Yes, we can! (or not)
Esse, foi o Obama que convenceu milhões de norte americanos, convenceu líderes e povos do mundo, convenceu o comitê do Prêmio Nobel [Yes, we can!]
E esse foi o Obama que falou na COP-15 hoje de manhã:
Muitos comentários negativos ao discurso “sem sal” do Presidente Barack Obama surgiram no Twitter. Entretanto, o discurso segue a proposta para política externa norte-americana.
Pessoalmente, fiquei decepcionada. Esperava um discurso mais acalourado acalorado (tks Takata!), que levasse a galera ao delírio! Um discurso Yes, we can! Um discurso Let’s do it! Mas não… um discurso com as propostas já levadas anteriormente, um discurso que não empolgou outros chefes de Estado, delegações ou imprensa americana (que até onde fontes in loco informam, vaiaram o cara). Pra não perder as esperanças, espero que, mesmo não tendo empolgado, o discurso baste. Último dia de COP. Vamos ver o que vai acontecer agora.
Troco toalhas por árvores
O que você acha de uma campanha que busca plantar 1 bilhão de árvores por ano? É loucura? É impossível? Não tem lugar? Nem dinheiro? Não tem apoio, investimento, vontade política, volutários? Pois bem… A Organização das Nações Unidas, através do PNUMA (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente) lançou a iniciativa mas o objetivo deles não é mais plantar um bilhão de árvores… é plantar SETE bilhões de árvores!
Como? Encorajando crianças, jovens, adultos, idosos, comunidades, cidades, empresas, indústrias, sociedade civil e governos a assumirem o compromisso de plantar quantas árvores conseguirem. Pode ser uma? Pode! As pessoas e instituições públicas ou privadas assinantes devem buscar um ambiente a ser reflorestado e estudar espécies nativas daquele ambiente. Também se responsabilizam por sair em busca de recursos para colocar a ação em prática! Como faz pra participar? Basta preencher esse formulário de comprometimento e atualizar as informações constantemente para o PNUMA monitorar o plantio e o crescimento das árvores!
A idéia é da Professora Wangari Maathai, queniana, bióloga, Prêmio Nobel da Paz em 2004 e fundadora do Movimento Cinturão Verde. A fundação da Professora Maathai já plantou mais de 30 milhões de árvores em 12 países africanos desde 1977 e agora serve de exemplo para o plantio de 7 bilhões de árvores no mundo todo.
Tem iniciativa acontecendo no Brasil? Tem! A Accor Hospitality, sob as marcas Sofitel, Pullman, Novotel, Mercure, Suitehotel, Ibis, all seasons, Etap Hotel, Formule 1 e Motel 6 contribuirá para o plantio de 3 milhões de árvores em sete diferentes regiões florestais do mundo e uma delas é o Brasil, na região da Bacia do São Francisco, através da Nordesta Reflorestamento e Educação! Outros locais contemplados são o sudoeste da França, com o Programa Forestavenir da Forestour no Senegal, na zona de Le Niayes, na Tailândia, através do Plant a Tree Today (PATT).
Em Minas Gerais, na região próxima ao Parque Nacional da Serra da Canastra, na cidade de Vargem Bonita, por exemplo, o trabalho da Nordesta já começou. Já foram plantadas mais de 3.000 árvores em propriedades como a da Pousada da Limeira, antigamente área de mineração intensa. Até o final desse ano, serão 90.000 árvores. O plantio deve acontecer em dezembro e janeiro, época de chuva, quando a terra está apta para receber as mudas. Atualmente, as mudas habitam o viveiro da Universidade Federal de Lavras.
Mas, de onde a Accor está tirando os investimentos para esse projeto? Essa é a parte mais legal e que dá nome a esse post. Os clientes dos hotéis são convidados a não disporem suas toalhas para lavar todos os dias (como já acontecem em vários lugares) e assumem eles próprios o compromisso da ação. A cada cinco toalhas não lavadas, 50% do dinheiro economizado vai para o plantio das árvores lá, do ladinho de uma das nascentes do Velho Chico. O Plant for the Planet fica inserido dentro do Programa Earth Guest que a Accor desenvolve desde 2006, buscando a preservação dos recursos naturais da Terra.
