Neutralização de Carbono
A neutralização de carbono é uma ferramenta que permite que haja compensação de emissões de carbono, gerada pelas atividades de uma empresa, indústria, evento, viagem, etc., através do plantio de árvores ou pela compra de créditos de carbono do mercado voluntário, onde instituições que ainda não têm metas a cumprir negociam reduções certificadas de carbono.
Os cálculos de neutralização de carbono são feitos por empresas de consultoria especializadas que atuam em parceria com outras empresas ou individualmente. Vale ressaltar que o cálculo de neutralização vale mais como sugestão, uma vez que ainda não podem ser considerados como cálculos científicos por falta de bases metodológicas aprovadas pelos conselhos técnicos da ONU.
Mesmo assim, eventos internacionais como a Copa do Mundo da Alemanha e as Olimpíadas de Inverno de Turim tiveram suas emissões neutralizadas. No Brasil, várias empresas como a Volkswagen caminhões e o Banco Bradesco tiveram suas emissões de carbono calculadas (com base em suas emissões relativas a transporte, eletricidade, gás, despejo de resíduos, promoção de eventos, entre outros) e coube ao Programa Florestas do Futuro da SOS Mata Atlântica plantar as árvores em áreas de reflorestamento, com mudas nativas, privilegiando regiões de mata ciliar.
Na área de turismo, a Ambiental Expedições oferece aos clientes a possibilidade de neutralizar o carbono produzido em suas viagens. O cálculo de cada viagem e o plantio das árvores são de responsabilidade do Programa Florestas do Futuro.
Pelo mesmo programa, todos nós podemos calcular nossas emissões anuais e plantar pelo menos 3 árvores, pelo custo de R$ 30,00.
As iniciativas referentes a neutralização de carbono são volutárias portanto, há necessidade de avaliar bem a intenção da empresa responsável. Na Inglaterra, a empresa Equiclimate foi acusada de vender compensações sem nenhum valor ambiental ou financeiro. Fique de olho!
Mais sobre neutralização de carbono neste blog aqui.
Saiba mais:
Programa Florestas do Futuro
Carbono Brasil
Carbon News
Live Earth
Amanhã acontece o megaevento “Live Earth”, com shows em pelo menos oito cidades do mundo. O evento, uma iniciativa de Al Gore e de Kevin Wail, é em prol da luta contra as mudanças climáticas.
No Brasil, Xuxa, Jota Quest, Marcelo D2, Alcione, MV Bill, Pharell Williams, Vanessa da Mata, O Rappa, Macy Gray, Jorge Ben e Lenny Kravitz.
Outras atrações incluem Linkin Park e Rihanna, em Tóquio, Crowded House, em Sidney, e Black Eyed Peas, Madonna e Beastie Boys, em Londres. Nova York, Johannesburgo e Xangai também participam do evento.
Mais informações sobre o evento: Live Earth
Saiba mais: Carbono Brasil
Na Ciência 28/Jun – 04/Jul/2007
O que houve de interessante nas publicações científicas da semana de 28/Jun a 04/Jul de 2007
1)Supercondutores e hidrogênio para diminuir a emissão de carbono.
2)Amazônia é emissora natural de metano.
3)Opinião e Idéias.
4)Graphic detail: Gas exchange: CO2 emissions 1990–2006 – Nature 447, 1038(28 June 2007)
1)Supercondutores e hidrogênio para diminuir a emissão de carbono.
Masson et al sugerem que o uso de supercondutores associados com energia obtida a partir de células de hidrogênio pode ser alternativa para movimentar aviões e automóveis com emissão mínima de CO2, uma vez que o hidrogênio pode ser produzido por energia nuclear ou tecnologias renováveis. Os autores ainda dizem que o sistema tem alta eficiência, alta viabilidade e requer menos manutenção.
Saiba mais:
HTS machines as enabling technology for all-electric airborne vehicles
Electric skies? – How to navigate a flight path to greener air travel.
2)Amazônia é emissora natural de metano.
