Olá! Fiquei fora por cerca de 20 dias. Por isso… Os últimos comentários entraram no ar apenas hoje. Aos poucos, o Xis-xis voltará completamente ao lugar. E com novidades nordestinas.
Estava de férias – se é que jornalista e blogueiro consegue essa proeza. Viajei pelo litoral de Alagoas e Pernambuco. Passei por praias, cidades, povoados e paisagens como: Maceió, Penedo, Piaçabuçu, foz do Rio São Francisco, São Miguel dos Milagres, Praia do Morro, Praia do Toque, Rio Tatuamunha, Porto de Pedras, Japaratinga, Maragogi, São Bento, Praia dos Carneiros, Porto de Galinhas, Pontal do Cupe, Praia de Muro Alto, Recife, Olinda e – a cereja do bolo – Fernando de Noronha.
Claro que, em todo o percurso, a curiosa xeretou os modos de viver, as especificidades das marés e dos ventos, os comportamentos e as curiosidades da fauna e da flora dos locais. Aos poucos, colocarei tudo aqui no blog.
É encantador ver tanta riqueza natural de perto. Principalmente, aquela derivada do mar e dos rios. Ao mesmo tempo, é triste perceber que tudo isso pode acabar em poucos anos devido à exploração de terras, de pessoas e do turismo depredatório. Falta muita educação ambiental, inclusive em Fernando de Noronha, geralmente, por parte daqueles que migram para esses lugares.
Bom, mas nesses dias que virão reviverei a viagem neste blog com um olhar ambiental e científico. Por vezes, crítico. O Brasil é muito belo. Convido para participar dessa caminhada.
Dica para prevenção de gravidez na adolescência
Esta semana está cheia de datas alertas… Hoje, dia 26 de setembro, mais de 70 países da Europa, América Latina e Ásia participam do dia Mundial da Prevenção da Gravidez na Adolescência. A data é promovida por organizações não governamentais e sociedades médicas internacionais com apoio de marcas farmacêuticas. Este ano o tema é “Sua Vida Sua Voz”.
A organização internacional Population Council, a empresa Bayer, o canal Futura, entre outros, lançaram o site Viva a Sua Vida, clique aqui, com informações sobre o risco de engravidar. E como lidar com algumas situações simples, mas que a falta de experiência impede uma melhor posição.
Plástico oxibiodegradável talvez não seja uma boa ideia
Essa é para refletir. Os fabricantes de plástico oxibiodegradável dizem que a principal vantagem do produto é que ele se decompõe em 18 meses, sendo que a sacolinha plástica “clássica” demora no mínimo 100 anos. Até aí, lindo. Porém o que tenho discutido há tempos com muita gente do meio…
O diferencial do plástico oxibiodegradável é que ele se “esfarela” na decomposição. Por isso essa ação parece ser mais rápida. Bem, aí está o problema. Antes das bactérias e fungos mandarem a ver na decomposição, esses milhões de farelinhos já contaminaram a água, o solo e tudo mais.
E, se esse plástico for usado para a reciclagem… Estudos apontam que os produtos feitos com esse material duram menos. Já que a ideia é acelerar na decomposição. Eles podem quebrar mais facilmente, por exemplo. A solução parece ser, ao menos por enquanto, consumir menos plástico possível.
Gaste sua sola do tênis
Hoje, deixarei o carro estacionado. Vou aproveitar para circular a pé. Observar o cheiro, os sons e o gosto da cidade. Pasmar no cotidiano. De quando estive na Europa, uma das coisas que mais senti falta ao voltar ao Brasil foi caminhar pela cidade. Durante o dia, durante a noite… Sem medo e com transporte público para me levar para onde precisasse.
Bom, não é uma boa ideia numa terça-feira “comemorar” o Dia Mundial Sem Carro. Mas 22 de setembro foi eleito o dia em questão em 1998 1997. Cerca de 35 cidades da França participaram com passeios ciclísticos e outras atividades. A ideia foi espalhando, espalhando, até chegar no Brasil em 2001.
De acordo com o Instituto Akatu, uma pessoa que circula 10 km por dia de carro emite, por ano, 75 toneladas de CO2. Para ter uma ideia do montante, de acordo com o Prêmio Época de Mudanças Climáticas de 2008, a farmacêutica Roche no Brasil – uma empresa, não uma pessoa – emitiu 5.593 toneladas de CO2 em um ano.
Sei que, em cidades como São Paulo, as opções de transporte público são péssimas e escassas. Então, vamos usar este dia para protestar. Por um ar, um trânsito, uma qualidade de vida melhor. Para entrar na rede social sobre assunto, clique aqui. Para saber o que vai rolar de especial em São Paulo, veja aqui.
Álcool em gel resseca as mãos
É verdade.
Um belo dia, antes da gripe suína fazer parte do nosso repertório, fui à dermatologista. Para mim, tinha feito uma belíssima compra. Toda vez que ia a shows ou locais com aquele banheiro químico instalado, reparava na solução para limpar as mãos. Era álcool em gel. Achava prática a ideia. Adorava.
