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Como saber se a madeira é proveniente de desmatamento?

Ando mergulhada nas certificações – florestais, da agricultura, orgânicas… O que é útil para os leitores que saberão distinguir o melhor, para mim que aprendo a cada pauta e para os próximos – coitados, ouvem querendo ou não novas dicas a cada matéria por mim apurada.
Certo é: depois que escrevi esta matéria “Aprenda a identificar a procedência da madeira usada para construção ou reforma” há umas semanas, fiquei um téquinho mais ecochata. Comerciantes de madeira se preparem, porque aí vou eu.
Leu a matéria indicada no link? Então, agora tome nota desse resumo. Fiz um roteirinho para metralhar com perguntas a loja onde está adquirindo madeira bruta ou o produto final feito dela. Veja o que exigir na hora de comprar, em ordem decrescente:

  • Cheque se a madeira possui o selo FSC (Forest Stewardship Council, em inglês) – se tiver, vai fundo e esqueça os passos a seguir;
  • Solicite o Documento de Origem Florestal (DOF) ou a Guia Florestal (GF) – uma espécie de RG da madeira;
  • Para quem mora em São Paulo, confira se a loja possui o selo “Madeira Legal”;
  • Veja se a madeira possui a Certificação do Manejo Florestal pelo Programa Brasileiro de Certificação Florestal (Cerflor);
  • Na dúvida, compre móveis feitos de MDF ou outros aglomerados de madeira;
  • Independente de qualquer ação acima, exija sempre a nota fiscal – ela torna o sistema da ilegalidade mais caro.