A partir análises de amostras recolhidas de faixas verticais de ar, foi possível quantificar a concentração de GEE emitidos naturalmente pela floresta amazônica. Cientistas dizem que ainda há dúvidas sobre a procedência dos gases, mas alertam que estes gases sempre foram produzidos naturalmente pela floresta e não podem ser considerados causadores do aumento da concentração de GEE na atmosfera.
Saiba mais:
Amazônia é grande emissora de metano
3)Opinião e Idéias.
New Priorities for Climate Change Research Science 316:5833
Electric skies? – How to navigate a flight path to greener air travel. Nature 447:7148
Renewable energy: Energy-Go-Round Nature 447:7148
Ultimas Notícias
O que jornais, revistas e internet noticiaram relacionado a mudanças climáticas.
1)Investimentos no setor de energia renovável aumentam 25% de 2005 para 2006.
2)Energia Nuclear e Angra 3.
3)Casa ecologicamente correta tem emissão zero de carbono.
4)Brasil assina acordo com UE e deve exportar biocombustíveis.
5)Ceticismo sobre mudanças climáticas.
6)Aconteceu
1) Investimentos no setor de energia renovável aumentam 25% de 2005 para 2006.
A Unep (“United Nations Environment Programme”)publicou em recente reportagem um estudo feito sobre os investimentos em energias renováveis. A reportagem traz dados interessantíssimos sobre os investimentos na área. Atualmente, 2% de toda energia produzida no mundo é renovável e conta com 18% de todo investimento em produção de energia. 9% do investimento mundial do setor de energia renovável, está na China e 21% em países em desenvolvimento (este número era 15% em 2006). O setor de energias renováveis vem atraindo investimentos pesados principalmente em energia eólica, biocombustíveis e solar, refletindo maturidade tecnológica, incentivos governamentais e o apetite dos investidores. A América Latina ficou com 5% dos investimentos mundiais, alimentados principalmente pelo setor de bioetanol, no Brasil.
Em 2001, a Unep listou 13 países onde o investimento em energia renovável poderia trazer muito retorno financieiro. Eram eles: Bangladesh, Brasil, China, Cuba, El Salvador, Etiópia, Gana, Guatemala, Honduras, Quênia, Nepal, Nicarágua e Siri Lanka. Os investidores parecem responder bem ao estudo.
Saiba mais em:
Unep
2005: Record year for investments in renewable
2)Energia Nuclear e Angra 3.
Desde novembro de 2006, quando o governo anunciou planos para completar a usina Angra 3 e construir mais 4 usinas até 2015, muito tem se falado sobre energia nuclear no Brasil.
Fato é que o Brasil tem conhecimento e tecnologia de enriquecimento de urânio. Fora isso, 4% de toda reserva mundial conhecida de urânio encontra-se em território nacional (Bahia e Ceará são os principais Estados). Parte de Angra 3 já foi construida, alguns equipamentos que serão utilizados já foram comprados e esperam instalações. Estima-se que Angra 3 tenha capacidade de abastecer 1,5 milhão de pessoas, gerando 1.350 MW de energia. Na questão das mudanças climáticas, a energia nuclear apresenta-se como uma alternativa uma vez que não emite gás carbônico.
No outro lado da balança vem o custo da obra. Ainda serão necessários 1,8 bilhão de dólares para terminar. Na relação custo/benefício, a usina nuclear provém a energia mais cara. Do outro lado, as usinas hidrelétricas com o custo de produção mais barato.
Saiba mais em:
Nuclear Power in Brazil
Angra 3 vai abastecer 1,5 milhão de pessoas – Conversa Afiada
3)Casa ecologicamente correta tem emissão zero de carbono.
A empresa britânica Kingspan Lighthouse apresentou o projeto da primeira residência neutra quanto à emissão de carbono e autosuficiente em energia elétrica. Segundo a empresa, o custo de construção da nova casa será cerca de 40% superior ao de uma casa tradicional com as mesmas dimensões.
Leia mais:
Casa ecologicamente correta
4)Brasil assina acordo com UE e deve exportar biocombustíveis.
