A imagem foi captada no ano passado no Parque Estadual do Jaraguá. Este é uma das últimas vegetações remanescentes da Mata Atlântica na área urbana da Grande São Paulo. No meu lado direito de onde tirei a foto estava o Pico do Jaraguá, ponto mais alto do município com seus 1.135 metros de altitude. A legenda crítica da foto deixo por sua conta sem risco.
Serra da Cantareira: aquela que São Paulo não vê
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Durante dois anos (entre junho de 2011 e maio de 2013) fotografei a Serra da Cantareira da sacada do meu apartamento, na cidade de São Paulo. O resultado você pode ver no vídeo acima.
Nela, há o Parque Estadual da Cantareira com área equivalente a oito mil campos de futebol de Mata Atlântica preservada que pode ser contemplada do horizonte – quando os prédios da cidade permitem.
Apesar de abraçar a Zona Norte sendo um dos pontos mais altos do município e de abastecer a região metropolitana com suas águas, a Serra da Cantareira segue impotente, imponente e muda, ignorada pelos habitantes sem tem tempo para voltar os olhos ao que é belo.
Divulgação científica: concorra a três bolsas de curso!
Bem amigos do Scienceblogs, vou dar um curso sobre como escrever sobre ciência e meio ambiente focando diversas mídias! Já palestrei algumas vezes, mas essa será a minha primeira vez oficial como “professora”. Estou preparando o conteúdo com muito carinho e vou buscar passar o meu conhecimento nesses 15 anos de jornalismo (sim, escrevo para jornais desde adolescente!), entre eles, cinco anos cobrindo o tema. Espero que gostem!
O curso será ministrado no dia 8 de junho, sabadão inteiro. Ele custa R$ 120. Quem quiser, pode participar do sorteio de três bolsas integrais que está rolando AGORA! Cadastre-se aqui e boa sorte! Mais informações sobre o curso estão disponíveis na página do Aprenda.bio. Olhe o programa:
– O que é divulgação científica;
– História da divulgação da ciência no Brasil;
– Qual a percepção pública da ciência;
– Quais linguagens empregar para divulgar a ciência;
– Como usar técnicas de redação do jornalismo para divulgar a ciência;
– Qual linguagem empregar para cada veículo de comunicação;
– Como divulgar a ciência utilizando as redes sociais;
– Exercício em aula para colocar em prática as técnicas aprendidas.
Beijão e vejo vocês na aula! Quem não puder vir, pode contar comigo para palestras presenciais ou on-line (não é uma ideia?)!
Ativistas ambientais no Repórter Eco, da TV Cultura
[youtube_sc url=”http://youtu.be/AGkA8MaHGUM”]
O blogueiro Tulio Malaspina, do Atitude Eco, o irmão dele Lucas e eu demos uma entrevista para o programa Repórter Eco, da TV Cultura, sobre ativismo na internet e nas redes sociais. A matéria foi ao ar domingo, mas pode ser vista no link acima a partir do 3:50. Divirta-se com nossa conversa gravada via Skype! Aliás, dica: todas as reportagens do Repórter Eco ficam disponíveis no site deles. 😉
Por que o bicho-preguiça é lerdo?
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Você conhece o bicho-preguiça, animal que faz parte da fauna brasileira, certo? Mas sabe por que ele é devagar? Ou que ele é rápido em algumas atividades? Aprenda mais um pouquinho sobre o mamífero no vídeo acima, feito por mim em parceria com o Aprenda.Bio.
Para ver mais vídeos dessa parceria, entre no nosso canal no YouTube: Além da Bio. E divirta-se!
Obs.: Tá engraçada essa imagem de abertura do vídeo onde eu estou rindo como um bicho-preguiça! Acha que sou boa atriz?
São Paulo não é mais a Terra da Garoa
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Vídeo produzido pelos colegas da Pesquisa FAPESP explica o porquê de não garoar como antigamente na capital paulista. A culpa é da poluição. As partículas de sujeira pairando no ar impedem que as gotículas cheguem ao solo da cidade. Fica tudo junto sobre as nossas cabeças, “agarrado”. Quando elas caem, é em forma de pé d’água.
