Leilão de Créditos de Carbono

O primeiro leilão de créditos de carbono do mundo acontecerá em São Paulo, dia 26 de setembro, na Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F).
Estarão a venda 808.450 toneladas de dióxido de carbono equivalente, provenientes do Projeto Bandeirantes de Gás de Aterro e Geração de Energia, de São Paulo, que teve seu projeto MDL aprovado em 12 de setembro de 2005, pelo Ministério da Ciência e Tecnologia.
O Projeto Bandeirantes “foi implementado com vistas à redução do metano gerado na decomposição dos resíduos orgânicos depositados no aterro Bandeirantes, em São Paulo. O aterro Bandeirantes é o maior de sua categoria no Brasil, recebendo atualmente cerca de 7.000 toneladas diárias de resíduos sólidos, que devido a sua alta carga orgânica têm um enorme potencial de geração de metano.” (referência)
Os termos do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) da ONU (Organização das Nações Unidas) foram estabelecidas no Protocolo de Kyoto como ferramenta que permite que dinheiro dos países do Anexo I sejam investidos em países em desenvolvimento para criação de tecnologias limpas. Os termos foram compostos a partir da proposta enviada pelo Brasil, nas primeiras rodadas de negociações do Protocolo de Kyoto.
Saiba mais:
O Brasil e o Protocolo de Kyoto
BM&F será a primeira bolsa do mundo a leiloar créditos de carbono – Folha de São Paulo

Selo Combustível Social

Sem dúvida nenhuma, uma das maiores preocupações quando o assunto é biodiesel, é a relação produção versus área necessária para o plantio.
Muitos textos levantam a possibilidade de que culturas voltadas para a produção do biodiesel substituam a agricultura familiar e as culturas de plantas para alimentação humana. Esta preocupação também é frequentemente abordada por países europeus, potencias importadores do biodiesel brasileiro. Como uma forma de garantir que o produto responde a normas sociais e respeita a agricultura familiar foi criado o Selo Combustível Social, através do Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel do Governo Federal.
Como o biodiesel é conseguido a partir de diferentes plantas e rotas tecnológicas a possibilidade da participação da agricultura familiar é garantida.
Biodiesel
A quantidade de biodiesel misturada ao diesel proveniente do petróleo é regulado por lei e corresponde a 2% do volume do produto final. Segundo o Portal do Biodiesel, para suprir tal valor, são suficientes cerca de 1,5 milhão de hectares plantados, o equivalente a 1% dos 150 milhões de hectares plantados e disponíveis para agricultura no Brasil. Este número não inclui as regiões ocupadas por pastagens nem por florestas.
O biodiesel é produzido através de uma imensa variedade de plantas oleaginosas – grupo de plantas de cujos grãos são extraídos principalmente óleos, utilizados para a alimentação humana ou para finalidades industriais. Entre as plantas oleaginosas conhecidas encontram-se: mamona, amendoim, soja, licuri, babaçu, dendê, gergelim e linho.
O biodiesel é adicionado ao diesel proveniente do petróleo numa tentativa de diminuir o preço do produto final e para diminuir as emissões de CO2 e consequentemente o efeito estufa, já que se trata de uma fonte de energia renovável.
Saiba mais sobre biodiesel aqui.

Desmantamento na Amazônia cai 25%

A taxa de desmatamento da Amazônia Legal teve queda pela segunda vez consecutiva, desde 1988, quando o Inpe, iniciou o monitoramento. O monitoramento faz os cálculos a partir de imagens de satélite e levou em conta dados obtidos entre ago/2006 a jul/2007.
A redução foi de 25% em relação ao mesmo período do ano passado (ago/2005-jul/2006). Isto representa que área total desmatada baixou de 18.793 Km2 para 14.039 Km2.
A estimativa para o próximo período, que vai de 1º agosto de 2007 a 31 de julho de 2008, é de que a redução poderá ser de 30% em relação a 2006. Uma área de cerca de 9.600 Km2, com 10% de margem de erro para mais ou para menos.
Aquecimento Global
A queda do dematamento nos últimos dois anos representou cerca de 410 milhões de toneladas de gases de efeito estufa a menos jogados na atmosfera. Se a estimativa do Inpe de redução de 30% para o próximo ano for consolidada esse valor subirá para 500 milhões de toneladas.
O Brasil não tem cotas de redução de emissão neste passo compromissado através do Protocolo de Kyoto. Mesmo assim, o valor de 500 milhões de toneladas é cerca de 10% dos 4,5 bilhões de toneladas de redução que os países do Anexo I devem reduzir entre 2008-2012.
Via: Agência CT

