MILAGRE DA CIÊNCIA REVELADO! O PODER EM SUAS MÃOS!

Você sabia que você possui um potencial infinito?

Já está no mercado um produto revolucionário que vai mostrar todo esse potencial como se fosse a LUZ DO DIA!

Graças a efeitos quânticos, agora é possível criar fótons a partir DO NADA!

E melhor ainda, do conforto do seu lar!!

Se sinta especial criando luz a partir do nada com uma tecnologia que já existe há 130 anos!

Antiga assim então você sabe que ela é boa!!

Você tem o poder em suas mãos!

Com o nosso ultramoderno Agitador Quântico Infravermelho de Elétrons você terá a capacidade de enxergar em condições prévias de escuridão total!

É o escuro que agora tem medo de você!

Nosso sistema utiliza as propriedades poderosíssimas do vácuo para amplificar a eficiência do aparelho e para manter você em contato com o Universo, que é feito de vácuo!!

Brilhante!

Imagine! Você terá um pouco de vácuo na sua casa!!

O MESMO VÁCUO do Universo, que é infinito! Isso significa poder infinito!

Nossa tecnologia utiliza o poder incontestável do misterioso eletromagnetismo!

Se um ímã de pulseira já cria bem-estar e agulhas elétricas curam qualquer coisa, imagine o que toda uma sala (ou quarto) da sua casa cheia dessa energia benéfica não faria!! Magnestimo elétrico!!

É o melhor dos dois mundos!!

Einstein, o cientista mais inteligente que já existiu, pregava que Energia e Massa são a mesma coisa, você só precisa da Luz!

E agora você terá tudo isso na sua sala (ou no seu quarto)! Um aparelho que finalmente confirma as ideias que Einstein inventou HÁ MAIS DE 100 ANOS ATRÁS e cria LUZ a partir do NADA usando apenas ENERGIA!!

E ISSO NÃO É RELATIVO!!!

Feito a partir de produtos 100% naturais e sem o uso de conservantes ou pesticidas! É seguro e SUA FAMÍLIA poderá finalmente respirar aliviada!

E mais, todos os materiais usados na confecção do Agitador Quântico Infravermelho de Elétrons no Vácuo são reciclados! Comprando nosso aparelho você estará ajudando a Mão Natureza a se livrar do desperdício de materiais como dióxido de silício, que é simplesmente jogado por aí sem o menor controle do GOVERNO, e outros, como o tungstênio, um elemento CHEIO DE QUÍMICA!!

Proteja o Meio Ambiente, crie um futuro iluminado para seus filhos e ainda ENXERGUE NO ESCURO!

É ou não é um milagre!?
milagre da luz

Chau. Vou passear no lado negro e não sei se volto.

Eis que estava eu a pensar se ainda valia a pena permanecer por aqui quando tive uma burrifania que me fez resolver descer do púlpito erigido sobre a plataforma elevada acima da passagem de nível onde repousa o pódio sobre o qual se encontra a base do meu pedestal de marfim e ouro e pensar mais a respeito dos motivos alheios para coisas além da minha compreensão.

Foi então que senti o gostinho do lado negro.

Percebam:

Gêmeos univitelinos são geneticamente idênticos; dois organismos derivados de um mesmo encontro gamético fruto do amor entre duas pessoas. Ou estupro.

Por que então cada uma dessas pessoas tem uma personalidade diferente? Do par, um é geralmente mais calmo e passivo enquanto o outro é mais agitado e controlador.

Desde a concepção, tudo no desenvolvimento dessas duas pessoas é exatamente igual.

Exceto duas coisas: posicionamento intrauterino e o momento do nascimento.

Considerando que nosso primeiro lar é o ventre de nossas mães (cada um na sua, senão dá confusão) e que este, do nosso ponto de vista fetal, é imóvel, podemos estender a metáfora e tratar o berço primário da nossa criação como uma casa, pois apesar desta também estar em constante movimento relativo a milhões de outras coisas no Universo, está absolutamente impávida em relação ao que realmente nos importa: nosso CEP.

