Pegada 14 – Começa a COP-14
Hoje começa a décima quarta conferência das partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, na Polônia. Até a semana passada o Brasil, vergonhosamente, não tinha apresentado nenhuma proposta/ação/promessa/ para negociar nesta convenção. Aos 44 do segundo tempo, eis que surge uma porcaria proposta: reduzir para 11 mil km quadrados a área da Amazônia desmatada por ano.
Alguém aí entendeu como vai ser possível negociar isso? Como vai ser possível pressionar ações de outros países com uma moeda de troca como esta? Eu não entendi. Se alguém puder me explicar, agradeço.
Para acompanhar a COP-14 de perto, clique aqui (em inglês)
Ação Aldeia #1 – Alimentos orgânicos
Hoje é o primeiro dia de ação do Aldeia Sustentável. Tudo que começou com um desabafo “Você é capaz de agir?” de um tempo atrás, hoje se materializa.
Eu vou tentar postar uma ação por dia. Não sei se vou dar conta, mas a primeira sai do forno agora!
Cebolas me mordam, Batman!
Pois bem, minha primeira ação desta semana foi plantar mais uma coisa na minha horta de apartamento.
As cebolas aí de cima representam todos os alimentos que minha família vem tentando produzir organicamente, num pequeno pedaço de chão. De lá já saiu cebola, beterraba, alface, couve, repolho, chuchu (que eu me lembre).
Em casa, no apartamento, a produção não é tão vasta. Por aqui, por enquanto tenho: hortelã, manjericão, orégano, alecrim, salsinha, cebolinha e a novidade: um novíssimo pessegueiro!
As culturas orgânicas consomem menos energia para serem produzidas pois não carregam toda a pegada de carbono que os defensivos agrícolas e os fertilizantes químicos carregam da sua produção. Também não correm o risco de liberar para a atmosfera gases de óxidos de nitrogênio que são liberados do solo caso os fertilizantes sejam utilizados em excesso. Fora isso, respeitam a sazonalidade do ano e não necessitam de energia de estufas ou controle de umidade (também, quando não é época, não é época e pronto, não tem produção), ou de transporte para trazer os produtos de áreas onde a estação é outra.
Reaprender a respeitar as estações do ano tem sido uma tarefa agradável. Espero que você também goste de fazer isso!
Amanhã é o primeiro dia de ALDEIA!
Chegou o dia que eu estava esperando! Amanhã, dia 01 de dezembro, é o primeiro dia de uma semana de ações pessoais para melhoria do meio ambiente, e porque não dizer, melhoria do nosso estilo de vida. (mais sobre a ação, aqui)
Como venho anunciando, na semana entre os dia 01 e 07 de dezembro, você está convidado a praticar uma ação verde, registrá-la na forma de um texto, de uma foto ou de um vídeo e postá-la em seu blog. Para nos juntarmos, basta fazer um pingback pra cá, ou para o Ecodesenvolvimento.
Ah… você não tem blog… Não tem problema! Basta registrar-se no Aldeia Sustentável e colocar suas fotos, textos e vídeos lá. Estaremos acompanhando as ações e torcendo por um mundo mais verde.
By Frans Krajcberg
Frans “Vamos cuidar da saúde do Planeta”
Se ontem George Carlin me trouxe uma mensagem de “se os seres humanos não estão nem aí pra Terra, a Terra vai ficar bem sem eles”, hoje Frans Krajcberg trouxe mais. Trouxe toda a indignação de um senhor polonês que já viu de tudo nesta vida. Viu vida e morte quando, lutando pelo exército russo durante a Guerra, libertou homens e viu pilhas deles em um campo de concentração húngaro. Viu barbárie e absurdo quando, no Alto Amazonas, encontrou seis índios pendurados em árvores sendo devorados por urubus. Viu queimadas na floresta e dela tirou arte.