Calendário ambiental e científico

Dias desses, entrevistei funcionários e diretores de zoológicos para uma matéria. A educadora ambiental de um deles disse que costuma realizar eventos para crianças de acordo com datas comemorativas. Uma ideia simples, mas que parece ser eficiente. Matutando sobre isso… Resolvi criar um calendário ambiental e científico permanente. Ele pode ser útil, principalmente, para professores. Quem souber de mais datas comemorativas, deixe nos comentários. Em seguida, eu atualizo o post.
JANEIRO
02 – Dia da Abreugrafia
09 – Dia do Astronauta
14 – Dia do Enfermo
20 – Dia do Farmacêutico
31 – Dia do lançamento do 1º Satélite
FEVEREIRO
11 – Dia Mundial do Enfermo
27 – Dia Nacional do Livro Didático
MARÇO
03 – Dia do Meteorologista
10 – Dia do Telefone
14 – Dia dos Animais
20 – Início do Outono
22 – Dia Mundial da Água
23 – Dia Mundial da Meteorologia
26 – Dia do Cacau
31 – Dia da Saúde e Nutrição
ABRIL
04 – Dia Nacional do Parkinsoniano
07 – Dia Mundial da Saúde
08 – Dia Mundial do Combate ao Câncer
09 – Dia Nacional do Aço
10 – Dia da Engenharia
12 – Dia do Obstetra
15 – Dia da Conservação do Solo
16 – Dia da Voz
19 – Dia do Índio
22 – Dia do Planeta Terra
23 – Dia Nacional da Educação de Surdos
28 – Dia da Educação
MAIO
02 – Dia do Taquígrafo
05 – Dia de Rondon
05 – Dia Nacional do Expedicionário
06 – Dia do Cartógrafo
07 – Dia do Oftalmologista
07 – Dia do Silêncio
08 – Internacional da Cruz Vermelha
10 – Dia do Campo
12 – Dia Mundial do Enfermeiro
15 – Dia do Assistente Social
17 – Dia Internacional da Comunicação e das Telecomunicações
18 – Dia Internacional dos Museus
19 – Dia dos Acadêmicos do Direito
21 – Dia da Língua Nacional
22 – Dia do Apicultor
29 – Dia do Estatístico
29 – Dia do Geógrafo
30 – Dia do Geólogo
JUNHO
01 – Semana Mundial do Meio Ambiente
05 – Dia da Ecologia
05 – Dia Mundial do Meio Ambiente
09 – Dia da Imunização
10 – Dia da Língua Portuguesa
11 – Dia do Educador Sanitário
18 – Dia do Químico
21 – Início do Inverno
26 – Dia do Metrologista
JULHO
01 – Dia da Vacina BCG
02 – Dia do Hospital
06 – Dia da Criação do IBGE
08 – Dia do Pesquisador Brasileiro
12 – Dia do Engenheiro Florestal
13 – Dia do Engenheiro de Saneamento
14 – Dia do Propagandista de Laboratório
17 – Dia de Proteção às Florestas
20 – Dia da 1ª Viagem à Lua (1969)
AGOSTO
05 – Dia Nacional da Saúde
11 – Dia da Televisão
11 – Dia do Estudante
14 – Dia do Cardiologista
15 – Dia da Informática
22 – Dia do Supervisor Escolar
27 – Dia do Psicólogo
28 – Dia da Avicultura
29 – Dia Nacional do Combate do Fumo
31 – Dia da Nutricionista
SETEMBRO
01 – Dia do Profissional de Educação Física
03 – Dia do Biólogo
05 – Dia Oficial da Farmácia
05 – Dia da Amazônia
08 – Dia Internacional da Alfabetização
09 – Dia do Médico Veterinário
16 – Dia Internacional para a Preservação da Camada de Ozônio
21 – Dia da Árvore
21 – Dia da Luta Nacional das Pessoas com Deficiências
23 – Início da Primavera
26 – Dia Nacional do Surdo
27 – Dia Mundial de Turismo
29 – Dia do Petróleo
OUTUBRO
03 – Dia Mundial do Dentista
03 – Dia do Petróleo Brasileiro
03 – Dia das Abelhas
04 – Dia da Natureza
04 – Dia do Cão
05 – Dia das Aves
05 – Dia Mundial dos Animais
10 – Semana da Ciência e Tecnologia
12 – Dia do Engenheiro Agrônomo
12 – Dia do Mar
12 – Dia do Descobrimento da América
13 – Dia do Terapeuta Ocupacional
13 – Dia do Fisioterapeuta
15 – Dia do Professor
16 – Dia Mundial da Alimentação
16 – Dia da Ciência e Tecnologia
16 – Dia do Anestesiologista
17 – Dia da Indústria Aeronáutica Brasileira
17 – Dia do Eletricista
18 – Dia do Médico
19 – Dia do Profissional da Informática
24 – Dia das Nações Unidas (ONU)
25 – Dia da Democracia
25 – Dia do Dentista Brasileiro
29 – Dia Nacional do Livro
NOVEMBRO
04 – Dia do Inventor
05 – Dia da Ciência e Cultura
05 – Dia do Radioamador e Técnico Eletrônica
07 – Dia do Radialista
08 – Dia Mundial do Urbanismo
08 – Dia do Radiologista
10 – Dia do Trigo
14 – Dia Nacional da Alfabetização
20 – Dia do Biomédico
21 – Dia da Homeopatia
25 – Dia Nacional do Doador de Sangue
DEZEMBRO
01 – Dia Internacional da Luta contra a AIDS
02 – Dia da Astronomia
02 – Dia Panamericano da Saúde
03 – Dia Internacional do Portador de Deficiência
04 – Dia do Pedicuro
04 – Dia do Orientador Educacional
09 – Dia do Fonoaudiólogo
09 – Dia do Alcoólico Recuperado
10 – Declaração Universal Direitos Humanos
10 – Dia Internacional dos Povos Indígenas
11 – Dia do Arquiteto
11 – Dia do Engenheiro
13 – Dia do Ótico
13 – Dia do Engenheiro Avaliador e Perito de Engenharia
18 – Dia do Museólogo
22 – Início do Verão

Como foi a sua Hora do Planeta?