Além disso, o vídeo tira a dúvida que ronda a nossa cabecinha branca: Chove mais forte em São Paulo devido ao excesso do emprego de concreto na cidade ou devido às mudanças climáticas? Esta pergunta não vou responder. Veja o vídeo para descobrir!
E tenha uma quinta-feira liiiiiiiiiiiinda e com inversão térmica – saiba mais sobre este fenômeno aqui, no texto e infográfico que produzi enquanto trabalhava lá na revista Pesquisa FAPESP!
Qual a importância do polegar opositor
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Claro que você já reparou que um dos dedos das mãos está praticamente de frente aos outros. Agora, alguma vez se perguntou a importância dessa característica do corpo humano? Descubra no vídeo acima que nós não somos os únicos com essa particularidade e agradeça à evolução por ser um homo sapiens!
Obs.: Este vídeo foi produzido em parceria pelo Xis-xis e pelo Aprenda.bio. Conheça o nosso canal Além da Bio no YouTube!
O maior cânion da América Latina
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O Rio Grande do Sul e Santa Catarina guardam uma formação geológica incrível: um cânion de 720 metros de altura que desce praticamente em 90 graus até o nível do mar. Você tem noção da altura? Os paredões são tão grandes, mas tão grandes que não dá para descrever a sensação de estar na ponta do despenhadeiro. Para você ter uma ideia, a famosa Cachoeira da Fumaça, localizada na Chapada Diamantina (BA), tem apenas 380 metros. Portanto, os cânions do Parque Nacional Aparados da Serra têm quase o dobro da altura! As formações podem ser vistas até do avião que decola de Porto Alegre para São Paulo (pena que minhas fotos tiradas lá do alto não ficaram boas).
Inúmeros cânions fazem parte do parque, cada um com uma característica própria – de alguns deles, inclusive, dá para ver o mar a 20 quilômetros de distância. Eles foram formados há mais ou menos 135 milhões de anos, quando os continentes começaram a se separar. O parque, mais novinho (hehehe), foi fundado em 1959. Mesmo assim, é um dos mais antigos do Brasil. Atualmente, ele passa por algumas mudanças. Terras para pastagens de antigos proprietários na região, onde ainda é possível ver alguns gados, estão virando parque.
O mais incrível nessa história toda é que, apesar da grandiosidade do local, poucos brasileiros o conhecem. Quando estive lá no carnaval deste ano, o número de gringos era o mesmo que o de tupiniquins. Olhe, se você está atrás de maravilhosas paisagens e um destino barato, não deixe de conhecer o parque. O melhor jeito de visitá-lo é via Cambará do Sul (RS). Indico ao menos quatro dias para curtir sussa cada trilha, cada barulho do vento, cada cheiro de araucária e cada despenhadeiro – claro! Se precisar de dicas, só escrever nos comentários que darei!
E seja gigantemente feliz!
Documentário analisa o mundo capitalista em que vivemos
Está com vontade de ver um filme grátis sem sair de casa e, ainda de quebra, ganhar argumentos para uma visão mais crítica sobre o mundo capitalista em que vivemos? Indico o “The Corporation”, vencedor do prêmio de melhor documentário no Festival Sundance de Cinema.
Resumidamente, o documentário conta como as grandes empresas multinacionais que conhecemos hoje se formaram, qual a força política delas e mostra para onde devemos caminhar. Afinal, essa “cultura” de extrair as matérias-primas da natureza, utilizá-las e, em seguida, descartá-las poderá acelerar o fim do homo sapiens.
Abra a sua mente, prepare a pipoca e ajuste as nádegas no sofá porque o documentário tem quase 2h30 (com legenda em português):
[youtube_sc url=”http://www.youtube.com/watch?v=Zx0f_8FKMrY”]
Obs.: Enquanto eu via esse documentário, feito basicamente nos Estados Unidos, eu me perguntava, “será que no Brasil conseguiríamos produzir um documentário desses sem sofrermos represálias”? Pense nisso.
