Andale, andale!

Ontem eu disse que guacamole era Inca, mas eu estava errado.
Na verdade é Asteca (mnemônico: inca – machu pichu; asteca – teotiuacan).
Estes são do México, aqueles, do Peru.
Guacamole é a aglutinação de ahuacatl, que significa abacate, com molli, molho.
A receita tradicional leva abacates maduros (atualmente é mais fácil achar uma pérola negra dentro de um sapato de palhaço na seção de livros de toponímia de uma biblioteca pública com nome de presidente que achar um abacate maduro no supermercado), tomates (também sul-americano), cebolas roxa (introduzidas no continente por Cristóvão Colombo), pimenta-do-reino (também introduzidas por conquistadores, mas provavelmente substituindo a pimenta-rosa, nativa daqui e mais tradicional), pimenta calabresa (acabo de descobrir que esta é igualmente americana e não vem da Calábria, como eu supunha. Aprender é bom!), coentro (uma erva africana, mas que não foi usada ontem em respeito a uma pessoa que eu sei que não gosta mas que não pode ir, fazendo falta), suco de limão (originário da Índia. Onde diabos eu achei essa receita “tradicional”? Tão tradicional quanto sucrilhos. Tradicional é pipoca, chocolate, café, cajuína…) e sal. Sal eu vou dizer de onde é não. Ainda é muito cedo da manhã.
Tequila é uma bebida originária da cidade de Tequila, estado de Jalisco, México, destilada do sumo do agave azul (Agave tequilana), parente do sisal (Agave sisalana) que aqui é utilizado na fabricação de cordas.
Os Mexicas (nome pelo qual os astecas se referiam a si mesmos, “asteca” sendo o nome dado pelos europeus) não inventaram a tequila, inventaram sim o pulque, uma bebida fermentada do caldo do agave (que causa dermatite se entrar em contato com a pele!). Quem começou o processo de destilação, efetivamente criando a tequila, foram os europeus, quando o rum acabou. Fermentar é fácil; é só espremer o suco, misturar açúcar se necessário, ou cuspir dentro (sério) e colocar no calor (precisa nem ser fogo, basta um chão quente num dia de sol forte). Destilar é bem mais difícil e perigoso, envolvendo evaporação do etanol (altamente explosivo), filtração do sumo fermentado e recombinação dos dois produtos.
Foi-me dito ontem que a tequila repousada é de qualidade inferior pois não é envelhecida, mas eu não conheço tequila (sou apreciador de Cachaça) nem tenho ressaca (o processo de envelhecimento introduz mais impurezas congêneres), então para mim tanto faz.
Eu lembro de ter lido que o agave é cultivado em certas regiões pelas flores, que são comestíveis e perenes. Mas é muito cedo para pesquisar isso agora (eu não escrevi ontem porque passei o dia preparando a mexicanada) e vou ter que ficar devendo. Lembrem-se, pode ser mentira.
Que mais?
Outro molho “tradicional” para se comer com Doritos (!) leva só tomate, alho, sal e molho de pimenta (mas ontem eu coloquei alcaparras para agradar a mesma pessoa que não come coentro e que não foi para a festa), aí não tem muito o quê falar.
Burrito é só carne (não de burro, se bem que carne de charque é carne de cavalo. Pronto, eu disse!) com legumes, enrolados numa espécie de panqueca seca de farinha. Mas é bom que só.
No México, porém, todas essas comidas equivalem ao nosso “sebosão”, ou cachorro-quente de rua. O que eles comem mesmo é milho, arroz e feijão. Igual a nós.
P-p-por hoje é s-s-só, p-p-pessoal!

Discussão - 3 comentários

  1. dunha disse:

    aquele negócio que luciana disse ter gosto de pizza estava bom mesmo, na medida para ajudar o cara a comer pão velho quando é só o que tem disponível... e a sala ficou bacana mesmo, embora lembre um pouco o véi ladrão.
    muito bem, cara!

  2. Andressa disse:

    "Outro molho “tradicional” para se comer com Doritos (!)"
    ¬¬
    Doritos é uma boa escolha...

  3. renata disse:

    cadê??! cade a de hoje?!? cade cade=| ?!
    hihihi beijokas pra vc querido irmao=]!

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