horadoplaneta.jpgMuita gente diz que vai aderir ao protesto, mas depois não sabemos o que houve… Pois, então. Este ano, combinei de receber uns amigos antes de irmos para um aniversário de outro. O encontro estava marcado às 20h00. Meia hora antes da Hora do Planeta!
Conforme as pessoas chegavam, eu pensava: “e agora”? Seria muita má educação pedir licença e apagar as luzes do apartamento? Bom, como estávamos entre amigos, estávamos em casa. Não tive dúvidas, perguntei para um que horas eram e… já era a hora de apagar as luzes!
Todos toparam – ao menos, educadamente, não resmungaram. E, eu, assumi minha parte ecochata mesmo. É melhor falar a verdade, né? No começo, foi até engraçado. E estranho. Alguns contaram como foi sua Hora do Planeta no ano passado. Enquanto isso, a gente conversava sem enxergar o rosto um dos outros. Até que nos sentamos mais perto. E os nossos olhos começaram a se acostumar com a escuridão.
Peraí, escuridão em São Paulo? Impossível. Com o tempo, a luz que vinha de fora passou a iluminar a sala inteira. Até comentamos que nosso céu estava verde. Quando não reflete uma luz alaranjada. Só não dava para ver o rosto de quem estava de costas para a janela.
Alguém reclamava que outros apartamentos não aderiram. Paciência. Apagar a luz não nos impediu de conversar, rever os amigos, dar risadas, contar “estórias”, matar a saudade e bebericar algo.
E assim, entre amigos, sem que percebêssemos, passou uma hora. Quando nos demos conta, acabou a Hora do Planeta. Mas já estávamos tão acostumados com a luz indireta, que acendemos apenas luminárias – e a luz da varanda.
Só tenho que agradecer. Foi um sábado maravilhoso como, com eles, sempre é. I love my friends.
E você? Como foi a sua Hora do Planeta?

Não pise na grama! O mato da praia está em extinção

jundu.jpgDias desses, estava caminhando pela praia de Maresias, litoral de São Paulo, quando vi uma placa. A curiosa foi checar o que estava escrito. Ela alertava que o Jundu, aquele “mato” rasteiro das praias, estava em extinção. Desse modo: 1) descobri o nome do matinho; 2) caiu a ficha.
junduflor.jpg Veio na minha cabeça, como um relâmpago, as praias do litoral sul da Bahia. Elas eram forradas por esse mato. Eram quilômetros de Jundu acompanhando-as. Nele, lá naquela delícia de estado, vi lagartos e caranguejos se esconderem. Em seguida, meu cérebro me levou para as dunas de Florianópolis (SC). Em uma das mais altas, uma florzinha roxa ornamentava o Jundu – foto ao lado.
Alguém, recentemente, viu Jundu em Ipanema, em Copacabana, na Pitangueiras (Guarujá) ou na Praia Grande (cidade do estado de São Paulo)? Eu que não. O Jundu cedeu lugar aos calçadões, shoppings, barracas de praia ou seja lá o que for. Pô, praia que é praia limpa tem que ter Jundu. As usadas como exemplo não seriam mais bonitas com a mata rasteira?
Pesquisando mais sobre o assunto, verifiquei que o Jundu não é uma espécie. Trata-se de uma mata formada por gramínias e arbustos que “seguram” os grãos de areia na beira da praia. Assim, o Jundu faz parte da biodiversidade da Zona Costeira e, ainda, a protege. Além de dar, para qualquer praia, um ar mais selvagem. Adoro.
Obs.: Não tirei foto da placa porque estava sem máquina e celular.

Pra que tanta embalagem?

Comprei uma sandália nova – linda e em super promoção, diga-se de passagem. Bom, entendo que comprar é uma afronta ao meio ambiente – já que estamos consumindo recursos ao ter tal ação. Mas, como sou econômica, na maioria das vezes adquiro o que necessito. Agora, algumas coisas não precisavam vir junto com o produto.
Alguém me explica: por que as caixas de sapato estão repletas de papel dentro? Para que embrulhar a sandália em tantos, mas tantos papéis? Não tolero nem aquele bolinho de papel, que colocam onde deveria estar o pé, para deixar a sandália “no formato”.
O que fazer para as empresas entenderem o desperdício?
Uma amiga adora uma bolacha – biscoito para os cariocas – carinha, aí. A bolacha vinha em um pacote e cada unidade embrulhada em saquinhos diferentes dentro desse pacote. Além disso, a embalagem tinha uma base de plástico para proteger o produto.
Minha amiga, cansada de pagar caro pela bolacha, começou a encher o saco da empresa. Ela sugeriu que parasse de embrulhar cada bolacha individualmente – o que, convenhamos, é tão desnecessário quantos aos papéis do sapato. Isso diminuiria o custo do produto para o consumidor final e pouparia o meio ambiente. O argumento deu certo. Eis que, passado um tempinho, a empresa aboliu essa embalagem individual. Pense nisso.

