E.T.-telefone-casa

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Um objeto tão simples e de uso tão cotidiano quanto a caneta BIC é uma prova evidente de que os extraterrestres não só nos visitam, mas que estão entre nós.
ROG
Permitam-me mostrar porquê. O comprimento da caneta, com a tampa colocada, é de 150mm, e a distância entre a Terra e o Sol é de 150 milhões de km. A relação é evidente. As canetas BIC são objetos de culto solar introduzidas no nosso planeta por alguma civilização extraterrestre. Mas isso não é tudo. O comprimento da tampa da caneta é de 58mm, e se descontamos o que mede o ganchinho (a parte que serve para que a caneta fique pendurada), restam 35mm. Somamos as duas medidas e obtemos 93, que multiplicado por 2 dá 186, exatamente 40mm mais do que o comprimento da caneta sem a tampa (146mm). Ademais, a soma dos números do comprimento da tampa sem o ganchinho, 35mm (3+5), é 8, que é o diâmetro da caneta. Qualquer um pode ver que nestas proporções existe uma relação, e dessa relação tem que se derivar uma mensagem, provavelmente as chaves para a utilização de todo o poder e a energia do Sol.
E tem mais. Se somarmos o comprimento da caneta sem a tampa, e o comprimento da caneta com tampa, obtemos o total de 296, que é exatamente a distância, em km, entre Recife e Natal pela rodovia. Caso alguém ainda duvide, a tecnologia necessária para construir rodovias é de origem extraterrestre (suponho que ninguém seja capaz de pensar que uns primitivos humanos poderiam desenvolver sozinhos uma tecnologia assim), e a relação entre essa tecnologia e as viagens interplanetárias encontra-se oculta nas mágicas proporções das canetas BIC. E não apenas isso, provavelmente todos os segredos do Universo estejam nessa caneta. Somando o resultado anterior, 296, com a medida da tampa sem o gancho, 35mm, temos 331, que multiplicado por 2 é 662, quase a Constante de Gravitação Universal, salvo o correspondente fator de proporcionalidade (o valor desta constante é de 6,67 x 10¹¹, o erro pode ser devido bem a falta de precisão em nossas medições, ou bem a que a inteligência superior que criou estes objetos decidiu que era perigoso demais pôr conhecimento demais em nossas mãos).
Além do mais, o comprimento do gancho é de 23mm. Se somarmos os números do comprimento total da caneta, 150mm (1+5+0), temos 6, que com os 23 do gancho resultam em 6,023, bastando acrescentar o fator de proporcionalidade 10²³ para obter o número de Avogadro. Com certeza poderíamos seguir estudando as características deste maravilhoso objeto vindo das estrelas, e encontraríamos assim respostas aos grandes enigmas da humanidade.
Terei ficado doido? Continue lendo.
As pessoas tendem a acreditar nas coisas. Certa vez, durante o programa “The Tonight Show”, de Johnny Carson, o mágico James Randi se apresentou, praticando um truque chamado “cirurgia psíquica”. Durante todo o evento, ele continuou dizendo que era tudo um truque de prestidigitação e que ele não era médium, mas um mágico.
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Apesar de todo o aviso, ao fim do programa, centenas de pessoas telefonaram para a emissora querendo saber como entrar em contato com aquele homem, pois estavam precisando de cirurgias espirituais.
Nossa mente costuma esquecer os detalhes que não nos interessam ou que são contrários ao que acreditamos e se concentrar naqueles que concordam com o nosso ponto de vista.
