Pegada 4 – Mais sobre pobreza e mudanças climáticas

Para complementar meu post de ontem do Blog Action Day, um excelente relatório sobre mudanças climáticas e pobreza, produzido pela Organisation for Economic Co-operation and Development.
Mando o link do pdf (tudo em inglês):
Poverty and Climate Change – Reducing the Vulnerability of the Poor through Adaptation

Agenda 28 a 30 de outubro

O que: VI Simpósio Brasileiro de Educomunicação
Onde: SESC Vila Mariana – São Paulo (SP)
Quando: 28 a 30 de outubro de 2008
Objetivo: “Aproximar comunicadores e educadores numa discussão sobre os melhores caminhos pra promover uma educação ambiental adequada aos paradigmas da Era da Informação”, diz Dr. Ismar de Oliveira Soares, da ECA/USP, coordenador do evento.
Debater como se comportam os jornais brasileiros frente ao tema das mudanças globais? Qual o impacto da educação ambiental no comportamento do brasileiro? Que estratégias de comunicação vem o governo adotando no tratamento dos conflitos que envolvem o meio ambiente? Os investimentos do setor privado têm compensado suas contribuições para a acirramento dos problemas ambientais? Que papel cabe, nesse contexto, às ONGs, ao Terceiro Setor e ao sistema formal de ensino? O que é “stress ecológico” e como as crianças e adolescentes se envolvem na luta pela preservação da natureza?
O simpósio contará com a cobertura jornalística, por parte de um grupo de 100 adolescentes, com a assistência de 30 educomunicadores de organizações como o NCE/USP, o Canal Futura e o programa Nas Ondas do Rádio, da Prefeitura de São Paulo. As produções serão exibidas através da web-rádio e na programação do Canal Futura.
Programação: Clique aqui
Inscrições:
R$ 17,50 • trabalhador no comércio e serviços matriculado no SESC e dependentes
R$ 35,00 • usuário inscrito, estudante, + 60 anos, professor e aposentado
R$ 70,00 • demais interessados
Mais informaçõeshttp://www.sescsp.org.br/sesc/conferencias_new/subindex.cfm?Referencia=5742

Durante a semana… não vou poder aparecer de novo…

Mudanças climáticas e vulnerabilidade dos mais pobres

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76% das emissões de gases do efeito estufa acumulados no mundo desde 1950 são provenientes de atividades econômicas em países industrializados, tais como EUA e Japão.  Entretanto, existem sociedades mais vulneráveis às mudanças climáticas do que as consideradas responsáveis por sua ocorrência.

Esta vulnerabilidade é dada 1) pela exposição física aos efeitos do aquecimento global, como áreas de maior incidência de furacões, maremotos, secas prolongadas etc. ou 2) pela limitada capacidade de adaptação, ou seja, algumas sociedades mais pobres tem menos dinheiro para investir e se prevenir das consequencias das mudanças climáticas. Para muitas das regiões menos desenvolvidas do planeta, essas duas situações podem ser encontradas pois são elas as com menor possibilidade de investimento nos setores humanos, de recursos naturais e econômicos.

Segundo o IPCC, regiões pobres como a África, a América Latina e a Ásia são as com menor oportunidade de adaptação e, portanto, as mais vulneráveis a mudanças na dinâmica das chuvas (com enchetes e secas), a diminuição na produção de alimentos, inclusive os oriundos da pesca, a perda de biodiversidade e a efeitos na saúde das pessoas. Ou seja, regiões onde há mais pobreza estão ainda mais suceptíveis aos efeitos das mudanças climáticas.


 

Descobertas científicas – plástico de cana de açúcar

A tecnologia foi desenvolvida no Brasil, no setor de pesquisa e desenvolvimento de uma grande empresa. Parece simples: a partir do etanol produz-se eteno e deste, polietileno. 
O fornecimento em larga escala está previsto pra 2010.
A vantagem?
O carbono absorvido da atmosfera pelas cana-de-açúcar durante o processo da fotossíntese ficam retidos para todo o sempre nos plásticos “verdes” e, de quebra, há uma pequena redução no consumo de derivados de petróleo para a produção dos polietilenos convencionais.

