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Já pensou em navegar de barco pelo sujo rio Tietê?

Amigo, deixo aqui minhas desculpas pelo sumiço do blog. Muitas coisas acontecem em nossa vida! Além disso, morar em São Paulo é bacana, mas o tamanho da cidade e o trânsito dificultam o que temos a fazer. Bom, deixando as chorumelas de lado, vamos ao que interessa: um passeio de barco pelo sujo rio Tietê. Acredite se puder, eu fiz!
A Rede Ecoblogs, da qual este Xis-Xis faz parte, organizou o “programa de índio” – algumas pessoas falaram que navegar no sujo Tietê é roubada. Eu, como uma perfeita curiosa, sempre quis fazer esse passeio. Assim, é claro que não desperdiçaria a oportunidade. Se quer saber, é uma passeio fedido, mas mágico.
Imagine que bizarro embarcar em plena marginal Tietê, debaixo daquele nó de viadutos que é o Cebolão. Depois, em uma manhã ensolarada, observar a cidade de dentro daquele gigante esgoto a céu aberto. Juro, a gente vê cocôs bioando enrolados em cabelos, troncos e tudo o mais.
Ao mesmo tempo, passa um filme na cabeça que eu nunca vivi. Pessoas mergulhando no rio, competição de remo, gente pescando, velejando até as represas, barzinhos na margem. Como seria o rio Tietê – e o Pinheiros, e o córrego que corta seu bairro – limpo? Um parque de diversões aquático natural. Mais qualidade de vida para toda a cidade.

Escrevi uma matéria para o Yahoo! Brasil sobre o passeio. Leia aqui. Veja aqui, também, as fotos que tirei para o veículo.
Um beijo.

Hoje é o Dia Nacional da Mata Atlântica

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É o bioma mais lindo do mundo. Apesar de não conhecer todos do planeta, tenho certeza da minha afirmação. Desde a minha infância, fico encantada com a muralha da Serra do Mar. E com as Florestas de Araucárias. E com os animais que vivem nesses locais. E todos os outros detalhes do bioma.
Para quem não sabe, a Mata Atlântica se distribui em faixas litorâneas, florestas de baixada, matas interioranas e campos de altitude. Ela é formada por florestas ombrófila densa, ombrófila mista, estacional semidecidual e estacional decidual e os ecossistemas associados como manguezais, restingas, brejos interioranos, campos de altitude e ilhas costeiras e oceânicas. Infelizmente, estou sem tempo para explicar cada um desses detalhes. Sugiro que dê um Yahoo!.
Eu não queria é, mesmo, perder a oportunidade no dia 27 de maio de homenagear a mata do meu coração. Sempre que cruzo a Serra do Mar emito algo como: “Que paredão fantástico”. E abro os vidros do carro para sentir o cheiro e o frio. E toda vez que viajo para minha terra natal, o Paraná, ou para regiões serranas paulistas lamento a diminuição das imponentes Florestas de Araucárias.
A favor da preservação de incansável beleza, organizei um rápido protesto fotográfico. Acima, são oito paronâmicas da Mata Atlântica paulista – metade litorânea e outra serrana.

Poder x amor. Quem vence?

