Acerte seu relógio
Rapidinho!
Eu poderia deixar isso passar nem com a moléstia dos cachorros doidos!
Sincronize o seu temporímetro com a hora oficial do Brasil dada pelo relógio de césio do Observatório Nacional.
Mais oficial que isso só se dessem uma patente de Brigadeiro-Almirante General de 10º Dan para o relógio.
Obrigado Isis pela dica!
Bebo não, como com farinha
Para se medir a quantidade de álcool em uma bebida, usa-se uma medida chamada gravidade específica e um processo onde pesos diferentes são colocados dentro de amostras do líquido a ser medido (antigamente, nas bombas de álcool em postos de combustível era possível ver um pesinho flutuando dentro de um vidro cheio de etanol vindo direto do reservatório; caso o peso flutuasse demais, indicaria que o álcool estava muito aguado).
Gravidade Específica é apenas outro nome para Densidade. Na verdade, o certo seria densidade relativa, pois é geralmente medida em relação a outra coisa.
Densidade é a relação entre massa e volume, de modo que quanto mais de uma coisa couber dentro de um certo volume, maior será a densidade do corpo.
Por exemplo: um copo cheio de areia solta é menos denso que o mesmo copo (volume fixo) cheio de areia compactada. A massa de areia aumenta mas o volume do copo permanece o mesmo.
Dá para entender?
Um quilo de algodão pesa o mesmo que um quilo de chumbo, mas o volume do metal é bem menor porque a densidade é bem maior (cabe mais num lugar menor).
Neste momento, é comum surgir a pergunta “então, qualé o mais denso, mercúrio ou chumbo?”.
Em temperatura ambiente (31° em Natal), mercúrio é um líquido e chumbo é um solido. Quem já manuseou um dos dois ou ambos, sabe que eles parecem ser bastante pesados, devido a alta densidade deles.
Este vídeo apresenta também o tungstênio, metal com o maior ponto de liquefação (e segundo maior de todos os elementos, depois apenas do carbono) que é usado em filamentos de lâmpadas e que também é deveras compactado:
[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=Rgf3Cvq47wU]
O prato está cheio de mercúrio, a rodelinha é de chumbo e o palito é de tungstênio.
Notem que o formato não importa, um palito de dentes flutua na água tanto quanto uma folha de compensado, desde que a madeira seja menos densa que a água.
Água salgada é mais densa que água “doce” (que não é propriamente doce, apenas é não-salgada).
O Mar Morto, além de gelado, é muito salgado. A concentração de sólidos solúveis nele é tão alta (quase nove vezes mais salgado que o mar) que um corpo humano não consegue afundar ali (isso não é o mesmo que dizer que não há afogamentos, pois basta estar boiando com a face pro lado errado).
[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=PRT6bk3iSSU]
Outra do Mar Morto (o nome se dá a falta de organismos vivos visíveis devido a alta salinidade); suas margens são o ponto de terra firme mais baixo da Terra.
Densidade também influi em transmissão sonora.
O som se propaga em ondas, através das moléculas das coisas. Quanto mais perto essas moléculas estiverem umas das outras, mas rápida será a propagação.
Quanto mais perto as moléculas, maior a densidade do material ou do meio.
O som anda mais ligeiro na água que no ar, e mais rápido ainda em sólidos (apesar de se deslocar menos, pois perde energia mais rápido).
Agora, umas charadinhas de leve, pro meio da semana não passar batido:
Uma de densidade:
Você está em pé dentro de um barco, que flutua livremente, sem contato com o chão, em uma pequena lagoa, enquanto segura uma bala de canhão de chumbo.
O nível de água da lagoa, que suporta o barco, você e a bola metálica, é estável e está marcado.
Se a bala for solta e afundar, sendo completamente coberta, até tocar o piso do charco, quem não é deformável (menos como lama e mais como cimento), o que acontecerá com o nível da água (depois de atingir novamente o equilíbrio)? Aumentará, diminuirá, continuará o mesmo ou é impossível prever?
E mais uma de pensamento lateral:
Você está em um quarto com três interruptores. Este quarto é totalmente isolado visualmente de outro, onde há uma lâmpada incandescente. A passagem de um para o outro é rápida e fácil, através de uma porta.
Apenas um dos interruptores do quarto onde você se encontra acende aquela lâmpada.
Podendo mudar a posição das chaves apenas três vezes no total e mudando de aposentos apenas uma vez, como saber qual delas acende a lâmpada?
Quem chegou até aqui ainda lembrando que eu comecei falando de álcool?
Se fosse um filme, seria a hora ideal de trazer de volta o herói coadjuvante que foi deixado propositalmente no esquecimento cinco cenas atrás, para ajudar o herói principal a salvar o dia na última cena.
