22 de março – Dia Mundial da Água

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O Dia Mundial da Água foi instituído pela Organização das Nações Unidas em 1992, no Rio de Janeiro, durante a Eco-92. O dia 22 de março foi escolhido para as comemorações, e deve estar em confluência com os objetivos da Agenda-21, principalmente com o capítulo 18, que fala sobre o desenvolvimento e o manejo dos recursos hídricos.

Este ano, o tema para discussões no dia mundial da água é “Transboundary water: shared water, shared opportunities“, que, em uma tradução pessoal, seria “águas que cruzam fronteiras: dividindo água, dividindo oportunidades”.

“Whatever we live upstream or downstream, we are all in the same boat.”

Segundo a ONU, em 60 anos, aconteceram mas de 200 acordos internacionais para uso e divisão de águas que cruzam fronteiras e apenas 37 casos nos quais houve violência, mostrando que a cooperação, não o conflito são mais comuns nestes casos.

Água é um bem natural, do qual dependemos para sobrevivência direta e indireta. Precisamos de água para manter práticas agrícolas, pecuária. Precisamos de água em indústrias, para nosso lazer e higiene pessoal.

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Tsiribihina River, Madagascar. Photo: Swiatek Wojtkowiak. Clique aqui para ver mais fotos como esta.

De toda a água existente no planeta, apenas 2,5% são água doce. Destas, 68,9% (climate change permit) estão em geleiras e coberturas de neve permanentes (como no Himalaia, por exemplo); 29,9% estão em aquiferos (como no Aquifero Guarani); 0,3% está em lagos e rios (e apenas esse tanto é renovável); e 0,9% estão em outros (como solo, nos seres vivos, etc.).

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 Distribuição de água no mundo. Imagem por Shiklomanov. Disponível em UNESCO.
No Brasil encontra-se 12% da água doce do mundo. Por isso mesmo há necessidade de uma gestão de recursos hídricos exemplar. Segundo a ANBA, o país apresentará este mês, na Turquia, seu plano de manejo, que inclui o gerenciamento conjunto das bacias hidrográficas (na qual participam governos municipais, estaduais e federal, usuários, universidades, ONGs, etc, além de outros planos de caráter regional.
Dividindo água, dividindo oportunidades me faz lembrar de dizer que dividir não é desperdiçar, e que devemos planejar o consumo consciente de água, mesmo estando em um país privilegiado em relação à disponibilidade de água doce. Portanto, algumas dicas:
+ Não lave calçadas, quintais, carros, etc. sem antes pensar na real necessidade disso. Pense antes em alternativas que ajudem a evitar o desperdício.
+ Feche torneiras enquanto escova os dentes, ensaboa louças ou roupas.
+ Desligue o chuveiro enquanto estiver se ensaboando.
+ Conserte o mais rápido possível torneiras que ficam pingando. 
+ Olhe atentamente sua conta de água e verifique se não há nenhum gasto que lhe pareça absurdo nos últimos meses. Isso pode significar que você tem um vazamento sério.
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Saiba mais:
Em inglês:
Em português:

Cintura de plástico

Ontem eu estava cozinhando (eu adoro cozinhar) e me vi cercada por plásticos. Era o plástico que embalava as vagens, o plástico em embalava as cenouras, o plástico da garrafa de leite, uma sacolinha que eu nem consegui identificar de onde veio, duas sacolas que os feirantes usaram para colocar os sacos de vagem e cenoura, que depois eu coloquei na minha sacola de ráfia, mas já era tarde demais.
E isso me fez lembrar da sopa de plástico do Giro do Pacífico Norte, que eu publiquei, atônita, há um pouco mais de um ano atrás.
Consegui os endereços da pessoa que fotografou aquela tartaruga, não se preocupe se você não se lembra, vou colocá-la novamente aqui. E, descobri que além da dita fotografia conhecidíssima, também existem outras, que ajudam a contar uma história.
O fotógrafo em questão é um herpetologista, Dino Ferri, que na época trabalhava no Audubon Nature Institute, em New Orleans.
Imagine-se no lugar deste pesquisador. Conta Ferri que em um dia normal de trabalho, chegou um garotinho com uma caixa na mão. Ele tinha resgatado aquela tartaruga na praia e queria saber informações sobre ela, gostaria que o aquário do instutito cuidasse dela.
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A tartaruga, identificada como uma “snapping turtle“, foi submetida a uma série de exames que mostravam como um pequeno círculo de plástico, provavelmente de uma embalagem de refrigerante, poderiam interferir no crescimento do animal. As imagens eram chocantes.
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Exames de raio-X mostravam que nossa pequena tartaruga era uma fêmea e estava gravidíssima. Os ovos podem ser vistos nesta imagem como esferas brancas na parte posterior do animal, espremidos no espaço anterior ao anel plástico. Muitos ovos (como compete a uma tartaruga de respeito).
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A capacidade de reprodução de indivíduos de uma espécie diz muito sobre a saúde da espécie como um todo. Espécies que conseguem gerar descendentes férteis continuam na luta pela sobrevivência. As que não conseguem, se extinguem. Se um organismo consegue se reproduzir, as chances de que os descendentes deles carregem características que os possibilita sobreviver de modos inóspitos, como com um anel plástico envolta do corpo pode ser boa.
Infelizmente, nenhum dos filhotes sobreviveu.
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Use plásticos conscientemente. Evite quando possível. Dê a destinação adequada para o seu lixo. Não jogue lixo em vias públicas, praias, lixões ilegais.
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Imagens por Dino Ferri.
Saiba mais:
Brontossauros em meu jardim

