Publicado
12 de mar de 2014
Muitas coisas acontecem bem na nossa frente sem que tenhamos consciência. Isso acontece porque existe muito mais informação no nosso ambiente do que nossa mente é capaz de captar e perceber conscientemente. Mas quando se trata das nossas próprias ações, é claro que temos consciência do que estamos fazendo e das razões pelas quais estamos realizando uma ação, certo? Bom… nem sempre, pois também podemos operar “no piloto automático”, mesmo quando realizamos ações complexas, como dirigir de volta para casa, por exemplo.
O livro Subliminar: Como o inconsciente influencia nossas vidas descreve como o inconsciente influencia as nossas ações e pensamentos, para o bem e para o mal. “Uau, alguém falando de psicanálise nesse blog, finalmente hein féra!” CALMA, muita calma! Não é o inconsciente do qual Freud falava. A nova concepção de inconsciente na psicologia e na neurociência, também explorada no livro Rápido e devagar: Duas formas de pensar, de Daniel Kahneman, é que captamos e usamos informações do ambiente basicamente de duas maneiras: de uma maneira mais automática e inconsciente ou de uma maneira mais controlada e consciente. Quando nossa “mente inconsciente” está no comando, ela preenche lacunas no nosso conhecimento e usa alguns truques bacanas para guiar nossas ações sem que a gente perceba, permitindo-nos assim realizar feitos incríveis, considerando a pouquíssima quantidade de esforço exigida (mas, infelizmente, também pode nos levar a erros igualmente “incríveis” e indesejáveis).
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Publicado
24 de fev de 2014

As suas expectativas inconscientes podem influenciar consideravelmente as pessoas que estão ao seu redor por meio de um fenômeno conhecido como “profecia auto-realizadora”.
O vídeo abaixo fala sobre o que são profecias auto-realizadoras e como elas ocorrem no cotidiano. É o primeiro vídeo do canal Minutos Psíquicos. Para acompanhar os próximos vídeos, inscrevam-se no canal, curtam e compartilhem em suas redes sociais! Espero que gostem!
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Publicado
2 de fev de 2014

Ontem, o personagem Félix, de uma novela famosa, deu um beijo em seu companheiro homossexual. Até onde ouvi, a cena de um beijo entre homens em uma novela popular foi algo inédito (ou foi pelo menos bem raro até hoje). Esse “ocorrido” foi recebido de maneira otimista, porém nem tanto, por membros da comunidade LGBT, como é um exemplo o deputado Jean Wyllys que escreveu uma reflexão crítica sobre o tema. Entretanto, esse tipo de exposição “positiva” de membros de grupos que são alvos de preconceito pode ter consequências muito mais interessantes do ponto de vista psicológico do que o ibope de um canal de televisão, as quais eu comentarei daqui há pouco.
Um outro exemplo mais intencional e direto disso é o projeto internacional It Gets Better (“vai ficar mais fácil”). Esse projeto tem o objetivo de dar suporte e esperança a jovens LBGTs ao redor do planeta que sofrem discriminação. No site do projeto, é possível encontrar mais de 50.000 vídeos de pessoas com diferentes orientações sexuais encorajando os jovens a acreditar que “vai ficar mais fácil” (entre essas pessoas, o presidente norte americano Barack Obama marcou presença com um vídeo. Também vale a pena ver o relato de um vereador do Texas sobre a sua experiência pessoal).
A exposição favorável do Félix ocorrida na novela e esse projeto são dois exemplos de como a mídia pode, mesmo que não intencionalmente, oferecer suporte a grupos enfrentando discriminação. Mas como será que esses jovens percebem esse tipo de mídia? Será que eles se sentem realmente mais apoiados e esperançosos? A princípio, tudo indica que sim, mas será que algumas formas de comunicar esse suporte podem ser mais benéficas do que outras?
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Publicado
27 de jan de 2014
No nível da pós-graduação, métodos quantitativos são provavelmente o único treinamento comum entre as subdisciplinas da psicologia; sua sequência de treinamento estatístico no primeiro ano provavelmente incluiu alunos de psicologia biológica, social, clínica, cognitiva, do desenvolvimento e da personalidade. Enquanto todos nós somos treinados no básico da análise de variância (ANOVA) e regressão múltipla, construir uma ciência psicológica mais forte exige que melhoremos as ferramentas analíticas dos psicólogos. Aqui estão sete razões convincentes do porquê todos deveriam buscar um treinamento adicional:
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Publicado
22 de jan de 2014

Os primeiros links de 2014 (junto com alguns de 2013, já que faz tempo desde os últimos links postados)!
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Publicado
29 de nov de 2013

Será que os psicólogos já podem comemorar? Só um pouquinho (Foto: Pixabay).
Vem chegando o clima natalino, as festas de ano novo, os fogos de artifícios… mas os psicólogos ao redor do mundo andavam meio para baixo nos últimos meses… sem muitos motivos para comemorar. Isso porque diversas polêmicas acerca da falta de replicabilidade de pesquisas na psicologia e casos envolvendo fraudes em publicações andaram manchando a imagem da área e levantando suspeitas acerca das suas pesquisas (para saber mais sobre isso, ver aqui e aqui). Mas os resultados que acabam de ser divulgados do projeto de replicação ManyLabs (“vários laboratórios”) indicaram que talvez a coisa não seja tão ruim quanto alguns pensaram (e afirmaram). Por isso, agora os psicólogos podem preparar as suas champanhes para o fim do ano e comemorar (só um pouco)! Mas então o que é o tal do projeto e o que ele mostrou?
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Publicado
21 de out de 2013

