Agenda – 26 a 28 de setembro
O que: Conferência Nacional de Bioenergia (evento pago)
Onde: Maksoud Plaza – Alameda Campinas 150 – São Paulo
Quando: de 26 a 28 de setembro de 2007
Objetivo: Debater e abordar a bioenergia de forma abrangente, desde avanços científicos e tecnológicos até seus impactos sociais, econômicos, regionais e ambientais envolvidos com o tema estratégico.
Temas:
+ “O programa de bioenergia do Estado de São Paulo”
+ “Políticas públicas e inovação para o desenvolvimento da bioenergia”
+ “Política energética de biomassa no Estado de São Paulo”
+ “Pesquisa e desenvolvimento tecnológico para a produção da bioenergia”
Detalhes da programação – AQUI
Mais informações:
BIOCONFE
Agência FAPESP
NASA desenvolve novo modelo climático
Cientistas da Nasa, a agência espacial norte-americana, desenvolveram um novo modelo climático que pode ser aplicado para o clima atual e com os parâmetros de um cenário de aquecimento global, com 5ºC a mais na temperatura média atual e o dobro da concentração de gases do efeito estufa na atmosfera.
As simulações computacionais representam o tempo e o clima em regiões com centenas de quilômetros de extensão. Os modelos avaliam condições favoráveis à ocorrência de tempestades, em intensidades variáveis.
Em condições climáticas atuais, os pesquisadores Tony Del Genio, Mao-Sung Yao e Jeff Jonas, do Instituto Goddard para Estudos Espaciais, verificaram episódios de tempestades violentas globalmente e alta prevalência de raios sobre regiões tropicais, especialmente na África e na Amazônia. Também identificaram a quase ausência de raios em tempestades oceânicas.
Para o cenário hipotético de aquecimento global, a análise identificou que os continentes se aqueceriam mais do que os oceanos e que a altitude em que os relâmpagos se formariam se elevaria para um nível em que as tempestades seriam ainda mais vigorosas. Raios produzidos por fortes tempestades poderiam causar incêndios em áreas secas.
Via: Agência FAPESP
Artigo completo: Will moist convection be stronger in a warmer climate?
CO2, todo mundo emite
Imagine a vida que você leva. Chega do trabalho, acende as luzes da sua casa, vai tomar um banho de 8 minutos. Usa o fogão à gás para fazer sua comida (hoje tem bife acebolado!!!), ou, se já está pronta, usa o microondas para esquentá-la. Senta em frente à televisão, assiste algum telejornal e depois um filme. Desliga tudo e vai dormir (mas a TV, o DVD ficam em stand-by). O reloginho do microondas também permanece aceso.
No dia seguinte acorda, toma um café da manhã rápido e vai para o trabalho (25 minutos de carro). Liga seu computador e acelera o serviço até a hora do almoço. Aproveita e manda imprimir os últimos relatórios (mas imprimir usando a frente e o verso das folhas de papel vai consumir o dobro do tempo). Como o almoço é rápidinho, não vale a pena desligar o computador, então ele fica ligado. Ás vezes nem o monitor a gente se lembra de desligar. Mais meia jornada de trabalho e é hora de voltar pra casa (mais 25 minutos de carro) e o ciclo recomeça.
No feriado prolongado, nada como uma viagenzinha. Nem que seja pra ir só até o litoral. 6 horas, por causa do congestionamento. Carro ligado, motor esquentando, o combustível queimando. Chega na praia exausto, mas vai pra areia beber uma cervejinha gelada e comer uns petiscos. No final do dia recolhe as latinhas, a garrafa PET, os plásticos e papés dos petiscos, põe tudo na lixeira e vai pra pousada. Final de semana perfeito. 6 horas pra voltar pra casa. Maldito congestionamento.
Nesta vida simples, sem viagens de avião e considerando que a maior parte da energia elétrica que chega na nossa casa é renovável (vindo das hidreléticas), você, sozinho, terá emitido pelo menos 4 toneladas de carbono em um ano. E isso é só a média de quem vive em grandes centros urbanos no Brasil. A média nacional era de 0,5 toneladas CO2/ano em 1994 e passou para 1,6 toneladas CO2/ano em 2003.
Isso tudo sem contar o consumo das empresas, que também adiciona muitas toneladas neste cálculo pessoal, das quais somos indiretamente responsáveis.
Mas de onde vem este carbono todo?
Nossa emissão pessoal é resultado do consumo direto de luz e combustíveis, e do consumo indireto de fertilizantes e agrotóxicos que vão pros nossos vegetais, do metano liberado pelos animais (de onde tiramos carnes, leites e derivados), da energia gasta para produzir as embalagens de papel e plástico que protegem a comida que compramos, da enegia gasta para produzir nossas roupas, sapatos.
Acrescente a isso a energia gasta para construir e manter patrimônio público (escolas, hospitais, prédios do governos, bibliotecas públicas, museus, estações de trem e metrô etc.), o banco e os caixas eletrônicos, o supermecado, a usina hidrelétrica e todo metano que foi liberado do alagamento de áreas verdes onde agora está a represa. A lista é grande e não pára por aqui. E isso porque nem somos grandes poluidores (lembre-se que a média de carbono emitido por um americano é 20 toneladas de carbono por ano – bem maior que a média brasileira).
Basicamente, tudo que fazemos dentro de casa e dentro de uma cidade geram, direta ou indiretamente, gases do efeito estufa. Somos 6 bilhões de seres humanos na Terra, todos lançando toneladas de gases do efeito estufa na atmosfera todos os anos. E este é o custo ambiental de estarmos vivos.