Até que comprei um potinho do álcool na farmácia. E mostrei toda orgulhosa da boa limpeza para a dermatologista. Ela respondeu: “Se você reclama de mãos ressecadas, usar o álcool vai piorar a situação”. Meu objetivo era ter o mínimo de higiene quando os banheiros não disponibilizavam sabonetes líquidos ou antes de comer nos restaurantes.
Continuei usando o álcool, sem a paranóia atual. Mas a solução é sempre, toda vez que passar o álcool, esperar secar. Depois, claro, passar um creme para as mãos. Simples assim. Melhor prevenir duas vezes, do que remediar.
Eu acredito em ônibus híbrido
Dia desses, voltando de uma consulta ao médico, observei um ônibus circular mais barulhento que os outros. E também, diferente. “Que fechada a parte de trás do ônibus. Cadê o escapamento?”, pensei. A-há, era um ônibus híbrido. Ele funciona com hidrogênio, um gás que emite água no lugar do gás carbônico, e também com diesel.
Pena que não estava com minha máquina para tirar foto… Ele tem um design bem bacana. Bonito. Contemporâneo. Em uma descida, reparei que o escapamento fica no teto. Estranho, mas ao menos a fumaça não é jogada diretamente em cima dos pedestres e dos carros.
Eu voto nos ônibus elétricos e movidos a hidrogênio. Por mim, todos os “chamadores” de chuva deveriam ser substituídos – percebe quanta fumaça tóxica os ônibus emanam? O único detalhe é o barulho. Daria para melhorar? Ninguém merece uma cidade mais poluída sonoramente do que já é.
No dia seguinte, leio em dois caminhões, um de uma rede de roupas e outra de salgadinhos, “movido a biodiesel”. O biodiesel é um combustível que, no lugar do petróleo, utiliza como matéria-prima vegetais. Exemplo, a soja. Que feliz. Só espero que isso não estimule mais o desmatamento, que é o que está ocorrendo com o Cerrado…
Primeira universidade online do estado de Sampa
O Estado de São Paulo criou a Universidade Virtual do Estado de São Paulo (Univesp). É uma espécie de cooperativa online de ensino da qual participam a Universidade de São Paulo (USP), a Universidade Estadual Paulista (Unesp) e a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
Hoje, elas fornecem cinco cursos: graduação em Pedagogia, Tecnologia em Processos Gerenciais, especialização em Filosofia, extracurricular de inglês básico e extracurricular de espanhol básico.
As inscrições são online, claro. E os cursos são dados parte virtualmente e parte presencialmente. Vale a pena xeretar! De repente, você que mora em outra cidade… Tem uma oportunidade bacana. Saiba mais aqui, no site oficial. Bacana!
Quanto o Brasil emite de gás carbônico?
Esses dias, precisava descobrir quanto o Brasil, o país inteiro, emana de gás carbônico equivalente (CO2e)* para fazer uma matéria sobre aquecimento global. Foi um sufoco. O Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) disponibiliza para quem quiser consultar esse e outros dados sobre o tema na internet. Mas a página estava fora do ar!
Sorte que conversei com um assessor de imprensa do MCT competente. Ele me passou o dado. Anote aí. O valor é… 1,3 bilhões de toneladas de CO2e por ano! Parece muito? Saiba que essa conta foi feita entre os anos de 1990 e 1994. O valor ainda não foi atualizado.
Atualmente, o Brasil é o quarto maior emissor de gases poluentes. Ele perde, na ordem, para a China, Estados Unidos e Indonésia. Mas jamais devemos esquecer que, antigamente, os países desenvolvidos eram os maiores poluidores devido à Revolução Industrial e outras ações. Uma boa parte das nossas emissões se deve às queimadas e ao desmatamento de florestas.
*Além do CO2, outros gases também colaboram para o aquecimento global como o metano. Só que, o metano retém 21 vezes mais calor na atmosfera do que o gás carbônico. Mas o gás carbônico é mais abundante. Daí, é feita uma conta que considera tudo isso e, enfim, chega-se a um valor chamado gás carbônico ou dióxido de carbono equivalente (CO2e). Minha colega do Rastro de Carbono escreveu um post completinho sobre CO2e, leia aqui.
Obs.: A foto tirei na trilha que leva à praia do Bonete, em Ubatuba.
Praticar yoga pode ajudar no combate à depressão
Um trabalho realizado pela pesquisadora Thais Godoy, do Instituto de Medicina Comportamental do Departamento de Psicobiologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), demonstra que os efeitos da yoga melhoram os sintomas do humor e da qualidade de vida dos praticantes.
A pesquisadora constatou que 68% dos indivíduos do grupo de yoga apresentaram índice mínimo de depressão, enquanto, no grupo que não praticou, apenas 39% apresentaram melhora. Além disso, entre os praticantes de yoga, 76%, apresentaram grau mínimo de ansiedade, contra 7% do grupo de controle. O resto era ansioso!