Arte, esta, que está sendo gratuitamente exposta no espaço da Oca, no Ibirapuera, em São Paulo, em comemoração aos 60 anos do MAM (até 14 de dezembro). Arte, esta, que busca alertar e mostrar para o mundo a falta de consciência ambiental de seres que se dizem humanos. Arte, que segundo o próprio Frans, não teve participação política nenhuma no século XX (apenas comercial) e cita como exceção, Guernica, de Picasso, único quadro a retratar as barbáries da Guerra.
Frans é um senhor que expressa idéias melhor do que palavras. As frases, por vezes sem fim, nos fazem viajar pelos olhos cansados de ver tanta destruição ambiental. Frans deixa mais que clara a sua indignação por as pessoas geralmente não se perguntarem o que está acontecendo com o mundo. De não perceberem que algumas coisas que acontecem hoje, não aconteciam antes. Da indiferença.
Frans termina um de seus pensamentos com a seguintes frases
Toda vez que ouço os cientistas falarem, dá medo
E, a esperança
Deus vai ajudar
Com vocês, deixo parte de uma das esculturas que mais me tomaram na Oca. Rogo para que um dia, Frans deixe de encontrar matéria-prima para sua arte.
By George Carlin
Dizem que esse cara é conhecidíssimo. Desculpem-me os fãs, nunca tinha ouvido falar. Mas eu adorei!
A @clauchow me mandou esse vídeo hoje. Ela ainda não descobriu se gostou, mas devo dizer que eu amei. Amei porque é verdade! É tudo verdade… infelizmente.
Infelizmente é verdade que o planeta Terra vai se recuperar bem de nossas ações nele. Afinal, o planeta já passou por coisas piores, como raios cósmicos ou tempestades eletromagnéticas. Nós seres humanos é que estamos ferrados. A questão central do porque eu gostei desse vídeo é porque nós, seres humanos, na maioria dos casos não conseguimos nem mesmo cuidar das nossas próprias coisas. Não conseguimos cuidar bem da nossa casa; alguns não conseguem cuidar dos próprios filhos. Algumas vezes tenho dúvidas se alguns seres humanos dão real valor à vida.
Eu sei, soa pessimista. E, na verdade, pode ser que eu esteja mesmo numa fase estranha. Mas, parafraseando o Saramago. “Não sou pessimista. O mundo é que é péssimo.” Vou então, pra não dizer que não falei das flores (mais uma paráfrase), falar mais uma vez: faça sua ação pessoal, cuide do ambiente onde você vive, viva em paz com você e com o mundo, tente sobreviver. O planeta vai ficar bem.
Espero que gostem do vídeo e que não se esqueçam de que isso não é uma tese de doutorado. É humor.
Pegada 13 – O que é vida sustentável?
É emprego. É viver como sobrevivente. Ter consciência da precariedade dos bens, poupando, conservando, enfim assumindo a abordagem de sobreviventes. Deveríamos viver como sobreviventes, poupar, não desperdiçar, limpar terreno e ar, de modo que se possa viver.
Hoje temos a cultura do mais, em tempos de crise como este, as pessoas caem, a classe média perde sua condição. Os governos são responsáveis pelo que acontece – os ricos, os riquíssimos.
O Estado é inimigo, dizem quanto menos melhor, mas é o Estado que é chamado à responsabilidade para salvar o Citibank, a GM. E o Estado somos nós, nossos impostos.
Não há alternativa política, não há alternativa econômica. E vamos viver de remendos.É sustentável desde que se tenha emprego.
José Saramago
Vi no Escriba
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“Eu não sou pessimista. O mundo é que é péssimo.” – Essa também é do Saramago… Mas foi o Carlos Hotta que leu em algum lugar e me contou.
Por que chove em Santa Catarina?
Passei algumas horas tentando estabelecer padrões para tentar entender o que acontece em Santa Catarina. Fato é, que não pára de chover, há pessoas desabrigadas, pessoas mortas, pessoas saqueando lojas e lojas saqueando pessoas, vendendo produtos a preços exorbitantes.