Uma das inúmeras “tradições milenares” (há controvérsias aqui quanto à longevidade da técnica adiante nominada) que conseguiu sobreviver às pressões seletivas socio-temporais foi o Feng Shui, que nos ensina que devemos tratar nossa habitação como a caverna de um dragão, e que para finalmente conseguirmos viver confortavelmente devemos pensar em como o supracitado mítico réptil alado se sentiria ao passear distraidamente por nossos quartos e banheiros.

A organização estética dos aposentos agradaria, segundo tal filosofia, não só aos olhos como também à alma, nos fazendo viver melhor.

Um irmão que tenha passado a maior parte do seu citomerismo embrionário num nódulo indetectável de energias domiciliarmente negativas gerado pela proximidade maior do fígado (o órgão filtrador de tudo que há de ruim no corpo da progenitora, quem sabe até incluindo as tais “energias” de efeito cumulativo e não-metabolizável) vai crescer psiquicamente mais retraído e tímido, com medo do mundo onde foi gerado.

A não ser que seja mais descontraído e relaxado, num corajoso gesto de desafio contra seu desenvolvimento oprimido.

Bom, de toda forma essa disposição relativa não é algo testável ou previsível. Mas existe, não existe?
E essa existência não é tautológica e ontologicamente prova de sua própria existência? Eu me pergunto…

Agora, deixando as coordenadas histéricas de lado, vamos ao parto:

Por mais que o intervalo de tempo entre o nascimento de um e de outro dos gêmeos seja pequeno, jamais será igual a zero. O exponencial avanço tecnológico dos nossos aparelhos de mensuração temporal prova isso com mais e mais precisão a cada dia (ou attossegundo).

Logo, isso abre caminho para uma hipótese (ou teoria, como queiram, pois a prostituição do vocabulário pelos cafetões ideológicos não conhece limites) que responsabilize o horário do acontecimento natalício como definidor do caráter pessoal.

E qual melhor marcador de tempo que o homem pré-medieval conhecia senão os astros?

Daí, um pequeno salto intelectual torna perfeitamente cromulente e aceitável a suposição da criação de uma relação causal entre a posição de pontos de luz na abóboda celeste e os maneirismos de um indivíduo qualquer em situações sociais. A Astrologia deve estar certa, eu concluo.

Isto é, desde que a facção escolhida seja a adequada.

Por que não? É tão bom quanto qualquer outro sistema, haja visto que não sabemos ainda o que define “personalidade”.

Por que não, então, usar o momento em que nascemos como padrão?

Para aceitar esse ato de fé nem precisamos definir “nascimento” também, especialmente considerando o quão complicado isso seria. Qual parte da criança precisa transpor o umbral materno para que ela possa ser considerada nascida de fato?

Vamos manter a impossibilidade de atos simultâneos para corpos diferentes enquanto consideramos dogmaticamente um recém-nascido como um ponto adimensional. Acreditar é bem mais fácil.

E já que estamos nessa, vamos abraçar também tudo que eu venho combatendo há tanto tempo.
(Tempo esse que foi completamente estruído, deixo aqui registrado.)

Como explicar inteligentemente o efeito placebo que ocorre não só em humanos adultos como também em bebês e cavalos sem poder cognitivo de enganarem a si mesmos? Por que não chamar isso de “homeopatia”?

Talvez os praticantes de Reiki não gostem muito, contudo poderíamos usar também “alinhamento de energias”, “manipulação de meridianos”, “efeitos quânticos macroscópicos” dentre várias outras denominações, pois foi justamente para isso que Deus inventou a classe gramatical dos sinônimos. Vamos todos dar as mãos e usá-los.

Quem sabe esse toque não seja também terapêutico e milagroso?

É tão mais fácil assim. Aceitar. Simplesmente aceitar.

Explicações são tão demoradas e complexas. Fé é sempre o melhor caminho.

Ou pelo menos o de menor resistência para nossos elétrons mentais. Uma espécie de “aterramento intelectual”.

Qual razão teríamos para complicar o mundo quando ele tem dado certo até agora?

Por mais argumentum a posteriori que tenham sido os últimos dez mil anos, o fato irrefutável de nós estarmos aqui, eu escrevendo e você lendo, prova que o mundo funciona.

Método científico? Pensamento crítico? Racionalidade? Ceticismo? Às favas com todos eles.

