Publicado
27 de jan de 2013
Fonte: NERDWORKING
Autor: Felipe Novaes
Em resumo fazer zazen é parar de fazer tudo,
ficar de frente para a parede e sentar,
sendo apenas você mesmo que é somente o self, o eu, o si mesmo – Daissen
O
zen-budismo não é uma religião, tão pouco uma filosofia – ao menos não no estilo grego que conhecemos. Como li certa vez num post no
blog do monge Gensho, trata-se de um
pragmatismo dialético psicológico. E como tudo vindo do Oriente, é misterioso à primeira vista. Um de seus pressupostos mais intrigantes é o de que para vermos as coisas como são, devemos abdicar da dualidade constante que caracteriza nossas vidas – bom e ruim, escuro e claro, chato e legal, difícil e fácil – permeadas pela linguagem.
O Zen é uma via direta, sem intermediários, por isso ele não se detem muito em argumentações longas como provavelmente um filósofo grego faria com prazer. Entretanto, nossa mente ocidental clama por uma explicação sistemática sobre o que diabos os zen-budistas querem dizer com ausência de linguagem, experiência direta e ausência de dualidade. Quem pratica o zen diz constatar isso pela prática, mas como podemos saber se isso não é uma mera ilusão psicológica? Bom, a ciência é um bom método para isso. Passeando pelas bases de dados de artigos, encontrei um interessante estudo que buscou desvelar exatamente esse mistério.
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Publicado
8 de jan de 2013
Se você já precisou falar em público, tomar uma decisão muito importante ou tomar remédios para ter coragem de embarcar em um avião, você já sentiu na pele o que é a ansiedade. Toda vez que nos sentimos angustiados, tensos ou apreensivos por conta de como prevemos que eventos futuros ocorrerão ou interpretamos uma experiência atual como oferecendo riscos eminentes, estamos vivenciando um estado mental e afetivo conhecido na psicologia como ansiedade.
Todos nós vivenciamos a ansiedade diversas vezes ao longo de uma semana e até mesmo de um dia. Sentir-se assim é comum para a maioria das pessoas e necessário para que possamos nos adaptar às diferentes circunstâncias que vivemos. A ansiedade nos prepara física e psicologicamente para lidar com adversidades e para maximizar a nossa capacidade de sobrevivência. Entretanto, o nível de ansiedade que sentimos pode ser tão alto às vezes que, além de nos causar um grande sofrimento, nos impede de fazer as nossas coisas normalmente, como encontrar com amigos, ir ao trabalho, ter momentos prazerosos de lazer e dormir bem. Esse texto explora o que a terapia cognitiva tem a dizer sobre porque você, muitas vezes, não consegue controlar a sua ansiedade e é dominado por ela.
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Publicado
1 de jan de 2013
Publicado
25 de dez de 2012

A armadilha da supressão do pensamento
Podemos sentir que controlamos nossos pensamentos quando quisermos. Se você quiser pensar, por exemplo, em uma casa, neste exato momento, você é capaz de imaginá-la detalhadamente. Mas apesar de sermos eficientes na arte de iniciar um pensamento, muitas vezes não somos igualmente bons na arte de encerrá-los ou suprimi-los. Nossos pensamentos nem sempre nos obedecem – quem nunca teve aquele pensamento que não saia da cabeça, por mais indesejável e desagradável que fosse?
O que este tipo de experiência parece indicar é que nem sempre temos o controle da nossa cognição. Se nossa capacidade de “mandar” no que iremos pensar fosse eficiente, alguns problemas que milhares de pessoas vivenciam nem deveriam existir. Um exemplo disso ocorre com pessoas que sofrem de insônia. Muitas pessoas com este problema vivenciam uma “enxurrada” de pensamentos que os induzem a um estado de agitação incompatível com o sono. Outro exemplo drástico de quem convive com este problema é quem enfrenta o Transtorno Obsessivo-Compulsivo, o famoso TOC. Nesta condição, as pessoas vivenciam diariamente pensamentos repetitivos e frequentes sobre um ou mais determinados conteúdos (ex: sujeira) que as levam a realizar ações compulsivas relacionados aos seus pensamentos obsessivos (ex: lavar a mão para evitar a sujeira). Por mais que elas tentem parar de ter estes pensamentos, eles continuam ressurgindo em suas mentes e causando sofrimento.
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Publicado
10 de dez de 2012