Best life

Women in Science – Margaret Mee and Maria Werneck de Castro

This is the english version of a post written in portuguese, which can be found here.
In order to celebrate the International Women Day, I am writing stories about women in Science. Today I want to tell the story of not one but two female artists that contributed a lot for studies in Botany: Margaret Mee and Maria Werneck de Castro.
Margaret Mee was born in England and came to Brazil with her second husband. Her curiosity and spirit of exploration, helped her to fall in love with Brazilian flora and to start illustrating a huge number of plant species in the Atlantic Forest for São Paulo’s Botany Institute between 1958 and 1964. Between the years of 1964 and 1988, she explored the Amazon forest, where she fought against hunger, sickness, and problems with indigenous population and loggers to bring back hundreds of watercolour illustrations of tropical plants and many other sketches.
Mee’s illustrations are still used by plant scientists in order to identify, describe and study plants. She is internationally acclaimed for the scientific value of her notes and illustrations. This year we celebrate the artist’s 100th birthday.


Maria Werneck de Castro started drawing human anatomy and pathologies working at Manguinhos Institute at Rio de Janeiro. In 1958, she was transferred to Brasilia, the recently built Brazil’s capital, that was still being paved at the time. It was there where she felt in love with the cerrado, the Brazilian savanna. Fighting against the heat, the scolding sun and insects, Maria Werneck captured beautiful images of the local vegetation, drawing it for the scientists of the Botany Department of Brasilia.
Maria Werneck donated her originals to the National Library so they could be available to researchers, that still use her work as reference.


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Learn more about
Margaret Mee
Royal Botanic Gardens, Kew
Maria Werneck de Castro
Notebooks from Brazil’s cerrado

Bom dia ScienceBlogs! – Good morning ScienceBlogs!

Sabe o que é ser parte da maior comunidade de blogs de Ciências do mundo?
Não?
Então seja bem vinda(o)
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Do you know what is to be part of the largest blog community of the world?
Don’t you?
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Vamô pedalá pelado!