Eis que a reunião anual da Sociedade Brasileira de Psicologia (SBP) está para começar! Esse ano o congresso ocorrerá em Aracaju do dia 23 a 26. Esse é um dos congressos mais importantes (se não o mais importante) de psicologia no Brasil e apesar de eu ter ido a todas as reuniões anuais desde comecei a graduação, essa foi a primeira vez que eu tive a ideia genial de divulgá-la aqui (antes tarde do que nunca!).
É uma ótima oportunidade para alunos de graduação, pós-graduação e pesquisadores criarem contatos com outros profissionais da área, conhecer o conhecimento que a comunidade psicológica Brasileira está produzindo atualmente e ter também um feedback dos seus pares a partir da apresentação de trabalhos seus em formato de painéis, apresentações orais e outras modalidades. A reunião normalmente conta também com convidados do exterior, como membros da American Psychological Association (APA) e professores de grandes universidades. Independente da área específica pela qual você se interessa, vale a pena viver essa experiência e certamente alguma atividade ou trabalho poderá te interessar na reunião ou te levar a novas reflexões sobre diversos assuntos. Ainda dá tempo de comprar as passagens e se inscrever no congresso! Até lá!
Publicado
20 de set de 2013

Como saber se um tratamento é realmente eficaz?
Como saber se um tratamento médico realmente cura uma doença? Ou saber em que nível jogos eletrônicos são capazes de influenciar o comportamento agressivo das pessoas? Quando cientistas tentam responder a essas perguntas, normalmente são feitas diversas pesquisas ao redor do mundo. Alguns encontram que “sim”, o tratamento médico realmente parece curar a doença, enquanto outros encontram que “não”, o tratamento tem um efeito muito pequeno na melhora dos pacientes, só funciona para um grupo específico de pacientes ou não tem efeito nenhum.
Se alguns estudos concluem que “sim” e outros que “não”, algo comum na ciência, como podemos chegar a uma conclusão sobre se, por exemplo, um tratamento médico é realmente eficaz no tratamento de uma doença? Considerando as importantes implicações práticas que uma conclusão como essa pode gerar (e.g. implantação do tratamento na rede pública, gastos do governo), seria importante que tivéssemos algum método confiável em mãos para enxergar o que todo um conjunto de estudos tem a dizer sobre a eficácia de um tratamento (por exemplo, a eficácia de antidepressivos no tratamento da depressão). Felizmente, a estatística, a ciência do significado dos dados e de como usá-los para entender como as coisas funcionam, dispõe de uma poderosa ferramenta para avaliar o que um conjunto maior de evidências produzidas em diferentes estudos mostra. Essa ferramenta se chama meta-análise. Agora calma, respire funde e não pare de ler esse texto ainda! Prometo que você não verá nenhuma equação aqui! Eu sei que o nome não é muito atraente… mas a ideia básica não é difícil de entender e a sua utilidade é tão grande que vale a pena tentar entender pelo menos um pouco do que é uma meta-análise. Quem sabe depois disso você mesmo não pense em fazer uma meta-análise (ou, mais provavelmente, cortar os seus pulsos) sobre algum assunto que te interessa!
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Publicado
15 de ago de 2013
Autor: Maurício Miranda Sarmet (autor convidado)*
No último dia 06/08, foi publicada no site da Folha de São Paulo a informação que o jovem suspeito pela morte dos pais, avó e tia utilizava, em seu perfil da Facebook, imagens do jogo Assassin’s Creed. Rapidamente, várias mensagens nas redes sociais criticaram a notícia, uma vez que ela associava – mesmo que indiretamente – o jogo a um comportamento violento. Várias piadas do tipo “Se o jogo influenciasse o comportamento, eu seria um encanador por jogar Mário” ou “Jogo jogos violentos desde pequeno e nunca saí matando ninguém” circularam (e ainda circulam) por aí. Além das piadas, circula a preocupação de que o jogo possa, de alguma forma, ter algum papel nesta história trágica.
Essa não foi a única (nem a última) matéria desta natureza a ser divulgada nos meios de divulgação de massa. Assim como foi com o rádio, o cinema e a televisão, especula-se o tipo de influência que o videogame pode ter na mente e no comportamento de crianças, jovens e adultos expostos a eles. No entanto, mais do que uma questão comercial ou ideológica, trata-se de uma questão cuja resposta passa por um raciocínio empírico. Ou seja, é necessário um conjunto de estudos sistemáticos sobre o tema para chegarmos a alguma conclusão. A boa notícia é que já existem vários estudos sobre consequências positivas e negativas da exposição a jogos eletrônicos. A má notícia… bem, essa eu comentarei ao longo do texto, e nem é tão má assim (pelo menos no meu ponto de vista).
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Publicado
13 de jun de 2013

E se der errado?
Muitos alunos de graduação e pós-graduação tem a mesma preocupação: e se o meu estudo não “der certo”? Esse pensamento pode ser o reflexo de crenças sobre “o que é fazer pesquisa científica” que não são apenas incorretas, mas que também podem gerar ansiedade desnecessária e diminuir o quanto a pessoa gosta da experiência de fazer pesquisa. Quero falar aqui o meu ponto de vista sobre isso, pois acho que fazer pesquisas pode ser BEM mais interessante do que simplesmente tentar fazer um estudo “dar certo”. Continue lendo…