Pesquisa diz que 100% das administradoras do lar reutilizam sacolas plásticas

Uma pesquisa do Ibope encomendada pela Plastivida – Instituto Sócio Ambiental dos Plásticos -, realizada com mulheres das classes B, C e D responsáveis pelas compras de seus lares, revela que 100% delas reutilizam as sacolas plásticas após as compras.
A pesquisa mostra que 73% das entrevistadas utilizam as sacolas para acondicionar o lixo doméstico, 69% consideram embalagem ideal para carregar suas compras e 75% dizem que é função do varejo fornecer as sacolas. De modo geral, elas usam as sacolas para: guardar alimentos, guardar roupas, calçados e documentos, acondicionar o lixo da cozinha ou o do banheiro, recolher fezes de animais.
Um problema é que as sacolas plásticas vendidas para serem usadas como saco de lixeira podem ser recicladas. E as sacolas oferecidas pelos supermercados, farmácias, etc, devem ser não-recicladas. Logo… Vale mais a pena levar uma sacola de tecido para fazer as compras e adquirir as já recicladas para guardar objetos e acondicionar o lixo. Quanto aos alimentos, aí sim, apostaria na “sacolinha de supermercado”. Ou em potes. Não sei o que seria melhor. Acho que potes duram mais…

A cana-de-açúcar não abandonou Pernambuco

Enquanto Alagoas está repleto de coqueiros – vou fazer um post sobre isso -, desde 1500, Pernambuco foi tomado pela cana-de-açúcar. Antes, ela era cultivada para gerar o açúcar. Agora, também é usada na produção de etanol.
Por todas as estradas que passei como a PE-060, a PE-009 e a BR 101 – veja um roteiro resumido da viagem aqui, no Google Maps – apenas lembro de uma única vez cruzar uma Área de Proteção Ambiental (APA) de Mata Atlântica no estado de Pernambuco.
Durante praticamente todo o trajeto, a Mata Atlântica cedeu lugar à cana plantada até a beira das estradas. Inclusive, cultivada em cima dos morros (!) – observe na foto. As matas ciliares dos rios que vi foram preservadas. Mas alguns riachos chegam a cruzar estradas de terras – foto abaixo.
O pior não pára por aí. Para facilitar a colheita – ajudar a despalhar a cana -, em muitos casos ela é queimada. Eu vi a prática. O perigo é que o fogo pode alcançar as matas de preservação. Além disso, segundo pesquisas, as partículas suspensas entram no sistema respiratório. Elas podem provocar reações alérgicas e inflamatórias ou, se caírem na corrente sanguínea, complicações em diversos órgãos.
De acordo com a Fundação Joaquim Nabuco, “a cana-de-açúcar é plantada na zona da mata de Pernambuco, na chamada zona canavieira há quase 5 séculos. A área cultivada tem cerca de 12 mil km², fica situada próxima ao Oceano Atlântico, possui solos ricos para a agricultura, onde não há ameaças de secas e os rios são perenes”. Apesar do histórico, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2007, São Paulo é o estado que mais cultiva a cana-de-açúcar (58,8% da safra nacional).
No Nordeste, o sol da primavera é escaldante. Percorrendo as estradas, nossos braços expostos ao sol ardiam. Quando cruzamos a APA, uma brisa fresca tomou conta do carro. O barulho dos pássaros também nos deixou mais tranquilos.
Foi triste ver a riqueza do bioma-mais-lindo-do-mundo ceder lugar à monocultura da cana-de-açúcar. Minha vontade era de negar o etanol. Porém, ironicamente, o carro que usei no trajeto foi abastecido com álcool. Que, não sei até quando, ainda polui menos que o petróleo. Veja mais fotos aqui.

Mulheres contra o câncer de mama

Esse é um assunto que me deixa chateada. Na realidade, evito falar disso, pois perdi uma pessoa muito amada graças a essa doença. Mas, para que outras pessoas não passem pela mesma tristeza, neste post ajudarei a divulgar o “Outubro Rosa”.
Segundo a assessoria de imprensa da Scania – marca de caminhão -, o Movimento “Outubro Rosa” nasceu em 1997, na Califórnia (EUA). Na época, monumentos norte-americanos foram iluminados de rosa, pela primeira vez, para chamar a atenção à detecção precoce do câncer de mama.
Daí, fui convidada para participar do evento “Ela tem que saber” organizado pela Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (Femama), na terça-feira. Como antes passei no lançamento do engraçadíssimo livro do Marcelo Vitorino, blogueiro do Pergunte ao Urso – publicação de mesmo nome -, cheguei mais tarde. Mesmo assim, deu tempo de encontrar muita blogueira bacana. E ficar por dentro da campanha – veja o vídeo aqui.
E o que nós devemos saber?
Que, em 29 de abril, foi assinada no Brasil a Lei Federal 11.664/2008. Ela trata de questões relativas à prevenção, detecção, tratamento e controle dos cânceres do colo uterino e de mama. A nova lei garante a realização do exame de mamografia pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em todas as mulheres a partir de 40 anos – e não mais de 50 anos de idade, como previsto anteriormente.
Cai entre nós, garotas. É um absurdo esse tipo de direito, que já está embutido em outras leis, ter que ser descrito dessa forma para ser cumprido. Sem contar que marcar exame no SUS é complicado.

