Bem vindos a 2009

“No Brasil, o ano só começa depois do Carnaval.”
O meu principalmente, já que minhas férias são em janeiro, mas isso não pode (ou deve) ser adicionado ao repertório de informações pertinentes de qualquer leitor meu, pois isso só interessa ao meu agente de viagens e à minha chefe (o primeiro não sabe que eu escrevo e a segunda preferiria que eu não o fizesse).

Não sei quanto à veracidade da frase que abre este texto, mas se não é o ano que começa depois do Carnaval é a nossa invejável temporada de feriados:
Paixão de Cristo, Páscoa, Tiradentes, Dia do Trabalho, Dia das Mães, Corpus Christi, São João, São Pedro, Dia dos Pais, Dia da Independência, Finados, Proclamação da República, Padroeira do Brasil, do estado e do município, e Natal.
Alguns têm data fixa, mas outros são móveis.

Então, como saber que dia é cada um?
Simples!

Dia 21 de março marca o equinócio (de outono no sul, de primavera no norte), que é a ocasião quando o dia dura o mesmo que a noite.
Depois desse dia, entre 22 de março e 25 de abril, uma lua cheia agraciará o céu. O primeiro domingo depois dessa lua é a Páscoa!

Usando esse dado como base, temos:
Sexta-feira anterior = Sexta-Feira Santa;
Domingo anterior = Domingo de Ramos;
Quarenta dias antes disso = Quarta-Feira de Cinzas;
Sessenta dias depois do domingo de Páscoa = Corpus Christi.

Nosso ano, portanto, só começa quarenta e seis dias antes do primeiro domingo depois da primeira lua cheia após a primeira noite do ano com exatamente doze horas.

Feliz 2009!

Adivinhação

O Google está aperfeiçoando uma nova ferramenta, que possibilita colher informações dos visitantes e eu me ofereci para a fase inicial de testes.
O texto destacado logo abaixo deve mostrar, se funcionar direito, um perfil psicológico do visitante, baseado nas informações colhidas por tal ferramenta através do IP de cada um, após análise dos hábitos de navegação (as páginas recentemente acessadas, datas de aniversário registradas em msn, orkut, etc.).
Cada quadro é diferente para cada pessoa.
Funcionou para mim, espero que funcione para vocês.
Leiam e se impressionem!

Você sente necessidade de que outras pessoas gostem de si e o admirem, e ainda assim tende a ser crítico em relação a si mesmo. Embora tenha algumas fraquezas de personalidade, geralmente é capaz de compensá-las. Você tem uma considerável capacidade não utilizada, que ainda não usou a seu favor. Disciplinado e com auto-controle por fora, tende a ser preocupado e inseguro no íntimo. Às vezes tem sérias dúvidas sobre se tomou a decisão correta ou fez a coisa certa. Prefere uma certa mudança e variedade, e fica insatisfeito quando é cercado por restrições e limitações. Também se orgulha de pensar de forma independente, e não aceita afirmações de outros sem provas satisfatórias. Mas descobriu que não é recomendável ser excessivamente sincero ao se revelar para outras pessoas. Às vezes é extrovertido, afável e sociável, embora às vezes seja introvertido, cauteloso e reservado. Algumas das suas aspirações tendem a ser irrealistas.

