Não pise na grama! O mato da praia está em extinção

jundu.jpgDias desses, estava caminhando pela praia de Maresias, litoral de São Paulo, quando vi uma placa. A curiosa foi checar o que estava escrito. Ela alertava que o Jundu, aquele “mato” rasteiro das praias, estava em extinção. Desse modo: 1) descobri o nome do matinho; 2) caiu a ficha.
junduflor.jpg Veio na minha cabeça, como um relâmpago, as praias do litoral sul da Bahia. Elas eram forradas por esse mato. Eram quilômetros de Jundu acompanhando-as. Nele, lá naquela delícia de estado, vi lagartos e caranguejos se esconderem. Em seguida, meu cérebro me levou para as dunas de Florianópolis (SC). Em uma das mais altas, uma florzinha roxa ornamentava o Jundu – foto ao lado.
Alguém, recentemente, viu Jundu em Ipanema, em Copacabana, na Pitangueiras (Guarujá) ou na Praia Grande (cidade do estado de São Paulo)? Eu que não. O Jundu cedeu lugar aos calçadões, shoppings, barracas de praia ou seja lá o que for. Pô, praia que é praia limpa tem que ter Jundu. As usadas como exemplo não seriam mais bonitas com a mata rasteira?
Pesquisando mais sobre o assunto, verifiquei que o Jundu não é uma espécie. Trata-se de uma mata formada por gramínias e arbustos que “seguram” os grãos de areia na beira da praia. Assim, o Jundu faz parte da biodiversidade da Zona Costeira e, ainda, a protege. Além de dar, para qualquer praia, um ar mais selvagem. Adoro.
Obs.: Não tirei foto da placa porque estava sem máquina e celular.

Ecoblogs comemora dois anos!

redeecoblogs cópia.jpgQuando a Rede Ecoblogs nasceu, o Xis-Xis ainda era um embrião! E, hoje, ela completa dois anos de existência! Para quem não sabe, faço parte da Rede Ecoblogs – um blog no estilo pioneiro de tratar o meio ambiente. Ele é escrito por seis blogueiros – Denise Rangel, Lúcia Freitas, Rodrigo Barba, Victor Vasques, Carol Costa e yo – , além dos nossos fantásticos administradores.
O assunto da pauta? Bem… O nome do blog já diz. O mais bacana dessa história, na realidade, é que cada participante tem uma pegada. O pessoal é fera. Alguns manjam de construir soluções mais sustentáveis, enquanto outros estão atentos às novidades que poupam mais o meio ambiente. Um complementa o outro.
Desde que comecei a escrever o Xis-Xis, em abril de 2008, eu xeretava o Ecoblogs. Lia, curtia, colocava algumas ideias em prática… Até que não resisti e me ofereci – cara de pau que eu sou – para fazer parte da rede. Na época, lembro-me que a Lu Freitas e acho que o Rodrigo também me explicaram, simpáticos, que não cabia mais um. Entendi. Mas acreditei na promessa de que logo, logo poderia pintar uma vaga. E… cá estamos!
No meu caso, mais “ecochata” do que nunca. Mas, como sempre, procurando argumentos científicos para fundamentar as ações a favor do meio ambiente. Só tenho que agradecer por fazer parte de um projeto que busca preservar a natureza e, consequentemente, a nossa vida. Sozinho, é muito difícil explicar como é importante preservar o meio ambiente. Unidos é mais fácil espalhar – como os passarinhos – as sementes “verdes” por todo o mundo. Parabéns a todos que fazem parte!

Os velhos costumes permanecem…

praia.jpgEstava eu, esta semana na praia – uma das vantagens de ser frila -, tomando sol e lendo revistas. O dia estava perfeito. Céu quase sem nuvens. Pouca maresia. Calor na medida certa. Pouco vento. Água morninha. O mar uma piscina. Cinco pessoas na praia – contando comigo. Marias-farinha, siris pintados, cardumes coloridos, moluscos, bolachas-do-mar, andorinhas, quero-queros e uns passarinhos que não sei o nome dividiam a restinga e o mar comigo. Tudo na santa paz e harmonia. Até que… o bicho homem resolveu mostrar ao mundo suas garras.
Enquanto eu pasmava naquele ecossistema, duas pessoas caminhavam na beira da água. Uma estava com a mão cheia. Fiquei observando. O cara catava as conchinhas, restos de corais e sei lá mais o que da beira da água! Todo-mundo-sabe que não se deve tirar nada da praia, apenas observar sua beleza. No máximo, tirar uma foto.
concha.jpgTive que contar até cem para não ser desagradável e ir falar com ele. Ao mesmo tempo, não me conformava! Como pode? Você via que não era uma pessoa sem estudo que estava caminhando na beira da água. Mas nem por isso deixava de ser ignorante, no sentido literal da palavra. Sugiro que as prefeituras coloquem placas na praia dizendo o que não é permitido – em Fernando de Noronha é assim. Ou alertando sobre os riscos dessas ações. Seria mais uma educação ambiental.
Ainda bem que o molusco, dono dessa concha da foto, era esperto, pois estava no mar. Caso contrário, tenho certeza que o rapaz pegaria para levar para a casa. Mesmo habitada! Deixei o bichinho na beira da água para tirar essa foto – teria que dividir essa beleza aqui no blog. Depois, devolvi no lugarzinho que encontrei. Aliás, me arrependo de não ter colocado lá no fundão do mar. Assim, a chance de alguém levar a concha para casa seria menor.
É, minha gente. É preciso saber admirar.