Bom, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), cerca de 50 mil mulheres sofrerão com a doença apenas no Brasil e este ano. No país, 10 mil mulheres morrem anualmente porque, em 60% dos casos, o câncer de mama é detectado em estágio avançado. Fiquemos atentas!

Mulheres sofrem mais com problemas de visão do que homens

Tudo a gente! Tudo a gente! O levantamento “Mulheres e Visão: por que elas sofrem mais?” realizado pelo Healhty Sight Institute, iniciativa da fabricante de lentes Transitions, aponta que 60% das mulheres contra 40% dos homens são atingidas pela catarata. Além disso, nós apresentamos mais problemas como olho seco e erros refrativos – miopia, hipermetropia e astigmatismo. O estudo foi realizado com 1007 brasileiros – 598 homens e 409 mulheres.
Mas por que nós? Segundo a empresa, não há um consenso sobre os motivos. O que já se sabe é que uma parte da culpa é dos… hormônios! A menopausa, por exemplo, influencia diretamente na visão. Neste caso, a baixa produção de hormônios como estrogênio e testosterona provoca o olho seco. Por sua vez, isso diminui a produção de lágrimas e leva ao aumento de problemas visuais.
A gravidez também causa alterações que podem levar ao aumento da pressão intraocular. Por conta disso, a córnea diminui a sensibilidade, aumenta espessura e muda a curvatura. A situação provoca intolerância às lentes de contato, muda a refração – o grau dos óculos – e outras alterações reversíveis. Outro detalhe, talvez por vaidade, é que as mulheres têm tendência a utilizar menos as lentes de contato e os óculos. Assim, apresentam maior comprometimento visual.
“As mulheres também se preocupam menos com os cuidados com a visão. Elas precisam entender que frequentar o oftalmologista uma vez por ano é tão importante quanto ir ao ginecologista ou ao dermatologista”, diz Denise Fornazari, coordenadora do Núcleo de Prevenção à Cegueira da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). As dificuldades visuais femininas e a falta de informação sobre o problema fizeram com que a Organização Mundial de Saúde (OMS) escolhesse a prevenção da cegueira entre as mulheres como o tema central da campanha do Dia Mundial da Visão, 8 de outubro. Alerta: dois terços de todos os casos de cegueira no mundo ocorrem em mulheres, informação da OMS.
Obs.: Esta semana continuo com as histórias da viagem. Aguarde!

Por que os golfinhos acompanham os barcos?

Marque a opção que julgar correta:
a) Porque eles são exibicionistas.
b) Porque eles são curiosos.
c) Porque eles são machos pra cacete.
d) N.D.A.
A resposta certa é… “c”. Porque eles são machos pra cacete. Os golfinhos acompanham os barcos para defender as fêmeas. É o seguinte. A fêmea copula em cerca de dez segundos com vários machos. Eles ficam em fila indiana atrás dela. Como não existe exame de DNA, quando o bebê golfinho nasce, ninguém sabe quem é o pai.
Aí, quando aparece uma embarcação perto de onde eles estão, se os machos golfinhos acham que o barco pode trazer perigo para as fêmeas e seus filhotes, eles seguem em volta do barco. Até achar que as fêmeas e os filhotes estão em uma posição segura. Veja aqui fotos de um bando de golfinhos acompanhando meu passeio de barco em Fernando de Noronha.
Confira o vídeo que o @gustamn gravou no naufrágio do navio grego “Eleani Stathatos” na Praia do Porto, em Fernando de Noronha. É possível ouvir os golfinhos bem baixo, ao fundo:

Os golfinhos mais comuns encontrados na ilha são chamados de Rotador. Isso porque, para se comunicar, eles dão piruetas no ar. Conforme o golfinho cai na água, ele produz um tipo de turbulência que os demais interpretam. É apaixonante. Pena que não consegui bater fotos a tempo.
Os golfinhos-rotadores têm duas cores: cinza na parte superior e branca na inferior. Eles são pequenos com, aproximadamente, 1,50 m. Se alimentam à noite e descansam durante o dia. Antes, os turistas podiam nadar com os golfinhos em Fernando de Noronha. Segundo os guias, como muita gente puxava a cauda e as nadadeiras dos bichos, tornou-se proibido nadar com eles. Inclusive, é proibido passar de barco onde eles estão.
Na Baía do Sancho, por exemplo, existe uma placa avisando sobre a proibição. Em cima da falésia de 50 metros, fica um fiscal do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) com binóculo. Pronto para multar quem não seguir a lei. Mas… se você estiver nadando ou o barco passando e o golfinho for ao encontro, divirta-se! Para saber mais sobre esse animal, indico o site do Projeto Golfinho-Rotator Fernando de Noronha.

Segundo encontro de blogs de ciência foi sucesso

Pelos boatos que ouvi… O II Encontro de Weblogs Científicos em Língua Portuguesa (EWCLiPo) foi um arraso. Mais de 60 pessoas conferiram as palestras, as oficinas e os debates no final de semana passado, na linda Arraial do Cabo (RJ). Muito infelizmente mesmo, a blogueira que vos escreve não pode participar fisicamente. O que me deixou mais contente foi acompanhar os preparativos e palpitar um tequinho.
Para você – e eu – que não estivemos presentes, selecionei – meio que aleatoriamente – quatro posts dos meus colegas de ScienceBlogs sobre o evento. A saber:
1.Ideias que rolaram no EWCLiPo
2.II EWCLiPo: um pequeno grande evento
3.Ewclipo (hein?, eclipse?) 2009
4.O primeiro dia do II Encontro de Blogs Científicos
Quem tiver escrito mais ou souber de outros blogs que também postaram sobre o EWCLiPo, peço que deixe o link nos comentários. Apesar que, depois de ter feito este post, vi que meu colega do Semciência criou uma lista deveras mais completa. Leia sem falta aqui! Imperdível.
Obs. 1: Pelas fotos, vi que teve discussão sobre ciência e blogs naquelas praias feias… É, gente. Estudando biologia, geologia, oceanografia ao vivo.
Obs. 2: As histórias e estórias sobre minha viagem pelo Nordeste prosseguem amanhã. Fui.

Outra ferramenta de busca “verde”

Ou melhor, negra.
Atualize seus links. O Ecoogler já era. Agora, o Google – confundi, não é do Google, ele usa o sistema do buscador – está com o Eco4planet. Mas que raios é isso? Trata-se de um buscador com fundo preto – para poupar energia. A cada 50 mil buscas feitas uma muda de árvore será plantada. Leia mais sobre o projeto aqui. “As ávorezes, somos nozes”, com vírgula entre sujeito e verbo.