Se Ugh, nosso ancestral testudo, tivesse parado para raciocinar, medir e tentar entender o comportamento do felino dentuço que o perseguia à toda velocidade, não estaríamos aqui, repassando à frente, para a próxima geração, nossos medos originais de fábrica e já pré-instalados nem forçando as pobrezinhas das nossas crianças a tomar decisões que afetarão suas vidas enquanto eles não têm capacidade sequer de entender o que significa “futuro”.

É impossível ensinar alguém a pensar.

Aliás, até agora tem sido impossível entender como alguém pensa, já que ainda não inventaram um medidor de ideias.

Então, se pode existir um pensamento inexplicável em mentes separadas, como provar que telepatia também não existe e que é apenas um pensamento compartilhado pelo Sub-Etha através de um processo sensormático?

Quem me garante com 100% de certeza que Medicina e Farmacologia funcionam e que Biologia, Física e Química estão 100% corretas o tempo todo?

Homeopatas, padres, acupunturistas, rabdomantes, hippies, vendedores de cristais e água ozonizada, terapeutas do esparadrapo, cartomantes, videntes, usuários de Mac, veganos, cromoterapeutas e demais crentes têm absoluta confiança em seus tratamentos/estilos de vida e me garantem sem qualquer margem de erro que estão completa e irremediavelmente corretos em suas asserções e escolhas de seus objetos de adoração venerável.

Qual dos dois parece mais tentador? A incerteza hesitante ou a certeza categórica?

Devo admitir; depois que os olhos se adaptam ao obscurantismo e o nariz se acostuma com o cheiro da decadência, o lado negro não parece tão ruim.

Até a volta.

Se houver uma.

P.S. Todavia, como ainda não tenho um tumor intratável no meu lobo parietal nem sofri lobotomia frontal total, sei que Autohemoterapia não funciona.

Nem no Mundo Mágico da Loucura Absoluta a AHT funcionaria.

Limites existem até para os delírios mais insanos.

Alopatia é uma farsa!

Sim, vocês leram certo. O conceito alopático de cura é criação de mentes doentes e é mantido por pessoas sem escrúpulos ou vergonha na cara!

Duzentos e alguns anos atrás, o físico Samuel Hahnemann raciocinou da seguinte forma:

Estamos em pleno século 18 (cento e trinta anos antes da descoberta da penicilina e quase cem antes da teoria dos germes que explica que ficamos doentes por causa de organismos microscópicos e não por causa de miasma ou mal cheiro) e a maioria das pessoas terminalmente doentes que recebem sangrias ou laxantes poderosos morre por algum motivo ainda desconhecido. O que posso fazer para ajudar?

Já sei! Vou purificar a água que essas pessoas estão bebendo!

E, para não parecer tão prosaico, vou usar um argumento de antiguidade e basear minha técnica no pensamento do famoso charlatão/alquimista/astrólogo de um século ainda mais atrasado que o meu, o famoso Paracelsius, que achava que veneno pode curar o envenenado, e vou usar água destilada para diluir cocô de rato/catarro de tuberculoso até que não sobre uma só molécula do veneno/toxina no meu frasco limpo de água tratada e pura (quinze anos antes de Avogadro demonstrar o princípio de diluição máxima)!

Aí, aproveito o embalo e desenvolvo uma “técnica” para “potencializar” o efeito benéfico do reagente inexistente enquanto magicamente elimina seus efeitos maléficos, e que consiste em saculejar a água (100% pura dentro de um vidro esterilizado) um número arbitrário de vezes (porém sempre divisível por 10, que é um numero bonito e redondo, cheio de propriedades mágicas), e invento um nome bem marcante para ela, quase um cacófato, mas nem tanto, que faça rir da primeira vez mas perca a graça rapidamente… humm.. vejamos… Ah! Sucução!

Beleza! Estou pegando fogo! Agora vou provar que café causa cáries, olheiras, impotência e toda sorte de doenças crônicas humanas![1]

E a isso ele deu o nome de “homeopatia”, estuprando a língua helênica até que ela concordasse que isso seria grego para “igual à doença”, pois como já vimos, o espertão acreditava que doença cura doença (e deu até nome ao rebento fruto dessa violência: Lei de Similares, que apesar de se dizer “lei” só é cumprida na Terra da Fantasia, no município de Ignorantópolis, capital do estado de Magicolândia).