O objetivo do estudo era verificar a eficácia da prática do yoga como um recurso terapêutico. Ela pode ser utilizado como terapia complementar por qualquer indivíduo ou ainda como um recurso para os tratamentos psicológicos ou psiquiátricos.
O cálculo foi realizado com 15 indivíduos de um grupo experimental de uma empresa e 15 do grupo de controle – nome para aqueles que não praticaram yoga. A idade dos participantes era entre 20 a 45 anos de idade. A aplicação do programa com as técnicas de yoga teve duração de três meses, com 50 minutos/aula.
“O yoga incentiva os praticantes a tomarem consciência de seu corpo e de suas tensões através de posturas físicas. Além disso, por focar o autoconhecimento, concentração e meditação, sua prática também pode contribuir para facilitar a autoconfiança e um sentimento pessoal de maior senso de controle e qualidade de vida”, afirma Ricardo Monezi Julião de Oliveira, professor do curso de pós graduação em Medicina Comportamental, do departamento de Psicobiologia da Unifesp.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o estresse afeta hoje mais 90% da população mundial. Este fato preocupa a comunidade científica, uma vez que o ele está associado à ocorrência de diversas doenças como cardiovasculares, gastrointestinais, distúrbios do crescimento, câncer, depressão, distúrbios reprodutivos e doenças infecciosas.
Por que São Paulo alaga?
Terça-feira, 13:40h, dia 8. Saio da Zona Norte em direção ao Jaguaré. Para quem não conhece São Paulo, saiba que esse trajeto pela Marginal Tietê possui 11,5 km. Estava chovendo. De manhã, acordei com o barulho do aguaceiro. Até aí, ok. Após o agradável feriado de sol, banquinho e violão em um sítio, decido pegar a famosa marginal para ir trabalhar.
Quando cheguei na via e observei o rio que, apesar de imundo, adoro paquerá-lo… Ele estava na altura dos carros! Fiquei chocada e com medo. Compare a foto ao lado com a deste link. Olhava para o céu. Torcia para as nuvens se afastarem. No rádio, os locutores avisavam: a prefeitura está em estado de alerta. Evitem a Tietê.
Não sei quantos metros o rio subiu. Mais de dez? Além disso, ele corria rápido. Não fedia muito, acredito que por causa da chuva. A água deve ter desconcentrado a poluição. Enquanto motoristas de carros brigavam com caminhoneiros, motoqueiros passavam buzinando ao nosso lado, a chuva resolveu cair novamente.
Todos se viraram para o rio. Saí da pista da esquerda para a “esquerdinha” – ao lado da última. Vai que o Tietê continue subindo? De salto alto, me preparava para abandonar o navio, quer dizer, o carro. Quando, mais uma vez e de vez, o trânsito pára. Fiquei QUATRO horas “estacionada” na marginal. QUATRO horas!
Descobri que sou calma. Para passar o tempo, observava os motoristas e os passageiros entre a chuva conversar do lado de fora dos carros. Arrumava os dados do meu celular. Ouvia o desespero nas rádios. Foi assim que, duas horas depois, descobri o porquê do trânsito parado. A Marginal Pinheiros alagou.
A Tietê se encontra a Pinheiros após o Cebolão. Cebolão igual a um monte de viaduto passando para tudo quanto é lado formando uma espécie de cebola gigante. No final do viaduto, só carros grandes atravessavam a enchente. Nem caminhoneiros se arriscavam.
Perguntei para o guarda de trânsito, após um carro popular como o meu empacar no meio da água: “Meu carro passa?” “Basta não parar de acelerar”. Não tive nem coragem de trocar a marcha, como fiz outras vezes.
Esperei na margem do alagamento, com uma picape atrás de mim ansiosa para sua vez, todos os carros saírem da água. Menos o atolado, claro. Pisei fundo na primeira e fui com a marola passando a altura do carro! Aquela água marrom-clara. Consegui! Consegui! Fiquei eufórica até parar no outro trânsito, no da Marginal Pinheiros. E, logo em seguida, chegar para trabalhar.
Agora, respondendo resumidamente à pergunta do título. A umidade do Norte do país forma nuvens. Estas, com as correntes marítimas, são empurradas para o Sudeste e parte do Sul. Chegam aqui e caem em forma de chuva.
São Paulo é uma cidade cortada por muitos, mas muitos rios, riachos, córregos e tudo quanto era água. A Ladeira Porto Geral, ao lado da conhecida 25 de Março, se chama assim porque lá existia um porto.
Daí, as pessoas foram construindo casas em volta dos rios e afins. As ruas foram colocadas em torno deles ou em cima – isso mesmo – deles. Parte foi canalizado. Lagos foram cimentados. Margens foram encurtadas. Pântanos deram lugar a prédios de luxo.
Chove? Sim. E alaga. Agora, querem aumentar a Marginal Tietê. Fazer mais pistas. Impermeabilizar mais o solo. Li que só houve uma discussão pública sobre a reforma. O Ministério Público parou as obras. Não sou contra a “nova” Marginal. Mas, enquanto não respeitarmos a natureza, será ainda mais difícil nosso meio ambiente nos respeitar.