Filmes da páscoa: Super 8

Seguinte: eu passei a páscoa (o feriado, na verdade) vendo filmes c’a mulher. Alguns eu já conhecia por já tê-los visto, outros só de fama e uns aleatórios (muito, muito aleatórios). Como eles variam muito em estilo e tema, resolvi espalhar três resenhas em três dos meus muitos blogs; este, um de generalidades e outro, er, digamos, para adultos. Respectivamente, os filmes resenhados são o aleatório Schizopolis e a pornochanchada Giselle (para adultos ou adolescentes cuidadosos).

Pois bem, vamos lá. Falando pela segunda vez de J.J. Abrams em menos de dois meses, preciso dizer que gosto da até-agora-incompleta trilogia-não-declarada de filmes de monstro do sujeito.

Em Super 8, que é claramente uma prequência de Cloverfield (que deveria ter sido chamado Camcorder), nós seguimos as aventuras dos protagonistas pré-adolescentes durante a produção de um filme de zumbi em 1979 (inspirados pelo excelente Dawn of the Dead, de 1978) que é interrompido bruscamente quando um monstro chega à cidade. Nenhum spoiler até aqui porque a premissa do filme é essa: um monstro aparece.

Abundância de lens flares à parte, o filme é realmente muito envolvente (por motivos que ficam óbvios na meta-análise de um dos personagens) e extremamente bem feito, mamando nas tetas de Tubarão e Alien, o 8º Passageiro na forma como o monstro é apresentado.

Cientificamente (que é mais ou menos do que deveria tratar este blog) a trama é, digamos assim, facilmente desconstruível. O material alienígena mostrado é meio mágico demais para ser analisado criticamente e a telepatia entre estruturas de reinos distintos não é muito confortável para um chato catador de pelo em ovo, mas quando eu vejo um filme eu dou todos os descontos que o filme precise, desde que a estória me atraia. E Super 8 me atraiu deveras.

O fim, no entanto, poderia não ter sido tão açucarado (mas, aparentemente, as plateias humanas não gostam de ver crianças morrendo).

Destaque aqui para a irmã de Dakota Fanning, Elle. Excelente e galeguíssima atriz infantil que desejo fortemente que não caia na espiral lohanica de autodestruição anorética e venha a se tornar uma adulta igualmente bela e talentosa.

E, apesar da quantidade inaceitável de crianças, a obra é realmente boa. Especialmente considerando que o contraste dos efeitos especiais foi corrigido para TV, não deixando aquele preto-casaco-de-Matrix esquisito que só fica bonito projetado numa tela cinza e não se dá bem num RGB domiciliar. Nota dez pelo cuidado.

Eu assisti também a uns cinco filmes de Hitchcock durante o fim de semana estendido e recomendo que vocês vejam Festim Diabólico, que revolucionou o cinema (em 1948!) com o conceito de uma só cena durante a integralidade da película (sério!) e que resolve o problema do “quem terá cometido o crime?” mostrando o assassinato logo na primeira cena.

Agora, voltem lá em cima e cliquem nas outras duas resenhas e tentem adivinhar qual é mais interessante que o filme e vice versa. Dica: mandem carne.

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