E aí, deu certo?
Estatisticamente, sim. Porque psicologicamente, funciona.
Nada aí em cima é mutável, o Google não fica fuçando IP dos outros (não que eu saiba), o texto vai ser o mesmo independentemente (essa palavra tem mais “e” que “divisibildade” tem “i”) de quem o abra, onde quer que esteja.
Não gosto de mentir, desculpem!
Mas fiz isso para ilustrar o efeito Forer (<– cliquem no link e leiam; é grande mas vale a pena), ou validação subjetiva, fenômeno onde nosso cérebro absorve as informações que nos agradam e desconsidera as que não gostamos.
Mesmo que não seja verdade, eu gosto de pensar que sou uma pessoa forte, decidida e influente. E se outrem me diz isso, aí é que é bom mesmo!
Eu acho triste uma pessoa que precisa tentar justificar a própria personalidade, caráter e existência acreditando que não tem sorte na vida porque nasceu no ano do rato com ascendência em plutão e é escravo de libra com influência lunar na sétima casa da estrela dalva.
Por que não existe um calendário baseado num ciclo de onze anos, quando o Sol (através das chamadas erupções solares) lança milhões de toneladas de partículas altamente carregadas (raios cósmicos, raios-x, raios UV) pelo espaço e através do nosso mísero planetinha? Isso, visto de dentro da minha cabeça, exerceria uma influência muito maior que Plutão, que nem mais Planeta é (tadinho, eu gosto dele…).
Qual o mecanismo que faz todas as pessoas nascidas em fevereiro serem aventureiras e desinibidas?
Eu tenho um primo que faz aniversário no mesmo dia que eu e estudei na faculdade com dois sujeitos que também dividem aniversário comIgor.
Somos quatro pessoas de personalidades completamente diferentes.
E por qual razão o ano de nascimento influenciaria nas escolhas do indivíduo?
Será que todas as pessoas nascidas em um mesmo ano agirão da mesma forma?
Só acreditarei em astrologia se, um dia, EU responder a um questionário sobre a minha personalidade (dissertativamente, sem múltipla escolha para não influenciar o resultado), que será revisado pelos meus melhores amigos e dado o grau pelo meu segundo escalão de amizade e que, após isso, será mandado, por um mensageiro anônimo que nunca teve contato comigo, em um envelope selado e sem identificação para um astrólogo que não sabe nem tem como saber quem eu sou, que deverá informar o ano, mês, dia e hora em que eu nasci baseado apenas nas minhas respostas mais sinceras (revisadas pelo painel das pessoas que mais me conhecem) e não o contrário.
P.S.
Plutão,
Pouco me importa se sua órbita é exocêntrica e dividida com Charon, se vocês dois têm uma rotação travada, se formam um sistema binário, nem se sua órbita não foi totalmente limpa.
Você orbita ao redor do Sol e já é grande o suficiente para ter alcançado equilíbrio hidrostático.
Não importa o que digam, Plutão, para mim, você ainda é um Planeta!
Igor Santos

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Original.
Estou incomunicável, por isso estou reutilizando artigos antigos publicados automaticamente.
Só volto a ver asfalto e cimento dia 26.

Carnaval proibido

-Retirado do Jornal da Assembléia-

Correção política extremada ou simples perda de tempo?
Por Jorge Peixoto
Natal, 30 de janeiro de 2009.
O Deputado Estadual Luiz Almir Filgueiras Magalhães, na tarde de ontem, encaminhou Ofício à Assembléia Legislativa do Estado pedindo, em caráter urgente e extraordinário, o pedido de votação da medida 32.833/09, que aconselha maior prudência neste período de festas carnavalescas.
Mas a que custo? Segundo o texto da medida, o bloco tradicional da Redinha, Os Cão, ficaria proibido de sair este ano, ou pelo menos de manter a sua tradição de se cobrir com a abundante lama do mangue da praia da Redinha, pois os foliões “perturbam a paz e causam poluição visual nas ruas do bairro”.
Mas não pára por aí!
O Deputado quer também proibir, ou melhor, “regulamentar” os blocos de mela-mela do estado, quando diz que “tais blocos ofendem aos passantes, vítimas inocentes de uma cruel prática, deixando os cidadãos e o Patrimônio Público sujos, sem o consentimento das partes”. Segundo o texto do Ofício, os mela-melas só poderiam “circular em trechos de ruas públicas após consentimento do Governo do Estado, na forma da Secretaria de Transportes e Obras Públicas (STOP), da prefeitura do município e, caso haja, conselho de bairro por maioria de voto. Tais trechos serão fechados ao público comum, por não mais de uma (01) hora e serão determinados por Conselho Extraordinário, formado por parlamentares e assessores, apenas durante o evento, e todos os envolvidos nas celebrações devem assinar Termo de Compromisso (…) onde deixam explícito que participam por livre e espontânea vontade e que os impede de levar adiante processo civil ou penal contra outros partícipes.”
Resumindo, pra brincar num mela-mela, os organizadores precisam pedir permissão ao secretário de TRANSPORTE (?), ao prefeito e deve ganhar por maioria o voto do conselho de bairro. Depois disso só se pode brincar por no máximo uma hora num local determinado pelos vereadores e seus empregados e ainda todos devem assinar um papel dizendo que não se importam de se sujar em nome da folia.
Imagine o tamanho da papelada, o tempo perdido com burocracia e, mais importante, o ônus de tudo isso! Sim, porque nada aí seria de graça.
Mas seria isso um preço baixo a pagar pelo conforto de poder sair por aí sem o risco de ser atingido por maisena? Ou um mal necessário para que todos nós possamos ir comer a nossa ginga com tapioca sem termos a nossa paz perturbada e a nossa visão poluída por seres do mangue?
A minha opinião é de que isso é uma medida ridícula, um artifício para fazer número, adicionando, antes da próxima eleição, ao portfólio de Luiz Almir.
Se ele não gosta d’Os Cão ou de mela-mela (é fato público que ele gosta mesmo é de serestas), deixe nós, que gostamos, aproveitar o espetáculo, a farra e a brincadeira em paz e pare de gastar o nosso dinheiro e o tempo da Assembléia com medidas inúteis e descabidas!
O e-mail do Deputado é luizalmir@al.rn.gov.br
Deixo-o ouvir a sua opinião!

