São resíduos como lixo doméstico, da limpeza pública em geral – varrição e limpeza de ruas – e industrial. A estimativa foi feita pela Associação Brasileira de Empresas de Tratamento de Resíduos (Abetre) – entidade que representa as empresas especializadas em tecnologias de proteção ambiental em resíduos sólidos.
São gerados aproximadamente 53 milhões de toneladas por ano de resíduos urbanos. Quanto é isso? Um milhão de toneladas equivale a um estádio do Maracanã, preenchido desde o gramado até a marquise superior.
Desse total, apenas 48% são destinados a aterros sanitários públicos (35%) e privados (13%), que tem as condições adequadas de proteção do solo, tratamento de chorume – aquele líquido que vaza do lixo -, gás e monitoramento. Do restante, cerca de 27 milhões de toneladas, 40% estão espalhados em lixões e em aterros controlados – nome dado aos lixões que foram parcialmente adequados, passando a adotar algumas medidas de mitigação, mas que não estão dentro do que exige a legislação ambiental. Aproximadamente, 12% sequer são coletados. Entenda aqui a diferença entre lixão e aterro.
O lixo hospitalar, que gera preocupação por seu caráter perigoso, está na mesma condição. A quantidade de resíduos de serviços de saúde coletada pelos municípios é de 209 mil toneladas por ano, porém 43% desse total é destinado a lixões ou a locais ignorados sem nenhum tipo de controle sanitário.
“A legislação enquadra a destinação inadequada como crime ambiental desde 1998, Lei. 9.605/98, Art. 54, par. 2º, inciso V. Mas ela tem persistido devido às deficiências de controle e fiscalização, além da tolerância representada por sucessivas renovações de Termos de Ajustamento de Conduta (TACs)”, diz Diógenes Del Bel, diretor-presidente da Abetre. “Enquanto não houver a definição de uma data-limite para fechamento dos lixões e aterros controlados, o problema vai persistir”, acredita.
Segundo levantamento da Abetre, mais de 320 dispositivos regulam o setor entre leis, decretos e resoluções federais ou estaduais, além de normas técnicas diversas. Pelo que vemos, não basta.
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Papel reciclado feito com cocô de elefante
O título não é pegadinha. O site The Great Elephant Poo Poo Paper Company vende bloquinhos e cadernos feitos com cocô de elefante! Explico. O elefante é vegetariano. As plantas que ele come são ricas em fibras. No Brasil, usamos alternativas como fibra de coco ou de bananeira para criar papéis reciclados. Os donos do site foram mais criativos…
O elefante não digere toda a fibra que come. Assim, eles recolhem o cocô de elefantes em parques de conservação da Ásia. Usam técnica manual para extrair as fibras do cocô e fabricar o papel – acredito que seja do modo clássico, veja aqui. Depois de pronto, vendem o produto para a Ásia, América do Norte, Europa e Japão. Confira aqui a loja online também chamada de “pootique” – “poo”, em inglês, significa cocô. Pegou, pegou?
Os idealizadores afirmam que essa é uma maneira de, inclusive, preservar os mamíferos em questão. E gerar empregos.
Estudo para prevenir algas na Guarapiranga
“Descobri” um oásis em São Paulo. Nem parece a cidade. Tem água, muita água, um pouco ainda de fauna e flora preservada e esportes – claro – aquáticos. Fiquei encantada com a Represa Guarapiranga – em tupi-guarani significa “garça vermelha”.
A primeira vez que fui lá, este ano, fiquei com nojo daquela água azul meio marrom. Mesmo assim, pisei no lodo do fundo da represa para entrar em um veleiro. E rezei para não pegar uma pereba. Até agora nada apareceu…
A água é meio sujinha, sim, e existem invasões ilegais de terra. Mas para as pessoas lutarem contra ambos, creio que precisam conhecer o problema – e a beleza – de perto. Esses dias voltei lá. Para piorar a situação, notei que a água está repleta de algas!
Para cuidar desse mais um problema, a Sabesp disse que fechou uma parceria com a Universidade Federal de São Carlos (Ufscar). O contrato, de R$ 1, 15 milhão, tem validade de um ano. No acordo, caberá à Sabesp fornecer relatórios da qualidade da água da Guarapiranga. A Ufscar, que já possui estudos relacionados ao tema, deverá desenvolver o modelo de previsão de crescimento compatível com a realidade da represa.
Trata-se de um método matemático que leva em conta uma série de variáveis, como insolação, temperatura, aspectos físicos e biológicos do manancial. Com o cruzamento dessas informações, será possível apontar quais partes da represa tendem a contar com o florescimento das algas. A partir daí, a Sabesp deverá combater esses organismos nos pontos de maior intensidade.
O que são algas?