Para cada tonelada de polietileno verde produzido pela empresa, 2,5 toneladas de dióxido de carbono (CO2) são removidas da atmosfera, explica Antonio Morschbacker, responsável pela tecnologia dos polímeros verdes da Braskem. De acordo com o estudo elaborado pela empresa em conjunto com a Unicamp, o Centro de Tecnologia Canavieira e com a metodologia de análise de eco-eficiência da BASF, esse valor é resultado da diferença entre a quantidade que a cana absorve na fotossíntese (7,4 tCO2) e as emissões oriundas na produção do polietileno verde (4,9tCO2). Essa última conta considera a queima dos combustíveis fósseis no transporte para realização da colheita da cana de açúcar, a queima do bagaço para processar o etanol, a desidratação e por fim, a polimerização. 
Fonte: Braskem desenvolve plástico feito de cana de açúcar. REMADE

Outra vantagem é que o produto foi aceito no mercado mundial e já está incorporado em brinquedos.
As desvantagens?
+ A tecnologia desenvolvida faz com que o polietileno “verde” fique, ao final do processo, com as mesmas características do polietileno convencional, e portanto, também não é biodegradável.
+ Há necessidade de produção de cana-de-açúcar em larga escala, o que pode comprometer a produção e o custo de produção de outros alimentos, caso não seja plenamente fiscalizado.
+ O custo da mesma quantidade de produto final do plástico “verde” é cerca de 40% maior que do plástico convencional.

Hugo Penteado critica o Prêmio Nobel de Economia 2008

Eu tinha dúvidas sobre o Prêmio Nobel de Economia 2008, como deixei claro no meu post sobre o assunto. Tinha dúvidas sobre o quociente ambiental da tal teoria unificadora do comércio internacional e a localização da atividade econômica. Tinha e ainda tenho dúvidas sobre pra que lado, afinal, o mundo anda. Se, por um lado, temos uma teoria ganhadora de prêmio Nobel que diz ser a economia em escala a salvação do mundo, por outro temos ganhadores de outro prêmio Nobel apelando para a diminuição do consumo, alertando sobre o efeito gases do efeito estufa provenientes do transporte no aquecimento global, sugerindo o consumo de produtos locais. E aí? Para onde vamos? 
Para sanar parte das minha dúvidas, nada mais nada menos do que Hugo Penteado, Asset Management do Banco Real, autor do livro Ecoeconomia – Uma Nova Abordagem, autor do blog Nosso futuro comum.
Conheça mais sobre Hugo Penteado nessa entrevista para o Instituto Ethos.
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Por Hugo Penteado, via e-mail, exclusivo para o Rastro de Carbono
A dúvida se comércio global não deveria perder ênfase à luz da busca de comércio local para minimizar o impacto das emissões de gases do efeito estufa faz todo sentido.  O transporte é responsável por 80% das emissões.
Por que Krugman ganha um prêmio Nobel com uma teoria dessas, como se não estivéssemos no meio de uma crise ambiental e de mudança de hábitos?
Pelo mesmo motivo que ele sugere que os governos no mundo todo devem colocar as famílias para gastarem e consumirem incansavelmente para salvar o sistema todo, embora consumo também seja parte do problema e não mais parte da solução e em todas as áreas, inclusive social, onde reina total desigualdade e ineficiência. É sui generis. A dúvida faz todo sentido.  
Nas contas do Krugman, transporte não tem custo ambiental algum, bem como exportações do Brasil para atenderem demandas megalomaníacas de países muitos ricos e muito populosos não representam menor risco ambiental e saem a custo zero.  Transformar a Amazonia em monocultura tem impacto zero, os economistas – e seus interlocutores super gananciosos – acham que os ecossistemas existem para serem transformados em atividades agrícolas e econômicas e não para regularem a química da biosfera, do solo, da água e para manter o clima estável. É um projeto cego, míope e suicida.
Esses prêmios Nobel estão levando a humanidade para o precipício e, por incrível que pareça, isso que está sendo premiado, só porque por enquanto, esse projeto rende lucros para alguns poucos. Parabéns economistas!

