eles também caçam os pássaros da região que não estão acostumados com felinos;
Há problema com o depósito do lixo. Além disso, a energia da ilha é obtida por termoelétrica – que usa combustível fóssil. Eles estavam testando energia eólica – menos poluente -, mas um raio prejudicou o projeto;
Não vi ciclovias! Como acontece no resto do Brasil, a prioridade é para os carros. Carros e bugues que queimam muito óleo. Poxa, em uma ilha tão pequena, com uma bicicleta qualquer um poderia visitar os principais pontos. Mas andar de magrela na BR 363 é uma ação suicida;
Os turistas, na Praia do Atalaia, não respeitam o meio ambiente. Todos os guias repetem cinquenta mil vezes que é proibido pisar e encostar nos corais. Um fiscal do Ibama também fica de prontidão para retirar os infratores da água. Porém, quem está de snorkel, vê a falta de educação de alguns turistas.
Historinha sobre um péssimo ecoturismo
O ponto mais alto de Fernando de Noronha é chamado de Morro do Pico. Antes, os turistas podiam subir para observar a ilha inteira dele. Até que alguns infelizes tiveram uma ideia de jerico.
No alto do morro existe um farol sob responsabilidade da aeronáutica (?) com lente gigante. Um dia, a aeronáutica reparou que o farol não iluminava o quanto deveria. E mandou uma pessoa checar o que estava acontecendo.
Ao chegar lá, o oficial reparou que a lente estava pichada! Os turistas deixavam recados na lente do farol como: “Estive aqui em (data)”. Ou: “João ama Maria”. Ou: “Mamãe, olha eu aqui”.
Conclusão? Os turistas colocaram a vida de pessoas em embarcações em risco. E… a partir desse dia, a aeronáutica proibiu a subida de pessoas não autorizadas ao Morro do Pico.
Para saber mais sobre Fernando de Noronha, indico o site mantido pelo Governo de Pernambuco e o Ilha de Noronha.