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Agora, se eu, Igor Santos, não dissesse que não existe Jornal da Assembléia nem Jorge Peixoto, que isso aí é mentira e foi inventado por mim no dia 30 de janeiro (do ano passado) como uma brincadeira (visando estimular o pensamento crítico de alguns colegas meus), quantos acreditariam na minha palavra virtual?
Cuidado com a informação que vocês recebem, não acreditem em tudo o que lêem. Dados sem corroboração não valem de nada, por mais que pareçam fazer sentido ou sejam agradáveis e concordem com nossos pontos de vista.
E, baseado na minha experiência, se passou na TV é mentira.
Podem acreditar em mim!
Publicado originalmente aqui.

Mais uma semana

Em retrospecto, eu me precipitei (aparentemente, trocadilhos de siglas usando certas áreas de estudo da vida como alvo da piada não são vistos com bons olhos) e devo fingir que nada aconteceu.
Mas eu sou daquele que quando derruba o copo automaticamente cruza os braços nas costas, olha para o teto e assobia de improviso o mais alto possível, tentando parecer inocente mas apenas aumentando a visibilidade do acidente e a obviedade da culpa.
Acho que a partir de amanhã vou publicar uns contos que ando escrevendo.
Mas não confiem no que eu digo. Eu sei que eu não confio.
E, finalizando, uma frase que resume a minha situação corrente:
“Ninguém é um cientista como Howard.”
-L. Hofstadter, Ph.D-

Hoje o mundo acaba

Não é bem assim, na verdade. Quando eu digo “mundo”, quero dizer “Lablogatórios”.
Hoje é o último dia deste portal incrível de informação científica e, a partir de depois-de-hoje (não sei se é amanhã ou segunda-feira) ele se acabará.
O que também não é literalmente verdade, pois quando eu me refiro a “acabar”, estou de fato tentando me expressar de maneira que se faça entender que quero dizer “mudar”. Nós estamos de mudança, como eu disse dia desses. Vamos virar Science Blogs Brasil, ou SBB (o que poderia também significar Sociedade Brasileira de Biologia, mas isso é um assunto interno e vocês têm nada que se meter com isso).
Voltando ao título, o “hoje” estava certo.
A partir do final do expediente bancário de hoje nós não mais atualizaremos nossos blogues até que o nome, o formato, as fontes e o endereço mudem. Uma forma de protesto, uma espécie de desobediência civil.
Se vocês achavam que eu estava me referindo ao fato de hoje ser uma sexta-feira 13, odeio desapontá-los.
Mas a vida é assim mesmo, se acostumem…

Mais spam

Como já foi sugerido que tentar desmistificar boatos acaba ajudando a reforçá-los por aumentar sua exposição, eu não vou me dar ao trabalho de rebater uma por uma as alegações do último absurdo que chegou a mim ontem via email.
Mas eu também não sei ficar quieto.
Clique aqui para ler o resto (atenção: contém material impróprio para quem está com pressa)

O primeiro post

Você pode postar e admnistrar o seu blog selecionando uma opção no menu localizado à esquerda desta mensagem.
Se você precisar de ajuda, mande um email para o seu representante local, que irá te ajudar.
Os autores do blog foram autorizados a editar seus próprios módulos — isso não significa que você poderá editar todos os templates disponíveis.
Os módulos que você poderá (e deverá) editar são:

  1. Estático – Sobre (esta será sua página Sobre principal)
  2. Estático – Contato (esta é o seu conatto pessoal)
  3. Blogs recomendados (uma lista de links à sua escolha)
  4. Módulo livre (um espaço vazio para conteúdo como divulgação de livros, troca de links, etc.)
  5. Perfil (uma pequena descrição sua, com ou sem foto)
  6. Sidebar (um “meta” incluído e que não deve ser editado a não ser que você queira rearranjar a ordem dos módulos na columa da esquerda)

Todos os templates marcados como “Linked” são recursos comunais que não devem ser editados a não ser pelos admnistradores.

