33 curiosidades sobre o número 33

Hoje, por nenhum motivo especial, resolvi compilar uma lista de trinta e três propriedades sobre o número 33. Um número tão redondo que é capicua até em binário!

Para aquecer, e como estamos em 2014, vamos começar multiplicando este por aquele. 2014 * 33 = 66462. Notaram alguma relação interessante?

Em ASCII, simbolizando a minha surpresa no fim daquela conta, 33 equivale a uma exclamação! Como a que usei lá em cima! Uau!

Falando nisso, trinta e três fatorial, ou 33! = 8683317618811886495518194401280000000. O que por extenso se lê: oito undecilhões, seiscentos e oitenta e três decilhões, trezentos e dezessete nonilhões, seiscentos e dezoito octilhões, oitocentos e onze septilhões, oitocentos e oitenta e seis sextilhões, quatrocentos e noventa e cinco quintilhões, quinhentos e dezoito quadrilhões, cento e noventa e quatro trilhões, quatrocentos e um bilhões e duzentos e oitenta milhões. Com direito a metade de um “33” ocupando a posição dos decilhões, que é um número com 33 dígitos.

A primeira vez que uma sequência de sete zeros seguidos (como no final do número acima) aparece em pi é a partir da 3794571ª casa decimal. 3794571 é divisível por 33.

Voltando um pouco, 33 é a soma dos fatoriais dos quatro primeiros números inteiros. 1! + 2! + 3! + 4! = 33.

33 é o menor número com 9 (ou 3 vezes 3) representações da soma de 3 primos. 2 + 2 + 29 = 3 + 7 + 23 = 3 + 11 + 19 = 3 + 13 + 17 = 5 + 5 + 23 = 5 + 11 + 17 = 7 + 7 + 19 = 7 + 13 + 13 = 11 + 11 + 11.

33 é também o menor número que pode ser expresso como a soma de dois números positivos elevados à quinta potência. 1^5 + 2^5 = 33.

Agora vamos para algo mais, digamos assim, “orgânico”.

Nos círculos da engenharia de áudio, conta-se que 33Hz seria “a frequência de ressonância clitoriana”. Aparentemente (não acho que isso tenha sido calculado em condições ideais e/ou livres de álcool), existe uma faixa de peso ideal para o efeito mas dizem que uma máquina de lavar em modo centrifugação alcança tal frequência (#ficadica). Alternativamente, se você tem um subwoofer em casa (em casa! Não posso frisar isso o suficiente), eis aqui dez minutos de 33 hertz para sua apreciação.

John Cage, compositor experimental, escreveu uma música em três movimentos chamada 4’33”. A partitura recomenda ao(s) músico(s) que não toque no seu instrumento por exatamente quatro minutos e trinta e três segundos. Muita gente acha Cage louco por fazer isso, outros o acham engraçado, mas poucos se dão conta de que o verdadeiro foco de 4’33” não são os músicos, mas os espectadores que, após quase um minuto de silêncio, começam a “tocar” a música em si, uma música orgânica, improvisada e irrepetível, composta por cochichos, tosses, reclamações, rangidos de assento e, quem sabe, talvez até um vibrador na plateia.

Terceiro movimento da composição 4'33", já se aproximando do clímax.

Terceiro movimento da composição 4’33”, já se aproximando do clímax.

No mar, a pressão sobre um corpo aumenta uma atmosfera (1 atm) a cada dez metros, ou 33 pés, que o corpo afunda.

O sul africano Nuno Gomes tem o recorde do Guinness de mergulho ultraprofundo, chegando aos 318 metros. Outro mergulhador, Pascal Bernabé, contesta o recorde, dizendo que chegou aos 330 metros (ficando sob 33 atmosferas) mas ainda falta evidência confirmável disso.

Da área terrestre onde podemos andar sem molhar as canelas, 33% da superfície é formada por desertos. Tanto os frios quanto os quentes.
Alguns até se encontrando diretamente com o mar, como na Namíbia ou na Austrália.

Falando em deserto quente, o ângulo de repouso crítico da areia seca é mais ou menos 33 graus. Digo “mais ou menos” porque depende da granulosidade da areia e da definição funcional de “seca”.

A coluna vertebral humana (que sofre mais problemas de compressão por mergulhos em áreas próximas aos 33% acima) tem 33 ossos. O que me parece um pouco de trapaça, já que, dos 33, cinco são fundidos para formar o sacro. Que é um frase que deve ser dita com muito cuidado e atenção aos fonemas quando em público.