Por que está chovendo tanto?

Não é culpa do aquecimento global. Ao menos foi o que três meteorologistas me disseram em pré-entrevistas – para a televisão a gente entrevista a pessoa por telefone antes de falar, pessoalmente, com microfone. Eles disseram que não dá para afirmar que as chuvas de hoje já são consequência do aquecimento global. Mas eles têm certeza de que a “culpa” é do danado “El Niño”.
De acordo com o Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC), o El Niño é um fenômeno atmosférico-oceânico caracterizado por um aquecimento anormal das águas superficiais no oceano Pacífico Tropical – na altura da Linha do Equador. Esse aquecimento pode afetar o clima global mudando os padrões de vento. O que, por sua vez, atinge os regimes de chuva das regiões tropicais.
Resumindo de maneira bem simplista, a água do mar aquece lá no Equador. Forma nuvens. O vento empurra elas para cá. E, aqui no Sudeste, elas nos molham. Mas… nem sempre foi assim. O El Niño já deixou o clima do Sudeste equilibrado.
Segundo alguns pesquisadores, talvez por ter chovido muito lá no Norte do Brasil no início do ano passado – lembram-se das inundações? – há mais águas para evaporar. E vir parar aqui no Sudeste. Assim, cada vez que aparece, sua intensidade pode ser diferente.
O El Niño pode ocorrer entre 3 e 7 anos. E, ter duração de um ano. Por isso muitas águas ainda irão rolar. Para entender melhor o fenômeno, apesar da linguagem técnica, encontrei uma animação no site do CPTEC. Veja aqui.
Bom, o fenômeno foi batizado como El Niño pelos pescadores do Peru e do Equador em referência ao Niño Jesus – ou Menino Jesus. Isso porque as águas ficam mais quentes nesses países perto da época de Natal. Agora, sabendo disso, deixemos o aquecimento global para outra conversar de bar. Fui tomar chuva!

Extraordinárias fotografias da natureza

fotografo cópia.jpgEste post é para começar a semana inspirada! Alguns momentos revelam a extraordinariedade do meio ambiente ao serem capturados. Encanta. Tenho a impressão que nos faz voltar a uma espécie de princípio perdido.
Para alegrar nossa visão, separei sites de dois fotógrafos brasileiros: Adriano Gambarini e Araquém Alcântara. Entre seus trabalhos, estão os momentos – claro, únicos – “retirados” da natureza. Quer relaxar um pouco? Visite o site de ambos clicando nos nomes.
Beijo, boa semana quase carnavalesca.
;]

Papéis ao vento…

Pensei… antes de escrever este post… Na realidade, antes de confessar, pela primeira vez, que eu faço uma coisa que alguns poderiam considerar ridícula. Cá entre nós – que ninguém nos ouça: “Eu escrevo poesias, citações ou frases como ‘tenha um bom dia’ em papéis que por ‘n’ motivos não seriam utilizados pela reciclagem e os coloco dentro do ‘lixo’ de coleta seletiva”. Falei!
Tudo começou quando estava revendo algumas matérias jornalísticas minhas do passado. Ainda na faculdade, fiz uma reportagem para a TV Mackenzie sobre os catadores que trabalham em uma cooperativa instalada na Luz. Apurei, entrevistei, fiz a passagem – momento em que o repórter fala olhando para a câmera – e acompanhei a edição.
Durante a entrevista, os catadores contaram suas histórias de vida. A maioria deles se dizia muito feliz por ter um trabalho – lembro-me de um homem dizendo que, com o emprego, conseguia pagar o aluguel, ter onde morar. E, claro, entendiam que seu papel ajudava a preservar o meio ambiente. O que dava uma satisfação pessoal.
Aliás, que papéis lindos eles criavam! Além de separar o coletado para vender para as fábricas de reciclagem, eles produziam blocos, cadernos, folhas de papel reciclado. Indiquei para um primo. Que adorou e lá encomendou o convite de casamento – por sinal, bem mais barato do que as empresas cobravam. Noivas, anotem a ideia.
Passados alguns anos, separando o lixo para a reciclagem, tive uma luz. Ô bom humor! Escrevi algumas mensagens como “desejo um lindo dia” e coloquei na coleta seletiva. Discretamente. Sem ninguém em casa perceber. Repeti a ação outras vezes.
Será que alguém leu? Será que o recado tornou o dia da pessoa mais feliz? Será que estimulou a leitura no outro? Porque me senti sorrindo por dentro. Agora, percebo que isso remete a algo da Amélie Poulain. “São tempos difíceis para os sonhadores”, citaram durante o filme.