Pra que tanta embalagem?

Comprei uma sandália nova – linda e em super promoção, diga-se de passagem. Bom, entendo que comprar é uma afronta ao meio ambiente – já que estamos consumindo recursos ao ter tal ação. Mas, como sou econômica, na maioria das vezes adquiro o que necessito. Agora, algumas coisas não precisavam vir junto com o produto.
Alguém me explica: por que as caixas de sapato estão repletas de papel dentro? Para que embrulhar a sandália em tantos, mas tantos papéis? Não tolero nem aquele bolinho de papel, que colocam onde deveria estar o pé, para deixar a sandália “no formato”.
O que fazer para as empresas entenderem o desperdício?
Uma amiga adora uma bolacha – biscoito para os cariocas – carinha, aí. A bolacha vinha em um pacote e cada unidade embrulhada em saquinhos diferentes dentro desse pacote. Além disso, a embalagem tinha uma base de plástico para proteger o produto.
Minha amiga, cansada de pagar caro pela bolacha, começou a encher o saco da empresa. Ela sugeriu que parasse de embrulhar cada bolacha individualmente – o que, convenhamos, é tão desnecessário quantos aos papéis do sapato. Isso diminuiria o custo do produto para o consumidor final e pouparia o meio ambiente. O argumento deu certo. Eis que, passado um tempinho, a empresa aboliu essa embalagem individual. Pense nisso.

Está chegando a Hora do Planeta!

Anote na agenda. Dia 27 de março, às 20h30, é a hora de apagar todas as luzes por 60 minutos e se juntar à Hora do Planeta. Trata-se de um protesto mundial contra o aquecimento global, organizado pela ONG WWF.
De acordo com a instituição, em 2009, 113 cidades brasileiras participaram do movimento. Ícones como o Cristo Redentor, a Ponte Estaiada, o Congresso Nacional e o Teatro Amazonas ficaram no escuro. Já coloquei meu nome entre os participantes. Faça o mesmo neste link. E, para saber mais, clique aqui também.

Supermercados lutam contra as sacolas plásticas

Na guerra contra as sacolas plásticas, os supermercados foram um dos mais criticados. Afinal, eles são os maiores provedores da sacolinha para o lar. No exterior, algumas redes cobram por cada sacola plástica. O que ajuda a poupar o meio ambiente e o investimento da empresa.
Em terras tupiniquins, o Walmart Brasil anunciou que estenderá para as lojas das regiões Sudeste e Centro-Oeste o programa “Cliente Consciente Merece Desconto”. O projeto-piloto começa no Walmart Osasco, Tamboré e Morumbi. Em dois meses, quer atingir todas as 436 lojas do país.
O programa devolve ao consumidor o valor de custo da sacola não utilizada na compra. O desconto de R$ 0,03 por cada sacolinha será calculado diretamente no caixa. O valor corresponde ao custo unitário da sacola ou a cinco itens adquiridos – quantidade média de produtos embalados em uma sacola, segundo estudo do Instituto Akatu. Em uma compra de 200 itens, o cliente “ganhará” R$ 1,20. E caso leve para casa menos de cinco itens, também recebe o desconto referente a uma sacola.
O “Cliente Consciente Merece Desconto” já funciona nas lojas do Nordeste e Sul do País. De acordo com a empresa, o programa tirou do meio ambiente 16,6 milhões de sacolas plásticas e concedeu R$ 498.000 em descontos. Além do programa, também em 60 dias todas as lojas terão um caixa preferencial para quem não usa os sacos plásticos.
Já o Grupo Carrefour Brasil disse que eliminou o uso das sacolas plásticas na sua unidade de Piracicaba, interior de São Paulo. Para estimular os clientes, a loja em questão distribuirá, gratuitamente, sacolas retornáveis até 31 de março e oferecerá opções para compra – entre R$ 1,90 a R$ 15, sendo que uma delas, vendida a R$ 2,90, tem capacidade para 35 quilos. O cliente também terá à disposição caixas de papelão gratuitas para poder acondicionar as compras.
As lojas da rede na França, China e Polônia já não oferecem a sacola plástica tradicional. Segundo a empresa, o lixo da loja de Piracicaba passará a ser jogado em sacos plásticos reciclados de garrafas PET. Até 2014, a rede quer dizer adeus às sacolas plásticas tradicionais.
Quantas sacolas plásticas usamos?
A Associação Brasileira de Supermercados (Abras) estima que o Brasil consome a cada ano cerca de 12 bilhões de sacolas plásticas tradicionais. Em outras palavras, cada brasileiro utiliza em torno de 66 unidades por mês. Essa embalagem demora cerca de 400 anos para se decompor.

