GoCognitive: Aprenda neurociência cognitiva com os próprios pesquisadores
Se você se interessa pelo estudo da cognição humana, assim como eu, hoje você terá um presentinho aqui no blog!
Minha última descoberta na web foi o projeto GoCognitive.
Psicologia Brazuca: Gerson A. Janczura e a memória
O professor Gerson A. Janczura estuda a memória humana no Laboratório de Processos Cognitivos da Universidade de Brasília (UnB). Sendo um dos pioneiros da área, Gerson teve um papel importante na introdução e expansão da psicologia cognitiva no Brasil. Nesta entrevista que ele gentilmente nos cedeu, o professor explorou um pouco do conhecimento que possuímos hoje acerca de como a memória humana funciona, de como somos capazes de formar memórias falsas, das intervenções práticas que a psicologia cognitiva pode subsidiar e das dificuldades que a psicologia cognitiva enfrenta para ganhar espaço no Brasil.
Pessoas com tetraplegia conseguem controlar braço robótico pela mente
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Pela primeira vez em 15 anos, Cathy Hutchinson foi capaz de tomar novamente o seu café matinal por conta própria, embora ela ainda não tenha recuperado o movimento pleno das pernas ou dos braços. O que permitiu este feito foi o uso das tecnologias mais avançadas atualmente de interface entre o cérebro e as máquinas. Cathy usou apenas o seu pensamento para controlar um braço robótico capaz de pegar o copo e levá-lo até a sua boca. O vídeo acima mostra Cathy manuseando o braço e o relato dos cientistas envolvidos no projeto.
Esta foi a primeira demonstração que indivíduos com tetraplegia de longa data podem ser capazes de manusear um braço robótico a partir dos sinais neurais emitidos por uma região específica do seu cérebro, relacionados à sua atividade mental. Esta grande realização foi relatada em um artigo na revista Nature esta semana. No estudo, duas pessoas com tetraplegia de longa data e sem treinamento prévio foram capazes de realizar com sucesso movimentos tridimensionais com um braço robótico.
Budismo: O Uso Milenar da Neuroplasticidade
Fonte: NERDWORKING
Autor: Felipe Novaes
Embora ciência e religião pareçam sempre estar vivendo num eterno conflito, existe outro lado dessa história, em que existe o diálogo, a curiosidade e a saudável e frutífera troca de informações. De quebra, esse lado ainda representa um importante diálogo entre Oriente e Ocidente. O Dalai Lama parece ser o catalisador desse tipo de relação, mostrando – juntamente com a ciência ocidental – que a prática budista tem mais a nos ensinar sobre a nossa própria ciência do que nós desconfiaríamos. Mesmo sem saber, o monge budista e líder político e religioso do Tibet colocou o dedo numa questão científica que muito em breve se tornaria uma revolução no nosso conhecimento sobre o cérebro: a relação entre a neuroplasticidade e o suposto poder de a mente influenciar a arquitetura cerebral.
Frequentemente, o Dalai Lama deixa seus aposentos na Índia, em Dharamsala, para ir ao encontro de cientistas políticos ao redor do mundo para conhecê-los melhor, saber mais sobre seus trabalhos. Essa ação tem destaque principalmente em relação ao seu acompanhamento da atividade de cientistas. Porser um monge budista, nós tendemos a imaginar que ele não se interessasse por ciência ou mesmo que fosse em alguma medida contra ela, já que não é raro as descobertas científicas acabarem colocando à prova a fé. Mas ele dialoga prazerosamente com todos os cientistas e tem muita curiosidade.
Burgess: Como o seu cérebro te diz aonde você está
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Discutindo evidências intrigantes sobre os avanços da neurociência cognitiva na compreensão da memória espacial, Neil Burgess, neurocientista associado ao UCL Institute of Cognitive Neuroscience e o UCL Institute of Neurology traz uma palestra breve e didática sobre os mecanismos neurais subjacentes à nossa capacidade cognitiva de memorizar localizações e orientações espaciais. Na palestra postada originalmente no site do TED, é possível ativar as legendas em português.
Entendendo o cérebro humano
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Terrence J. Sejnowski é atualmente um dos pesquisadores mais importantes na neurociência computacional, área essa na qual ele foi um dos pioneiros. Na entrevista acima, Sejnowski comenta, entre muitas questões, sobre um editorial na Science [1] que ele publicou no final de 2011 com um colega acerca da grande quantidade de conhecimento sobre o cérebro produzido nas neurociências que ainda não foi acompanhado por um esforço em sintetizar e compreender as relações entre estes conhecimentos. Ele defende que a acumulação de conhecimento é uma etapa importante, mas que já é hora das neurociências repensarem sobre o que esperam encontrar no final deste turbilhão.