É fácil esquecer que nós só estamos aqui por causa de colisões aleatórias de prótons e elétrons, agregações exageradas de átomos de hidrogênio, criando fornos estelares cujos colapsos criaram megaexplosões que espalharam carbono e oxigênio pelo espaço, que se condensaram em nuvens gigantes de gás, que se aglomeraram num ponto central, acendendo uma nova estrela e criando um poço gravitacional que criou discos de acreção ao seu redor, que se acumularam em várias esferas planetárias, uma de pedra (Terra) e outra gigante de gás (Júpiter), que desvia a maioria dos asteróides e cometas que nos atingiria sem sua proteção, mesmo sendo tais impactos benéficos, como o que tirou um pedaço do mundo, transformando-o em Lua, criando um puxão que deu início às marés, que fez com que as formas de vida mais simples (criadas por carbono recombinado na água oxigenada e cheia de outros elementos provenientes das explosões cósmicas) precisassem evoluir meios de locomoção especializados, que futuramente os tiraria da água (não sem antes passar pela faixa de transição entre mar e terra, a praia molhada, causada pelo movimentos das marés), criaturas essas que teriam que enfrentar outra colisão extraterrena e começar o processo novamente quase do zero, até se tornarem criaturas gigantes, precursoras dos pássaros, que seriam também dizimadas, juntos com mais 75% de todas as espécies do planeta, deixando espaço para uns ratinhos, que moravam em tocas dentro do chão e comiam raízes, crescessem, se espalhassem e se modificassem, dando início a várias espécies de mamíferos que, através de milhões de anos de adaptação conseguiram lugar de destaque na biodiversidade desta pedra solta no vazio escuro e frio do espaço, desenvolveram cérebros flexíveis adequados a qualquer situação, e mãos capazes de manipular os menores objetos com precisão, mas, novamente, isso foi fruto de adaptação ao ambiente.
Nós moramos no lugar certo do sistema solar, perto de uma estrela certa, nem muito quente (que se acabaria rápido demais, não deixando tempo para chegarmos onde estamos), nem muito fria, sofremos uma quantidade perfeita de choques com restos de outros planetas, que empurrou a evolução e matou a concorrência, nos deixando nascer, descobrimos coisas ao acaso (radioatividade, penicilina, radiação cósmica de fundo), construímos telescópios e naves espaciais e agora estamos chegando ao limite do nosso sistema solar.
É MUITO difícil acreditar nisso tudo!
É muita coincidência!
Mas existe evidência para isso tudo. Muita evidência.
O mesmo não pode ser dito de avistamentos de naves extraterrestres.
Quando a prova existe, é para confirmar o contrário.
O coletivo de “relatos” não é “evidência”.
Alternativamente, a ausência de provas não é prova de ausência.
Et´s podem existir, eu acredito que existam, pois o universo é muito grande, muito grande MESMO! E é exatamente por ter tal característica que eu não acredito que seres inteligentes que existam por aí estejam por aqui.
Nós levamos trinta e um anos para chegar ao fim do nosso sistema solar. Sem ninguém dentro da nave. Sem comida nem bebida, só uma bateria e um transmissor.
São 14 horas-luz (ou seja, a luz, cuja velocidade NADA pode ultrapassar, leva catorze minutos para chegar lá) daqui pra Voyager 1. A próxima estrela está a 4.2 anos-luz de distância da Terra. Mais de trinta e seis MIL vezes a distância. Para efeito de comparação, se você andar do início até o alto da ponte Forte-Redinha (Newton Navarro), terá andado mais ou menos 1 quilômetro. Se você andar trinta e seis mil vezes isso, dará quase uma volta completa ao planeta.
A luz, que não tem massa, demora quatro anos e pouco para chegar aqui, vindo de Próxima Centauro, nossa vizinha mais próxima.
Sabe quais as chances de uma civilização aparecer e chegar ao ponto de mandar naves pelo espaço? Até agora de uma sobre infinito.
Existe até uma equação para se calcular as chances com dados melhores.
Mas, até agora, ainda é 1/infinito.
Eu acredito em ET, mas não acredito em visitas…
Leiam isso e mais isso. Valem a pena.