Sortudos ganharam a série completa do documentário “Planeta Terra”!

planetaterra.jpgTchan, tchan, tchan, tchan… Semana passada, anunciei que sortearia três caixas da megaprodução “Planeta Terra” – gentilmente, cedidas pelo pessoal do Discovery Channel. Saíram os ganhadores!
Antes de dizer os nomes, explico como foi realizado o sorteio. Entrei neste site. Em seguida, escolhi para sortear uma pessoa por vez que seguisse o Twitter http://twitter.com/isisrnd. O intuito era presentear os seguidores que “retuitaram” a mensagem: “Quer ganhar a série “Planeta Terra”? O Xis-Xis está sorteando 3 caixas! Dê RT neste tweet p/ concorrer! http://migre.me/nakc“.
E… os vencedores são:
1. @mabegalli
2. @marinhobrandao
3. @carlasoffi
Parabéns! Para os que não foram sorteados, aguardem mais novidades. Quem sabe descolo outros presentes tão bacanas quanto este para dar aos leitores do blog e do Twitter? Lembrando que, nesta quinta-feira, estréia a nova série “Vida” no Discovey Channel – dos mesmos produtores do “Planeta Terra”. Boa sessão pipoca.

Conheça o Canyon Guartelá. Mas o que é um cânion?

Um cânion é um vale profundo com encostas quase verticais. Muitas pessoas acreditam que eles foram formados por terremotos que abriram a terra. Nada! A maioria deles foram “criados” devido a ação de rios. No caso do Canyon Guartelá, por exemplo, o rio Iapó possivelmente escavou aos poucos o terreno. O que causou a erosão vertical. Claro que o deslocamento de placas tectônicas, ao elevar parte de montanhas, pode ajudar no processo. Veja que belezinha:

O Canyon Guartelá possui, aproximadamente, 32 km de extensão. Ele está localizado entre os municípios de Tibagi e Castro, na região de Campos Gerais do Paraná. O rio Iapó, que citei, nasce no planalto e deságua no famoso rio Tibagi – que dá nome à cidade.
Pesquisei sobre a altura dos despenhadeiros, mas as informações são imprecisas. Alguns pesquisadores dizem ter cerca de 450 metros. Outros, entre 700 e 1.200 metros (?). Olhe, não tenho muita noção de altura. Mas, pelo que vi pessoalmente, 500 metros é completamente viável.
Não caberiam neste post, todas as fotos que tirei do local. Mas digo que a paisagem é bem diversificada. Pesquisadores encontraram espécies da Mata Atlântica, da Caatinga, do Cerrado, da vegetação de banhados. Talvez, por isso, o lugar parece mágico. Como se fosse uma fenda no tempo.
guartela.jpg
Origem do nome
Existem várias “estórias” sobre o nome “Guartelá” – divirta-se aqui. Eu prefiro a história de amor entre índios de tribos inimigas. Era uma vez… Há muitos anos, duas tribos rivais que habitavam a região. O cacique Iapó prometeu sua linda filha Potiraré ao Deus Tupã em troca de caça e de pesca.
despenhadeiro.jpgUm dia, ao banhar-se nas águas de uma fonte, Potiraré foi surpreendida pelo jovem guerreiro Itamuru – da tribo rival. Ele, que primeiro tentou assassiná-la, se apaixonou pela moça. Quando o pai dela descobrir o amor, trancou-a em uma gruta e disse: “Guarda-te-lá, que lá ele bem fica”. O jovem Itamuru, inconformado, lutou para ter sua amada.
Para impedir o avanço dos guerreiros, o Deus Tupã lançou um forte raio abrindo a terra ao meio e fazendo com que violentas águas não permitissem a passagem dos índios. Somente o guerreiro Itamuru conseguiu vencer os abismos e as corredeiras, fugindo com sua amada.
A revolta do Deus Tupã foi tão grande que ele lançou outro raio, petrificando Itamuru. Potiraré, ao ver seu amado estendido, chorou por muitas luas. Até que suas lágrimas formaram uma enorme cachoeira que atravessou o corpo petrificado do seu amado. Com remorso por ter impedido esse amor, o cacique Iapó, então, atirou-se às corredeiras do rio que lá passava, desaparecendo para sempre.
Obs.: Olha a doida aí, eu, na pontinha do precipício tomando a maior chuva até ser retirada do cânion pelos guias, junto com os outros andarilhos. Estava começando o maior temporal. Confesso que, depois disso, voltei morrendo de medo dos inúmeros raios. Eu, hein.