A Divina Comédia é dividida em três partes de 33 cantos cada. Não tenho muito mais a acrescentar, já que nunca consegui terminar de ler o livro. Posso dizer, pelo menos, que a página 33 da minha cópia discorre sobre o quarto círculo do inferno, onde “encontram-se os pródigos e os avarentos“, dentre eles “papas, clérigos ou cardeais, dominados pela torpe avareza“.

Em 1633, Galileu Galilei é condenado por heresia por defender que a Terra gira ao redor do Sol. Na época em que a Igreja mandava, uma condenação dessas não era besteira e ele ficou preso pelos últimos nove anos de sua vida por ter escrito uma coisa que era verdade. Ele foi julgado e condenado por causa de uma ideia. Esta arbitrariedade combinada com um poder supremo é o principal problema num estado teocrático.

Em Barcelona, na igreja da Sagrada Familia (aquela cuja construção nunca acaba) existe um quadrado mágico cuja soma é 33. Mas aí eu acho que tem algo a ver com mitos cristãos.

O filósofo William Whewell cunhou o termo “cientista” em 1833. Mesmo ano em que Ada Lovelace conheceu Charles Babbage e sua máquina diferencial. Talvez “1833” seja um número importante para a Ciência da Computação.

Magnitude absoluta é a medida do brilho instrínseco de um objeto celestial a 10 parsecs, ou, aproximadamente, 33 anos-luz. A distância daqui para Pólux, a estrela gigante mais próxima de nós.

Nesta escala, a Terra é invisível.

Nesta escala, a Terra é invisível.

A famosa nebulosa Cabeça de Cavalo, descoberta por Williamina Fleming dentro de um espaço catalogado cem anos antes por Caroline Herschel, é oficialmente (para certas definições de “oficialmente”) conhecida como Barnard 33.

33 é o número atômico do arsênico, cuja formulação homeopática não me matou (PASMEM!) e que jamais poderia ser criado pela mistura de camarões com vitamina C porque isso seria ridículo.

Em 1972, a aeromoça (denominação da época) Vesna Vulović sobreviveu a uma queda de 33 mil, 330 pés depois que o avião onde trabalhava explodiu no ar. Ou pelo menos é o que o Guinness registra (documentos recentes parecem mostrar que o avião foi abatido “por engano” enquanto voava bem mais baixo que isso – mas mesmo assim…).

Num relógio analógico, os ponteiros das horas e dos minutos formam um ângulo de 33° entre eles apenas duas vezes em minutos inteiros, às 11:54 e 12:06. Não sei se vocês sabem, mas existe uma fórmula para calcular os ângulos entre os ponteiros do relógio. Sério, existe uma fórmula matemática especificamente para isso. Quem disse que estabilidade no emprego não compensa?

Aos 33 anos:

Douglas Adams viajou pela primeira vez a Madagascar, no que seria a primeira de muitas viagens ao redor do mundo que findariam no documentário ambientalista Last Chance to See;

Charles Darwin publicou The Structure and Distribution of Coral Reefs, seu primeiro livro científico;

Arthur C. Clarke publicou Interplanetary Flight: An Introduction to Astronautics, um livro de divulgação sobre exploração espacial;

Machado de Assis publicou seu primeiro romance, Ressurreição;

Isaac Asimov publicou Second Foundation, compilado de seriados menores;

Terry Pratchett já havia publicado Strata mas ainda nenhum Discworld, e;

John Bonham já estava morto. 33 anos atrás.

PUDUM TISSSSssssss...

PUDUM TISSSSssssss…

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*Eu nem sei mais quantos anos eu tenho.

Quer dizer, eu sei o ano em que nasci e ainda sei fazer contas, mas minha idade? Nem ideia.

Apesar das aparências, minha excelente e admirada esposa é mais velha que eu, mas eu aparentemente testemunhei e lembro de coisas que aconteceram antes dela nascer.

Talvez eu seja um daqueles, como o personagem de Cameron Crowe em Quase Famosos [1], cujos pais atribuem uma idade errada, por algum fim ou outro. Isso explicaria porque eu sempre fui quase um palmo mais alto que meus colegas de classe, comecei a me barbear aos doze e tive meus primeiros cabelos brancos aos vinte (existe uma foto minha aparentemente aos dois meses de idade mamando sentado no colo da minha mãe. Sentado. Aos dois meses. Aparentemente).

Tento continuar não sendo convencional.

Tento continuar não sendo convencional. Só me casei depois de casado.

Há cinco anos que tenho um emprego fixo que não envolve carregar instrumentos, exige farda e horários previsíveis. Há cinco anos também que blogo, que não envolve nada do citado e é meu escape mental e plataforma criativa agora que não sou mais ‘músico’.