Este final de semana rolou um movimento, na Avenida Paulista, chamado Pedalada Pelada. Mais do que um movimento pró-ciclistas, o evento que já ocorre em 150 cidades pelo mundo tem vários objetivos, entre eles, fazer com que as pessoas, pelo menos uma vez no ano, enxerguem quão vunerável são as pessoas que tentam usar a bicicleta como meio de transporte.  
Quem se interessa participa da manifestação, também batizada de peladada, “tão nu quanto você ousar”, ou, na minha interpretação, tão pelado quanto você se sentir confortável. O movimento, que já tem sua segunda edição no Brasil, aconteceu no sábado.
Acho absolutamente fantástico o modo não-violento que os participantes da manifestação se utilizam para expressar-se contra algo tão violento quanto à falta de segurança no trânsito e quanto à falta de planejamento público para com as pessoas que não usam carros. O desrespeito ao ciclista, aos pedestres e aos usuários de transporte público na maioria das cidades brasileiras é absurdo.
Os objetivos da manifestação são vários, e todos, na minha opinião, justos:
+ Pedala-se pelo meio ambiente e contra as emissões de gases do efeito estufa gerados por automóveis;
+ Pedala-se por diversão, porque pedalar é gostoso;
+ Pedala-se para tentar tornar os ciclistas mais visíveis aos olhos dos motoristas desavisados;
+ Pedala-se para chamar a atenção do poder público para a falta de sinalização de trânsito especial para pedestres e ciclistas;
+ Pedala-se a favor dos transportes públicos;
+ Pedala-se pela conscientização do corpo e purificação da mente;
+ Pedala-se pelos pedestres;
+ Pedala-se para conscientizar poder público e governantes para os absurdos de violência no trânsito, e para chamar a atenção dos  tomadores de decisão política e pública para a urgência em se resolver a obsenidade com que são tratados todos os usuários de transportes (e nisso incluem-se pedestres, ciclistas, usuários de transporte público, etc.);
+ Pedala-se com o objetivo de ocupar os espaços públicos.
E, pra quem acha que o movimento é obseno, porque os participantes pedalam pelados, aí vai uma listinha do o que eu acho obsceno:
– Acho obsceno não termos a maior parte das principais vias de trânsito com sinalização para ciclistas;
– Acho obsceno que o transporte público aumente de preço e os jornais não noticiem como uma barbaridade;
– Acho obsceno as pessoas terem tantos carrões, contribuindo para o imenso trânsito que temos nas grandes cidades;
– Acho obscenas as estatísticas de mortes no trânsito;
– Acho obscenas as cenas de infrações no trânsito a que sou exposta todos os dias.
E você? Já respeitou um ciclista e um pedestre hoje? Ajude a mudar as estatísticas
Espero que este evento não deixe de ser um movimento sério para ser apenas uma farra sem motivo. Espero que seja uma festa, mas uma festa consciente.
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Saiba mais:
World Naked Bike Ride
Apocalipse motorizado AQUI ACOLÁ e ALI
+ Vá de bike! +
Catracalivre

Mulheres na Ciência 5 – Lideranças femininas para o meio ambiente

Para fechar a semana de posts sobre mulheres na Ciência, tinha escolhido buscar mulheres que tinham ou têm contribuído para o meio ambiente, que são consideradas líderes ambientais e que de uma forma ou de outra, pressionam por ações na Ciência, na política ou na sociedade.
Pois… depois de pesquisar vi que grande parte do que eu queria dizer já estava dito. André Trigueiro, apresentador do Cidade e Soluções e também comentarista da Rádio CBN falou tudo em sua participação para a Rádio no dia Internacional da Mulher.
Não são mulheres da Ciência no senso mais estrito da palavra, mas são mulheres que agem pressionando todos os lados (o da Ciência, o popular, o político, o social, o econômico, e qual mais lado estiver disponível para ser pressionado.).
Com vocês, as lideranças femininas segundo André Trigueiro (recomendadíssimo!)
Clique aqui

Mulheres na Ciência 4 – Sylvia Earle

Dando continuidade a série Mulheres na Ciência, em comemoração à semana na qual comemoramos o Dia Internacional da Mulher, vou escrever um pouco sobre a “Her Deepness“.
Fui apresentada à Sylvia Earle enquanto assistia a esta palestra do TED:

A paixão com que Sylvia fala de suas experiências mergulhando, como fala da necessidade de preservar os oceanos, como apresenta sua palestra, me fascinaram e me cativaram profundamente. Por essas e outras, minha curiosidade sobre esta pesquisadora cresceu, e sua história é tão dedicada às Ciências que não poderiam ficar fora desta semana de homenagem.
Os pais de Sylvia não tiveram uma educação superior. Sylvia nasceu numa fazenda e desde sempre aprendeu a observar e respeitar a natureza. Aprendeu também a não ter medo do desconhecido, algo que muito provavelmente serve de lição para esta mulher espetacular até hoje.
Como era uma aluna exemplar, era dedicada, estudiosa e tirava notas boas, ganhou uma bolsa para fazer graduação (seus pais não poderiam pagar se ela não tivesse ganhado a vaga). Conseguiu se manter na faculdade porque trabalhou em vários laboratórios durante sua graduação.
Neste período, concluiu que deveria especializar-se no estudo das plantas, pois esse seria o primeiro passo na compreensão de um ecossistema. Fez seu mestrado na Duke University e iniciou suas expedições ao fundo do mar, coisa que nunca parou de fazer. Concluiu seu doutoramento estudando algas pardas (as feófitas), trabalho que gerou frisson na comunidade oceanográfica, devido ao detalhamento com que descreveu várias espécies.
Casada e com três filhas, nunca deixou a família ou a pesquisa, coisa que atualmente é ainda bastante difícil. Em 1979 explorou o fundo do mar em uma região que nenhum ser humano além dela jamais esteve. Logo depois, iniciou uma empresa de engenharia, design e tecnologia para produção de equipamentos para exploração do fundo do mar. Atualmente é exploradora da National Geographic Society, emprego que muita gente gostaria de ter.
Estou doida pra ver sua contribuição de Sylvia para o Google Earth e a ferramenta para a exploração do fundo dos oceanos, introduzidas em fevereiro deste ano, mas ainda não deu tempo.
Todo trabalho e dedicação de Sylvia Earle parece ter apenas um propósito: divulgar os oceanos, preservar esses ambientes e os seres vivos que habitam lá, pregar a importância da conservação ambiental. Estou com ela, e você?
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Saiba mais:
Academy of achievement 
Great women

