Notícias paranaenses

araucaria.jpgEnfrentei as quedas de barreira nas rodovias… Crateras e muita lama no asfalto, atalhos de terra! Aproveitei o feriado de carnaval para curtir uma folia no meio das florestas de araucária, lá pelas bandas da minha terra natal: o Paraná. Na bagagem, trago roda de música caipira, cheiro de café da tarde, família, esperança e pé na estrada!
Chegando em Telêmaco Borba – nasci no município chamado Harmonia, que pertencia à cidade – fui recebida por um mundo de borboletas! Azuis, brancas, amarelas, marrons, pinks! Pela primeira vez, vi borboletas dessas cores – e “modelos”. Eram tantas que precisávamos desviar delas na estrada. Aliás, alguém sabe por que as borboletas adoram sobrevoar o asfalto?
Além do encanto pelas borboletas, trago para o blog lugares exuberantes, explicações geológicas, dicas de ecoturismo e lendas sobre a natureza. Também… o PRIMEIRO VÍDEO POST DO XIS-XIS! Agora, além de escrever sobre ciência e meio ambiente, vou postar explicações faladas e entrevistas gravadas sobre esses temas! O melhor – que pode ser o pior – tudo de prima. Sem texto decorado, sem ler, sem edição. Ai, ai…
É isso aí. Desta quarta-feira de cinzas, espero que o ano de 2010 venha MUITO bem!

Por que está chovendo tanto?

Não é culpa do aquecimento global. Ao menos foi o que três meteorologistas me disseram em pré-entrevistas – para a televisão a gente entrevista a pessoa por telefone antes de falar, pessoalmente, com microfone. Eles disseram que não dá para afirmar que as chuvas de hoje já são consequência do aquecimento global. Mas eles têm certeza de que a “culpa” é do danado “El Niño”.
De acordo com o Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC), o El Niño é um fenômeno atmosférico-oceânico caracterizado por um aquecimento anormal das águas superficiais no oceano Pacífico Tropical – na altura da Linha do Equador. Esse aquecimento pode afetar o clima global mudando os padrões de vento. O que, por sua vez, atinge os regimes de chuva das regiões tropicais.
Resumindo de maneira bem simplista, a água do mar aquece lá no Equador. Forma nuvens. O vento empurra elas para cá. E, aqui no Sudeste, elas nos molham. Mas… nem sempre foi assim. O El Niño já deixou o clima do Sudeste equilibrado.
Segundo alguns pesquisadores, talvez por ter chovido muito lá no Norte do Brasil no início do ano passado – lembram-se das inundações? – há mais águas para evaporar. E vir parar aqui no Sudeste. Assim, cada vez que aparece, sua intensidade pode ser diferente.
O El Niño pode ocorrer entre 3 e 7 anos. E, ter duração de um ano. Por isso muitas águas ainda irão rolar. Para entender melhor o fenômeno, apesar da linguagem técnica, encontrei uma animação no site do CPTEC. Veja aqui.
Bom, o fenômeno foi batizado como El Niño pelos pescadores do Peru e do Equador em referência ao Niño Jesus – ou Menino Jesus. Isso porque as águas ficam mais quentes nesses países perto da época de Natal. Agora, sabendo disso, deixemos o aquecimento global para outra conversar de bar. Fui tomar chuva!

Extraordinárias fotografias da natureza

fotografo cópia.jpgEste post é para começar a semana inspirada! Alguns momentos revelam a extraordinariedade do meio ambiente ao serem capturados. Encanta. Tenho a impressão que nos faz voltar a uma espécie de princípio perdido.
Para alegrar nossa visão, separei sites de dois fotógrafos brasileiros: Adriano Gambarini e Araquém Alcântara. Entre seus trabalhos, estão os momentos – claro, únicos – “retirados” da natureza. Quer relaxar um pouco? Visite o site de ambos clicando nos nomes.
Beijo, boa semana quase carnavalesca.
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Alô. É do árvore delivery?