Tentei entender se chover no sudeste do país tinha a ver com desmatamento na Amazônia ou com alguma outra relação com mudanças climáticas. Teoricamente, a massa Equatorial continetal (mEc) é quente, úmida e instável, originada na Amazônia, devido a evaporação dos rios e transpiração das plantas. Se o desmatamento fosse única causa, o clima estaria mais seco… mas então não é só isso. Algumas outras tentativas de explicação podem ser lidas AQUI.
Segundo o Climatempo, há um sistema de baixa pressão em altos níveis de atmosfera, intensificado pelo vento de leste que chega do oceano carregado de umidade. Mais detalhes podem sem entendidos e estudados no site do CPTEC, clicando aqui. A chuva não pára. No fim, acabei deixando a resposta para os especialistas…
Mas então, o que podemos fazer? Como várias pessoas estão ilhadas, o que podemos fazer é ajudar de longe.
+ A Defesa Civil do estado de Santa Catarina está recebendo doações em dinheiro. Elas podem ser feitas nas contas do Fundo Estadual da Defesa Civil, CNPJ 04.426.883/0001-57:
Banco do Brasil – Agência 3582-3, Conta Corrente 80.000-7
Besc – Agência 068-0, Conta Corrente 80.000-0
Bradesco – Agência 0348-4, Conta Corrente 160.000-1
+ O escritório da Hering em São Paulo está com uma ação para ajudar pessoas das fábricas e escritórios em Blumenau. Várias pessoas perderam coisas e as fábricas foram atingidas. Para ajudar, o pessoal do escritório de SP está se organizando para enviar doações de roupas, alimentos não perecíveis e remédios. As doações podem ser entregues no endereço:
Rua do Rócio, 430, 3º andar – CEP 04552-000 – Vila Olímpia – SP
+ Outros pontos de coleta de doações em todo o Brasil são estes (Clique Aqui)
Alguns blogs onde pode-se saber mais sobre o assunto:
Mas, uma coisa que não sai da minha cabeça é: os três pontos onde podemos fazer alguma ação sobre mudanças climáticas são:
1) Mitigação: quando deixamos de provocar as mudanças climáticas. É quando deixamos de emitir gases do efeito estufa, diminuimos nosso consumo, mudamos nosso estilo de vida.
2) Vulnerabilidade: quando estudamos quais os locais/populações/zonas de produção/ estão em zonas de de maior risco de sofrer com os efeitos das mudanças climáticas. Isso ajuda a nos anteciparmos e tomarmos providências anteriores aos desastres, diminuindo danos. Políticas públicas, ações governamentais, também entram nesse caso.
3) Adaptação: quando já temos efeitos das mudanças climáticas e tomamos providências pós-danos. É o correr atrás pra salvar o que dá.
Pensando nesses três itens e considerando que Santa Catarina é um dos Estados mais preparados e com mais recursos do Brasil, temo em pensar nos locais menos preparados e com menos recursos… Está na hora de revermos nossos conceitos e começarmos a agir ativamente!
Pegada 12 – Clipping Aldeia no Planeta!
O Aldeia Sustentável, graças ao @carrapatoso está no blog da Super do Planeta bem AQUI!!!
Estou super orgulhosa do trabalho, da participação e da divulgação que todos estão fazendo por esse projeto. À todos, meus sinceros agradecimentos!
Tudo junto de uma vez só
Semana passada foi curta graças ao Feriado que marca o dia da Consciência Negra e o aniversário de morte de Zumbi dos Palmares. Recomendo leitura do #prontofalei da Charô e os links que seguem no post dela. Mesmo assim, tudo muito corrido por aqui. Deliciosamente corrido, digo, porque muitos eventos sobre sustentabilidade aconteceram na cidade de São Paulo. De alguns, participei e darei uns pitacos aqui.