Agenda de 22 a 25 de agosto

O que: Feira Internacional de Econegócios e Tecnologias Limpas
Onde: Serra – Espírito Santo
Quando: de 22 a 25 de agosto
Temas do encontro: “Gestão e gerenciamento de resíduos sólidos”, “Energias renováveis e energias limpas”, “Mudanças climáticas”, “Mercado ambiental” e “Os desafios da sustentabilidade: uma ruptura urgente”.
Site oficial: www.fietec.com.br
Mais informações: Revista Fapesp

Agenda – 6, 7 e 8 de agosto

O que: Ciclo de Conferências Mudanças Globais e Gestão da Água.
Onde: Universidade de São Paulo (USP)
Quando: 6, 7 e 8 de agosto de 2007
Programa:
Dia 6 – 14h
Lutas Sociais pela Água na América Latina
José Esteban Castro (Universidade Newcastle, Reino Unido)
Área de Ciências Ambientais/IEA e Procam/USP
Dia 7 – 14h
Os Impactos das Mudanças Climáticas sobre os Pequenos Países Insulares
Adérito Santana (Instituto Nacional de Meteorologia de São Tomé e Príncipe)
Dia 8 – 10h
Infrastructure Regulatory Systems in Europe
Georg Meran (Universidade Técnica de Berlim e Instituto Alemão de Pesquisa Econômica)
Saiba mais: http://www.agencia.fapesp.br/boletim_dentro.php?id=7545
O evento terá transmissão ao vivo em www.iea.usp.br/aovivo

Últimas Notícias II

O que jornais, revistas e internet noticiaram relacionado a mudanças climáticas esta semana.
1)Aquecimento solar de água obrigatório.
2)Entenda mais sobre o mercado de créditos de carbono.
3)59º Reunião Anual da SBPC. Tema: Amazônia: desafio nacional.
4)Lula diz que não aceita cartel dos poderosos contra desenvolvimento do país.
1) Aquecimento solar de água obrigatório.
O prefeito Gilberto Kassab sancionou um projeto de lei (Lei nº 14.459 de 3 de julho) que obriga novas construções a aquecer pelo menos 40% da água com energia solar. A nova legislação vale para os edifícios comerciais, residenciais e casas com mais de três banheiros.
Saiba mais:
Conversa Afiada
Carbono Brasil

2) Entenda mais sobre o mercado de créditos de carbono. Entrevista com a advogada Roberta Danelon Leonhardt, especialista em Meio Ambiente e em créditos de carbono.
3) 59º Reunião Anual da SBPC. Tema: Amazônia: desafio nacional, traz informações científicas e opiniões de especialistas nas mais diversas áreas, incluindo políticas públicas regionais, mudanças climáticas e aquecimento global.
Saiba mais:
Jornal da Ciência
59º SBPC
4) Lula diz que não aceita cartel dos poderosos contra desenvolvimento do país.

Inventário Brasileiro de Emissões Antrópicas de Gases de Efeito Estufa – Parte I

Parte I – Emissões de Dióxido de Carbono por Queima de Combustíveis – Abordagem Top Down
O primeiro inventário brasileiro das emissões de CO2 por queima de combustíveis – Abordagem Top Down – faz referência ao período de 1990-1994, baseado nos dados de energia por fonte, obtidos do BEN (Balanço Energético Brasileiro), do Ministério das Minas e Energia. Uma vez que as metodologias propostas pelo IPCC (1996) não refletem as realidades nacionais, modificações metodológicas foram introduzidas e são explicadas no documento.
De 1990 a 1994 houve um aumento de 15,6% do consumo aparente de combustíveis fósseis, o que significou um aumento de 16,6% nas emissões de CO2 (55,2 TgC para 64,4 TgC). Neste período, a energia hidráulica supria 96% da eletricidade e representava a principal fonte de oferta bruta de energia, com 33%. O petróleo e seus derivados ocupavam o segundo lugar (29%) enquanto lenha e carvão vinham na terceira posição (11,6%).
Atualmente, a OIE (Oferta Interna de Energia), tem como principal representante o petróleo e seus derivados com 37,9% de participação, em segundo lugar biomassa com 30,1%, seguido pela energia hidráulica e eletricidade, com 14,8%.
Só com estes dados é possível concluir que o primeiro inventário brasileiro das emissões de CO2 por queima de combustíveis – Abordagem Top Down já não retrata a realidade nacional e seriam necessários estudos mais atuais para que políticas públicas e tomadas de decisão fossem mais efetivas no sentido de diminuir ou estagnar as emissões antrópicas de GEE.
Saiba mais:
Emissões de Dióxido de Carbono por Queima de Combustíveis – Abordagem Top Down – Ministério da Ciência e Tecnologia.
Balanço Energético Nacional Ministério das Minas e Energia.