A necessidade de combustíveis limpos frente ao problema do aquecimento global uniu interesses do Brasil e da União Européia (UE) que assinam acordo de diálogo sobre política energética. De um lado UE pode nos oferecer conhecimentos e tecnologia em eficiência energética e um mercado consumidor ávido por fontes de energias limpas. De outro o Brasil, líder no desenvolvimento de biocombustíveis e bioetanol.
Saiba mais em:
Brasil deve assinar acordo sobre energia com União Européia
Carbono Brasil
5)Ceticismo sobre mudanças climáticas.
Levantamento mostra que muitas pessoas acreditam que as notícias sobre aquecimento global são exageradas e têm o propósito de fazer dinheiro se aproveitando do “medo”.
Os cientistas estão preocupados com a rejeição dos estudos científicos sobre o aquecimento global e que este pode ser relacionado a atividades humanas.
Saiba mais:
Ceticismo sobre mudanças climáticas
6) Aconteceu:
Biocombustíveis e MDL marcam pauta da visita de John Ashton ao Brasil.
As Indústrias Nucleares do Brasil (INB) receberam Prêmio Brasil Ambiental pela atuação da empresa na recuperação de matas ciliares, reflorestamento e fauna no Vale Rio Paraíba do Sul.
Fórum Nordeste 2007 discutiu o papel do etanol e dos biocombustíveis no futuro da economia do Nordeste e do Brasil.
Presidente Lula em entrevista à BBC
Há exatamente um mês atrás, a Rede BBC de Londres fez uma entrevista com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Entre temas abordados, a participação do Brasil e do G-20 em negociações internacionais, relações políticas na América Latina, desenvolvimento econômico do Brasil, biocombustível e etanol, preservação ambiental e responsabilidades sobre as áreas de floresta no Brasil.
Apesar do entrevistador claramente provocar a discórdia entre as relações do Brasil com Hugo Chavez, Evo Morales e George W Bush, acredito que ele se saiu bem e outros assuntos além desse puderam ser abordados.
O entrevistador faz as perguntas em inglês mas o presidente Lula dá a entrevista em português, o que facilita o entendimento. Para a entrevista, é só fazer o download do vídeo clicando em “Click here to watch the interview”, abaixo da manchete, em negrito.
O vídeo e algumas considerações:
http://news.bbc.co.uk/1/hi/programmes/hardtalk/6718447.stm
Alguns trechos da entrevista:
http://news.bbc.co.uk/1/hi/world/americas/6718155.stm
Maiores emissores de CO2 do mundo
A lista dos países que mais emitem CO2 do mundo tem mudado. Em 2003, a lista fornecida pela ONU trazia como primeiro colocado os EUA, com uma emissão anual de 5.799.240 (X 1000) toneladas métricas de CO2, ou seja, 21,2% de toda emissão de CO2 do mundo saía de solo americano. Os EUA vinham seguidos pela China (15,2%), Rússia (5,4%), India (4,6%) e Japão (4,5%). O Brasil ocupava a 20ª posição, sendo responsável por 1,1% da emissão mundial.
Considerando a emissão de CO2 per capita, [UPDATE] lista em português [/UPDATE] tudo (ou quase tudo) muda. Ainda em 2003, a emissão per capita dos EUA era 19,8 tonnes de CO2. Na Austrália, este número era 18, no Canadá 17,9, na Arábia Saudita, 13. A China, o Brasil e a India tinham emissões per capita de 3,2, 1,6 e 1,2 respectivamente.
Segundo a “Netherlands Environmental Assessment Agency” a emissão global de CO2 vindas somente de uso de combustíveis fósseis aumentou 2,6% em 2006 (menos do que em 2005, cujo aumento tinha sido 3,3%). O maior contribuinte foi o aumento de 4,5% no consumo global de carvão, principalmente pela China, responsável por 2/3 desta quantidade. A China ficou em primeiro lugar da lista dos países mais emissores, ultrapassando os EUA, principalmente por conta do aumento no uso de carvão e por ser responsável por 44% de toda produção mundial de cimento.