Agenda 5 a 7 de novembro

O que: I Encontro Regional de Comunicação Ambiental: “Mídia, Sustentabilidade e Energia”
Onde: Bauru (SP)
Quando: 5 a 7 de novembro
Objetivo: O tema central será biocombustíveis, seus benefícios e prejuízos, já que a região centro-oeste do Estado é grande produtora de etanol, cedendo espaços para plantios de cana-de-açúcar, sem contudo discutir o impacto desta monocultura.
Inscrições: R$ 20,00 até o dia 20 de out. R$ 30,00 após esta data.
Mais informaçõeshttp://www.faac.unesp.br/ambiental/index.htm
Muito bom descentralizar essas discussões das grandes metrópoles! Pena que durante a semana eu trabalho.

E o Prêmio Nobel de Economia vai para…

Paul Krugman, por suas análises dos padrões de comércio internacional e localização da atividade econômica!
Paul Krugman é atualmente professor na Princeton University. É autor ou editor de 20 livros e mais de 200 papers. É um dos fundadores de uma nova teoria de mercado, que une comércio internacional e geografia economica. É colunista e mantém um blog no The New York Times.
Krugman explicou em uma nova teoria do comércio que alguns produtos e serviços podem ser produzidos mais baratos em série (economia de escala). A teoria explica por que a produção em pequena escala em economias locais é substituída pela produção em escala mundial, dominada por grandes empresas que competem entre si caso ocupem o mesmo nicho. Com a produção em larga escala, há diminuição dos custos por unidade produzida.
Krugman também considera que a relação entre a economia de escala e os custos de transporte podem resultar em concentração ou descentralização de comunidades. Um baixo custo com transporte geraria um aumento do número de pessoas vivendo no “cinturão” de alta tecnologia enquanto uma pequena minoria continuaria habitando as regiões periféricas, tornando as áreas rurais com densidade demográfica bem menor.
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Não entendo nada de economia… e preciso de explicações para esse interpretar melhor esse prêmio. A teoria explica e unifica um padrão de comércio mundial, onde certas regiões do mundo dominariam a produção de um determinado produto, que seria então vendido para outras regiões do mundo, que dominariam a produção de outras coisas.
Num momento de se pensar no que é melhor para o ambiente, isso não é exatamente o oposto do que esperamos? Não esperamos que as pessoas consumam produtos locais e frescos, diminuindo o gasto energético com produção e transporte? A teoria de Krugman descreve um fato econômico da nossa realidade atual, mas é o que esperamos das empresas sustentáveis do futuro?
Me perdi… alguém poderia me salvar?

Pegada 3 – Art Mundi 2008

Hoje é o último dia da ART MUNDI/2008. Trata-se de uma Feira Mundial de Artesanato, que está acontecendo no Expo Center Norte. Para entrar, R$ 10,00 por pessoa. Para estacionar o carro, R$ 16,00, uma facada, ao meu ver. Entretanto, tem transporte gratuito entre o metrô Tietê para o Pavilhão, de 20 em 20 minutos durante todo o período da feira, saindo do pátio do Hotel Best Western.
Ontem eu estive lá. Esperava mais artesanatos com material reciclado, mas não encontrei quase nada. Uma pena. Em compensação, conheci um pessoal com um trabalho ótimo, publicarei sobre eles em breve (façam as suas apostas sobre quem é).
Assim mesmo, comprei saia com lã colorida de João Pessoa, Paraíba (Capucho´s) e colarzinho + pulseira de sementes de açaí. O Carlos comprou uma estatueta de uma girafa, vinda diretamente do Quênia.
Se você puder, confira. Hoje é o último dia e ontem já consegui uns descontos ótimos.
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Não é publieditorial.

Sala Crisantempo, impressões

Não é um publieditorial.
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Quinta-feira passada, 09 de outubro, fui na mostra FICA, que inaugurou a Sala Crisantempo. Fui porque estava curiosa com a casa, e também porque fiquei interessada em um filme, o “A Barganha Assassina“. Infelizmente, as meninas da casa tiveram problemas com o DVD do filme e não pude assistir. Para compensar minha ida até lá, assisti

Benzeduras Documentário, 72 min.
Direção: Adriana Rodrigues (Brasil)
Benzedores exercem um papel importante em suas comunidades e seu ofício está em curso de extinção. Este documentário aborda o universo da benzição através do olhar de vários benzedores sobre o que é, como se dá e o papel na cura do ato de benzer.

