2013 no 42. em números (em palavras {em imagens})
Em 2013 eu consegui escrever de forma vocabularicamente consistente e diversa (excetuando-se “ser” e “ainda”, dos quais ainda não conseguir ser livre), como mostra a nuvem de palavras abaixo.
Não tão consistente assim foram as buscas dos leitores que findaram aqui. Me parece que, além dos que procuram formas alternativas para se drogar, consegui um bom público desmistificando spams e videntes.
E agora, um poeminha pros paraquedistas.
Por favor, não achem que drogas ou catarro são vitamina mas saibam que Tupak é um charlatão que vai drogar seu intelecto e fazer você engolir besteiras. A Avon não vai chapar a ladra Tara, outra charlatã, nem vai fazer você ficar chapado, pois muito mal pode causar o alpiste, mas nada em comparação ao aborto que é o vidente que insiste em cuspir na cara da realidade, como uma diabetes em forma de batom (batons) que não contem nem camarão e nem muito menos chumbo. Essa foi a lição de 2013.
Não proteste. A culpa é sua mesmo.
Vocês, com acesso ao Facebook e mais que vinte segundos de concentração, leiam este relato e, principalmente, assistam aos vídeos linkados no final.
Aos demais, resumo: o Brasil é uma desgraça. Enquanto uma pessoa é presa ilegalmente por exercer um ^direito constitucional^ (aspas irônicas), um estádio (construído com dinheiro roubado) lotado comemora um jogo de futebol.
Você mora num país onde vinte e tantos fedorentos chutando um couro inflado tem mais importância que a Magna Carta. Você prefere apanhar da polícia a ter o direito de processar o Estado pela surra indevida.
Você, pessoalmente, deixou o país chegar nesta situação, onde o presidente da Câmara dos Deputados roubou seis milhões de reais, deixando órfãos sem comida e idosos sem remédio, e os deu a um bode (sim, o animal).
Henrique Eduardo Alves, o mesmo ladrão que em 2002 estava sob investigação por ter 15 milhões de dólares em contas fora do país enquanto claramente sonegava o Imposto de Renda, cometendo um crime conhecido como “evasão de divisas”, descrito na famosa Lei do Colarinho Branco, artigo 22. Investigação que, dois meses depois, PUF!, sumiu.
O que eu posso fazer contra ele? Ele é presidente da Câmara (e deputado a 42 anos consecutivos) e tem, pelo menos, 150 vezes mais dinheiro que eu. Existe algum mecanismo para que eu, cartorário com meus impostos em dia, possa processar esse cretino por ter roubado tanto dinheiro meu? Ou, pelo menos, um que me garanta que a Constituição ainda existe, já que eu posso ser preso por nada e ele pode roubar à vontade sem consequências?
Não, não existe. Eu posso até tentar fazer algo, mas é só até esta etapa que eu chegaria. Posso até pagar os cinco reais que o sebista aqui ao lado cobra numa Constituição, mas seria só mais um amontoado inútil de folhas entulhando meu lar.
E por quê? Porque você deixou isso acontecer. Mas por que a culpa é sua? Ela é menos minha que sua, porque eu pelo menos vivo de tentar, inutilmente, fazer algo. Mas também sou culpado. Todos somos. Todo os brasileiros que vivem aqui e que já viveram aqui desde sempre são culpados.
Nosso país é um lixo. Uma abominação, uma anomalia, um câncer. Todo o dinheiro que é produzido por nós, trabalhadores, é consumido por ladrões da estirpe de Henrique e Maluf (este procurado pela polícia do mundo e foragido aqui) e psicopatas como José Dirceu, Renan Calheiros, Collor. Acobertadores de bandidos como Lula, FHC, Dilma; homicidas em massa como Rosalba Ciarlini, Micarla de Sousa, Eduardo Paes; mentirosos compulsivos como Haddad, Sérgio Cabral, Alckmin, etc, etc.
100% do que você produz lhe é roubado. Você tem uma poupança no banco, mas lembra que ela já foi confiscada? Você guarda o dinheiro em casa, mas sabia que o Primeiro Ministro de Myanmar, certa vez, disse que as notas mais altas (de 50 e 100) deixaram de ter valor? Milhares de famílias acordaram um dia com seus colchões cheios de papel sem valor que costumavam ser suas economias da vida toda. “Isso não pode acontecer aqui”, você diz? Por que não? Quem vai impedir? Qual mecanismo existe neste país para impedir algo assim? Nenhum, é a resposta.
O Brasil é um lixo. E eu só não saio daqui de novo porque meus currículos ainda não foram enviados.
Nessa tal Copa das Confederações (que é tão sem sentido quanto não poder embarcar numa aeronave com um recipiente maior que cem mililitros em volume) a FIFA vendeu ingressos para cadeiras que não existem.
O link para o relato (Facebook, novamente) está embebido na foto. Clicái-a.
O problema não é a FIFA. O problema é você que achou que seria uma boa ideia uma Copa do Mundo num país de terceira. A culpa é sua por ter deixado que o seu representante aceitasse as demandas de uma empresa estrangeira que vai levar 100% do lucro da competição.