martin-luther-king.jpgEstive na Conferência Internacional (CI) Ethos 2010. A CI é organizada pelo Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social, criado em 1998 por um grupo de empresários e executivos. Durante o evento, são realizadas várias palestras e debates sobre sustentabilidade atrelada a questões empresariais. Bastante voltadas para as empresas que estão começando a se interessar pelo tema ou empresários que querem investir em novas tecnologias que poupam mais o meio ambiente.
Apesar das palestras, o que me chamou mesmo a atenção, foi o discurso do autor do livro “Amor e Poder”, o canadense Adam Kahane, especialista em resoluções de conflitos empresariais e sociais.
Era o lançamento do livro dele. Umas das primeiras frases de Kahane foi algo do tipo: “Não vejam minha palestra pensando que sabem tudo sobre o assunto. Tentem ficar abertos para novas ideias”. Hum, pensei, ok. Vamos ver o que ele tem a dizer. Kahane começou contando que, há 20 anos, trabalha em resolução de conflitos. Foi para a África do Sul trabalhar, na época do apartheid. Se apaixonou por uma mulher. E por lá está até hoje.
Na África, matutou: “Por que os desafios sociais emperram?” Na época do apartheid, o povo sul africano brincava que existiam duas maneiras de resolver o problema deles – resumindo, a segregação racial. O jeito miraculoso era dar certo os debates formados por brancos e negros e pelas opiniões opostas. O possível era ajoelhar e ter as preces atendidas. Por incrível que pareça, o milagre aconteceu.
De acordo com Kahane, isso foi possível porque o poder e o amor se equilibraram. Ele usa a definição, em poucas palavras, de que poder é a motivação em realizar de maneira ampla, o desejo de alcançar um objetivo. O amor, o impulso pela unidade, de se unir a outras pessoas. Os dois podem trazer dois tipos de frutos. No caso do poder, ele pode construir tanto como oprimir e destruir. O amor, gerar e dar a vida ou degenerar e reprimir. A falta do amor degenera o poder. A falta de poder torna o amor degenerativo. “O poder do amor pode ser negligente. E o poder sem amor, anêmico”, disse.
Qual a solução? Tentar o equilíbrio. Para ele, o poder não é inimigo do amor. “Grandes empresas que trabalham sem se preocuparem com a unidade podem gerar um resultado catastrófico”, alertou o autor. Ele acredita que, agora, de modo geral, precisamos de mais amor. E, dentro de nós…
Mais uma vez, de equilíbrio. “Cada um se sente mais confortável pendendo com um ou outro”, explicou. Na hora do aperto, cada um pende para um lado. Assim, ele disse que devemos fortalecer nosso lado fraco. Sejamos nós pessoas jurídicas ou pessoas físicas. A dica dele é treinar, é praticar. “Não há um caminho trilhável, cada um faz o seu”. Como disse Martin Luther King Jr.: “Poder sem amor é descuidado e abusivo, amor sem poder é sentimental e anêmico.”
*A inscrição desta no CI do Ethos foi feita pela Natura.

Inspeção veicular: a sua hora vai chegar

Confesso que resmunguei um bocado para fazer a Inspeção Ambiental Veicular. Vulgo levar o carro para a Controlar. Primeiro, porque temos que pagar mais uma taxa, de R$ 56,44, que não veremos de volta. Segundo, por levar o carro até eles.
O único horário “bom” para mim e para meu trabalho era 7h36 da manhã – sorte que existe uma Controlar perto de casa. Delícia, hein? Fui com aquele bom humor, mesmo sendo extremamente bem humorada pelas manhãs.
Duvidei do horário britânico que os caras disponibilizaram. Mas não é que cheguei e fui atendida rapidamente? É tipo uma produção em série. Um drive-thru.
Ao entrar no lugar, pela placa do carro a recepcionista diz seu horário. Em seguida, fala para você seguir para um dos locais de análises – no caso, eram oito. Lá, você sai do carro e senta em uma cadeira em frente a ele.
Como aquelas propagandas que, supostamente, se passam em fábrica de carros alemães, os funcionários de jaleco e máscara colocam uma espécie de mangueira no veículo. Aceleram de diversas maneiras, enquanto a mangueira passa as informações para um computador. Cola um adesivo no para-brisa. Depois, fala baixo que seu carro passou no teste – meu caso. Entrega um papelzinho com a medição dos gases.
Tudo isso levou menos de 10 minutos. Dei o braço a torcer. Se ajudar a reduzir, principalmente, os caminhões, ônibus e motos que chamam chuva*, será um alívio para o meu nariz. De acordo com o Instituto Akatu, “uma pessoa que vai para o trabalho de carro contribui para o aquecimento global, em dois dias, o mesmo que se tivesse feito essa trajetória de metrô durante um mês inteiro”.
*Sei que explicar a piada perde a graça. Mas… “chamam chuva” porque emitem sinais de fumaça. Pegou?

Vote Xis-Xis como melhor blog de sustentabilidade


Foi dada a largada! Rola uma votação na irternê para o melhor, entre outros, blog de sustentabilidade. O Xis-Xis foi indicado! Em seguida cadastrei e ele está concorrendo. Quer fazer uma pessoa feliz? Sua boa ação do dia? Clique aqui e vote no Xis-Xis.
Haverá o vencedor eleito pelo público e pelo júri. O concurso se chama Top Blog Prêmio e foi criado, em 2008, pela empresa MIX Mídia Digital. Simples, assim. Obrigada desde já. Que seja recompensado na mesma moeda!