disque arvore.jpgQuando estive em Recife, nem fiquei assustada com a visível violência. Já tinham me avisado. Aliás, achei a cidade uma mini São Paulo, mas com um belíssimo mar povoado de tubarões. O único detalhe que não esperava – bobinha – era o calor. Ô cidadezinha quente! Parecia que iria derreter junto com aquela onda de calor que sobe do asfalto e turva a nossa visão.
Só que, dia desses, descobri que “Récife” tem um serviço bárbaro: o “Disque Árvore”. Quem quiser plantar uma árvore, sem gastar um tostão, basta ligar para o 156 e… pronto! Uma belíssima espécie nativa zerinha em folha estará mais perto de você. Não é divertido?
Quem faz o serviço pesado é a prefeitura. Ela possui uma sementeira com mais de 4,5 mil mudas de 55 espécies prontas para serem plantadas. Segundo matéria que li no site “Observatório do Recife” – um movimento da sociedade -, a sementeira recebe cerca de 350 solicitações de plantio de árvores por mês. Pouco, não, para uma cidade com mais de 3,5 milhões de habitantes?
Bom, como deve ser, a prefeitura planta e faz a manutenção das árvores. O que resta da poda é usado como adubo. E, assim, aquela cidade quente, mas quente, se torna mais agradável. Mais fresca e silenciosa – as árvores ajudam a conter o ensurdecedor ruído da cidade. “As árveres somos nozes”.
Obs.: Li em algum lugar que, entre essas árvores, estão algumas exóticas. Pô, não vale plantar árvore de outro lugar na cidade, né? Todos sabem que isso não é bacana – o Rio de Janeiro, por exemplo, está substituindo as árvores exóticas pelas naturais da região. E, pelo que entendi, a imagem acima foi elaborada pelo blog Plante Árvores.

São Paulo tem, agora, o Dia do Design Sustentável

camada de ozonio.jpgA designer Patrícia Penna organiza o evento Design na Brasa para discutir o design sustentável. Desde 2009, ela tenta incluir no calendário da cidade de São Paulo o… Dia do Design Sustentável. Este ano, conseguiu! Será todo 16 de setembro – mesma data destinada ao Dia Mundial da Proteção à Camada de Ozônio. Afe, quanto dia! O projeto de lei é do vereador Penna (PV). “O dia 16 de setembro foi escolhido, exatamente, para estimular a reflexão sobre a influência da forma de produção do modelo capitalista no meio ambiente”, disse ele.
Mas o que é design sustentável?
De acordo com a Patrícia, são produtos economicamente viáveis, socialmente justos e ambientalmente corretos. Pode se enquadrar no quesito, por exemplo, produtos que utilizam menos matéria-prima e energia na sua fabricação. “É da responsabilidade de quem projeta e de quem produz fabricar bens de consumo e incentivar práticas que levem em conta a proteção ao meio ambiente, a preservação dos recursos renováveis, alternativas sustentáveis aos recursos não-renováveis e a preocupação com as gerações futuras”, está escrito na justificativa da respectiva Lei 494/2009.
Por que dia 16 de setembro é o da Camada de Ozônio?
Nesse dia e mês de 1987, foi ratificado o Protocolo de Montreal. Ele reduziu a produção e o uso de gases clorofluorcarbonetos (CFCs) que destroem a camada de ozônio. Quando esses gases foram descobertos antes da Segunda Guerra Mundial, fizeram sucesso. Os cientistas achavam que eles refrigeravam sem interagir com nada. Até que, passadas décadas, descobriu-se que os CFCs interagiam com moléculas de ozônio da alta atmosfera. Assim, destruindo a camada que protege a Terra dos raios solares nocivos.
Obs.: A imagem acima mostra o tamanho do buraco na camada de ozônio, em 2007. A Nasa publica imagens do buraco, dia a dia, desde 1979. Veja aqui.

A ciência por trás da TV

3219352526_5f2fc6073a.jpgAtualmente, estou trabalhando no fantástico mundo da televisão. É incrível a força e o alcance que a TV tem. Basta lembrar da pesquisa do Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel). Ela constatou que cerca de 98% dos lares brasileiros contam com ao menos uma televisão. Desses, 2% não possuem geladeira.
E “fazer televisão” é indescritível. As imagens completadas pelos textos apenas, às vezes, pedem uma música. A imagem em movimento é forte. Tente lembrar de algo que viu na TV quando era pequeno… Inesquecível, a televisão.
Mas quem fez, literalmente, televisão foram os cientistas. Um inventou um treco, outro um barato e, ao final, nasceu o iconoscópio! Não sabe o que é isso? O fazer televisão resume como funciona a ciência. Uma peça que se encaixa na outra até podemos ver seu brilho. Acompanhe a história – científica – da TV comigo:

  • 1817 – O químico sueco Jakob Berzelius descobre que uma corrente elétrica modifica o elemento químico selênio;
  • 1838 – O pintor, editor e inventor americano Samuel Morse – hã, hã – pesquisava o eletromagneto – a “coisa” se magnetiza por meio da passagem de uma corrente elétrica. Um belo dia, com isso, ele inventou o telégrafo;
  • 1873 – O telegrafista irlandês Joseph May resolve melhorar as transmissões telegráficas prejudicadas pelo enfraquecimento dos sinais. Viu que o selênio transmitia os impulsos elétricos com maior intensidade dependendo da sua exposição à luz. Era o princípio da célula fotoelétrica – conversão de luz em corrente elétrica;
  • 1879 – O americano Thomas Edison lidera um grupo de pesquisadores que testa um filamento de papel carbonizado que brilhava por dias. Daí… inventou a lâmpada! Que mais tarde evoluiu para válvulas de televisão;
  • 1880 – O inventor francês Maurice Leblanc criou um sistema que projetava uma imagem atrás da outra. Assim… elas pareciam se movimentar;
  • 1884 – O estudante alemão Paul Nipkow criou um transmissor mecânico. Tratava-se de um disco de ferro com furos eqüidistantes dispostos em espiral. Ao girar o disco, a imagem de um objeto era quebrada em pequenos pontos. Mas, se a velocidade do giro fosse alta o suficiente, a imagem exposta atrás dos buracos voltaria outra vez à forma original;
  • 1884 – No mesmo ano, o físico alemão Heinrich Hertz – hã – prova a existência de ondas eletromagnéticas. E, ainda, que elas podem ser medidas;
  • 1901 – O italiano Guglielmo Marconi constrói um aparelho que codifica as ondas eletromagnéticas em sinais elétricos. O princípio do rádio. Mas há quem conteste. O gaúcho Padre Roberto Landell de Moura teria, três anos antes, inventado o rádio. Acontece que sofreu muito preconceito – saiba mais aqui;
  • 1901 – O russo Boris Rosing pesquisa tubos de imagem;
  • 1920 – O americano Charles Jenkins cria um disco perfurado que captava e transmitia imagens. Enquanto isso, o inglês John Lodgie Baird conseguiu o mesmo feito;
  • 1923 – O russo naturalizado americano, Vladimir Zworykin, inventa o iconoscópio – um tubo a vácuo com uma tela de células fotoelétricas. Quatro anos depois, transmite imagens a uma distância de 45 quilômetros trabalhando para a Radio Corporation of America (RCA). Na mesma época, John Baird faz uma demonstração de transmissão de imagem na Inglaterra. A British Broadcasting Corporation (BBC) o contrata;
  • 1931 – A RCA tem sua antena e os estúdios da National Broadcasting Corporation (NBC), no ultimo andar do Empire State, em Nova York;
  • 1935 – a França constrói sua antena no alto da Torre Eiffel;
  • 1936 – A BBC transmite a coroação do rei Jorge VI.

A partir de 1940, a TV se firma com sistema totalmente eletrônico. Em 1953, a imagem é enviada “a cores”. Em 1962, o satélite Telstar I permitiu a primeira transmissão, experimental, entre os Estados Unidos e a Europa – “ao vivo”. Para o Brasil, a primeira transmissão ao vivo se deu em 20 de julho de 1969. O que aconteceu nesse dia? O homem pisou na Lua. Quem viu, não esquece.
Obs.: Quer ver uma transmissão com minha matéria? Clique aqui. Lembrando que, sábado às 10: 30 h da manhã, participarei de um painel sobre blogs de ciência na Campus Party. Transmissão ao vivo e a cores, aqui. O texto escrevi com base no livro “O Texto na TV”, da jornalista Vera Íris Paternostro, Editora Campus.

Discussão sobre blogs de ciência na Campus Party

tituoan.jpgEnfim, amantes da ciência, estamos saindo da marginalidade! Haverá um painel intitulado “Blogs de ciência” – hã, hã – na Campus Party – entenda mais sobre o evento aqui. Falaremos sobre “a consolidação do uso da blogosfera na divulgação científica e o fomento de debates sobre questões como sustentabilidade, aquecimento global e doenças epidêmicas”.
O moderador da mesa será o blogueiro Carlos Hotta. Participarão da discussão os colegas: Tatiana Nahas, Atila Iamarino, Reinaldo Lopes e yo! Acontecerá sábado, dia 30, às 10:30 da matina. Se você não puder vir pessoalmente, creio que será possível acompanhar pelo site do evento. Vamos prestigiar a ciência!
Bom, agora seguindo para a autopropaganda – dizem que é a alma do negócio. Domingo, dividirei a telinha com o colega de blogs e redações Igor Zolnerkevic. Falaremos, às 6:30 horas da manhã – concordo que é cedo -, sobre Jornalismo Científico. Fomos entrevistados pela TV São Judas. Será transmitido no Canal Universitário.
E… segundona… Estarei de novo na telinha! Dessa vez, como “tuitera” do Roda Viva, na TV Cultura, às 22 horas. O artista francês, nascido no Marrocos (!), Titouan Lamazou será o sabatinado. O campeão mundial de regata oceânica descobriu que poderia velejar e “explorar”. Durante sete anos pelos cinco continentes, fotografou, desenhou, pintou, filmou e escreveu sobre diversas mulheres do mundo. O trabalho dele é belíssimo – imagem que ilustra este post. Transmite nossa feminina diferença cultural e étnica que dá vida ao planeta.