Em números brutos, considerando apenas gases liberados da queima de combustíveis fósseis e a produção de cimento, os EUA tiveram uma produção de 5,8 bilhões de toneladas métricas de CO2 enquanto a produção da China foi de 6,23 bilhões de toneladas métricas de CO2. A China se defende lembrando que sua população é 4 vezes maior que a população americana e, considerando a emissão per capita, os EUA ficam com 19,278 tonnes de CO2 por pessoa, enquanto a China fica com 4,763 tonnes, em 2006.
Já os europeus têm o que comemorar. Entre 2004 e 2005 o EU-15 (Austria, Bélgica, Dinamarca, Finlandia, França, Alemanha, Grécia, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Holanda, Portugal, Espanha, Suíça e Reino Unido) diminuiu suas emissões em 0,8%. Os maiores colaboradores foram a Alemanha (-2,3%), Finlandia (-14,6%) e a Holanda (-2,9%).
Para cientistas holandeses, se todo CO2 presente na atmosfera hoje fosse dividido entre os países responsáveis por suas emissões, os EUA seriam culpados por 27% do total, a União Européia por 20%, enquanto à China só caberiam 8%.
Sabia mais:
List of countries by carbon dioxide emissions – Wikipedia
List of countries by carbon dioxide emissions per capita – Wikipedia
Image:CO2 emission 2002
China now no. 1 in CO2 emissions; USA in second position
China Overtakes U.S. as No. 1 Emitter of Carbon Dioxide
Global and regional drivers of accelerating CO2 emissions
EU greenhouse gas emissions decrease in 2005
Mudanças climáticas no passado
Mudanças climáticas são eventos corriqueiros na história da Terra. Períodos de glaciação e de aquecimento global sempre estiveram presentes e não são exatamente uma novidade. Então qual a diferença entre os eventos do passado e o evento atual de aquecimento global?
A partir de dados coletados em anéis anuais de crescimento nos lenhos de árvores e corais, sedimentos oceânicos, gelo Antártico, registros documentados, entre outros é possível retirar evidências de mudanças climáticas, em escala global, no passado geológico da Terra. Entre as causas destas mudanças climáticas do passado, encontram-se movimentação das placas tectônicas, variação da órbita da Terra ao redor do Sol, mudanças na quantidade de radiação emitida pelo Sol, erupções vulcânicas, colisões cósmicas e emissão de partículas comumente denominadas “aerosóis” na atmosfera. Todas estas variáveis são levadas em consideração pelos especialistas que estudam aquecimento global.
De acordo com os modelos teóricos existentes, qualquer um dos eventos citados como causas de mudanças climáticas podem ser amplificados por outro evento, o aumento da concentração de gases do efeito estufa (GEE), principalmente gás carbônico e metano, na atmosfera. Estes dois gases são naturalmente estocados em grandes quantidades em turfa, tundra e sedimentos oceânicos durante períodos de clima mais frio e são liberados na atmosfera durante períodos de clima mais quente. Sendo assim o aquecimento aumenta a concentração destes gases na atmosfera, que por sua vez induz o aumento da temperatura na superfície terrestre, que aumenta ainda mais a liberação destes gases, num processo de retro-alimentação positivo.
Quanto mais GEE na atmosfera maior a possibilidade de amplificação dos danos causados pelos eventos naturais e maior a possibilidade do aquecimento global per se. Esta é a preocupação atual. Com uma população de 6 bilhões de habitantes e fronteiras controladas para migrações, um evento deste porte seria catastrófico. Pessoas morreriam ou seriam obrigadas a se exilar em outros países. Os gastos envolvendo realocação de pessoas, reconstrução de cidades e outras atitudes governamentais seriam imensos, podendo causar problemas econômicos em diversos países. Isso sem falar em animais e plantações.