______________________________________________
A Accor me convidou para ver o local onde as árvores serão plantadas e para conhecer um pouco mais da Serra da Canastra e da nascente do São Francisco. A viagem foi espetacular, as pessoas, ainda mais. Espero poder voltar lá em dezembro para ajudar no plantio.
Destino: Porto de Galinhas
Se Anália não quiser ir eu vou só
Eu vou só eu vou só
Se Anália não quiser ir eu vou só
Eu vou só
Eu vou só sem Anália
Mas eu vou
Pois é… não é exatamente para Maracangalha que o Carlos Hotta vai. É para Porto de Galinhas, convidado pelo pessoal do Porto cai na rede. A ação – na minha opinião, uma das poucas na blogosfera que eu achei inteligente de fato – pretende promover Porto de Galinhas como destino turístico. O projeto é uma parceria da Secretaria de Turismo de Ipojuca, a Associação de Hotéis de Porto e Galinhas, a EMPETUR e a SETUR/PE.
Simples e eficiente. Depois da ação, vai ser colocar no buscador “porto de galinhas” que qualquer cidadão vai dar de cara com pelo menos 45 manés posts falando sobre as belezas do lugar, dicas, passeios interessantes, compras, comida, etc, etc, etc.
A Anália aqui que vos fala vai. Claro. TOTALMENTE penetra. O Carlos podia levar um acompanhante e, por alguma conjunção dos astros que não posso explicar, ele me escolheu! Vou ter que comer alface, fazer reciclagem, tomar banho gelado e andar a pé o resto do ano para compensar a emissão de carbono dessa viagem? Fato (mas não vai adiantar nada porque eu já faço essas coisas – aparte do banho gelado – merda. Mas é Porto de Galinhas. De graça. Com mergulho, paintball, passeio de jangada… Entende o dilema?
Dizem por aí que vai ter mais gente. Mas quem se importa? Repito. É Porto de Galinhas.
Do site IMDb. , o que eu imagino que seja o comportamento estranho dos pro-bloggers ao tomar “sol”- “Mas, tem Wi-fi?” – pena que nenhum deles deve se parecer com o Bill Compton. .
A ação pretende, claro, que cada blogueiro dê sua opinião acerca do assunto que domina escreve. Supostamente, eu não teria que me preocupar com isso, mas, quem disse que eu resisto? Vou dar meus pitacos como bióloga e eco-consciente, CLARO.
Antes da viagem, tudo o que eu e os outros viajantes precisarão saber é como ser um viajante consciente. Para isso, sugiro a todos a leitura atenta desse guia, que está lá no blog dos amigos Viajantes Conscientes que, por um motivo bem pequeninho, fofinho e que deve estar pintando na área por esses dias, não vai poder comparecer, nem pelo sorteio (Ah, sim! Tem mais cinco vagas na história).
Do blog Porto Cai na Rede. “Valorize o artesanato produzido por pessoas da comunidade local” é uma das dicas para ser um viajante consciente.
Vou mandar notícias de lá. Porto de Galinhas deve ser um destino excelente para quem deseja conhecer um local preocupado com turismo de qualidade, sem deixar de lado o cuidado com o meio ambiente e as beleza naturais do lugar. Observarei e contarei. Ao que tudo indica, recomendarei.
Todo mundo pode – IBAMA
Vi esse vídeo do IBAMA na TV. Gostei e divulgo.
Bate na tecla que eu sempre falo. As ações pessoais parecem pouco, mas é o que de mais simples podemos fazer por nós mesmos, na nossa casa, no nosso trabalho – podemos fazer mais? Fato! Mas as ações pessoais simples é o que podemos fazer mesmo sem tempo, sem dinheiro, sem sentir.
Não há desculpas em não fazer. E a desculpa de “eu faço mas meu vizinho não faz então vou deixar de fazer” também não vale.
Necessário é ver todo mundo fazendo a sua parte e divulgando como é fácil.
O causo das obras da Marginal Tietê
O post passado, sobre as árvores da Marginal do Tietê que estão sendo derrubadas para a ampliação da via, causou alvoroço nos comentários e trouxe outros aspectos da polêmica obra.