Mulheres na Ciência 3 – Margaret Mee e Maria Werneck de Castro

Para lembrar a semana na qual comemoramos o Dia Internacional da Mulher, o terceiro post conta histórias sobre mulheres na Ciência e suas contribuições. Hoje, pretendo trazer notícias não de uma, mas de duas mulheres artistas que contribuíram muito para os estudos botânicos: Margaret Mee e Maria Werneck de Castro.
Margaret Mee nasceu na Inglaterra e veio para o Brasil com o segundo marido. Curiosa e desbravadora, apaixonou-se pela flora nacional, ilustando inúmeras espécies da Mata Atlântica entre 1958 e 1964, pelo Instituto de Botância de São Paulo. Entre os anos de 1964 e 1988, dedicou-se a exploração da Amazônia. Fez 15 expedições para a floresta Amazônica. Enfrentou doenças, fome, teve problemas com índios e com madeireiros mas, corajosamente, trouxe de lá ilustrações de centenas de plantas e deixou rascunhos de outras tantas.
Muitos botânicos utilizam até hoje as ilustrações de Mee para identificar plantas, descrevê-las e estudá-las. Margaret Mee é reconhecida internacionalmente e suas anotações e desenhos são consideradas preciosidades na Ciência botânica. Este ano comemora-se 100 anos do nascimento desta artista.
Obras de Margaret Mee estão em exposição na Pinacoteca de São Paulo até dia 15 de março! São só mais quatro dias. Eu fui e vale muito a pena!


Maria Werneck de Castro  começou seus desenhos científicos, principalmente de anatomia humana e patologias, enquanto trabalhava no Instituto Manguinhos, no Rio de Janeiro. Em 1958 foi transferida para Brasília, que neste ano estava recebendo seu primeiro asfaltamento. Lá, apaixonou-se pelo Cerrado. Enfrentando o calor do Cerrado, o sol e os insetos, Maria Werneck capturou belíssima imagens das plantas desse ambiente e desenhou para cientistas do departamento de botânica de Brasília.
Os trabalhos de Werneck tem um valor inestimável para as pesquisas botânicas e é usada por muitos cientistas da atualidade. Maria Werneck doou seus originais à Biblioteca Nacional, para que ficassem à disposição dos pesquisadores.


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Saiba mais sobre 
Margaret Mee
Royal Botanic Gardens, Kew
Ciência Hoje
Maria Werneck de Castro
Notebooks from Brazil’s cerrado
Clube da Orquídea