Presidente Lula em entrevista à BBC

Há exatamente um mês atrás, a Rede BBC de Londres fez uma entrevista com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Entre temas abordados, a participação do Brasil e do G-20 em negociações internacionais, relações políticas na América Latina, desenvolvimento econômico do Brasil, biocombustível e etanol, preservação ambiental e responsabilidades sobre as áreas de floresta no Brasil.
Apesar do entrevistador claramente provocar a discórdia entre as relações do Brasil com Hugo Chavez, Evo Morales e George W Bush, acredito que ele se saiu bem e outros assuntos além desse puderam ser abordados.
O entrevistador faz as perguntas em inglês mas o presidente Lula dá a entrevista em português, o que facilita o entendimento. Para a entrevista, é só fazer o download do vídeo clicando em “Click here to watch the interview”, abaixo da manchete, em negrito.
O vídeo e algumas considerações:
http://news.bbc.co.uk/1/hi/programmes/hardtalk/6718447.stm
Alguns trechos da entrevista:
http://news.bbc.co.uk/1/hi/world/americas/6718155.stm

Aquecedor solar carbono-free!

Sugestões inteligentes para uma vida carbono-free.
Com um mecanismos extremamente simples e inteligente é possível utilizar garrafas PET e caixinhas Tetra Pak para fazer um aquecedor de água solar. Existe até um manual de como fazer e como instalar o aquecedor. Clique aqui para obter mais informações.

Mecanismos de Desenvolvimento Limpo (MDL)

Muito se fala sobre projetos MDL. Mas o que são eles afinal?
O Protocolo de Kyoto estabeleceu mecanismos flexíveis para que as Partes Anexo I possam atingir suas metas de redução das emissões. Estes mecanismos têm como caracteristica serem implementados além das fronteiras nacionais. Sao eles, o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), a Implementação Conjunta e o Comércio de Emissões (todos regulados pelos Acordos de Marraqueche). Dentre estes mecanismos, o MDL é o único que permite a participação das Partes não-Anexo I, como o Brasil (Ver Artigo 12 do Protocolo de Kyoto).
A proposta é que as Partes não-Anexo I sejam assistidas através da implementação de atividades sustentáveis, contibuindo para a mitigação dos GEE. Estes projetos são relacionados a investimentos em pesquisa e desenvolvimento de tecnologias limpas e eficientes, racionalização de energia, utilização de fontes de energias renováveis, projetos de reflorestamento, instalação de painéis solares em propriedade rural, etc. Podem participar todos as Partes não-Anexo I que tenham ratificado o Protocolo de Kyoto e que estejam em dia com as suas obrigações junto à Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas.
Podem participar todas as Partes que ratificaram o Protocolo de Kyoto, assim como entidades públicas e privadas, devidamente autorizadas, localizadas nestas partes. Toda redução, medida em tonelada métrica de CO2, revertem-se em Reduções Certificadas de Emissões (RCEs), que podem ser utilizadas pelas Partes Anexo I para atingirem suas próprias metas de redução, com a vantagem de ter um custo extremamente baixo. As RCEs também podem ser comercializadas, com grande expectativa de valorização e tomada de lucros (uma vez que a procura tende a aumentar) ou podem ser obtidas com objetivo meramente ambiental, sem objetivo de revenda.
Todos os projetos devem ser redigidos e documentados frente aos órgãos certificadores nacionais e internacionais, com descrição da metodologia, justificativa para as atividades, relatórios de impactos ambientais, informações quanto a financiamentos. Todas as informações de como submeter um projeto de MDL, assim como um histórico de todos os projetos já realizados no Brasil podem ser encontradas no site do Ministério da Ciência e Tecnologia.
Saiba mais em:
UNFCCC (em inglês)
Ministério da Ciência e Tecnologia
Chicago Climate Exchange
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