Este é o primeiro post de dois mil e doze. Para começar o ano no Xis-xis escolho a foto da Pedra do Baú, formação rochosa localizada em São Bento do Sapucaí (SP), como ritual de passagem do blog. Depois de cerca de 15 anos, retornei a um dos meus lugares preferidos perto da famosa Campos do Jordão em um dos últimos dias de 2011 – quando fotografei a bela paisagem. Além da panorâmica, gosto de ambientes altos onde vejo como somos pequenos neste mundinho afora (solo, Terra, universo). É lá, na ponta do despenhadeiro, que respiro profundamente a força da natureza na qual estamos inseridos – um belo, e que belo, clichê.
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Uma guirlanda ecológica de Natal
Gosto do Natal por passar momentos – bons, confusos, bagunçados, tudo junto ao mesmo tempo, sabe aquela situação bem família “trapo” e “buscapé”? – com meus parentes e meus amigos. Agora, decorar a casa para a data me pega, evito juntar badulaques. Como repete uma tia minha: “Menos é mais”.
Este é o primeiro Natal com minha “casa própria”. Portanto, expus todas essas chatas – eu sei – filosofias ao meu marido que, por obséquio, acabou cedendo. Porém, há um tempinho lembrei que uma amiga jornalista contou certa vez que gostava de fazer guirlandas com rolhas de vinho como passatempo. Hum. Detalhe: vinhos que ela própria teria degustado. A sua autopropaganda típica – a moça é bem humorada – ficou gravada na minha memória. Dia desses fiz o pedido.
Conheça o Minhocão, em São Paulo
Estou muito encantada por usar a bicicleta como meio de transporte e lazer. Era um sonho antigo que agora virou realidade. E andar no Minhocão (viaduto no centro de Sâo Paulo), seja de bicicleta ou a pé, era outro. A construção bizarra – são cerca de 3,5 km de via elevada – corta ruas importantes para a história da cidade, está rodeada de edifícios interessantes como o Castelinho da rua Apa e a sua própria implementação revela que a cidade é pensada para a circulação de carros e não para as pessoas em transportes públicos. Andar de bicicleta nele, fazer o uso do concreto como um parque, traz a sensação de reivindicar o que é deveria ser de todos (clique na imagem para ver o vídeo post).
Vou de bike
Comprei uma “biquicleta” – como diria um conhecido quando criança! Tenho namorado a magrela há meses, mas estava sem tempo para adquirir e muito menos para passear com uma. Até que decidi, “do fim de semana não passa”. Aí está. Agora, vamos pedalar.
As cerca de duas horas pedaladas também foram suficiente para comprovar algo que “eu já sabia”: a cidade de São Paulo é feita para carros. Em bairros arborizados, de calçadas limpas, trechos “interioranos” da cidade, as ruas estão vazias! Cadê as pessoas?
Baía de Guanabara contra águas e morros?
Este é um post no estilo: você sabia? Ao menos 15% da Baía de Guanabara, aquela coisa linda circundada por cidades como Rio de Janeiro e Niterói, foi aterrada desde a “descoberta” do Brasil. Uma famosa obra do tipo é o aterro onde está inserido o Parque do Flamengo – delicioso ficar pasmando nele admirando o Pão-de-Açúcar. Bom, apesar de sua beleza, qual o limite para tal ocupação? Há muitas “estórias” para refletirmos sobre as alterações feitas por nós na paisagem.
Segundo um pessoal da Fiocruz, localizada no bairro de Manguinhos, antigamente o mar chegava até a avenida Brasil (veja no mapa), umas das vias expressas mais importantes de entrada da Cidade Maravilhosa e que possui a péssima fama de ser perigosa devido aos tiroteios. Também já ouvi e li rumores de que praias como a do Botafogo e Copacabana sofreram com a interferência humana.
Talvez a história mais triste sobre aterros na Baía de Guanabara diz respeito ao Aeroporto Santos-Dumont. Existe um bairro, no centro do Rio, chamado Castelo que ainda hoje é conhecido por alguns como “Morro do Castelo”. O local era histórico. De acordo com notícias publicadas em jornais, foi nesse morro que os portugueses, em 1500 e bolinhas, se abrigaram após expulsarem os franceses da cidade (aliás, dizem que o “r” carioca é pronunciado puxado devido ao sotaque francês). Então, foi ali que a cidade se estabeleceu.
Assim, vários edifícios históricos foram construídos desde a época dos jesuítas e se mantiveram de pé até o começo de 1900 – entre eles, uma fortaleza que inspirou o nome dado ao morro. Até que, nos anos de 1920, o morro foi ladeira abaixo. Sob o pretexto de melhorar a circulação de ar na cidade para as comemorações do 1º Centenário da Independência do Brasil, o prefeito Carlos Sampaio mandou demolir o local.
Aquele montão de terra tirada de lá foi usado, entre outros, para aterrar a área do Aeroporto Santos-Dumont. E, assim, a história literalmente se encontrou demolida. Prédios históricos, acidente geográfico natural, residências, lembranças… ao chão – ou no fundo do mar. Valeu a pena? Como disse meu marido, “parece que as pessoas tentam insistentemente deixar o Rio de Janeiro feio, mas mesmo assim não conseguem”. Tomara.
Saguis: bonitinhos, mas ordinários
Quem passeou de bondinho no Rio de Janeiro, pelo Pão-de-Açúcar, já deve ter visto aqueles macaquinhos engraçadinhos que ficam nos encarando com cara de pidão: os saguis. Eles encantam pela fisionomia e pelo jeito, porém causam um problemão
por serem quando são uma espécie invasora no estado do Rio de Janeiro e de São Paulo.

Como captar água doce em plena ilha
O que fazer com o lixo da ilha caribenha?
Minha terra terá mais parques onde canta o sabiá?
Sempre quis colaborar para mudar a qualidade de vida no bairro. Onde morava, pentelhei algumas vezes conselhos e subprefeituras. Minhas questões eram arborização, segurança e ciclovias. De alguns, tive resposta. Outros me ignoraram solenemente. Durante uma reforma das calçadas, por exemplo, pedi para alargá-las para a população caminhar com tranquilidade, sem correr o risco de um veículo atropelar alguém – em algumas partes, era necessário andar pela rua devido ao pouco espaço. Em vão.
Mudei de bairro, mas não de objetivo. Passei a sugerir melhorias para o conselho popular da subprefeitura de onde vivo. Tive retorno de alguns membros que queriam ideias para melhorar a qualidade de vida nesse local. Fiz uma pequena – ahãm – lista. E qual não foi a minha alegria quando descobri esta semana, no projeto de uma operação urbana, a quantidade de áreas verdes que querem implantar próximas ao meu bairro? Veja na figura acima – clique para aumentar. Agora, me aguardem nos debates públicos! Isis, ainda em busca de um mundo melhor.