Eu tomei a vacina contra a gripe H1N1

Sábado de manhã, depois que acordei – quer dizer, a tarde – fui para o posto de saúde tomar a vacina contra o vírus H1N1. Estacionei o carro na rua ao lado. Entrei. Havia uma fila com cerca de 10 pessoas. Gente jovem, gente bonita e nenês engraçadinhos.
A fila acabou em cinco minutos. É produção em massa. Enquanto um toma nossos dados – anota o nome, RG e idade em uma sulfite(!) -, outro encaminha para a sala onde os enfermeiros já esperam com agulha a postos.
É deixar o braço esquerdo livre – sou ambidestra – e… pronto! Aviso aos medrosos: praticamente, não dói nada. Depois, passei o dia normalmente. Não parei um segundo – como diz minha mãe. Fui dormir depois das três horas da manhã.
No domingo e, principalmente, na segunda-feira, fiquei um pouco enfraquecida. Passei o domingão quieta. Porém, não posso atribuir os sintomas diretamente à vacina. Como minha tensão é de 220V, é incerto o porquê do meu extremo cansaço.
Pode ser, claro, que a vacina tenha causado aquela sensação de fraqueza e dor no corpo que aparece quando começamos a ficar gripados. O que, com o tempo, passa. De qualquer maneira, como diz o ditado, “é melhor se prevenir, do que remediar”.

Sou da geração ECO-92

isisrndpequena.jpgGosto de, eventualmente, analisar. Checar os pontos que quero melhorar. Onde obtive êxito. Se estou feliz com o que tenho e, caso contrário, o que fazer para mudar a situação. Uma maneira saudável de reavaliar o momento.
Numa dessas divagações recentes, cheguei à óbvia conclusão que sou da geração ECO-92. Daí uma das explicações para minha vontade de ativismo ambiental. E satisfação em estar fazendo uma parte – nem que seja escrevendo.
Quando criança, entre tantas coisas que queria ser quando crescer – jornalista, inventora, oceanógrafa, egiptóloga, música, geóloga, zoóloga, publicitária, paleontóloga, bióloga, professora, bailarina, médica -, uma delas era ecologista.
Desde que me conheço por gente, lembro-me de andar pelos corredores de museus. Ver as estrelas pela luneta. Correr entre as árvores e no gramado de parques. Observava rochas – pedras, não! Sabia identificar inúmeras delas – tenho uma coleçãozinha de “pedras” até hoje.
Também era encantada por fósseis. Lembro-me do fóssil de um dinossauro pequeno – espécie? – exposto lá em cima da parede branca de um museu (?). Só que, nessa época, eu era bem pequena. No máximo, tinha sete anos.
Poucos anos depois, quando estava com 10 anos, foi realizado o primeiro grande evento mundial no Brasil para discutir temas relacionados ao meio ambiente. Era a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, em junho de 1992, no Rio de Janeiro. Ou, a ECO-92.
Na escola, a gente debatia o assunto. Fazia trabalhos sobre a conferência. Entendia a importância de se preservar o meio ambiente e o que a ciência tem a ver com isso. Foram horas mais horas de aulas sobre o tema na, então, quarta série.
Durante a ECO-92, duas convenções que foram aprovadas repercutem até atualmente: uma sobre biodiversidade e outra sobre mudanças climáticas. Pode-se afirmar que o Protocolo de Kyoto – para a redução na emissão de gases de efeito estufa -, assinado em 1997, foi um desdobramento da convenção que ocorreu no evento de 1992.
Esses dias, em uma entrevista para uma matéria, o diretor de um Zoológico me disse que muitos dos veterinários que trabalham no local foram crianças que participaram de ações educacionais em zôos. Educação é tudo. Aqui se planta, aqui se colhe.
Obs.: Na foto, com cerca de três anos, brincava na balança de pneu reaproveitado com minha mãe, em Itanhaém, litoral de São Paulo. Ah, e vocês faziam muita “arte” usando como matéria-prima a, então, sucata?