Veja, dizer que as árvores do Tietê não são empecilho para que a obra
aconteça (porque vão ser transplantadas, substituídas e um parque linear está no projeto) não quer dizer que a obra deva ser feita ou vá trazer soluções para o caos do trânsito na cidade. A obra tem problemas
muito maiores do que as árvores que hoje ocupam a Marginal, mas não são
as árvores que poderiam barrar a construção ou até mesmo, não são elas que seriam um bom jeito de unir a população em torno do
problema.
O problema gira em torno de um imenso nó da cidade de São Paulo, já discutido no post anterior e referendado por alguns colegas do Twitter: o trânsito. O trânsito, que não é só exclusividade da cidade de São Paulo mas de todos os centros urbanos de grande adensamento populacional, nasceu há muito tempo. Muito mesmo. Antes de qualquer um desses prefeitos, governadores e presidentes em quem nós, mais jovens, tenhamos sonhado em votar. O problema do trânsito é derivado de uma política pública de adoção dos automóveis como meios de transporte e da gasolina, derivada do petróleo como nosso meio de energia para movimentar esses automóveis. Foi uma escolha política, que beneficiava algumas relações comerciais e algumas relações pessoais e sociais.
Fato é: eu vejo duas escolhas para a resolução de um problema de trânsito – uma solução rápida, barata e que a curto prazo não vai mais funcionar, e uma lenta, gradual, com investimento alto em diversos setores, que deve funcionar a longo prazo.
A primeira é fácil! Usa-se o espaço disponível (que já é pouco e elimina o canteiro central), faz-se túneis, viadutos, pontes, outro andar de marginal, sei lá! Qualquer solução que busque aumentar a área para aumentar o fluxo de carros. Essa alternativa funciona por um tempo: tempo suficiente para outros carros invadirem as ruas, a frota aumentar, e tudo ficar insuportável de novo – que parece ser a saída adotada pela prefeitura e governo do Estado de São Paulo.
A segunda é muito mais difícil. Requer educação da população, investimento em transporte público de qualidade e em ciclovias, alternativas inteligentes para o transporte de suprimentos para a cidade, principalmente os atualmente feitos por caminhões, soluções para períodos de feriados e férias, ALÉM DE obras que facilitem o transporte de carros nos dias de semana.
Para a segunda escolha, não bastam investimentos em dinheiro, mas investimentos no social, no ambiental e no econômico, que permeiem outros setores que não só o de transportes. A logística da cidade deveria ser realinhada como um todo, para permitir um fluxo mais eficiente de abastecimento e de transporte de resíduos. As pessoas deveriam ter a disposição um transporte público de qualidade, com pontualidade e preços justos, que servisse toda a cidade com eficiência. As ruas e avenidas deveriam ser pensadas de modo a permitir um fluxo rápido para quem usa transportes públicos e também para permitir o uso de bicicletas. Projetos específicos para facilitar o escoamento de pessoas em períodos de férias e feriados deveriam ser estudados e implementados.
Mesmo com um imenso investimento financeiro por parte do governo, nada disso seria útil se as pessoas que ocupam a cidade não forem educadas para usar transporte público sem preconceitos, para pensarem duas vezes antes de tirarem seus automóveis de casa e andarem a pé ou de bicicleta, para se educarem para o trânsito defensivo e não ofensivo.
Para isso, também é necessário investimento na área de segurança. E, nesse sentido, talvez fossem necessários menos investimentos na área de saúde. E a qualidade de vida de todos aumentaria muito.
Sinto que sonhei… E você? Acha que isso é possível, ou só fazendo uma nova São Paulo?
Resenha: Prós e contras da globalização
A coisa que acredito ser a mais difícil nessa história toda de tentar “viver verde” é buscar o local em detrimento do global. Dessa maneira, pregar sobre consumir e produzir localmente em um mundo globalizado é uma tarefa árdua, mas não impossível. E não é só isso. Governo, instituições públicas e privadas, pessoas como nós, deveríamos, em termos ambientais, pensar cada vez mais em melhorar nosso local invés de incentivar a busca insana de empregos, produtos, estilos de vida no exterior. Maluco? Impossível?