Três vezes em menos de dez anos, na verdade, com Jogos Pan-Americanos, Copa e Olimpíadas. Porque vinte e tantos fedorentos estragando uma vegetação rasteira é mais importante que a segurança da sua mãe numa rua escura.
Aqueles vagabundos desocupados que estão atrapalhando o trânsito porque não querem pagar vinte centavos a mais deixaram de existir quinta-feira, sob as bênçãos de Santo Antônio e dos cacetetes da polícia neandertalizada que protege você de uma vida melhor e mais digna para um possível filhote que venha a sair de você.
Ao contrário do que estão dizendo, a polícia não é mal treinada. Ela é excelentemente treinada. O problema é que ela é treinada aqui, no lixo.
O problema não é a polícia. O problema é o treino. Ou, melhor ainda, o local onde o treinamento se dá.
Os policiais são excepcionais e retêm 100% do treinamento. O problema é que o treinamento é dar tiro na cara de favelado. Pelas imagens fica claro que “munição menos-que-letal” é algo alienígena para os soldados (sim, jamais esqueçam que quem patrulha as ruas são soldados militares) que atiram somente paralelamente ao chão, à altura da cabeça, sendo que com balas de elastômero ou latas de gás.
Nossa polícia militar é um grande esquadrão de extermínio. O problema é que nos últimos dias eles têm usado uma munição inadequada.
Ainda no Facebook eu li a seguinte frase: “Somos [jornalistas] a polícia militar do pensamento contando as mesmas histórias sempre sobre vandâlos e bárbaros que querem destruir a ordem e o progressso“. Mas o que isso significa? Significa que a polícia bate em você e o jornalista diz que você é o culpado porque ambos, policial e jornalista, assim como os réus de Nuremberg, estavam “apenas cumprindo ordens”.
E quem dá as ordens? Você? Não.
Mas a culpa é de quem?
Exatamente.
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Não se enganem. Os protestos começaram por causa de vinte centavos.
Mas graças ao despreparo, irresponsabilidade e desgoverno, hoje os protestos se tornaram algo muito maior.
Você vive num país sem leis, sem proteção, sem infraestrutura e sem condições básicas de cidadania. Esses protestos estão do seu lado, do nosso lado.
Nada justifica truculência. Especialmente em protestos pacíficos. Não se acovarde agachado aos pés dos mais fortes; junte-se aos mais fracos. Eu gostaria de, pelo menos uma vez em minha vida, ter orgulho (ou “menos vergonha”, como disse Bartholomew JoJo Simpson) do meu país. E você?
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P.S. Não vou conferir o texto mais do que já o fiz (confesso que sob lágrimas). Se existirem ainda erros, que se danem. Tanto os erros quanto você que veio aqui comentar acerca deles.
Reclamações quanto à minha conduta devem ser encaminhadas para o meu email pessoal com cópia para a diretoria do Scienceblogs Brasil (procurem, não é difícil achar). Ou não, não me importo. Descobri recentemente algo chamado “perspectiva”.
Processos civis e criminais devem ser mandados ao meu endereço físico. O que eu escrevo aqui não é de responsabilidade do portal ou de seus colaboradores e eu espero que você morra dolorosamente por tentar me reprimir.
Notícias – um teste
O que segue são dois testes para um possível futuro projeto. Nada demais, apenas um estilo de humor e descompromisso com a realidade que gosto de denominar “jornalismo”.
Mas nem se animem, pois como a maioria das minhas ideias essa também não vai para a frente, ao que tudo indica (“tudo” aqui significa “experiência)
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Formação geológica que definitivamente não são caixões são encontrados nas Filipinas e confundidos com caixões.
Do Arreuters, enviado
Formações retangulares que provavelmente são naturais mas que podem também ser um tipo de alicerce ou um altar ao Deus Filipino Retangulor, O Fundo, foram encontradas na cidade de Mulanay por arqueólogos que não sabem usar medição radioativa e chutaram “tem mais de mil anos, com certeza, pelo menos”.
Cobertos de uma espécie de musgo que só nasce em certos tipos de rocha não-manipulada de qualquer forma, os retângulos viraram atração para os funcionários do governo de Mulanay que os estão usando para a siesta, tradição hispânica recém-introduzida no país.
Testemunhas afirmam ouvir relatos daqueles confortavelmente inserido em um dos espaços como sendo “mais ou menos” e “definitivamente não é um caixão”.
Mais investigações estão a caminho para determinar porque um buraco no chão completamente desprovido de qualquer resquício de osso ou outro resto mortal foi confundido pelos ex-arqueólogos como “túmulos” e “sítios de inumação”. Fontes concluem que os envolvidos não sabiam do que estavam falando e apenas quiseram aparecer em alguma manchete de jornal deitados num buraco retangular no chão.
Seria essa uma alternativa verde ao enterro dispendioso e desmatador de florestas do ocidente? Estariam os sábios orientais flipinenses à beira de uma revolução mausoléica? Ou isso não passa de fogo de palha, ou, melhor dizendo, musgo em rocha?