Atendendo a pedidos

Reclamaram de mim por meu blogue (aportuguesado da palavra “blog”, abreviação de “web log”, que em inglês significa “diário de rede”, onde “rede” é a Internet e “diário” é um lugar onde se registram os pensamentos e as experiências) ter muita coisa escrita.
Certo.
Mandaram eu colocar fotos e desenhos e cores e adornos e toda sorte de tiradores de atenção disponíveis. Se eu quisesse desviar a atenção do que quero dizer, eu nem começaria dizendo e cada artigo teria uma foto minha cutucando meu nariz.
Eu descobri o prazer de escrever e de ser lido e de ter alguém que vez por outra vem me dizer que aprendeu uma coisa legal ou que se divertiu com minhas peripécias internetais.
Outra das coisas que eu faço é cronometrar o tempo de ler cada uma das minhas entradas (eu sei que tenho problemas, não me julguem). A mais longa demora nove minutos para ser lida, a mais visitada e elogiada leva quatro minutos. Um cigarro queima em sete, a água do meu café ferve em dez e deixar o nariz limpo custa 11 minutos de dedos em ação.
Eu só utilizo figuras em casos especiais, para explicar algo que seria muito difícil de entender só lendo, para chocar ou para causar um impacto emocional maior. Prefiro usar links.
Mas, em homenagem a essas duas chatas (um alô aí pras minhas cunhadas!), hoje eu vou deixar a página lenta para todo mundo (de nada) colocando muitos vídeos.
Como eu sou um sujeito dado à Ciência, serão vídeos de experimentos científicos interessantes de assistir.
1 – A massinha prateada em cima do prato é sódio, um metal alcalino que, em sua forma pura, explode em contato com água.
O amarelo dentro do frasco é gás cloro, um elemento altamente venenoso que pode matar uma pessoa que o aspire, e é colocado, em quantidades ínfimas, em reservatórios de água potável para evitar o desenvolvimento de qualquer organismo prejudicial à nossa saúde.
Isso é o que acontece quando se misturam os dois com água:
[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=Mx5JJWI2aaw]
O pó no fundo é areia, só para não quebrar o vidro.
Outra propriedade desses dois elementos é a de, quando combinados em condições certas, formam Cloreto de Sódio, ou o que é mais conhecido como Sal de Cozinha.
2 – Existe uma propriedade física chamada metaestabilidade que permite, por exemplo, que água fique mais fria que seu ponto de congelamento, mas se mantenha líquida. Até ser perturbada:
[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=gGpNhBPYNfs]
Ou que água esquente acima do seu ponto de ebulição, novamente se mantendo líquida, até que haja um distúrbio:
[youtube= http://www.youtube.com/watch?v=yNu8WaKo5No]
3 – Alguns gases, como o hexafluorido de enxofre, são tão mais pesados que o ar (na verdade, o certo seria dizer que é mais denso, pois um quilo de ar pesa o mesmo que um quilo de qualquer outra coisa) que “afundam”, formando uma base invisível:
[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=1PJTq2xQiQ0]
Esse gás específico aí é conhecido como “anti-hélio”, pois se comporta de forma diametralmente oposta ao hélio, que é menos denso que o ar e faz os balões de festa flutuarem e se você aspirar hélio, ficará com voz de Pato Donald, se respirar hexafluorido de enxofre, ficará com voz de Tim Maia.
4 – Ondas acústicas estacionárias são formadas por um fenômeno físico que reforça uma certa freqüência entre paredes paralelas, aumentando a energia da tal freqüência.
Se o som for alto o suficiente e o espaço pequeno o suficiente, a energia produzida pode gerar uma força (assim como um vento muito forte tem força para destelhar uma casa) que faz com que objetos leves “surfem” nessa onda estacionária:
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Levitação Acústica. Seus tímpanos estourariam, mas você seria a pessoa mais popular do bairro.
5 – Ressonância é o fenômeno que ocorre quando energia vibratória é transferida de um sistema para o outro. Quem já tocou em banda conhece esse efeito, quando o baixista toca uma certa nota e a caixa da bateria fica chiando.
Ernst Chladni, físico e músico, uniu o melhor dos dois mundos e descobriu o efeito que hoje leva seu nome, as figuras de Chladni (quase tão legal de dizer quanto “Gottlob”):
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Isso aí é o seguinte: quando a placa é tocada (isso funciona também com um alto-falante embaixo da placa, podem procurar no youtube), ela vibra desigualmente. As laterais tentam vibrar ao mesmo tempo, mas o ponto médio entre elas não se mexe porque as vibrações vindas de ambos os lados se cancelam nos chamados “nós”. A areia em cima da placa fica pulando (imaginem um lençol rente à cama sendo sacudido e toda a areia sendo jogada para cima) até cair em um nó, que não se mexe ou pelo menos não tanto quanto o resto da placa, formando esses desenhos geométricos. Apenas encostar na placa já cria nós em outros pontos, mudando o desenho.
Quem disse que Física não é um negócio bonito?
P.S. Este tópico demora quatro minutos e meio para ser lido. Dá tempo de comer três bolachas creme cráquer (sem manteiga; pois as meladas levam menos tempo por serem mais fáceis de engolir e requererem a produção de menos saliva).