Recusar que vivemos em um mundo globalizado é negar o óbvio. Temos cada vez mais os poderes dos países, a cultura, a economia, o meio ambiente, todos eles moldados por fluxos de ideias originadas nos mais diversos cantos do planeta, vindos das mais inesperadas fontes. Regional ou globalmente, todos tem voz, através de mídias sociais, TV, sites, rádio e órgãos oficiais dos governos, como ONU, UNFCCC, UE, G-20, OMC, ANSA, FRANSA, entre outros grupos. São ouvidos aquelas ideias que conseguem atender os interesses da maioria – claro, vale ressaltar que esses interesses nem sempre são sadios.
Pensadores da globalização são divididos em dois grupos, os céticos e os globalistas que tem visões bem diferentes, desde os conceitos da globalização até as novas ordens mundiais estabelecidas pelo fenômeno. Em algumas ocasiões, os pensadores céticos, por exemplo, acreditam que a globalização vai fortalecer os Estados e a identidade nacional, principalmente porque estão o tempo todo submetidos às novas ideias e propostas que vêm de fora. Os globalistas, por outro lado, acham que a globalização vai aumentar o multilateralismo, desgastando a soberania das Nações, bombardeadas por movimentos rápidos de pessoas, capitais, conhecimentos e culturas. Esse debate e suas posturas, todas contraditórias, podem ser entendidas no livro Prós e contras da globalização, por David Held e Anthony McGrew.
Ainda não há uma corrente de pensadores que conseguem sintetizar o melhor dos dois mundos, céticos e globalistas. Em termos ambientais, penso que devemos aproveitar as tecnologias e conhecimentos globais para melhorar a vida das pessoas dentro dos próprios países. É economicamente mais viável produzir milhares de produtos na China porque lá a mão de obra é abundante e barata mas, em se tratando de sustentabilidade onde o cenário é dividido pelos planos econômicos, sociais e ambientais, produtos chineses respondem só um em três quesitos.
Produtos locais, por outro lado, podem fortalecer a economia local, respeitar o ambiente e as pessoas que consome e produzem o produto. Podem, mas isso não é 100% verdade. Entretanto, é mais fácil fiscalizar e exigir das instituições e dos governantes quando estamos perto do que está acontecendo. Estar longe só traz um sentimento de passividade da maioria da população. No Brasil, é o que vemos na Amazônia e em Brasília.
Prós e contras da globalização, David Held e Anthony McGrew, 2001 é da Editora Jorge Zahar e foi uma cortesia para este blog.
Dia da Terra – Como estão as negociações sobre o clima?
Charge disponível em: http://www.nature.com/nature/journal/v455/n7214/full/455737a.html
+ No Brasil, há grandes discussões sobre REDD (Redução das Emissões de Desmatamento e Degradação ambiental), ou seja, uma política de incentivos para redução de emissões de gases do efeito estufa provenientes de desmatamento e degradação ambiental em países em desenvolvimento que fazem correta conservação, manejo sustentável e aumento dos estoques de CO2 em florestas. [Deve-se lembrar que o Brasil está planejando a adoção de uma matriz energética movida a combustíveis fósseis (termelétricas), aumentando a intensidade de carbono da economia, fragilizando nossas posições na UNFCCC].
Basicamente, enquanto os delegados dos mais de 192 países membros da UNFCCC discutem se querem trabalhar com um plano de mitigação, adaptação e vulnerabilidade com base em uma perspectiva de um aumento de 2 ou 4 graus Celsius, o Brasil insiste na política da responsabilidade histórica e os países do G-20 fingem que a crise ambiental merece menos atenção do que a crise econômica, o Planeta Terra esquenta, e a fulana do Tucson dirige por aí sem nenhuma responsabilidade por suas ações pessoais e o aquecimento global faz suas vítimas.
Meio ambiente e educação 3 – O mapa dos maiores emissores de GEE
Um dos posts mais visitados do Rastro de Carbono é o que fala sobre os países que mais emitem CO2 no mundo.
Sempre é necessário lembrar que quando se fala em emissão de CO2, estamos na verdade falando sobre carbono equivalente. O cálculo do carbono equivalente leva em consideração os efeitos causados por cada um dos gases do efeito estufa (sim, são diferentes, cada um com um potencial diferente) e permite comparar os possíveis danos causados por cada um deles, como se fossem gás carbônico. Assim, por exemplo, uma única molécula de metano tem um potencial 23 vezes maior do que o gás carbônico, portanto, se consideramos que o carbono equivalente do gás carbônico é 1, o do metano é 23.