Como foi a sua Hora do Planeta?

horadoplaneta.jpgMuita gente diz que vai aderir ao protesto, mas depois não sabemos o que houve… Pois, então. Este ano, combinei de receber uns amigos antes de irmos para um aniversário de outro. O encontro estava marcado às 20h00. Meia hora antes da Hora do Planeta!
Conforme as pessoas chegavam, eu pensava: “e agora”? Seria muita má educação pedir licença e apagar as luzes do apartamento? Bom, como estávamos entre amigos, estávamos em casa. Não tive dúvidas, perguntei para um que horas eram e… já era a hora de apagar as luzes!
Todos toparam – ao menos, educadamente, não resmungaram. E, eu, assumi minha parte ecochata mesmo. É melhor falar a verdade, né? No começo, foi até engraçado. E estranho. Alguns contaram como foi sua Hora do Planeta no ano passado. Enquanto isso, a gente conversava sem enxergar o rosto um dos outros. Até que nos sentamos mais perto. E os nossos olhos começaram a se acostumar com a escuridão.
Peraí, escuridão em São Paulo? Impossível. Com o tempo, a luz que vinha de fora passou a iluminar a sala inteira. Até comentamos que nosso céu estava verde. Quando não reflete uma luz alaranjada. Só não dava para ver o rosto de quem estava de costas para a janela.
Alguém reclamava que outros apartamentos não aderiram. Paciência. Apagar a luz não nos impediu de conversar, rever os amigos, dar risadas, contar “estórias”, matar a saudade e bebericar algo.
E assim, entre amigos, sem que percebêssemos, passou uma hora. Quando nos demos conta, acabou a Hora do Planeta. Mas já estávamos tão acostumados com a luz indireta, que acendemos apenas luminárias – e a luz da varanda.
Só tenho que agradecer. Foi um sábado maravilhoso como, com eles, sempre é. I love my friends.
E você? Como foi a sua Hora do Planeta?

Não pise na grama! O mato da praia está em extinção

jundu.jpgDias desses, estava caminhando pela praia de Maresias, litoral de São Paulo, quando vi uma placa. A curiosa foi checar o que estava escrito. Ela alertava que o Jundu, aquele “mato” rasteiro das praias, estava em extinção. Desse modo: 1) descobri o nome do matinho; 2) caiu a ficha.
junduflor.jpg Veio na minha cabeça, como um relâmpago, as praias do litoral sul da Bahia. Elas eram forradas por esse mato. Eram quilômetros de Jundu acompanhando-as. Nele, lá naquela delícia de estado, vi lagartos e caranguejos se esconderem. Em seguida, meu cérebro me levou para as dunas de Florianópolis (SC). Em uma das mais altas, uma florzinha roxa ornamentava o Jundu – foto ao lado.
Alguém, recentemente, viu Jundu em Ipanema, em Copacabana, na Pitangueiras (Guarujá) ou na Praia Grande (cidade do estado de São Paulo)? Eu que não. O Jundu cedeu lugar aos calçadões, shoppings, barracas de praia ou seja lá o que for. Pô, praia que é praia limpa tem que ter Jundu. As usadas como exemplo não seriam mais bonitas com a mata rasteira?
Pesquisando mais sobre o assunto, verifiquei que o Jundu não é uma espécie. Trata-se de uma mata formada por gramínias e arbustos que “seguram” os grãos de areia na beira da praia. Assim, o Jundu faz parte da biodiversidade da Zona Costeira e, ainda, a protege. Além de dar, para qualquer praia, um ar mais selvagem. Adoro.
Obs.: Não tirei foto da placa porque estava sem máquina e celular.

Pra que tanta embalagem?

Comprei uma sandália nova – linda e em super promoção, diga-se de passagem. Bom, entendo que comprar é uma afronta ao meio ambiente – já que estamos consumindo recursos ao ter tal ação. Mas, como sou econômica, na maioria das vezes adquiro o que necessito. Agora, algumas coisas não precisavam vir junto com o produto.
Alguém me explica: por que as caixas de sapato estão repletas de papel dentro? Para que embrulhar a sandália em tantos, mas tantos papéis? Não tolero nem aquele bolinho de papel, que colocam onde deveria estar o pé, para deixar a sandália “no formato”.
O que fazer para as empresas entenderem o desperdício?
Uma amiga adora uma bolacha – biscoito para os cariocas – carinha, aí. A bolacha vinha em um pacote e cada unidade embrulhada em saquinhos diferentes dentro desse pacote. Além disso, a embalagem tinha uma base de plástico para proteger o produto.
Minha amiga, cansada de pagar caro pela bolacha, começou a encher o saco da empresa. Ela sugeriu que parasse de embrulhar cada bolacha individualmente – o que, convenhamos, é tão desnecessário quantos aos papéis do sapato. Isso diminuiria o custo do produto para o consumidor final e pouparia o meio ambiente. O argumento deu certo. Eis que, passado um tempinho, a empresa aboliu essa embalagem individual. Pense nisso.