Um exemplo interessantíssimo foi registrado no ano de 1816, conhecido como “o ano sem verão” no hemisfério norte. Após a erupção do vulcão no Monte Tambora, na Indonésia, em 1815, imensas quantidades de sujeira e gases vulcânicos foram injetados na termosfera (120-600 Km de altitude). A grande quantidade de cinzas no céu provocava pores-do-sol espetaculares ao mesmo tempo em que causava tempestades e inundações. Na Hungria nevou marrom. Na Itália, a neve era vermelha. A China experimentou uma queda na produção de arroz, dada pelas baixas temperaturas. Várias plantações da Europa foram devastadas. O evento causou 200.000 mortes na Europa, duas vezes mais do que a média. Por outro lado, JMW Turner pintou os mais lindos quadros retratando pôr-do-sol. Karl Drais, alemão, inventou o velocípede, precursor da bicicleta, dada a alta mortalidade dos cavalos e falta de meios de transporte. Joseph Smith e família se mudaram para Nova York, onde, em 1830, fundaram a igreja mórmom “Jesus Cristo dos Últimos Dias”. O verão chuvoso e intempestuoso forçou Mary Shelley, John William Polidori e amigos terem que aproveitar o verão dentro de casa. Eles decidiram então apostar quem seria capaz de escrever a história mais aterrorizante, levando Shelley escrever “Frankenstein” e Polidori escrever “The Vampyre”. 1816 foi um ano para se guardar na memória.
Leia mais:
1816 – “Year Without a Summer”
Climate Change – A. Barrie Pittock
Na Ciência 21/Jun – 27/Jun/2007
O que houve de interessante nas publicações científicas da semana de 21/Jun a 27/Jun de 2007
1) Florestas Tropicais Intactas são importantes sumidouros de carbono.
2) Novo método para produção de biocombustível.
3) O ciclo do nitrogênio e a recuperação da floresta amazônica.
4) Saturação do sumidouro de carbono no Oceano Setentrional.
5) Medições do nível do mar realizadas no Brasil estão sendo referência para os estudos relacionados às mudanças climáticas.
6) Opinião.
1) Florestas Tropicais Intactas são importantes sumidouros de carbono.
Amostras coletadas em 12 locais distintos da Terra nos últimos 27 anos estimam que as florestas temperadas do hemisfério norte retenham cerca de 1,5 bilhões de toneladas de carbono por ano (contra uma média de 2,4 bi ton C/ano comparados com modelos teóricos computacionais) enquanto as florestas tropicais sejam responsáveis pela emissão (devido a desmatamentos e queimadas) de 100 mi ton C/ano, contra o valor de 1,8 bi ton C/ano de emissão considerados anteriormente. Stephens, et al. (Science vol. 316, nº5832) acreditam que os modelos teóricos atuais subestimam significativamente a quantidade de CO2 fixada pelo hemisfério sul, ao mesmo tempo que superestimam a retenção nas florestas temperadas do norte.
Saiba mais em:
Stephens, et al. (Science vol. 316, nº5832)
Revista FAPESP
Ciência Hoje
Se os resultados de Stephens et al. estiverem corretos, há possibilidade de o inventário de emissões brasileiro superestimar a quantidade de carbono emitida por uso da terra ou mudanças no uso da terra, que, segundo o Professor Joly (UNICAMP) corresponde a 75% das emissões totais do Brasil.
2) Novo método para produção de biocombustível.
Derivado da frutose, o DMF (2,5 dimetilfurano) pode ser produzido a partir de biomassa. Dumesic et al. diz que o composto é mais vantajoso que o etanol por ser menos volátil, ter uma densidade energética 40% mais alta e não ser solúvel em água.
O engenheiro mecânico Luiz Horta Nogueira, professor da Unifei (Itajubá) e consultor da ONU na área de biocombustíveis ressalta que ainda é necessário saber se o DMF terá uma eficiência energética mais alta que a do etanol, com um baixo impacto ambiental, produtividade e custo baixo.
Saiba mais em:
Román-Leshkov et al. (Nature 447)
Revista FAPESP
Ciência Hoje
3) O ciclo do nitrogênio e a recuperação da floresta amazônica.