Eu vi jacaré no Rio São Francisco

Não é história de pescador. Acompanhe.
Cheguei de avião em Maceió. A cidade é ajeitadinha. Passei pela região do porto. Ela possui prédios históricos bem bonitos, mas mal conservados. Muitos servem de cortiço – como ocorre em várias cidades brasileiras. No canal, lixo mais lixo levado ao mar.
Triste foi ver, na saída da capital para as praias do sul do estado, uma empresa relacionada ao petróleo no meio de uma região de Mata Atlântica. Aliás, área que a empresa diz conservar ao lado de um afluente gigante.
Na estrada, coqueiro, areia, alagados e buracos. O destino era Piaçabuçu na divisa com Sergipe. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia (IBGE), o povoado nasceu nos tempos de exploração do baixo São Francisco. O local era o ponto preferido pelos que atravessavam o Rio São Francisco, quando viajavam por terra para Pernambuco e Bahia.
“Consta que o português André Dantas, tendo um grupo de homens sob as suas ordens, entre 1660 e 1670, penetrou no Município, em 10 de outubro, dia em que se comemora a conservação de São Francisco de Borja. Com palha de palmeira construiu-se pequena barraca, dando-lhe a forma de igreja, em honra daquele santo. Assim, surgiu o povoado. O nome é antiqüíssimo e vem desde o início do povoamento. Tem origem indígena: ‘piaçava’ (palmeira), ‘guassu’, grande. Foi motivado pela abundância de palmeiras. Em maio de 1882 foi elevado à categoria de Vila, sendo desmembrado do Município de Penedo”.
A cidade de Piaçabuçu é en-can-ta-do-ra. Ela foi cenário de “Deus é Brasileiro”. Ficamos lá um sábado e um domingo. As residências são coladas umas nas outras. Praticamente, todas as casas possuem uma porta e uma janela para a rua.
Como antigamente ocorria em São Paulo, os moradores se sentam às portas de suas casas para ver o movimento e jogar conversa fora. Nas praças, carros com som alto – isso é uma praga – e os adolescentes no entorno. As ruas são de pedras. Nas manhãs, os moradores colocam as gaiolas de passarinhos – pena – para fora de casa. Ou penduram em árvores nas praças ou ao lado da porta da rua.
Como uma boa jornalista, antes de viajar pesquisei sobre a cidade. Li em algum lugar da internet que os pescadores estavam com problemas. Devido às mudanças que o homem tem feito no rio ao longo dele, os peixes estariam escassos.
Lá fui eu tirar a dúvida com os pescadores. Eles me disseram que não tem tanto problema com a pesca. Mas… é na cooperativa de pescadores que pode se fechar os passeios de barco pelo rio até sua foz. Um deles me disse que é mais vantajoso trabalhar com o turismo do que com a pesca. E isso, em outras regiões do Alagoas, vários afirmaram. Muitos, mas muitos mesmo, tiram renda das duas atividades.
Ver o Velho Chico de perto é um sonho mesmo para quem é do Sul do Brasil – como eu. Afinal, ele é uma lenda! A primeira vez que o vi foi em Penedo, após me instalar em Piaçabuçu. Uma cidade repleta de igrejas e casarões históricos, mas muito mal conservados. Mesmo assim, a cidade é linda. São arquiteturas de diversas épocas e estilos. É de lá que saem balsas para Sergipe – que pode ser visto na outra margem do rio.
No passeio de barco pelo rio, que sai de Piaçabuçu, a paisagem muda aos poucos. De florestas com palmeiras, passa-se por mangues, riozinhos que desaguam no Velho Chico, Mata Atlântica, Alagoas de um lado, Sergipe do outro. Até que, aos poucos… Aparece uma ponta branca lá na frente. São as dunas. E as piscinas naturais formadas na maré baixa.
A cor do rio é verde-escuro. E, claro, ele cheira e sua água tem gosto de… rio! No raso, a água é transparente. E mesmo na foz ele é largo. No total, ele possui 2.800 km de extensão e drena uma área de aproximadamente 641.000 km², de acordo com a Administração da Hidrovia do São Francisco.
Como pode observar nas fotos, suas dunas não são altas. E vão embora acompanhando o mar. Fiquei deitada tomando sol em uma delas. Ao deixar o local, já no barco… Uma surpresa. Avistamos um jacaré tomando sol na mesma duna que eu! Praticamente, a 100 metros de onde eu estava. Apenas não o vi antes porque a areia fazia uma curva!
Ele estava tomando sol, com a água batendo em seu peito. Quando descíamos o rio, bem que pensei: “Aqui parece existir jacarés”. Mas… deixei para lá. Até ver esse! Ele era pequeno e se assustou com o barulho do barco. Entrou correndo na água do rio. Até eu pegar a máquina fotográfica… Consegui tirar a foto acima dele já dentro d’água.
Nem os pescadores acreditaram na história que contei. Porque o barqueiro também não viu o jacaré. Tive que provar mostrando a foto. E mesmo assim… Eles olharam desconfiados. Ele era lindinho. Na hora, também lembrei de uma matéria que fiz para o iG sobre crocodilos – e jacarés – em águas salgadas. Comprovei. Leia a matéria aqui. Veja mais fotos deste post ali – detalhe, repare como os nomes dos barcos são filosóficos. Segui minha viagem ainda mais feliz.

Fotos aéreas exclusivas do Brasil

As belas paisagens começaram a aparecer do avião. Eu tentava adivinhar qual era cada lugar lindo que sobrevoávamos. Um momento, passamos por uma cadeia de montanhas que creio ser de Minas Gerais. Outros, por praias paradisíacas. O mar tinha duas cores: verde-esmeralda perto da praia e azul-violeta ao fundo. Creio ser na Bahia e no Sergipe. A foto ao lado, acredito que seja da foz do rio São Francisco. Ela é repleta de dunas em ambos os estados que divide: Alagoas e Sergipe.
Documentei tantas imagens interessantes por sua beleza e curiosidade que até resolvi criar um Flickr – álbum de fotos – exclusivo do Xis-xis. Conforme for atualizando os posts, coloco o link para o respectivo álbum. Para ver as imagens aéreas, clique aqui. Vamos combinar que, se alguém quiser usar as fotos, que peça permissão e dê os créditos.