O 6º maior Canyon do mundo fica no Paraná!

A cerca de sete horas de viagem de São Paulo, uma surpresa aparece ao fundo da PR-340 cercada pelas infinitas plantações de milho e soja: o Canyon Guartelá! Da estrada, apenas os mais atentos conseguem ver a parte de cima dele. E, tristemente, observar que os agricultores plantam até o limite do despenhadeiro. A floresta nativa de Araucária foi despedaçada… Mas, ao que parece, nem tudo está perdido.
O Canyon Guartelá possui, aproximadamente, 32 km de extensão! Veja um filme da cachoeira Ponte de Pedra de 200 metros de altura, no despenhadeiro do cânion, que fiz no início de um temporal:

Podemos visitar o cânion de pertinho pelo Parque Estadual do Guartelá. E de graça! Ele foi criado no município de Tibagi, em 1992. Possui uma trilha de, aproximadamente, 2,5 km, sinalizada e com monitores espalhados ao longo dela – com recursos para grávidas e cadeirantes.
panelões.jpgNessa trilha, podemos observar o despenhadeiro por dois mirantes, entrar nos “Panelões do Sumidouro” – buracos no percurso da cachoeira que formam hidromassagem natural – e andar entre a floresta de araucária. Há uma outra trilha, possível apenas com guia, que leva às pinturas rupestres de 4 mil anos.
começotrilha.jpgAtualmente, antes de iniciar o percurso, é obrigatório conferir um vídeo no “Centro de Visitantes” sobre a fauna e flora do Paraná e sobre a conservação do meio ambiente. Além dessa atenção com a educação ambiental, outra notícia boa. O Instituto Ambiental do Paraná (IAP), que administra o parque, quer aumentar a área de 690 hectares para 2,69 mil. Maravilha! Fico na torcida.
O parque é uma das 64 unidades de conservação do Paraná – 27 abertas à visitação como o de Vila Velha. Para saber mais sobre como chegar ao Parque Estadual do Guartelá, clique aqui.
Obs.: A foto acima mostra os “Panelões do Sumidouro”. Ao lado, o começo da trilha.

Cientistas descobrem um sexto paladar: a gordura!

Os pesquisadores Russell Deakin Keast e Jessica Stewart, da Deakin University (Austrália), em parceria com colegas australianos e neozelandeses descobriram que os humanos podem detectar um sexto sabor: o da gordura. Eles também perceberam que as pessoas com alta sensibilidade ao gosto da gordura tendem a comer menos alimentos gordurosos. Logo… elas têm menor probabilidade de serem obesas. Os resultados da pesquisa foram publicados na edição do dia três do British Journal of Nutrition.
Deve ser por isso que minha mãe é magra… E confesso que não gosto de comidas pegajosas de tanta gordura! O cientista Keast conta: “Nós sabemos que a língua humana pode detectar cinco sabores – salgado, doce, azedo, amargo e umami (gosto “saboroso” identificado em alimentos ricos em proteínas)”. “Com nosso estudo, podemos concluir que os seres humanos sentem um sexto sabor, a gordura”, afirmou.
Como faz?
A equipe fez uma triagem. A ideia era testar a capacidade das pessoas em saborear vários ácidos graxos comumente encontrados nos alimentos – em geral, em gorduras e óleos. Assim, os cientistas checaram que cada pessoa sente mais ou menos o gosto da gordura. Também perceberam que quem é mais sensível ao gosto consome menos alimentos gordurosos e são mais magrinhos.
Agora, eles querem entender o porquê dessa sensibilidade. Desse modo, esperam ajudar as pessoas a comerem menos gordura. Uma luz no fim do túnel: “Como as gorduras são comumente consumidas, com o tempo pode ser que nosso paladar se sensibilize. Fazendo com que algumas pessoas fiquem suscetíveis aos alimentos gordurosos”, explica. Para ler o artigo, em inglês, clique aqui.

A ciência e o meio ambiente vistos por um olhar atraente e feminino