São cianobactérias – microorganismos que tem estrutura celular como de uma bactéria e fazem fotossíntese. Ao entrar em contato com materiais orgânicos – como esgoto -, podem liberar compostos como a geosmina e o metilisoborneol. O primeiro, também encontrado em alguns vegetais como a beterraba, está associado ao odor de mofo. O segundo, ao cheiro e gosto de terra. Apesar de não causar risco à saúde, o tratamento da água não consegue remover essas sensações. Confesso que não sou muito fã de algas…
Pobreza, menos saúde e menos preservação ambiental
Por sofrer com as ocupações irregulares, que despejam o esgoto in natura no manancial, o problema é recorrente na Guarapiranga. Como disse acima, esses organismos se alimentam dos nutrientes presentes nos dejetos. O sol forte e a ausência de chuvas contribuem para o surgimento das algas.
Obs.: A foto tirei em uma marina da represa. Charmosos os veleiros, não?
Parece zebra, mas não era
Há mais de 100 anos, viviam felizes, alegres e trotantes na África do Sul bandos de animais que se pareciam com a zebra. Era uma espécie de mamífero chamada quagga (nome científico: Equus quagga burchelli). Eles eram dóceis. Pesavam cerca de 350 kg e tinham 1,30 metros de altura. Diferente da zebra, não apresentavam listras no bumbum e nas pernas.
Certo dia no século XIX, colonos descobriram o gosto da sua carne. E caçaram indiscriminadamente o animal. Também porque, no lugar onde pastavam, queriam criar ovelhas e cabras. Tristemente, no dia 12 agosto de 1883, do zoológico de Amsterdã, morreu o último exemplar da espécie.
Até que, em 1987, um grupo de pessoas decidiram trazer o quagga de volta. E reintroduzi-lo no seu devido habitat. Analisando o DNA do animal, descobriram que o quagga era uma subespécie da zebra. Assim, os pesquisadores concluíram que é provável que muitos genes do quagga estejam distribuídos e dispersos nas populações de zebras atuais.
Então… Eles cruzaram zebras com características e genes parecidos aos dos quaggas. O objetivo é chegar a uma população mais próxima possível da quagga original. Veja as impressionantes fotos do resultado dos cruzamentos aqui. Pelo visto, eles estão conseguindo. O projeto se chama “Quagga project”. Para saber mais, leia ali – em inglês.
Pena que esse e outros exemplos de animais extintos pelo homem não mudaram o modo de agir do homo sapiens.
Refloreste o mundo sem sair de casa
O Brasil não é suficiente? Cansou de reflorestar a Mata Atlântica e a Amazônia? Quer dominar, ops, quer dizer, quer reflorestar o mundo? Seus problemas acabaram. A multinacional japonesa NEC Corporation mantem, se não me engano desde 2004, o site Ecotonoha.
Funciona assim. Você clica aqui. Escolhe um galho da árvore – uma bolinha vermelha. Depois, escreve seu nome e sua mensagem no quadro que aparecer. A cada 100 mensagens, a empresa planta uma árvore na ilha Kangaroo, localizada na amistosa Austrália.
A empresa afirma que, no ano passado, recebeu 136.566 recadinhos do mundo todo. No total, 1.365 eucaliptos foram plantados. Bem que a gente poderia tirar essas árvores que invadiram nossa querida Mata Atlântica e enviar para eles, não é mesmo? Brincadeirinha.
O fato é que eu já publiquei meu recado lá na árvore japa – só é possível escrever um por dia. Deixe o seu também! E, se conhecer mais links que prometem reflorestar o mundo, coloque no comentário! O Pink e o Cérebro agradecem.
As cortinas estão abertas
Hoje à tarde fui ao Sustentável 2009 – 3º Congresso Internacional sobre Desenvolvimento Sustentável. Acompanhei a mesa redonda da abertura e uma parte da primeira palestra: “Inovação para mudanças globais: perspectivas e desafios”. Pelas pessoas – como David Hone, Mark Lee, Denise Hamú, Achim Steiner, Beatriz Espinosa, Celso Schenkel… (sugiro um breve Google nos nomes) – dá para perceber que o evento será produtivo.
A frase que resumiu a discussão – e o momento em que vivemos – foi dita, se não me engano, por Marcos Bicudo: “Temos que ser subversivos”. Temos que lutar contra o aquecimento global. Temos que lutar para fazer as pessoas enxergarem a importância do meio ambiente. Temos que investir em novas tecnologias que tragam qualidade de vida. Temos que mudar o modo de produzir no mundo.
Em 1979, policiais invadiram, prenderam estudantes, criminosos incendiaram o local. Trinta anos depois, no mesmo palco do Teatro da Universidade Católica de São Paulo (Tuca), neste exato momento, cresce uma plantinha. Espero que todos, principalmente os governantes e as empresas no Brasil, percebam a importância em preservar o meio ambiente. E que todos – você, eu, eles – tomem uma atitude. As cortinas estão abertas. O momento é agora.
Foto: Tirei durante a abertura. Até hoje, as paredes estão descascadas devido aos incêndios.
Obs.: Acompanhe os debates aqui.