Areas abandonadas após o uso pela agricultura precisam de pelo menos 70 anos para recuperar o ciclo original do nitrogênio e voltar a crescer é o que diz o estudo organizado por cientistas do Brasil e dos EUA. Acredita-se que 30% – 50% da área desmatada da Amazônia deixou de ser explorada e está em algum ponto do estágio secundário de sucessão. Em dois municípios do Pará foram estudados 12 lotes de mil m2 que haviam sido abandonados há 3, 6, 10, 20 40 e 70 anos, além de lotes de mata nativa. Nos lotes de 70 anos o ciclo do nitrogênio já era semelhante, mas não igual ao da floresta original.
Saiba mais em:
Davidson et al., Nature 447
Revista FAPESP
4) Saturação do sumidouro de carbono no Oceano Setentrional.
Le Quéré et al., mostram que o sumidouro do Oceano Setentrional parou de crescer, o que significa uma saturação do sistema.
Saiba mais em:
Le Quéré et al., Science 316:5832
5) Medições do nível do mar realizadas no Brasil estão sendo referência para os estudos relacionados às mudanças climáticas.
Saiba mais em:
IBGE
6) Opinião:
All the King’s men, Nature 447
Taking Science Out of the Box–Foresight Recast, Science 316:5832
Reassessing Carbon Sinks, Science 316:5832
Aquecedor solar carbono-free!
Sugestões inteligentes para uma vida carbono-free.
Com um mecanismos extremamente simples e inteligente é possível utilizar garrafas PET e caixinhas Tetra Pak para fazer um aquecedor de água solar. Existe até um manual de como fazer e como instalar o aquecedor. Clique aqui para obter mais informações.
Mecanismos de Desenvolvimento Limpo (MDL)
Muito se fala sobre projetos MDL. Mas o que são eles afinal?
O Protocolo de Kyoto estabeleceu mecanismos flexíveis para que as Partes Anexo I possam atingir suas metas de redução das emissões. Estes mecanismos têm como caracteristica serem implementados além das fronteiras nacionais. Sao eles, o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), a Implementação Conjunta e o Comércio de Emissões (todos regulados pelos Acordos de Marraqueche). Dentre estes mecanismos, o MDL é o único que permite a participação das Partes não-Anexo I, como o Brasil (Ver Artigo 12 do Protocolo de Kyoto).
A proposta é que as Partes não-Anexo I sejam assistidas através da implementação de atividades sustentáveis, contibuindo para a mitigação dos GEE. Estes projetos são relacionados a investimentos em pesquisa e desenvolvimento de tecnologias limpas e eficientes, racionalização de energia, utilização de fontes de energias renováveis, projetos de reflorestamento, instalação de painéis solares em propriedade rural, etc. Podem participar todos as Partes não-Anexo I que tenham ratificado o Protocolo de Kyoto e que estejam em dia com as suas obrigações junto à Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas.
Podem participar todas as Partes que ratificaram o Protocolo de Kyoto, assim como entidades públicas e privadas, devidamente autorizadas, localizadas nestas partes. Toda redução, medida em tonelada métrica de CO2, revertem-se em Reduções Certificadas de Emissões (RCEs), que podem ser utilizadas pelas Partes Anexo I para atingirem suas próprias metas de redução, com a vantagem de ter um custo extremamente baixo. As RCEs também podem ser comercializadas, com grande expectativa de valorização e tomada de lucros (uma vez que a procura tende a aumentar) ou podem ser obtidas com objetivo meramente ambiental, sem objetivo de revenda.
Todos os projetos devem ser redigidos e documentados frente aos órgãos certificadores nacionais e internacionais, com descrição da metodologia, justificativa para as atividades, relatórios de impactos ambientais, informações quanto a financiamentos. Todas as informações de como submeter um projeto de MDL, assim como um histórico de todos os projetos já realizados no Brasil podem ser encontradas no site do Ministério da Ciência e Tecnologia.
Saiba mais em:
UNFCCC (em inglês)
Ministério da Ciência e Tecnologia
Chicago Climate Exchange
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