Jamais saberemos as respostas para essas perguntas.
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Apesar de chamada para notícia falar em “vítima vive após picada mais venenosa”, jornal on-line da Internet se retrata no corpo do texto e agora fala em “Adolescente escapa após ser picado por cobra mais venenosa do mundo”.
Do G1, via BBC
Fontes afirmam ler na página inicial do portal virtual do site on-line da grande rede Internet G1 a respeito de uma suposta “picada mais venenosa” e relatam, posteriormente, seu desapontamento após seguir o hiperlink de ligação e se darem conta de que haveria sido apenas uma picada da “cobra mais venenosa”, nada sendo dito a respeito da potência da dita picada.
Revoltados com o engano, vários internautas virtuais comentaram raivosamente acerca da confusão, numa torrente que começou como simples apelos de esclarecimento mas rapidamente desvirtuou em baderna, com comentaristas xingando uns aos outros de forma completamente não-relacionada à matéria, usando expressões como “privataria” e “petralha”, no que foi caracterizado por um psicólogo como “extremamente de mal gosto” e “sinceramente, não sei porque me ligam a essa hora perguntando coisas inúteis assim. Quem lhe deu meu número? Vou ligar para a polícia”.
A vítima em questão, completamente paralisada, com hipóxia e rigor mortis avançado, não estava disponível para comentários.
Rapidinha: pequenos paradoxos do dia-a-dia
No cartório onde eu trabalho existe um carimbo cuja função é dizer que a folha por ele carimbada não tem qualquer informação e, caso tenha, deve ser desconsiderada pois teria sido colocada ali depois do documento ter deixado a repartição.
No entanto, o texto escolhido para passar tal mensagem cria um paradoxo.
Se ela está limpa, precisa ser carimbada. No entanto, se a folha está carimbada, ela não está mais “em branco”. Logo, o carimbo não faz mais sentido e deveria ser removido, deixando a folha em branco.
D.S. al Coda
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Pior título de todos os tempos, eu sei.
Me deixem em paz, estou com preguiça de pensar.
Vou imitar Richard Wiseman e vou recolocar as perguntas para quem não tentou ainda ter uma última chance e, em seguida, as respostas.
Enigma 1; qual o maior número natural que pode ser escrito (por extenso, através do alfabeto ¬¬ ) de modo que nenhuma letra se repita?
Enigma 2; qual o maior número natural que pode ser escrito (nos mesmos parâmetros acima) de modo que suas letras estejam em ordem alfabética? (Neste último pode haver repetição de caracteres, desde que a ordem A~Z se mantenha.)
Se você estiver vendo o artigo solitário, aí vem a resposta; caso esteja na página principal e quiser ver o resto, clique em Read on logo abaixo.
A mágica viva de Montaigne (ou A química do amigo Bala)
É com imenso prazer (vocês não fazem ideia!) que apresento aqui três adições ao ScienceBlogs Brasil: dois químicos e um filósofo.
Começando (alfabeticamente) com o Amigo de Montaigne; uma lufada de ar puro no quartinho fechado do pensamento estagnado.
Tratando de literatura, filosofia, neurociências e trivialidades de uma maneira que vai fazer seu cérebro querer tirar os lençóis de cima do sofá, abrir as janelas, lavar os pratos e ligar para uns conhecidos para fazer um jantarzinho informal no fim da tarde para um bate-papo da melhor qualidade.
Ajudando a diluir o número de biólogos na imediata vizinhança, o Bala Mágica chega atirando para todos os lados (onde “atirando” significa “discutindo” e “para todos os lados” é mais adequadamente entendido como “nanobiotecnologia”).
Ciência e Tecnologia juntas, de um jeito que você nunca viu (nem nunca vai ver, porque se trata realmente de algo muito minúsculo).
Completando o time dos não-biólogos, o Química Viva apresenta tudo que há de mais rardicóri no universo das estruturas.
Praticamente um assalto à mão armada num beco escuro de um bairro chique do impressionante mundo da química aplicada.
Pessoas, sejam extremamente bem-vindas aqui.
Qualquer dúvida, já sabem; perguntem ao Carlos.
P.S. Este artigo deveria ter saído uma semana atrás, mas a Internet do cartório não deixou.
Fotos exclusivas do apagão
Ontem a noite faltou luz, hoje de manhã faltou água.
Motivo? Ninguém sabe!
Agora o mundo acaba!
Veja após o pulo imagens exclusivas do apagão/blecaute no Rio e em São Paulo, enviadas para mim por amigos.
Uma homenagem a Alan Turin
Está todo mundo falando dele e eu quero ser popular, então aqui vai outro enigma!
(Sacaram aí o jogo de palavras? Ele descobriu o código do.. ah, destá.)
Qual o número mais adequado para completar a linha?
2; 10; 12; 16; 17; 18; 19; ?
Respondam e discutam aqui nos comentários que eu colocarei a resposta segunda-feira. Quero ver o desenvolvimento, hein!?