Quem gosta de placebo é Bárbara…

O mesmo amigo que ontem me perguntou sobre a montanha invisível me perguntou também: se é sabido que placebo sempre tem efeito positivo, por que os médicos não desenvolvem uma droga que tenha o mesmo efeito, mas sem a enganação?
A resposta: isso que você disse está 100% errado.
Placebos não têm efeitos positivos sempre. Aliás, raramente têm.
Médico não desenvolve droga, quem faz isso são os químicos, bioquímicos e farmacêuticos do mundo.
Os médicos não administram pílulas de açúcar dizendo que são remédios para dor de coluna (quem faz isso são os homeopatas, que são uma ameaça à saúde pública prometendo cura com mágica e não merecem ser chamados de médicos mas de corja). Os placebos são utilizados em grandes testes da indústria farmacêutica antes de uma droga passar a ser vendida ao público e em pesquisas médicas, mas nunca sozinhos. Seria o mesmo que beber um copo cheio de gelo, já que tem o mesmo efeito refrescante de um suco.A melhor maneira de explicar isso é com um exemplo:
Uma droga X está sendo desenvolvida para combater frieira de axila e foram obtidos resultados positivos em ratos, ovelhas, porcos e outros mamíferos e menos importantes que, caso algo dê errado, podem virar uma salsicha ou um hambúrguer do McDonald’s (por favor, isso é uma piada! Grandes cadeias de restaurantes não compram carne de animais de laboratório nem usam carne de minhoca, isso é coisa de teóricos conspiratórios que não têm o que fazer da vida! Inúteis…).
A próxima etapa do processo é o teste em humanos voluntários.
Um grupo de 100 pessoas é escolhido e separado em dois grupos de 50 indivíduos (alguns testes dividem os participantes em mais grupos para concentrações diferentes dos ingredientes ativos).
O primeiro grupo receberá a dose recomendada do remédio, o segundo receberá o placebo, mas ninguém sabe o que está tomando (se for um comprimido, o placebo será um comprimido idêntico ao real, mas sem nenhum ingrediente ativo. Se for injetável, será uma solução salina inerte).
No final do tratamento, todos os sintomas, quadro clínico inicial e final, reclamações dos pacientes e efeitos colaterais que foram devidamente anotados durante o teste serão comparados.
É neste momento que os placebos são importantes.
Se todos (ou uma porcentagem significativa) tiveram dor de cabeça, a cefaléia foi um efeito colateral psicológico.
Se só os do grupo do fármaco tiveram (ou sentiram em números mais significativos que os participantes do outro grupo), foi um efeito colateral causado pela medicação.
Se só os do grupo do placebo reclamaram disso (ou reclamaram mais que os do outro grupo), a medicação pode até ajudar a aliviar dores. O que também constitui um efeito colateral, mas um benéfico.
A administração do placebo atua como um controle, ajudando a identificar e separar os efeitos causados pela droga dos efeitos causados no organismo pelo cérebro, achando que está sendo remediado.
Finalmente, “placebo” é a 1ª pessoa do singular do futuro indicativo do verbo “placere”, latim para “agradar”, e não o imperativo afirmativo do verbo “medicor”, latim para “curar”. É só uma sopinha e um empurrão na rede, não um Tandrilax.
Ah! Bárbara é uma conhecida minha que gosta duma banda inglesa chamada Placebo.
Tadinha…
P.S. Mais sobre o engodo, sacanagem e crime que é a homeopatia futuramente. Aguardem.

Como nós sabemos que cachorros vêem em preto e branco?