Terça-feira, dia 18 de novembro, fui no evento promovido pelo Banco Real e pelo FGVceen (Centro de Empreendedorismo e Novos Negócios), na Faculdade Getúlio Vargas. Lá, a promessa de discutir sustentabilidade com os empresários Eduardo Ourivio, fundador da rede Spoleto e Edgard Corona, da rede Bio Ritmo. De sustentável mesmo, só uma ação com nome de gosto duvidoso (“corpo verde”) mas ainda assim uma aula de empreendedorismo.
Quarta-feira, dia 19 de novembro, participei do videochat do Real Sustentabilidade com o diretor de Middle Market Altair Assumpção e o superintendente de negócios, Alvaro Silveira. Falamos sobre empreendedorismo e negócios sustentáveis. Falamos, porque várias perguntas das muitas pessoas que estavam participando do chat foram lidas e respondidas pelos entrevistados. Há uma promessa de que logo, logo o videochat estará disponível AQUI (você deve clicar em “Cursos e Palestras” e depois em “Videochat”, e, quanto ele não chega, há três outros videochats já disponíveis.
Na mesma quarta-feira, as pessoas que estavam reunidas no videochat comentando tudo do lado de cá do monitor, resolveram fazer um google grupos para continuar discutindo sustentabilidade. O grupo ainda é pequeno, mas responde por Radar Verde.
E, por falar em Radar Verde, esse é o nome de um novo e incrível projeto que, vou me impedir de comentar pois só vou falar bem. Então, para tirar suas próprias conclusões e não ler minhas, já apaixonadas, acesse o www.radarverde.com.br.
Quinta-feira teve Global Forum America Latina (twittadas foram feitas com a tag #gfal), que aconteceu na Fecomercio. Algumas impressões acaloradas podem ser lidas DAQUI. Clau Chow, lablogirl como eu, amou o evento. Eu gostei muito da dinâmica proposta: a Investigação Apreciativa. Muito legal, conheci várias pessoas com propostas magníficas, algumas idéias fantásticas surgiram do encontro e espero que várias possam se transformar em ações práticas de fato. Conheci também pessoas sensacionais, twittei pelo Radar Verde, enfim, tudo foi muito muito legal.
E por último, mas não menos importante, a semana passada se materializou o Aldeia Sustentável. Convido todos a conhecerem a ferramenta para que, todos estejamos prontos para a ação da semana que vem.
Ação? Que ação? ESTA!
Acesse: http://aldeiasustentavel.ning.com, inscreva-se e ajude-nos a divulgar essa idéia!
Para você que quer agir
Muitas pessoas têm propostas de ações para melhorar o ambiente onde vive, e, como consequência, melhorar o meio ambiente. São, muitas vezes, propostas simples, ações pessoais, mudanças pequenas nas atitudes e no estilo de vida, e que podem ser feitas em casa, no trabalho, na escola e em muitos lugares pelos quais passamos diariamente.
Você se acha capaz de mudar um pouco seu estilo de vida? Acha que pode ter uma atitude verde?
Faça uma ação entre os dias 01 e 07 de dezembro (mesma data em que algo muito similar estará acontecendo na Inglaterra) e registre. Vale ser uma foto, um post, um vídeo…
Não tem onde postar ou “uploadear” seu registro? Não se preocupe! Organize-se, registre seus feitos que, até o primeiro dia de dezembro, você terá uma surpresa!
Transforme um pouco o mundo em que você vive e conheça outras pessoas que habitam com você essa grande aldeia que chamamos Terra!
Ajude a divulgar essa ação e não se esqueça: entre os dias 01 e 07 de dezembro, faça uma ação ou exponha sua proposta e registre. Vamos conhecer ações pessoais que também podemos fazer no nosso dia-a-dia e outras pessoas interessadas pelo meio ambiente tanto quanto nós.