É bem certo que já tratei de mais temas e já me fez conhecer expressivamente por mais gente escrevendo que tocando, mas ainda sinto falta. Penso em montar uma produtora apenas como fachada para ter um estúdio bom em casa. Vejamos.

Aprendi bastante. Especialmente aprendi (acho/espero) como reconhecer uma informação e como certificá-la, o que me levou a saber identificar de quem devo desconfiar automaticamente (o peso das evidências falam por si).

Neste tópico, não sei se vocês conhecem, mas existe uma competição esportiva (nem tanto, mas é tão esportiva quanto qualquer outra competição automobilística) envolvendo tratores que puxam uma espécie de mega-arado com um mecanismo que o finca mais no chão quanto maior for a distância percorrida (neste vídeo dá para ter uma ideia mais ou menos). Depois de passar pela fase do “eu sei tudo” adolescente e a do “só sei que nada sei” dos vinte e poucos anos (e apenas recentemente me dando conta de que as pessoas não mudam – e isso vale também para suas ideias e conceitos), me sinto hoje em dia um pouco como num tractor pull, onde quanto maior é a distância que percorro rumo à iluminação intelectual que tanto almejo, maior é também o atrito com o chão da rotina cerebral que tenta me fazer não sair do lugar. E, por conseguinte, mais fumaça eu solto (novamente, vide vídeo linkado).

Dez anos separam as duas realidades. DEZ!

Dez anos separam as duas realidades. DEZ!

Mas, como já dizia o velho, “nostalgia era melhor antigamente”. Minha vida vai muito bem hoje em dia para eu sentir falta de um passado que provavelmente não aconteceu (ou do qual eu não participei efetivamente).

Minha cota de amigos já está mais que preenchida (o que a invalida como cota, eu acho, mas ênfases nem sempre fazem sentido sob escrutínio etimológico), já estou devidamente casado, já consigo respirar por uma noite inteira e estou até comendo salmão uma vez por semana, preparado na minha panela profissional. Só preciso agora diminuir este bucho imenso.

De projetos ainda estou cheio e agora eles incluem várias outras mídias e temas. Mas não vou dizer agora para não estragar a surpresa (ou decepcionar quem estiver aguardando por algo que provavelmente nunca vai acontecer).

Não que eu esteja reclamando. Quem lê meia linha do que escrevo sabe que já faço disso um estilo de vida. Estou apenas tentando refletir e manter uma tradição viva. Aliás, a melhor grafia seria ^tradição^, com as minhas personalizadas aspas irônicas. Mais para mim do que para os leitores, vero, já que o pouco que escrevo no aniversário deste faz algum sentido fora da minha cabeça.

Bu!

Bu!

Ah! Hoje também é aniversário de Robert Downey, Jr. e Cazuza. De nada.

[1] – Só que ao contrário. No filme semi-autobiográfico, William é bem mais novo que seus colegas e estranha o fato de não ter entrado ainda na puberdade apesar dos seus supostos 13 anos. Ele tem, na verdade, 11 anos.

* – Se um dia eu escrever um livro a capa além de ser roxa e amarela (para se destacar bem nas prateleiras) será também desprovida de letras ou imagens. E a primeira página já deve começar no meio de uma estória qualquer. E, é por isso que nenhuma editora ainda concordou em me lançar…

Se eu fosse…

…um trítio, hoje eu teria apenas 17,5% de chance de ainda existir.

…uma promoção enganosa de uma companhia telefônica, estaria vencendo.

…Tesla, estaria desenvolvendo minha famosa bobina.

…um Ursus arctos horribilis, estaria estatisticamente nos meus últimos suspiros.

…Asimov, estaria lançando o primeiro volume d’A Fundação.

…um canal de TV, seria famoso por programas de auditório.

…um país independente, seria Belize.

…Einstein, estaria calculando a existência do fenômeno de lente gravitacional.

…um fotão das letras luminosas do Departamento de Reclamações de Eadrax, os habitantes de Pólux estariam lendo hoje “vá lamber sabão”.

…Douglas Adams, estaria lançando meu dicionário de verbetes inéditos e programando meu primeiro jogo de computador.

No entanto, como eu sou nada disso, estou aqui escrevendo um blogue que, caso esteja sendo transmitido ao espaço, estaria agora chegando em Alfa Centauro.

E que, se fosse um isótopo de germânio-68, estaria nos seus últimos 2,4%.

Mas ainda bem que não é.

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