Um amigo meu me perguntou isso várias vezes e nunca esperou para ouvir a resposta, ficava tão indignado com a impossibilidade da certeza da informação que ia logo embora jogar bola, resmungando “quem foi que disse?”.
Antes de mais nada (fora o que eu já disse aí em cima), os cachorros são animais noturnos por natureza. Eles só foram domesticados por nós há mais ou menos quinze mil anos e ainda não deu tempo deles evoluirem o aparato visual para visão diurna.
No escuro não dá para ver cores (tente escolher uma camisa pela cor a noite sem acender uma luz), então é mais vantagem desenvolver mais os sentidos que não dependem de luz, como olfato e audição.Na parte dos olhos dos mamíferos que capta luz, existem dois tipos de células que fazem isso; cones e bastonetes.
Os cones são responsáveis por captar cores e pela visão detalhada (visão direta) enquanto os bastonetes existem para detectar movimento (visão periférica) e para visão noturna.
Nós temos três tipos de cones nos nossos olhos, mas os cachorros só possuem cones azuis e verdes. Eles não enxergam vermelho e muito pouco verde (que misturado com azul fica amarelo).
espectro
O espaço que sobra na retina canina é compensado com muito mais bastonetes, fazendo-os se adaptar melhor a condições de pouca luz. Os cachorros percebem movimento bem melhor que nós e o mundo deles também é bem mais claro por causa dessa quantidade extra de células receptoras de luz e movimento.
Mas ao mesmo tempo o mundo deles é menos colorido e mais borrado, pela falta de células captadoras de cor e de traços finos.
A evolução fez os cães assim e a ciência médica e veterinária descobriram o resto.
Não é que alguém tenha chegado prum cachorro e dito “Ei, de que cor é essa maçã?” e riu depois que ele respondeu “Preta!” e ficou abanando o rabo com a língua para fora por ter interagido com uma pessoa.
Não é assim que Ciência funciona…
Finalmente, os cachorros não enxergam em preto e branco, eles só não vêem a cor vermelha nem os detalhes das coisas, então nem adianta mostrar aquela escultura em argila bem trabalhada de Chico Barreiro que eles não vão saber apreciá-la.
Acho que é isso mesmo.
p.s. hoje em dia aquele meu amigo tá careca.

De dia é azul, de noite é piscando.