Achando pouco tal atrocidade contra a vida, os bons costumes e um dos idiomas mais antigos da humanidade (no entanto sendo apenas fruto do seu tempo), cunhou também o termo “alopatia”, que aparentemente deveria significar “contrário à doença”.
(Esse método linguístico aglutinativo é equivalente à ideia de que posso inventar o termo “mesamormelada” para descrever um caso hipotético que envolva o objeto mesa, o sentimento amor e a sobremesa marmelada e esperar que concordem comigo que isso faz sentido fora da minha cabeça.)

Agora alguém por favor me responda e me tire essa dúvida que me aflige já há algum tempo: sendo alopatia o inverso ideológico e idiomático de homeopatia, qual seria o remédio que representaria o contrário de uma dor de cabeça? Talvez uma pílula feita de um cérebro saudável e indolor?

E o oposto de tuberculose? Catarro comum?

Se eu tiver diarreia, devo me medicar com o quê exatamente?

Homeopaticamente eu sei. As respostas são, respectivamente: estresse diluído, silueta bacilar magicamente impressa nas moléculas de água e bosta nenhuma.

Mas e alopatia?

Farsa! Pura farsa!

Hahnemann, como eu sugeri, era um médico preocupado com a vida de seus pacientes e que criou, para a época, um método melhor do que fazer as pessoas vazarem por ambas extremidades do aparelho digestivo. Funcionava, quando funcionava, por fazer absolutamente nada!

Algumas doenças precisam exatamente disso; ficar quietas. O corpo se vira eventualmente.

Logicamente seus tratamentos não funcionavam sempre, mas aí entra o bom e velho viés de confirmação e o “dom da caneta” que só relata casos de sucesso.

Mas e os homeopatas atuais que continuam enganando o público com essa canalhice intelectual pejorativa de “alopatia”? Qualé a desculpa deles? Ignorância ou desonestidade?

Homeopatia é exatamente o que diz ser: medicina alternativa.

Quando medicina alternativa comprova sua eficácia e mostra que funciona ela muda de nome. Vira “medicina“.

E sabem qual é a alternativa para saúde?

Exatamente.

Querem cuspir na cara dos médicos que se lascam todos os dias para tentar salvar algumas vidas que, sinceramente, não deveriam ser salvas?

Cuspam, mas não enquanto eu estiver olhando.

[1] Seria essa a origem do Starbucks e seu café infinitamente diluído e ligeiramente morno?

Manchete comentadas – Medicina Ortomolecular

Se o título acima parecer familiar é porque vocês frequentam o blogue de Bessa. Muito bem, continuem assim.

Ontem eu recebi um email de um amigo (que escreve o excelente Capsaicina, inspiração total para o meu blogue gastronômico) recomendando uma matéria do Fantástico sobre Medicina Ortomolecular e não quis clicar pois estou meio doente e fiquei com medo de que o súbito aumento de pressão estourasse alguma coisa no meu cérebro.

Só cliquei no link porque ele lê MEDICINA+ORTOMOLECULAR+APRESENTA+FESTIVAL+DE+IRREGULARIDADES.

Levei um susto ao ler a manchete “Médico ortomolecular atribui sintomas a problemas espirituais” mas, ao ler o subtítulo (sic) “São testes proibidos, diagnósticos errados, tratamentos perigosos, falsas garantias de emagrecimento e rejuvenescimento. Um escândalo.“, percebi que se tratava de (pasmem!) uma reportagem cética!

Eu fiquei tão excitado que vomitei um pouquinho dentro da boca e senti uma súbita vontade de conferir se o fogão estava desligado, uma curiosidade intensa quanto ao conteúdo da minha geladeira e um desejo incontrolável de organizar meus livros por ordem alfabética de endereços das editoras, mas sei que isso foi só uma desculpa do meu corpo para gastar energia dando uma voltinha pela casa.

Quando parei de tremer, me sentei novamente e li o artigo até o fim, sempre retornando ao cabeçalho sem acreditar muito que estava lendo algo associado ao programa Fantástico.