Mulheres na Ciência 2 – Luisa Villa

No começo da semana comemoramos o Dia Internacional da Mulher. Para comemorar a data, resolvi tentar escrever um pouco sobre o trabalho de mulheres que dedicam sua vida à construir as Ciências e à desenvolver as tecnologias que nos ajudam a compreender melhor o mundo.
Hoje escolhi falar sobre uma doença sexualmente transmissível que poucas pessoas conhecem bem e os estudos encabeçados pela professora Luisa Villa que resultaram em uma vacina para mulheres que previne a doença.
O vírus HPV (Human papillomavirus) é transmitido por contato sexual e pode ser prevenido com o uso da camisinha. HPV é na realidade o nome dado a uma família formada por mais de uma centenas de vírus diferentes. Entre os sintomas relacionados à infecção pelos vírus estão lesões de pele e de mucosa, verrugas na região genital, condiloma acuminado (popularmente conhecido como crista de galo) e alguns tipos de câncer em homens e mulheres.
O câncer do colo de útero, por exemplo, é um tipo de câncer largamente associado à infecção por HPV em mulheres. As notícias são alarmantes: acredita-se que cerca de 70% das mulheres sexualmente ativas deverão contrarir HPV em algum momento de sua vida. O sistema imunitário da maioria destas mulheres será responsável por livrá-las dele. Entretanto, estima-se todos os anos, cerca de 40 mil mulheres brasileiras contraiam o câncer do colo do útero.
A professora Luisa Villa, do Instituto Ludwig, é especialista em infecções por HPV. É uma das criadoras e líderes de uma das maiores pesquisas realizadas com mulheres infectadas pelo vírus e seus estudos possibilitaram avanços significativos em busca da prevenção da doença através do design e desenvolvimento de uma vacina contra HPV.
Seus estudos agora se concentram nas infecções em homens e como se dá o desenvolvimento de alguns tipos de vírus neles. Sabendo como a infecção se comporta, é possível desenhar novas drogas e desenvolver novas terapias.
Mas não se esqueça! Se você é mulher, mantenha em dia sua visita ao ginecologista e exija o exame Papanicolau, que é capaz de identificar a infecção pelo HPV e deve ser fornecido gratuitamente pelo SUS. Se você é homem, consulte um urologista caso apareça qualquer verruga ou lesão nos órgãos genitais. O diagnóstico precoce feito por um profissional da saúde especializado pode prevenir maiores problemas de saúde.
Previna-se! Use camisinha!
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Saiba mais sobre o trabalho desenvolvido pela professora Luisa Villa e seus últimos artigos publicados aqui (em inglês). Na barra da esquerda clique em “Research groups” e depois em “Virology”.

Mulheres na Ciência 1 – Maria Sybilla Merian

Ontem, 08 de março, comemorou-se o Dia Internacional da Mulher. Esta semana vou tentar escrever sobre mulheres desconhecidas ou não, que fizeram ou fazem história na Ciência. Esta foi a maneira que eu encontrei de homenagear todas as mulheres que dedicam parte de suas vidas para desvendar os fenômenos da natureza, que buscam curas para doenças e tentam todo dia fazer o mundo um lugar melhor de se viver.
Para começar, Maria Sybilla Merian, uma mulher sensacional a quem fui sem querer apresentada, enquanto estudava insetos.
Maria Sybilla Merian teve uma vida diferente da vida que se esperava de uma mulher do século XVII. Aos treze anos, em 1660, incentivada pelo padrasto, já desenhava e pintava espécies de plantas e insetos. Conta a história que, nesta época, Maria Sybilla colecionava lagartas na intenção de descobrir no que elas se transformariam. Sem saber ela estava dando um passo que poucos cientistas e naturalistas tinham dado: estava fazendo as primeiras observações de metamorfose.  
Aqui vale uma contextualização histórica: nesta época, a Ciência discutia um problema que ainda hoje incomoda muita gente: De onde viemos?. De um lado, alguns cientistas acreditavam que os seres vivos surgiam de roupas sujas e seres vivos em decomposição. Estes, os adeptos a teoria da abiogênese, acreditavam que na matéria não viva havia um “princípio ativo” que possibilitava o desenvolvimento da vida. De outro lado, os adeptos da teoria da biogênese ainda tentavam identificar de onde vinham os seres vivos por meio de alguns experimentos, pois acreditavam que a vida só se originava de outra vida. Os primeiros experimentos nesse sentido foram realizados por Redi, em 1668, 21 anos após o nascimento de Sybilla mas a discussão só se encerrou mesmo em 1862, com os experimentos de Louis Pasteur.
Maria Sybilla casou-se e teve duas filhas. Numa atitude bastante inusitada para a época, separou-se do marido e mudou-se para Amsterdã depois de ingressar na igreja protestante labadista. Em outra atitude bastante corajosa (e inesperada para uma mulher de seu tempo), embarcou em uma expedição para o Suriname, então colônia holandesa, onde a igreja buscava fiéis. Lá, Maria Sybilla começou a produzir uma das suas mais fantásticas obras: Metamorfose dos insetos do Suriname.

O valor de Maria Sybilla como naturalista e pintora é inestimável. Seu estudo com insetos, animais considerados demoníacos (pois vinham da lama e da sujeira), e suas observações e descrições acuradas possibilitaram a descrição de diversas espécies de borboletas, e descreveram pela primeira vez o processo de metamorfose. Não apenas isso, mas Maria Sybilla foi uma das primeira observadoras de que a vida realmente só surgia de outra vida. Com a descrição completa do ciclo de vida das borboletas, Maria Sybilla pode ser considerada uma das naturalistas que deram credibilidade à teoria da biogênese.
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No lablogatórios, Maria Sybilla já foi assunto aqui