O ar que forma a atmosfera em cima das nossas cabeças, apesar de parecer, não é totalmente transparente, é meio fosco e tem uma certa densidade que também não é constante.
– E eu com isso?
É por isso que as estrelas piscam.
Imagine um carro com os faróis acesos e uma fogueira acesa entre o carro e você.
Quanto mais fumaça tiver, menor será a quantidade de luz dos faróis alcançando seus olhos, e vice-versa. Mas, a quantidade de fumaça nunca é constante. As vezes tem mais, as vezes tem menos, dependendo do calor da fogueira, do vento, do pedaço que tá queimando, da posição do pedaço dentro da fogueira, da orientação do pedaço, da umidade do ar, etc.
Ar é uma fumaça café-com-leite em termos de opacidade. Ar é formado de gases, que são fluidos, assim como líquidos são fluidos.
Se uma pia estiver cheia de água, dá para ver o ralo. Se uma piscina estiver cheia d’água, dá mais ou menos para ver o fundo. Quanto mais água, menos luz passa. A mesma coisa vale pro ar, quanto mais ar, menos luz atravessa.
Quando existe mais ar entre nós e as estrelas, elas ficam menos brilhantes, quando tem menos ar, ficam mais. Como a quantidade e a densidade do ar está sempre mudando, como a fumaça da fogueira, por causa do vento, temperatura, correntes de convecção, etc., as estrelas piscam.
O poeta Zé da Luz, quando em puxinanã, explicou muito bem esse fenômeno:
Os ói dela paricía
Duas istrêla tremeno
Se apagano e se acendeno
Em noite de ventania
Esse mesmo ar que fica esculhambando o samba de noite, deixa o céu azul de dia.
Minha professora da primeira série disse que “o céu é azul porque o céu reflete a cor do oceano”.
E por que fica vermelho de tardezinha? Ela não soube responder e me deu umas contas preu fazer e ficar quieto. Eu gosto de fazer conta.
Não existe um motivo só para o céu ser azul, mas vários.
Um deles é que o ar, como dito acima, não é transparente, e absorve um pouco as ondas eletromagnéticas de frequência mais curta (qualquer dia desses eu publico uma entrada sobre ondas. É mó legal!) como o vermelho e o laranja e espalha mais facilmente as ondas mais longas, como o azul e o violeta.
O céu não é violeta para os nossos olhos porque, apesar da absorção pelo ar ser menor que a da cor azul, nós temos cones receptores de cor nas nossas retinas que respondem melhor ao vermelho, azul e verde. O seu televisor funciona do mesmo jeito, criando todas as cores de todos os vestidos das madames das novelas usando só três luzezinhas (plural diminutivo de ‘luz’. O de ‘bar’ é ‘baresinhos’) nessas mesmas cores.
Como as ondas mais curtas já estão melhor espalhadas pelo ar, essas células dentros dos nossos olhos captam as cores da seguinte maneira: os cones vermelhos respondem à pouca luz vermelha que está na atmosfera mas também responde, mais fracamente, ao amarelo e laranja. Os cones verdes respondem também ao amarelo, mas mais fortemente ao verde e verde-azulado que estão mais espalhados. Os cones azuis respondem às cores que estão mais bem espalhadas; azul, anil e violeta. Se não houvesse anil nem violeta, o céu seria azul esverdeado. O resultado disso é que os cones vermelhos e verdes são estimulados mais ou menos na mesma quantidade, mas os cones azuis recebem muito mais informação que ambos ou outros.
Não é coincidência que para ver o azul-celeste como uma cor pura.
O fato de o azul do céu limpo ser do mesmo tom que excita dos nossos receptores não é coincidência. Nós evoluimos para nos adaptarmos melhor ao ambiente e conseguir diferenciar cores naturais facilmente é uma grande vantagem.
E por quê então o pôr-do-sol é vermelho? Tó, vá fazendo aí:
(3² x 4)³ – {(10² + 2) x [7³ x (19 x 6)]}
Quando o sol está perto do horizonte, ele fica uma nesguinha de nada mais longe da gente do quando está acima.
Apesar do ar absorver a parte carmim da luz e espalhar a parte azulada melhor, o encarnado tem mais força e consegue ir mais longe.
Quando o sol está mais longe, puxa fica mais pro escarlate porque essa cor tem mais energia e viaja mais.
Se o ar estiver limpo, o céu fica amarelado. Se estiver muito sujo com partículas poluentes, fica mais vermelho. Em alto-mar, o pôr-do-sol é mais alaranjado, por causa da refração da luz nas partículas suspensas de sal (maresia). Essas mudanças são por causa de um fenômeno chamado Efeito Tyndall.
E eu descobri agora, enquanto pesquisava para isto aqui, que o ângulo também influencia, espalhando melhor a luz e deixando a mistura mais homogênea.
Uma experiência que eu gostava de fazer quando era criança (onde é fácil de perceber o efeito Tyndall) era colocar um copo de coca contra a luz. Fica bem vermelhinho.
Outra maneira de perceber essa filtragem é quando estamos de óculos escuros (os polarizados funcionam melhor) e os cintos de segurança dos carros, que normalmente são pretos, passam a ser enxergados em grená.
Ah, a conta dá 42…

1.000.000.000

1 bilhão é um número tão grande que nosso cérebro mamífero tem sérias dificuldades em compreender, o que dificulta o entendimento de Química (constante de Avogrado), Física (número de planetas e galáxias), História (Eras geológicas) e Biologia (Evolução).

Dizer que 55 gramas de ferro contém 600 vezes um milhão bilhão bilhão de átomos de ferro, ou que cada galáxia contém um bilhão bilhão de planetas e o universo é formado por um número ainda maior de galáxias, que a Terra foi formada há 4 bilhões de anos ou que nós levamos 3 bilhões e meio de anos para evoluir de átomos aleatórios de hidrogênio e carbono para serem pensantes e verificadores de e-mails, não nos diz nada, porque não temos capacidade intelectual de entender números dessa magnitude. Nós somos bons em entender dez de alguma coisa, mas não milhões e milhões. O que nos resta é criar analogias e tentar explicar para nós mesmos o que essas coisas significam.