Onde reciclar as embalagens de longa vida?

Se a reciclagem não vai até você, você pode ir até ela. A pé, de preferência. Uma leitora do blog indicou este site que mostra qual lugar recebe embalagens de longa vida para reciclagem mais perto de você. Basta digitar o endereço que ele faz uma rota no mapa.
Eu testei capitais como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Curitiba. O mapa mostrou cooperativas, lugares que compram embalagens e pontos de entrega voluntária. Ao lado esquerdo do site, o link “outros materiais” leva à página da associação Compromisso Empresarial para Reciclagem (Cempre). Lá, vale uma xeretada na parte “acesso rápido”, do lado direito.
Se onde você mora não há recolhimento de coleta seletiva pela prefeitura, a sugestão é fazer uma lixeira coletiva com os vizinhos. Uma vez por semana, leve o material para os pontos de recolhimento. Se tem gente que compra o “lixo”, dá até para ganhar um dinheirinho – bem pequenininho – e tentar reverter em algo para o prédio ou ao bairro.
Curiosidade: Você sabia que a tecnologia para separar o plástico, o alumínio e o papelão das embalagens de longa vida foi inventada no Brasil? Acredite se puder.

Primeiro prêmio de física!

Este post é voltado aos físicos e amantes da área. O Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF) – dê uma olhada na revista de divulgação científica deles – abriu inscrições para a primeira edição do Prêmio CBPF de Física. Ele será concedido a um pesquisador que não pertence à instituição e, claro, que tenha realizado trabalho científico de excelência na área.
Ricardo Galvão, diretor do CBPF, disse que que ideia da premiação instituída na celebração do sexagésimo aniversário do instituto, em outubro: “É reconhecer descobertas e desenvolvimentos singulares que tenham impulsionado o conhecimento na área de física. Por essa razão o Prêmio CBPF não será concedido para coroar cientistas pelo conjunto da obra, mas sim para reconhecer trabalhos e pesquisas seminais”.
Os candidatos – nesta primeira edição patrocinado pela empresa Lasertools Tecnologia Ltda – deverão ser indicados por cientistas reputados na comunidade científica até 19 de março. As indicações serão analisadas pela Comissão do Prêmio, integrada por cientistas indicados pela Sociedade Brasileira de Física (SBF) e pelo Conselho Técnico-Científico do CBPF. O vencedor será conhecido em maio. A entrega ocorrerá em julho. Mais detalhes sobre o Prêmio podem ser conferidos no edital.

Papéis ao vento…

Pensei… antes de escrever este post… Na realidade, antes de confessar, pela primeira vez, que eu faço uma coisa que alguns poderiam considerar ridícula. Cá entre nós – que ninguém nos ouça: “Eu escrevo poesias, citações ou frases como ‘tenha um bom dia’ em papéis que por ‘n’ motivos não seriam utilizados pela reciclagem e os coloco dentro do ‘lixo’ de coleta seletiva”. Falei!
Tudo começou quando estava revendo algumas matérias jornalísticas minhas do passado. Ainda na faculdade, fiz uma reportagem para a TV Mackenzie sobre os catadores que trabalham em uma cooperativa instalada na Luz. Apurei, entrevistei, fiz a passagem – momento em que o repórter fala olhando para a câmera – e acompanhei a edição.
Durante a entrevista, os catadores contaram suas histórias de vida. A maioria deles se dizia muito feliz por ter um trabalho – lembro-me de um homem dizendo que, com o emprego, conseguia pagar o aluguel, ter onde morar. E, claro, entendiam que seu papel ajudava a preservar o meio ambiente. O que dava uma satisfação pessoal.
Aliás, que papéis lindos eles criavam! Além de separar o coletado para vender para as fábricas de reciclagem, eles produziam blocos, cadernos, folhas de papel reciclado. Indiquei para um primo. Que adorou e lá encomendou o convite de casamento – por sinal, bem mais barato do que as empresas cobravam. Noivas, anotem a ideia.
Passados alguns anos, separando o lixo para a reciclagem, tive uma luz. Ô bom humor! Escrevi algumas mensagens como “desejo um lindo dia” e coloquei na coleta seletiva. Discretamente. Sem ninguém em casa perceber. Repeti a ação outras vezes.
Será que alguém leu? Será que o recado tornou o dia da pessoa mais feliz? Será que estimulou a leitura no outro? Porque me senti sorrindo por dentro. Agora, percebo que isso remete a algo da Amélie Poulain. “São tempos difíceis para os sonhadores”, citaram durante o filme.

A ciência e o meio ambiente vistos por um olhar atraente e feminino