Mais uma mudança

Daqui para o fim deste mês eu estarei escrevendo em um novo blogue, no Science Blogs Brasil.
Todos nós do Lablogatórios vamos nos juntar ao maior portal de blogues científicos da Internet mundial, numa tentativa de espalhar Ciências mais bem espalhado.
Seremos os primeiros a escrever em português por lá, mas também teremos alguns artigos nossos traduzidos.
Esse é apenas mais um passo na minha jornada até a dominação mundial, que deverá se realizar em breve, com a mudança de nome de uma famosa página de buscas para googlIgor.com e com a conquista de um meio de comunicação que passará a ser denominado “televisIgor”.
Mas sério, o Science Blogs é importante e passar a escrever lá será uma honra imensa (como se já não bastasse estar acompanhado de pessoas tão fabulosas aqui no lablogs).
Louros cabem nas cabeças de Atila e Carlos que estão fazendo tudo isso.
Espero não desapontar.
=¦¤þ
p.s. quando eu for me mudar eu aviso para vocês atualizarem os links, RSS e afins.

Cura do câncer – ascensão e queda de um mito

Hoje cedo, na lista de discussão do Lablogs, surgiu uma mensagem questionando a veracidade de um email relatando a eficácia de um tratamento contra cânceres de pele e renal.
O email começa com “Boas notícias são para partilhar” e descreve como uma vacina, desenvolvida por cientistas brasileiros, “que mostrou-se eficaz, tanto no estágio inicial como em fase mais avançada” (sic) e cita o nome de um médico que a teria desenvolvido (José Alexandre Barbuto) e o hospital onde ele trabalharia.
Uma busca pelo nome desse médico (registrado no Conselho Federal de Medicina como José Alexandre Marzagão Barbuto) resulta em matérias da revista Época e da página Jornal da Ciência (esta mantida pela SBPC) datada de 2005.
Que bom, corroboração independente!
A notícia parece meio velha, mas continua sendo boa!
Diferentemente da última vez, eu não me aprofundei muito na busca (voltei a trabalhar hoje) e não li mais que três ou quatro links e não fui mais além do que ver se esse médico realmente existia e era registrado no CFM, mas o que tirei dessa notícia não foi “oba, uma cura para a doença que mais mata no mundo!”, mas que isso mostra que cada tipo é um diferente.
Explicando melhor: não pode existir uma (01) cura do câncer porque não existe um câncer. Essa é apenas uma denominação para uma situação onde determinado tecido perde o controle e se multiplica irresponsavelmente.
E cada tecido é um tecido independente. Sangue é bem diferente de pele, pulmões distintos de ossos.
Continuando o meu dia, esperando um tempinho para escrever sobre isso, mais mensagens chegam sobre o assunto; um dizendo que o email é um spam usado para aumentar o fluxo de visitas (com fins financeiros) de uma página citada no final com um nome bem sugestivo (algo como cancer-curado.com) e outro, com o texto retirado da página do hospital citado, esclarecendo a notícia (leia tudo o que eles têm a dizer aqui), dizendo que a tal vacina não é lá essas coisas todas, bem longe dos 80% fornecidos pela matéria da revista já citada.
Passaram-se três horas do momento em que o mito surgiu até ser eliminado, não sem antes passar pelo estágio de quase-certeza.
Mais uma vez devo me lembrar que ceticismo é um estado constante de vigilância (que se torna chato vez por outra, é fato) e que se algo para bom demais para ser verdade, geralmente o é (principalmente quando se trata de curas para cânceres).
(Agradecimentos são necessários a Cláudia, Agostinho e Rafael.)

Outros spams destruídos:
Alpiste não cura diabetes nem nenhuma outra coisa;
Como reconhecer um spam;
Motivos para não incluí-los em meus textos;
Spam da Doença de Chagas em feijão;
Spam sazonal da gripe suína;
Spam dos batons com chumbo;
Spam do camarão e da vitamina C;
Spam dos absorvente internos que causam câncer;
Spam do benzeno em condicionadores de ar de automóveis.

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