Por exemplo:
Se você levar cinco minutos para contar até mil, mantendo o mesmo ritmo, em 1 hora você chegará a 12 mil e a 288 mil ao fim de 24 horas.
Em um ano, mantendo o mesmo passo, sem parar, você terá chegado a 105 milhões. 365 dias, sem descanso, para alcançar pouco mais de dez por cento de um bilhão.
O 1 bilhão só será alcançado ao final de NOVE ANOS E MEIO de contagem incessante, ao ritmo de dez números a cada três segundos. Se o ritmo for um número por segundo, você contaria por mais de 31 anos.

1 bilhão de minutos atrás, na década de 100 da era cristã, o matemático grego Ptolomeu nascia, o carrinho de mão tinha acabado de ser inventado na China, os leões foram extintos nos Bálcãs, o Kama Sutra tinha começado a ser escrito na Índia, tijolos começaram a ser usados como material de construção no Império Romano e, novamente na China, o papel fez sua primeira aparição popular.

1 bilhão de horas atrás, agricultura não existia e não havia animais domesticados, a Austrália ainda não era habitada, nós estávamos quebrando pedras para cortar a carne de animais e curtir pele para nos aquecermos, morávamos todos na África e ainda éramos homo erectus e não homo sapiens e a linguagem e a música estavam começando a se desenvolver.

Uma faixa de areia de 10 metros de extensão por 1 metro de largura e 10 centímetros de profundidade contém aproximadamente oitocentos milhões de grãos de areia. 80% de um bilhão.

É impossível ver 1 bilhão de pessoas de uma só vez, por causa curvatura da Terra. É tanta gente que por mais plano que o terreno fosse, as pessoas se estenderiam até passar do horizonte. A única maneira de fazer 1 bilhão de pessoas caber em seu campo de visão seria ascender algumas centenas de quilômetros acima da superfície terrestre, de onde tal população seria enxergada como uma massa, sendo impossível distinguir indivíduos, de forma análoga a como vemos nossa pele, que é formada por bilhões de células individuais. A propósito, 1 bilhão de células de pele é equivalente a 350cm², ou a pele do torso de um humano adulto.

1 bilhão é muita coisa, só digo isso.