Eu deveria escrever roteiros…
P.S. ontem, antes de sair para a fisioterapia, eu li um artigo com duas ocorrências de p.s. onde o segundo não era p.s.2, mas p.p.s.
Legal, acho que aprendi uma coisa nova.
Resumo 1.3.1b
Segunda coletânea, para os novatos e visitantes esporádicos.
A primeira está aqui.
Se se interessar, clique nas palavras sublinhadas.
Iniciando os trabalhos de hoje, algo um pouco diferente. Uma música minha (cliquem no grande botão azul onde está escrito Download Now e depois de uma contagem regressiva, em Click here to download this file).
Um artigo muito importante e tão antigo que ficou de fora do primeiro apanhado, sobre como alguns números são grandes demais para a nossa compreensão imediata. Um bilhão em números.
Quem não gosta de sangue, não clique aqui (“aqui” que eu digo é num vídeo que tem lá, o resto é bastante inócuo para hemofóbicos). Uma rápida explicação sobre sangue e uma nesga de utilidade pública.
Uma dupla de artigos escrito por uma dupla de chatos, mas que devem ser lidos, porque importam (somos chatos, mas somos pertinentes). Células-Tronco e a polêmica legal em torno delas.
Mais nomes grandes (e coincidências maiores ainda). Coincidências existem.
Truques para a vida (ou quase, deu preguiça no dia). O Método Científico.
Tudo sobre Luz (e como usar um rádio para esquentar seu telescópio). Espectro Eletromagnético em duas partes.
Visitantes espaciais (e como conversar com eles). Alienígenas e ceticismo.
Descubra como acertar seu relógio biológico dançando (ou quase isso). Noel Rosa, alguém?
Uma orgia (visual). Vários experimentos legais e interessantes.
Finalizando por hoje, novamente (quero que todo mundo no mundo leia), uma estorinha não-científica sobre um ladrãozinho com ilusões de grandeza. E depois leiam isto.
Para os que ainda não sabem, cada linha sublinhada dessas aí em cima é clicável, com uma ligação que leva para outra página, com o artigo indicado.
Não desistam de mim tão fácil, eu faço valer a pena mais tarde.
Até a próxima!
=¦¤þ
Este blogue contém 0% de gordura trans / Legislação sobre propaganda de medicamentos é revisada
Hoje eu acordei virado no traque e resolvi saquear a blogosfera atrás de algo bom que outrem já houvesse escrito, me poupando trabalho.
Primeiro, vou roubar só um pedaço do interessantíssimo artigo do Rafael, do RNAm:
Esta pergunta é do FAQ da ANVISA:
Pode ser utilizado o claim (alegação) “livre de gorduras trans” nos rótulos dos alimentos?
Sim, desde que o alimento pronto para consumo atenda às seguintes condições: – máximo de 0,2g de gorduras trans por porção; e – máximo de 2g de gorduras saturadas por porção. Os termos permitidos para fazer este claim são: “não contém…”, “livre…”, “zero…”, “sem…”, “isento de…” ou outros termos permitidos para o atributo “Não contém” da Portaria SVS nº 27/98. Não podem ser utilizados outros atributos para gordura trans.Hum, ok. Então se o produto tiver menos de 0,2g por porção posso pôr “0% Trans” na embalagem. E quem define quanto é uma porção? A ANVISA de novo, menos para os produtos de “consumo ocasional”, como sorvetes, balas pirulitos, e imagino que salgadinhos e bolachas também entrem nessa categoria. Portanto, quem produz esse tipo de alimento é quem decide quanto é uma porção.
O resto vocês podem ler por lá (e eu recomendo que o façam).
Depois, o muciço de outro ótimo artigo, escrito pela Isis:
Uma das modificações previstas no novo texto é em relação à propaganda de medicamentos isentos de prescrição. A proposta prevê diferentes advertências, específicas para os princípios ativos mais utilizados nesses medicamentos. Um exemplo é a cânfora, cuja proposta de advertência é “não use em crianças menores de dois anos de idade”.
Outra novidade é que nas propagandas veiculadas pela televisão o próprio ator que protagonizar o comercial terá que verbalizar a advertência. No rádio a tarefa caberá ao locutor. Para o caso de propaganda impressa, a frase de advertência não poderá ter tamanho inferior a 20% do maior corpo de letra utilizado no anúncio. Para medicamentos com venda sob prescrição, o fabricante terá que colocar pelo menos uma contra-indicação e uma interação medicamentosa mais freqüentes.
A entrada na íntegra esta aqui (e estão todos intimados a ler, caso queiram aprender alguma coisa útil esta semana).