Cuidado: arqueólogos trabalhando
Toda vez em que passo pela região do Largo de Pinheiros, próxima à estação Faria Lima do Metrô (na cidade de São Paulo), fico curiosa em saber o que tanto escavam atrás daquelas placas de proteção – coisas que só percebe quem anda a pé, e não de carro. Várias vezes vejo algumas pessoas com água na mão, mochila nas costas, chapéu de tecido bege ou capacete branco nos quais se leem a palavra: “Arqueologia”. Uniforme diferente dos macacões dos operários.
Há mais de um ano, lembro-me de ter lido que as obras atrasariam um pouco mais porque acharam algumas peças arqueológicas, mas as matérias sobre o assunto nunca diziam com detalhes que tipo de peças eram, em quais condições estavam ou quais as esperanças dos arqueólogos. Aliás, dizem as “más línguas” que a maioria das empresas envolvidas com obras do tipo não gosta quando encontra resquícios arqueológicos. Afinal, nestes casos, obrigatoriamente a obra deve parar para começar a pesquisa – leia aqui uma matéria bacana, da Pesquisa FAPESP, sobre escavações no porto do Rio de Janeiro.
A curiosa de plantão, aqui, se delicia com essas pesquisas. Não é fantástico escavar um quintal e encontrar resquícios de alguém que viveu no mesmo lugar que você? Portanto, semana passada não resisti. Parei em frente a um dos locais que estavam sendo escavados e vi um rapaz com o capacete mágico escrito “Arqueologia”. Como uma típica conversa informal que antigamente travávamos na rua com desconhecidos, ação cada vez mais incomum, falei “olá” para o arqueólogo e perguntei: “Tudo bem? Olhe, estou super curiosa, já encontraram bastante peça interessante aí?”.
Gente boa, o arqueólogo contou que, em épocas de chuva, antigamente o rio Pinheiros chegava até aquela região – isso explica a areia preta, bem típica de rio e ótima para adubo, debaixo dos nossos pés (foto logo acima). Quase peguei um punhado para colocar nos vasos das minhas plantinhas! Como lá era uma área alagável, quase um pântano, algumas peças não sobreviveriam à umidade. Por enquanto, ele disse que encontraram fragmentos na casa do milhar (se não me engano, mais de 110 mil).
A maioria das peças, inclusive as mais inteiras, eles acreditam que sejam de cerca de 1890 e 1950. São louças como pratos, um até com a suástica nazista e tanques pintados (!), garrafas de leite antigas, entre outros. Segundo o arqueólogo, ainda é necessário analisar a idade de cada objeto encontrado para ter certeza e aferir mais informações. Eles também encontraram ossos de animais, ainda não se sabe ao certo qual animal e de que época. E descobriram que, em uma ruela, a galeria de esgoto é de 1950.
Eu adoraria ver as peças, mas conforme são encontradas, elas são encaminhadas para estudo, claro. Questionei o que farão, depois, com elas: “Acredito que serão realizadas mais pesquisas sobre elas e doadas a museus”. Aí, o grand finale: “Dizem que uma tribo indígena, lá pelos idos do ‘descobrimento do Brasil’, vivia bem aqui no local. Vocês já encontraram algo sobre ela?”. O olhar do arqueólogo encheu de brilho: “Nós estamos buscando, mas devido ao tipo de solo, não sabemos se haverá algo preservado”. Voltar ao passado é sonhar.
Obs.: A obra de reforma da região começou em 2007 (!), saiba mais sobre o projeto nesta matéria publicada na Folha de S. Paulo. Ah (suspiro), essas escavações me lembraram de Roma. Quando estive lá, em 2007, a obra de extensão do Metrô estava parada porque eles encontraram mais resquícios dos antigos impérios. <3 Em Roma, eu também coloquei o cabeção sobre os tapumes para ver, claro! Aliás, até peguei um ônibus na área para observar as escavações do alto!