Quanto costuma durar um amor romântico intenso?
É comum pensar que o amor romântico intenso vivido por duas pessoas no início de um relacionamento diminui com o passar do tempo, até que, se o relacionamento durar, o que fica é um sentimento menos intenso e mais fraternal. Existem até aqueles que afirmam que o amor romântico intenso tem inclusive um prazo de validade – normalmente acaba até os dois primeiros anos de relacionamento, e dificilmente dura mais do que isso. Apesar destas afirmações serem difundidas, na verdade temos poucas informações concretas sobre o quão comum é que o amor romântico intenso dure em relacionamentos longos.
Quão frequente é que parceiros amorosos de longo prazo mantenham um amor romântico intenso um pelo outro? Quais aspectos será que determinam a duração do amor romântico – frequência de relações sexuais, ciúmes, companheirismo, time favorito, signo, ascendente do signo? Foi tentando dar respostas parciais a estas perguntas que um grupo de pesquisadores conduziu uma pesquisa publicada este ano (isso mesmo, eu estou falando de um estudo científico sobre o amor!). O que vocês acham que eles encontraram?
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Publicado
20 de nov de 2012
O Coursera é um projeto no qual você pode fazer cursos dos mais diversos temas (biologia, astronomia, estatística, economia, música, artes, história), ministrados por professores(as) das maiores universidades do mundo, de maneira totalmente gratuita e de quebra você ainda pode ganhar um certificado de que concluiu o curso satisfatoriamente e colocar no seu currículo! As aulas e avaliações dos cursos são realizadas totalmente pela internet e não envolvem qualquer custo para quem se interessar. Vale a pena visitar a página do Coursera e dar uma olhada nos cursos que serão ofertados (tem de tudo)!
Dois cursos são especialmente interessantes para os leitores deste blog. Um deles se chama Why We Need Psychology (Porque nós precisamos da psicologia). Neste curso, o professor Simon Green da Universidade de Londres fará uma introdução à psicologia, buscando demonstrar as implicações práticas do conhecimento produzido pela área e porque ela é uma área importante.
Outro curso, ainda mais interessante, é o chamado de Social Psychology (Psicologia Social), que será ministrado pelo professor Scott Plous da Universidade Wesleyan. No curso, o professor tentará responder à questões básicas sobre o comportamento social humano baseado nas pesquisas recentes da psicologia social. Estas são duas oportunidades únicas e raras para alunos de psicologia e admiradores da área de conhecer uma psicologia muito diferente da psicologia brasileira – é uma oportunidade de conhecer a psicologia que é ensinada e feita no resto do mundo! O melhor do Coursera é que você pode se inscrever no curso e ver e/ou fazer somente aquilo que o seu tempo lhe permitir. Se você não puder assistir a todas as aulas ou fazer todas as avaliações, não poderá afirma que “fez” o curso de fato, mas ao menos você pode acabar vendo alguma aula interessante ou aprendendo algo que você poderá buscar mais quando estiver com tempo. Você não tem nada a perder independente do que fizer, então não perca essa oportunidade de conhecer melhor a psicologia!
Publicado
6 de nov de 2012

