Uma breve introdução à gênese dos solos…
A ciência do solo é relativamente recente, datada do século XIX, quando o geólogo russo Dokuchaev elaborou seus pilares. Os solos, até então vistos como “restos” de decomposição das rochas e que, consequentemente, apresentavam grande relação com o corpo rochoso de origem, passaram a ser entendidos como corpos dinâmicos, com características e propriedades próprias, cuja relação com o material originário dependeria de todos os aspectos relacionados à sua formação, refletindo os fatores a ela relacionados e o modo como eles se interagem. Entende-se por fatores de formação dos solos aqueles que, de alguma forma, são capazes de atuar de maneira significativa na pedogênese. Já os processos de formação dos solos podem ser entendidos como o modo de atuação desses fatores.
A lista de fatores de formação dos solos até hoje estudadas não é fruto apenas dos estudos de Dokuchaev, mas também de outros importantes estudiosos, como o suíço Jenny. Segundo esses autores, os solos podem ser entendidos como função de cinco fatores de formação, quais sejam, material de origem, tempo, relevo (topografia), clima e organismos. Esses fatores refletem muito bem a relação da pedosfera com as outras esferas planetárias (geosfera, hidrosfera, atmosfera e biosfera) e, podem ser divididas em fatores ativos, passivos e controladores.
Entende-se como fatores ativos de formação dos solos aqueles que, de alguma forma, atuam sobre o material de origem fornecendo ou exportando matéria, além de gerar energia. São aqueles fatores que ativamente atuam na pedogênese e que, isoladamente, mais contribuem para a mesma. Clima e organismos são os melhores exemplos de fatores ativos.
Os fatores passivos, por sua vez, são aqueles que não fornecem ou exportam matéria, ou ainda, não geram energia. Dentre os fatores acima referidos, material de origem e tempo são classificados como tais.
Já o relevo atua como agente controlador da pedogênese. Apesar de não atuar diretamente, ele pode definir menores ou maiores graus de desenvolvimento do perfil. De modo geral, relevos acidentados favorecem a erosão em detrimento da pedogênese, favorecendo então a formação de um solo menos desenvolvido, que guarda relação estreita com o material originário. Já relevos suaves e planos favorecem a ocorrência de processos como a lixiviação, levando a taxas elevadas de pedogênese e, consequentemente, gerando solos mais maduros.
Nos próximos posts, detalharei, um por um, os fatores de formação dos solos aqui citados. Procurarei também, à medida do possível, mostrar as implicações práticas de tais fatores.
Até a próxima…