Sejnowski também comenta sobre as implicações no campo jurídico, ético e educacional das pesquisas em neurociências, enfatizando adicionalmente as importantes implicações para estes tópicos das pesquisas em outras áreas como na ciência cognitiva e na psicologia. Um ponto importante que Sejnowski aponta é que aspectos sociais e contextuais são fundamentais para compreender a experiência humana e que estas ainda são variáveis muito difíceis de serem estudadas no âmbito das neurociências (embora estejam surgindo oportunidades inovadoras para investigá-las).
Uma questão é crucial hoje nas neurociências, segundo Sejnowski: se cada vez fica mais claro que o cérebro é um sistema tão dinâmico e flexível, como é possível haver simultaneamente estabilidade a longo prazo? Como é possível que, em um cérebro com sinapses sendo modificadas o tempo todo, possamos reter memórias de episódios ocorridos há décadas, com detalhes minuciosos de informações que somos capazes de recuperar? Vale a pena assistir a esta entrevista, na qual este grande cientista explora diversas questões atuais sobre o desenvolvimento e as implicações das pesquisas em neurociências.
Referências:
[1] Brenner, S., & Sejnowski, T. (2011). Understanding the Human Brain. Science, 334 (6056), 567-567 DOI: 10.1126/science.1215674
Sacks: O que alucinações revelam sobre a mente
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Alucinações são fenômenos psicológicos intrigantes que têm ocupado a atenção e os esforços de psiquiatras e psicólogos por muitos anos. Elas fazem parte do cotidiano de muitas pessoas, sendo que muitas delas temem reconhecer publicamente suas experiências com medo de serem taxadas de “loucas”. Mas será que este tipo peculiar de fenômeno pode nos ajudar a entender como a mente funciona? Para Oliver Sacks, um médico popularmente conhecido pelo seu trabalho de divulgação científica, as alucinações podem revelar informações importantes sobre o funcionamento cognitivo.
Na palestra do TED acima, Sacks descreve alguns casos impressionantes de pacientes com alucinações visuais, relatados também em seu último livro, publicado em português há pouco tempo atrás, O olhar da mente. Sacks enfatiza que alucinações visuais são um fenômeno comum e descreve que em alguns quadros onde ocorre a perda de visão gradativa, pode haver uma hiperativação de áreas do cérebro relacionadas ao processamento visual que, por fim, pode resultar em alucinações.
Após fazer uma descrição de vários avanços que foram feitos na compreensão de como o cérebro processa informações visuais e de como estruturas neurais altamente específicas estão envolvidas no processamento de determinados aspectos visuais, Sacks reafirma a importância em reconhecer que ninguém sofre necessariamente de um transtorno grave por viver este tipo de experiência e o quanto o nosso conhecimento sobre estes fenômenos tem permitido insights importantes sobre “como o teatro da mente pode ser gerado pela máquinaria do cérebro.” Na palestra exibida no site do TED, é possível optar pela legenda em português. Ao final da palestra, Sacks confessa que também vivencia regularmente alucinações visuais, provavelmente resultantes das suas deficiências visuais.
Psicologia Brazuca: Vitor Haase e a neuropsicologia
O professor Vitor Geraldi Haase é coordenador do Laboratório de Neuropsicologia do Desenvolvimento (LND-UFMG) na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Configurando-se hoje como um dos maiores pesquisadores na área de neuropsicologia, tanto a nível nacional quanto internacional, o professor Vitor foi recentemente aprovado em primeiro lugar no concurso de professor titular da Psicologia da FAFICH-UFMG. Além de imerso em diversos projetos de pesquisa, ele escreve o blog Neuropsicologia e desenvolvimento humano, mais voltado para a divulgação de conhecimento científico na área, e o blog Reabilitação neuropsicológica, voltado para divulgar informações a pacientes e às suas famílias. Vejam esta ótima e profunda entrevista que o professor Vitor gentilmente nos cedeu, comentando sobre os mais diversos problemas não apenas da neuropsicologia, mas da psicologia de maneira mais ampla, estreando a nossa série Psicologia Brazuca em grande estilo!
Medan: Cirurgia com ultrassom – curando sem cortes
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Yoav Medan e sua equipe vem desenvolvendo uma tecnologia que permite o uso de ultrassom para substituir a necessidade de cirurgias e procedimentos invasivos em alguns quadros, como o do Mal de Alzheimer e o câncer. O procedimento é relativamente simples e não causa dor, além de ter um efeito imediato na melhora do paciente, se tudo ocorrer como o esperado.
Dentro de alguns anos, esta tecnologia pode estar disponível para o tratamento de diversos quadros e trazer qualidade de vida para milhares de indivíduos. O vídeo acima mostra casos reais de pacientes que participaram de testes preliminares e os efeitos observados foram entusiasmantes, apesar de ainda haverem muitas limitações para que esta tecnologia seja usada adequadamente. Se você quiser legendas em português para ver o vídeo, basta ir no vídeo no site do TED e selecionar a legenda na parte inferior do vídeo.