Me surpreendi, positivamente. Só achei o documentário um pouco mais longo que o necessário, mas ele me fez recordar minhas origens, minha avó, e as muitas benzedeiras pelas quais passei quando era criança. A todas, meu eterno agradecimento.
A Sala Crisantempo é um espaço muito bacana, porém, a primeira impressão que tive é de que ela consegue atrair apenas uma tribo de pessoas. Isso é ruim para a casa e ruim para seus objetivos, que, ao que pareceu, é abrir um espaço para discutir meio ambiente, cultura popular,  reflexão, e isso deveria ser estendido para outras pessoas. Nâo sei ao certo quem definiu o nicho, se a casa ou as pessoas, mas acharia formidável se todo mundo pudesse se apoderar daquele espaço, sem pré-conceitos ou falsas impressões.
Próximo evento da casa que parece bastante interessante e do qual tentarei participar é o 1º Ciclo de Filmes e Palestras que ocorrerá entre os dias 15/10 e 03/12. Aí vai a programação:
15 de outubro – Abertura do Ciclo: panorama socioambiental, com os convidados Eduardo Jorge e Pedro Jacobi. Será apresentado o filme O buraco branco no tempo (20 min.)
22 de outubro – Consumo consciente, comércio solidário, com as convidadas Maluh Barciotte e Rizpah Bensen. O curta A história das coisas (20 min.) será exibido.
29 de outubro – Sustentabilidade, economia e política, com Ricardo Abramovay (presença ainda não confirmada) e Armando Barros. Corporation (30 min.)
05 de novembro – Histórias da ocupação e uso da terra no Brasil, com Bruno Rocha Lima e Luis Beduschi. Cruzando o Deserto Verde (56 min.)
12 de novembro – Amazônia no cenário das mudanças climáticas, com Felicio Pontos, Lucio Flavio Pinto e presença não confirmada da Senadora Marina Silva. SOS Amazônia (Greenpeace) (30 min.)
19 de novembro – Produção de alimentos: transgênicos, agrotóxicos e orgânicos, com Conceição Trucon e presença não confirmada de Clara Brandão. Como salvar o mundo (104 min.)
26 de novembro – Passado, presente e futuro das matrizes energéticas, com Delcio Rodrigues e José Domingos Vasconcelos. Energia na encruzilhada (56 min.)
03 de dezembro – Valores para a sustentabilidade no século XXI. Estão sendo convidados Nilton Bonder, Jorge de A. Vieria e Soninha Francine. Carta da Terra (20 min.)

E o prêmio Nobel da Paz vai para…

Martti Ahtisaari!
E, devo admitir que nunca tinha ouvido falar em Martti Ahtisaari. Mas, achei o prêmio bastante merecido.
Martti Ahtisaari é um negociador de conflitos internacionais, da empresa  Crisis Management Initiative (CMI). Também foi presidente da Finlândia entre 1994 e 2000. Trabalha para a manutenção da paz e a resolução de conflitos internacionais. Em seu currículo há:
+ estabelecimento da independência da Namibia em 1989-1990.
+ negociações de paz entre a província de Achém, na Indonésia e o grupo movimento Achém livre. ( Achém é uma região rica em recursos naturais como petróleo e carvão e foi destatada pelo Tsunami de 2005, deixando 67.736 pessoas mortas, e 500.00 desabrigadas – após o desastre, Martti Ahtisaari negociou a paz entre o governo da Indonésia com o grupo movimento Achém livre.)
+ negociações nos conflitos em Kosovo em 1999 e de 2005-07.
+ tentativa de negociações pacíficas no Iraque, em 2008.
+ e contribuições para a resolução de conflitos na Irlanda do Norte, na Ásia Central e no “chifre” da África (Etiópia, Somália, Eritrea e Djibuti).
Merecido, não?