Sabendo disso, podemos comparar as emissões de gases do efeito estufa por país, por cada habitante, e saber quais são os países mais emissores. Além da tabela que pode ser vista aqui, agora há uma ferramenta bastante interessante – um mapa! É importante dizer que eu não chequei se os dados da tabela e do mapa são iguais, mas devem dar dimensões bastante aproximadas do problema.
O mapa é bastante dinâmico e pode ser usado potencialmente apenas pelo site http://www.breathingearth.net/.
Quando se passa o mouse sobre cada país, no canto inferior esquerdo do mapa aparecem dados de geografia populacional e, na última linha, a informação CO2 emitted per person, ou seja, carbono equivalente emitido por pessoa, por ano – em toneladas! Vale a pena visitar o site e, porque não, fazer um projeto com os alunos, em parceria com as disciplinas Ciências, Geografia e Inglês.
____________________________________
Outro texto que pode interessar:
CO2, todo mundo emite
Resenha: Desenvolvimento sustentável: que bicho é esse?
Assim que vi a disponibilidade desse livro, pensei: preciso resenhá-lo – os leitores do blog vão gostar, ainda mais o público mais jovem, que também é o público-alvo do livro. Escrevi para a Editora Autores Associados, e devorei o livro em poucas horas.
O prólogo é fantástico! Traz trechos do discurso de uma menina de 12 anos, chamada Severn Suzuki, na Eco-92.
Nesse momento pensei comigo: o livro vai arrasar! Mas, para minha surpresa, ele tomou um caminho bem inesperado, diferente das minhas expectativas. Isso definitivamente não me motivou inicialmente, mas agora, depois de alguns dias pós-leitura, estou percebendo o livro de outra maneira.
Desenvolvimento sustentável: que bicho é esse? é, inconscientemente (ou não) dividido em duas partes. A primeira, informa sobre acidentes nucleares, crescimento populacional, subdesenvolvimento, PIB versus IDH, civilizações maia e da Ilha de Páscoa, sobre danos à camada de ozônio, sobre escassez de água e aquecimento global.
A segunda parte, lá pela metade do livro, vai finalmente falar sobre desenvolvimento sustentável, sobre a origem do termo, resiliência, protocolo de Kyoto. Escorrega ao dar uma justificativa em com base em entropia e evolução darwiniana (não, a extinção da espécie humana não é prevista pela termodinâmica, nem por Darwin – pelo menos não como diz o livro). Nas dez últimas páginas, indica um caminho do meio, que não é nem muito otimista, nem muito pessimista em relação ao desenvolvimento econômico, social e ambiental (embora eu também discorde um pouquinho sobre ser a educação a única salvação para a pobreza e a exclusão social – mas disso eu escrevo quando estiver resenhando o livro do Yunus).
O que para mim desmotivou durante a leitura foi que o livro dá informações e dados sobre diferentes visões sobre o assunto, mas ele mesmo não toma partido de nada, não se define, não defende nem ataca. Expõe a Ciência, os paradoxos existentes entre diferentes vertentes de pensamento, equilibra as informações em uma balança. E isso me incomodou porque nem sempre dá para equilibrar as informações, porque há mais controvérsia em um lado e um pouco mais de clareza nas hipóteses em outro, porque os paradoxos não são assim tão mal resolvidos. Há mais em cada ponto levantado, outras ideias, outros argumentos, outras hipóteses que poderiam ter sido discutidas.
Hoje, alguns dias depois da leitura, o que me fez de fato gostar do livro são exatamente os pontos que me desmotivaram no primeiro momento. Por quê? Porque com esse tipo de abordagem fica excelente para o professor problematizar questões, buscar o conhecimento prévio dos alunos acerca do tema, motivá-los para o debate aberto, sem pré-julgamentos ou definições.
O livro, ao não expor uma opinião, faz com que os alunos PENSEM, DISCUTAM, PROBLEMATIZEM.
Desenvolvimento sustentável: que bicho é esse? é da Editora Autores Associados e foi uma cortesia para este blog.