Herbert & George

– Eu não entendo como o tempo pode ser uma quarta dimensão! Um cubo tem largura, altura e profundidade e pronto! Como justificar uma quarta dimensão?
– Fácil! Pense num cubo.
– Sim.
– Esse cubo pode ser instantâneo?
– Instantâneo? Como assim?
– Pode esse cubo existir por um momento? Um momento tão curto que não pode ser medido em tempo, como frações de segundo?
– Não!
– O cubo só existe porque nós podemos observá-lo durante um certo tempo.
– Faz sentido… Mas como justificar o tempo como ‘dimensão’?
– Pense num termômetro de mercúrio.
– Sim.
– Digamos que de dia a temperatura tenha colocado o mercúrio no alto da coluna, durante a noite, com a temperatura mais amena, o nível caiu e, no outro dia, voltou a subir.
– Certo. Mas o mercúrio apenas sobe e desce, só se move em uma dimensão.
– O mercúrio move em duas dimensões na verdade. De cima para baixo e durante um certo período de tempo.
– Como assim?
– Como uma pessoa andando na rua jogando uma bola para cima. A bola está indo para cima e para baixo e também está se movendo para frente. O movimento total da bola, se posto num gráfico, não será uma linha reta horizontal nem uma linha reta vertical, mas uma onda que sobe e desce a medida em que se descola para a frente.
– Então, no caso do termômetro, o tempo equivale ao deslocamento da pessoa no caso da bola?
– Exato! O gráfico do movimento do nível de mercúrio não é apenas subindo e descendo, é uma onda no mesmo estilo do da bola!
– Mas, diferentemente de nas outras dimensões, no tempo nós só podemos nos deslocar em um sentido.
– Quase!
– Como assim, ‘quase’?
– Nós podemos ir da direita para a esquerda e de frente para trás, mas não somos muito bons em nos deslocar para cima! O máximo que conseguimos é pulando, que não dura muito, ou subindo uma escada! Cair é bem mais fácil!
– Por causa da gravidade!
– Exato! Nós somos seres bidimensionais! Nos deslocamos facilmente na terceira dimensão só em um sentido, para baixo!
– Mas e os aviões?
– Lembre-se, o esforço para nos deslocarmos para cima é tremendamente maior que o esforço que fazemos quando andamos em círculos, por exemplo! E quando caimos, não estamos fazendo esforço! É como se a dificuldade em se subir fosse compensada pela facilidade em se cair, talvez deixando o sistema balanceado, já que fazemos exatamente o mesmo esforço quando nos deslocamos em qualquer direção em um plano!
– E o tempo? Continua fluindo sempre na mesma direção!
– Não, nós continuamos ‘caindo’ sempre na mesma direção temporal! Nos falta descobrir uma maneira de ‘pular’ nessa dimensão, de vencer a ‘gravidade’ temporal!
– Voltar no tempo?
– Isso! O grande problema com isso é um paradoxo.
– Uma pessoa voltar no tempo e matar o próprio avô antes do pai ter sido concebido?
– Não, um paradoxo que funciona em qualquer direção que se vá! Se eu estou me deslocando no tempo, como o tempo passaria pra mim?
– Não entendi!
– Uma viagem através do tempo só pode ser instantânea, ou seja, não pode sofrer ação do próprio tempo! Como eu posso, por exemplo, passar uma hora viajando para o passado? Apesar de estar voltando no tempo, o tempo, do meu ponto de vista, continuaria indo para frente?
– Eu acho que entendi! Seria o mesmo que pular para cima e continuar caindo!
– Exato! Eu estaria, por exemplo, voltando para o ano do meu nascimento enquanto que estaria envelhecendo? Ou me adiantando para o ano do nascimento dos meus tetranetos, após minha própria morte, enquanto que envelheceria apenas uma dia? Se estou voltando no tempo, não deveria, o tempo, do meu ponto de vista, voltar também?
– Então uma pessoa só poderia voltar até o dia em que nasceu?
– É isso que eu penso! E como as experiências adquiridas durante a vida são também dependentes do tempo, uma pessoa que voltaria ao passado, rejuvenescendo, estaria também esquecendo tudo o que aprendeu previamente!
– Viagens no tempo podem já existir, mas ninguém teria conhecimento, incluindo o viajante!
– Seria como rebobinar uma fita! E como se viajaria para o futuro?
– Como o avanço rápido de uma fita?
– Com todos os acontecimentos futuros acontecendo enquanto se viaja?
– Isso!
– E se um desses acontecimentos fosse uma morte súbita e inesperada?
– Seria o fim do viajante!
– Um dos riscos de se cair mais rápido que a gravidade! O impacto é sempre mais forte!
– Exato!
– A viagem no tempo só seria possível e viável para frente e voltando para trás até o momento em que se descobriu a possibilidade da viagem, apagando novamente todo o conhecimento adquirido na ida ao futuro!
– Faz sentido!
– A grande descoberta seria a de uma maneira de se fazer lembrar o que ocorreu se viajando ao passado.
– Seria uma boa!
– Mas como se lembrar de algo que ainda não aconteceu?
– Paradoxo!
– Aí está! É por isso que viagens temporais não ocorrem, e se ocorrem, ninguém lembra!
– Como a morte, ninguém nunca voltou pra contar!
– Exato!

Nascer e Pôr da Terra

[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=0WVWUlce3XI]
Esse vídeo é da nave exploradora japonesa KAGUYA mostrando a Terra vista da Lua enquanto nasce e se põe na superfície lunar.
O efeito se dá pela nave circundando a Lua, pois na superfície desta a Terra está sempre parada, devido a um efeito chamado “rotação travada” (a Lua roda em torno do próprio eixo com a mesma velocidade com que circula ao redor da Terra), que faz com que nós sempre vejamos o mesmo lado da Lua.
Eu colocando isso aqui não para ensinar cosmologia nem para mostrar como nós somos avançados e estamos mandando câmeras para o espaço (estamos fazendo isso a 50 anos já, comemorados mês passado), mas para duas coisas; primeiramente mostrar uma coisa bonita e, segundo, para incitar uma idéia.
Tenham em mente o seguinte: tudo o que já foi desenhado, criado, construído, planejado, feito, admirado, comido, plantado, dirigido, tocado, pintado, respirado, falado e pensado ocorreu aí nessa bolinha azul flutuando no espaço que, até onde nós sabemos, é infinito.
De nada.

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