Estrela tira embalagem de plástico de brinquedos
Até que enfim! A Brinquedos Estrela está extinguindo as embalagens de plástico shrink – aquele fininho e elástico que envolve os jogos – a partir de agosto. Segundo Brasil Santiago da Silva, especialista técnico em plástico do Projeto Prumo do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), ele demora mais de 70 anos para se decompor na natureza.
“Temos responsabilidade pelas influências que passamos para as crianças. O plástico não tem função para o jogo. Apenas proteção”, diz Aires Leal Fernandes, diretor de marketing da marca. De acordo com a TNS, empresa de pesquisas de mercado, 74% das crianças brasileiras estão preocupadas com ações que possam ajudar a natureza. É por meio da escola, 90%, e da televisão, 86%, que elas mais aprendem sobre o tema.
As embalagens de papelão da linha também serão reformuladas, feitas com papel mais resistente. Elas ganharão uma plastificação especial que dará brilho e viscosidade. Assim, os lojistas poderão colar e retirar etiquetas sem danificar as embalagens. “Haverá selos de proteção para o jogo não ser aberto no ponto de venda”, afirma o executivo. Os plásticos internos que acondicionam as peças dos jogos serão trocados por outros com zip. A ideia é permitir que seja aberto e fechado quantas vezes necessário.
Agora, é relevante os fabricantes de bolachas embalar uma a uma dentro de um pacote? As lojas de calçados e bolsas precisam usar tantos papéis e plásticos para forrar e preencher os produtos? Não seria tudo isso um grande desperdício?
Eu vi tucanos em São Paulo
Não, não estou falando dos políticos. Hoje, eu acordei feliz, alegre e contente. Ainda meio sonada, abri a janela da sala para verificar o tempo chuvoso e cinzento. Quando, de repente… o dia ficou mais colorido! Vi um tucano-de-bico-verde voando de uma árvore para outra em frente ao meu prédio!
Há dias ouço um gritinho diferente. Maritaca não era… Papagaio também não… Desconfiei de tucanos. E era mesmo! Fiquei emocionada. Gritei para minha mãe ir ver. Quando pasmamos na janela, descobrimos que não era apenas um tucano, mas um bando. Cerca de cinco voavam de árvore em árvore todas em frente ao meu prédio.
Ai que gracinhas… Tentei tirar foto para registrar o bonito momento. Mas como moro no último andar e eles ficavam escondidos entre os galhos, não deu certo. Daí fiquei plantada o tempo que pude – pouco, infelizmente – para tentar filmar os voos. O melhor vídeo é esse:
Fiquei ainda mais apaixonada por essas aves… A primeira vez que vi um tucano em pleno vôo – sem ser dentro de uma gaiola – foi em Bonito, no Mato Grosso do Sul. Estávamos indo ao Buraco das Araras – uma depressão na terra que forma um buraco gigantesco de 65 metros de altura onde as araras fazem ninhos – quando o bicho atravessou o ar da estrada. Inesquecível.
Minha tia disse que há mais de dez anos viu um tucano nessa árvore que filmei. Fiquei na esperança desses pássaros voltarem a habitar a região. Por sorte, não sei qual a explicação, o pedido se realizou. Agora, espero que observar o voo dos tucanos seja rotina na capital paulista. Saiba mais sobre a ave aqui e ali.
Mata Atlântica: site com a maior fonte de dados
Segundo e com apoio da Petrobras e das ONGs Conservação Internacional e The Nature Conservancy, foi criada a mais completa base de dados online sobre a Mata Atlântica. Ela está disponível na página chamada… GeoAtlântica! O site possui informações de mais de 50 fontes públicas e privadas sobre as atividades humanas e os recursos naturais no bioma.
Em desenvolvimento desde 2006, o GeoAtlântica é administrado pelo Instituto BioAtlântica – organização da sociedade civil sem fins lucrativos. Naveguei no site para checar as informações. Apesar do bioma cobrir 17 estados brasileiros, ele apenas disponibiliza dados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo e Bahia. Melhor do que nada…
Passarela para macacos
São Paulo tem de tudo. E esse é um dos charmes da metrópole. Há um tempinho a prefeitura instalou uma passarela para macacos, mas acho que serve para preguiças também. Ela cruza a Av. Miguel Stéfano, ao lado do Zoológico de São Paulo. Liga os dois trechos cortados pela via no Parque Estadual das Fontes do Ipiranga (PEFI). Toda vez que passar por lá, dê uma olhadinha para cima. Quem sabe tem a sorte de ver um macaquinho feliz, alegre e contente. Segundo fontes confiáveis, a passarela foi instalada porque os animais atravessavam a rua entre os carros.
Dica valiosa: Na quinta-feira passada, dia 9, o congestionamento para chegar ao Zoológico começava na Av. 23 de Maio. Isso dá cerca de 10 km de transtorno! Imagine, você, ficar duas horas com as crianças no carro parado no trânsito. Então, jamais tenha a belíssima ideia de visitar o Zoológico aos domingos e feriados, principalmente, ensolarados. Prefira os sábados ou os dias nublados. Sério. Observe o caos pela foto que tirei no último feriado.