Mas já chega de insultos à revista digital de variedades, vamos ao muciço da reportagem.

Não existe evidência alguma da eficácia da prática ortomolecular e já é bastante claro que a maioria dos testes usados pelos ortomoleculares são inúteis.

E, por venderem ilegalmente remédios em suas clínicas, alguns praticantes ainda são criminosos!

Ou contraventores. Não sou jurista, não sei bem a diferença.

Mas sei que, de toda forma, isso é anti-ético.

E feio, muito feio. Una! =¦¤P
hipervitaminose ortomolecular.jpg

“Não se preocupe, eu sei o que estou fazendo. Isso é apenas dez mil vezes mais que a sua dose diária recomendada. O que poderia dar errado?”

Por favor, leiam a matéria completa (eis o link novamente, por escrito e incrustado – http://fantastico.globo.com/Jornalismo/FANT/0,,MUL1539131-15605,00-MEDICINA+ORTOMOLECULAR+APRESENTA+FESTIVAL+DE+IRREGULARIDADES.html -copiem e colem ou cliquem) porque vale a pena.

Pelo menos para mim valeu. Eu sorri com tanta força do início ao fim que descobri dentes que achava que não tinha.

Verdade deve ser dita, o texto é meio mal escrito, como se não houvesse sido revisado. Mas eu entendo caso o escritor (que eu morro de procurar mas não descubro quem é) seja alguém como eu. Se eu tremi tanto ao ler o título, teria sofrido convulsões permanentes enquanto escrevesse tudo. Gramática e pontuação é o de menos.

Frases lindas adornam o texto, como essa a seguir:

“A nova resolução do Conselho Federal de Medicina também determina: altas doses de vitaminas e minerais, só se o paciente tiver falta dessas substâncias no organismo. Fora isso, basta se alimentar direito.”

Isso aí é poesia! Eu quero montar um sarau para declamar isso aí!

Um dos praticantes daquele ramo da merdicina usa a velha defesa do argumento de autoridade ao dizer que o criador da Medicina Ortomolecular foi Linus Pauling e que ele ganhou dois prêmios Nobel. Infelizmente, porém, ganhar um prêmio em química e ser defensor do desarmamento nuclear não o torna especialista em biologia ou medicina nem o salva de virar um velho cabeça-dura, gagá e rabugento).

O mesmo sujeito, Felippe Júnior, num contorcionismo argumentativo extraordinário, diz: (sic) “Ortomolecular chegou ao Brasil um pouco com o pé quebrado. Fizeram propagandas indevidas. Por isso, eu uso biomolecular.”

¿Hein?

A página do Instituto de Medicina Biomolecular sequer cita “ortomolecular”, mas ambas são exatamente a mesma coisa, com confirmação da Associação Brasileira de Medicina Biomolecular[1] e tudo!

Rá! Pegue esse argumento de autoridade e esfregue na sua cara!

Essa segregação implícita nas palavras do presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Biomolecular para mim tem cheiro de briga entre facções, como uma religião acusando a outra de adorar a divindade errada.

O antepenúltimo parágrafo da reportagem me fez rir tão alto que eu fiquei alguns minutos tossindo.

Uma “terapeuta” (aspas introduzidas pelo/a brilhante autor/a da peça) chamada Marina Pieroni se defende de acusações de que está ilegalmente vendendo fármacos e praticando medicina sem licença da seguinte forma:

“Eu estou fazendo uma coisa totalmente legal, não estou fazendo nada ilegal. Não tem por que eu ficar dando entrevista”.

Será que ela falou isso aí com os braços cruzados, punhos cerrados, marcando as sílabas com fortes pisadas enquanto tentava manter o lábio inferior tesamente apontando para a frente em postura de desafio à verdadeira autoridade da Lei?
birra ortomolecular.jpg

“Hmmmmmm… eu não quero dar entrevista…”

Darwin cuida.

[1] Detalhe interessante: apesar de orgulhosamente expor em seu rodapé “© 2004 Associação Brasileira de Medicina Complementar. Todos os Direitos Reservados“, a página, já entrando em seu sexto ano de existência, não informa aos internautas exatamente quem eles sejam.

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