E o livro “Seis Graus” vai para…

o Marcelo! Parabéns, sortudo! Ho, ho, ho!
Para quem caiu de paraquedas… O Xis-xis sorteou o livro “Seis Graus”, escrito por Mark Lynas e editado pela Jorge Zahar Editor. Um mimo de Natal – que está chegando! Para se inscrever, bastava dizer o que fazia para conter o aquecimento global. Mas não escolhi a “melhor” ideia – o que seria deveras subjetivo. Fiz um sorteio, mesmo.
E pedi para as pessoas serem criativas. Entre serinhos e piadistas, surgiram comentários interessantes. O Marcelo, o grande vencedor, escreveu:
“Bom, diversas atitudes para combater o aquecimento. desde o controle do banho até o projeto da casa onde vou morar que conta com 100% de reaproveitamento da água usada + água da chuva. Garantia de regulagem do motor do carro para o mínimo de emissões, não deixar eletrodomésticos desnecessariamente conectados à rede elétrica, uso somente de produtos “verdes” e assim por diante. Parabéns pelo blog.”
Confira com seus próprios olhos o resultado do sorteio – se seu nome não aparece, é porque é um dos últimos, que um dia serão os primeiros:
sorteio seis graus.jpg
Um beijo da Isis Noel!

A cana-de-açúcar não abandonou Pernambuco

Enquanto Alagoas está repleto de coqueiros – vou fazer um post sobre isso -, desde 1500, Pernambuco foi tomado pela cana-de-açúcar. Antes, ela era cultivada para gerar o açúcar. Agora, também é usada na produção de etanol.
Por todas as estradas que passei como a PE-060, a PE-009 e a BR 101 – veja um roteiro resumido da viagem aqui, no Google Maps – apenas lembro de uma única vez cruzar uma Área de Proteção Ambiental (APA) de Mata Atlântica no estado de Pernambuco.
Durante praticamente todo o trajeto, a Mata Atlântica cedeu lugar à cana plantada até a beira das estradas. Inclusive, cultivada em cima dos morros (!) – observe na foto. As matas ciliares dos rios que vi foram preservadas. Mas alguns riachos chegam a cruzar estradas de terras – foto abaixo.
O pior não pára por aí. Para facilitar a colheita – ajudar a despalhar a cana -, em muitos casos ela é queimada. Eu vi a prática. O perigo é que o fogo pode alcançar as matas de preservação. Além disso, segundo pesquisas, as partículas suspensas entram no sistema respiratório. Elas podem provocar reações alérgicas e inflamatórias ou, se caírem na corrente sanguínea, complicações em diversos órgãos.
De acordo com a Fundação Joaquim Nabuco, “a cana-de-açúcar é plantada na zona da mata de Pernambuco, na chamada zona canavieira há quase 5 séculos. A área cultivada tem cerca de 12 mil km², fica situada próxima ao Oceano Atlântico, possui solos ricos para a agricultura, onde não há ameaças de secas e os rios são perenes”. Apesar do histórico, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2007, São Paulo é o estado que mais cultiva a cana-de-açúcar (58,8% da safra nacional).
No Nordeste, o sol da primavera é escaldante. Percorrendo as estradas, nossos braços expostos ao sol ardiam. Quando cruzamos a APA, uma brisa fresca tomou conta do carro. O barulho dos pássaros também nos deixou mais tranquilos.
Foi triste ver a riqueza do bioma-mais-lindo-do-mundo ceder lugar à monocultura da cana-de-açúcar. Minha vontade era de negar o etanol. Porém, ironicamente, o carro que usei no trajeto foi abastecido com álcool. Que, não sei até quando, ainda polui menos que o petróleo. Veja mais fotos aqui.