Se você está afim de ganhar de presente de natal o último livro do psicólogo ganhador de um prêmio nobel, Daniel Kahneman, totalmente de graça, essa é a sua grande chance! Basta você clicar aqui, curtir e compartilhar a foto, e depois clicar aqui e curtir a página do CogSoc. Quem seguir estes passos já estará automaticamente concorrendo a receber em casa um exemplar novinho do livro pertinho do natal! Quem já havia curtido a página do CogSoc só precisa curtir e compartilhar a foto de divulgação do sorteio! O sorteio ocorrerá no dia 17/12/12 e o(a) sortudo(a) será revelado na página do CogSoc. Não é todo dia que um livro destes está sendo distribuído por ai praticamente de graça, então aproveitem!!!
Publicado
30 de out de 2012
[youtube_sc url=”http://www.youtube.com/watch?v=sW5sMgGo7dw&feature=share&list=PLE50FC91A844EEC33″]
No vídeo acima, o psicólogo Daniel Kahneman propõe que cientistas adversários deveriam cooperar pelo bem da ciência e deixar de lado seus destemperos. Kahneman chamou a atenção da mídia mês passado, com direito a aparição na revista Nature, por ter enviado um email a um grupo de pesquisadores convocando-os a cooperarem para mostrar ao público e à comunidade acadêmica a robustez dos seus resultados (se quiser entender um pouquinho mais sobre isso, leia aqui).
Ele defendeu enfaticamente a necessidade de lidar com os problemas de maneira cooperativa entre pesquisadores que discordam entre si como uma das poucas maneiras de recuperar a credibilidade de determinadas linhas de pesquisa, abaladas por recentes tentativas de replicação de estudos mal sucedidas. Em outras palavras, Kahneman pediu que a solidez dos fenômenos fosse testada colaborativamente entre pesquisadores que discordassem em pontos cruciais, garantindo assim maior confiança no resultado final de uma eventual colaboração. Me parece que a ênfase do professor pode recompensar muitos esforços na psicologia se for considerada seriamente, já que o acompanhamento de perto de pesquisadores críticos em relação a um fenômeno pode diminuir os vieses inconscientes que poderiam influenciar os resultados de uma replicação de estudo conduzida pelos pesquisadores que encontraram o resultado original. A proposta não é um remédio completo para o problema, mas certamente já acrescentaria mais um nível de rigorosidade aos achados subsequentes.
Peço desculpas, mas eu não sei inserir legendas em vídeos. Entretanto, eu ofereço aqui a tradução da transcrição da fala de Daniel Kahneman. Se algum bom samaritano quiser inserir as legendas e nos enviar o vídeo legendado, ficarei agradecido! Segue a transcrição traduzida:
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Publicado
23 de out de 2012

Você leva jeito para ser um psicólogo?
Você é um bom ouvinte? Da bons conselhos para os seus amigos? Seus pitacos sobre porque alguém fez algo normalmente acabam se mostrando certos? Se sim, então você provavelmente já ouviu alguém lhe dizer que “você seria um bom psicólogo” ou “você leva jeito para a psicologia.” Entretanto, muitas vezes, a visão que as pessoas tem sobre o que é a psicologia e o que é preciso para ser um bom psicólogo não será um bom guia para você descobrir se leva jeito para a coisa. Um estudante que quiser se graduar em psicologia e se tornar um profissional vai precisar de muito mais do que bons pitacos e um bom ouvido, embora essa parte do corpo seja essencial.
Seguem abaixo cinco características que eu considero importantes para alguém que planeja se aventurar nos mares agitados da psicologia brasileira.
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Publicado
16 de out de 2012

Maria Emilia Yamamoto
Maria Emília Yamamoto pode ser considerada uma das “mães” da psicologia evolucionista brasileira. Pioneira na área, ela hoje é professora na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e tem participação fundamental na promoção e no desenvolvimento da psicologia brasileira, especialmente da psicologia evolucionista (PE). Ela editou em co-autoria com a professora Emma Otta o livro Psicologia evolucionista, primeiro manual brasileiro da área.
Assim como o Dida, a Maria Emilia veio da etologia, mas sua carreira foi se direcionando cada vez mais também para a PE. A professora Maria Emilia se tornou uma porta-voz da área e tem divulgado o seu trabalho em diversos congressos, palestras e eventos. Ela gentilmente nos cedeu uma entrevista rica, na qual foram discutidos diversos assuntos que ela, assim como muitos pesquisadores no mundo todo, tem tentando relacionar na sua pesquisa, como a evolução, a prosocialidade, a religião e a moralidade.

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