Diminuir nossas emissões nem é tão difícil assim. E depois, quando não há mais nada que possa ser reduzido, vale a pena pensar em projetos para neutralizar o carbono restante. O nosso rastro de carbono será bem menor, a um custo bem baixo. E isso sem pensar no que os governos e as empresas podem fazer. No fim, é possível passar por aqui e deixar nossa pegada. E ela nem precisa ser de carbono.
Água
O blog é sobre aquecimento global e mudanças climáticas. Mas uma das principais ações que podemos tomar é evitar o desperdício e diminuir o consumo. Então, por que não falarmos de água?
Visitei o site da SABESP e achei um monte de informação. Primeiro, não sabia que a SABESP tem um curso gratuito, de 4 horas para o público geral sobre Pesquisa de Vazamentos. Tudo para evitar o desperdício e saber detectar vazamentos. Bárbaro.
O site da SABESP traz várias informações sobre o nosso consumo de água. Por exemplo, no Brasil, o consumo de água por pessoa pode chegar a mais de 200 litros por dia. Para se ter uma idéia, de acordo com a ONU, cada pessoa necessita de cerca de 110 litros de água por dia para atender as necessidades de consumo e higiene.
E para evitar o desperdício é fácil! Veja só este dado: se uma pessoa demora 5 minutos para escovar os dentes e mantém a torneira bastante aberta o tempo todo, ela gasta aproximadamente 80 litros de água. No entanto se molhar a escova e fechar a torneira e reabrir só para enxaguar a boca e a escova, o gasto é de aproximadamente 1 litro de água!!! Mais dicas de economia você encontrará aqui.
A SABESP têm um serviço on-line para simular o consumo de residências. A simulação é bem simples e toma pouco tempo. Faça a sua simulação clicando na figura abaixo.
E, para terminar, vou deixar um Quiz-Desafio! Você sabe usar água de maneira inteligente?
Encontro sobre mudanças climáticas em Viena chega ao fim
(Viena, 31 de agosto) A rodada de discussões sobre mundaças climáticas chegou ao fim em Viena. Estiveram reunidos mais de 900 representantes das partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC, sigla em inglês), ONGs e imprensa.
“Os países puderam reavaliar o grande cenário do que é necessário para identificar os pilares chaves para uma efetiva resposta às mudanças climáticas” disse Yvo de Boer, Secretário Executivo da UNFCCC. “Há um consenso de que a resposta precisa ser global, com o envolvimento de todas as nações e que é necessário dar igual importância a adaptação e a mitigação.”
Os representantes dos países membros da Convenção também discutiram como a resposta pode ser viabilizada por uma estratégia que abre caminhos para o fluxo financeiro com investimentos em ações ecologicamente corretas e ações preventivas. Esta discussão foi baseada em um relatório sobre os invenstimentos e fluxo financeiro para o desenvolvimento de uma resposta internacional efetiva e apropriada, apresentada por um Secretário de Mundanças Climáticas da ONU.
“O relatório mostra claramente que a eficiência energética pode trazer reduções reais de emissão a baixos custos”, disse Yvo de Boer. “E também mostra que muitas destas oportunidades estão nos países em desenvolvimento (referindo-se aos Mecanismos de Desenvolvimento Limpo – MDL), mas que também os países industrializados precisam de estratégias agressivas para reduzir emissões”.
O grupo dos países do Anexo I reconheceram oficialmente a indicação do IPCC, de que as emissões globais precisam atingir um pico nos próximos 10-15 anos e então serem reduzidas a níveis baixos, bem abaixo da metade dos níveis de 2000, até metade do século XXI.
Tradução minha.
As reuniões podem ser assistidas através de Webcasts. Clique aqui para saber mais.
Para o comunicado completo em inglês clique aqui.
Update
Mais informações via Agência CT
Países definem consenso na faixa de redução de gases de efeito estufa
A reunião preparatória para a Conferência da Partes da Convenção Quadros das Nações Unidas sobre a Mudança Global do Clima (COP 13), que aconteceu em Viena, Áustria, na semana passada, produziu um documento no qual os países industrializados entraram em consenso de que é preciso reduzir entre 25% a 40% os gases de efeito estufa até 2020.
“Este documento já é o começo das discussões que serão mantidas em Bali, no final do ano. Além de dar continuidade ao debate sobre o potencial de mitigação dos países industrializados”, explicou José Domingues Miguez, coordenador geral de Mudanças Globais do Clima do Ministério da Ciência e Tecnologia e integrante da comitiva brasileira no evento.
Na reunião de Viena, que reuniu autoridades de cerca de 150 países, foi apresentado um relatório do Grupo de Trabalho de Mudanças Climáticas da Organização das Nações Unidas (ONU), que informa ser necessário investimentos adicionais de cerca de US$ 210 bilhões por ano, até 2030 – a maior parte em países em desenvolvimento – para manter as emissões dos gases que causam o efeito estufa em seus níveis atuais.
A reunião da COP 13 acontecerá no período de 3 a 14 de dezembro em Bali, na Indonésia, e iniciará um processo de discussão das negociações para o próximo período do Protocolo de Quioto, que encerra em 2012. Os países têm até 2010 para estabelecerem novas normas. Atualmente grupos de trabalho da ONU já se preparam para o debate de metas para os países industrializados e qual o período do novo compromisso.
Rachel Mortari – Assessoria de Imprensa do MCT
Situação atual dos projetos em MDL para mercado de crédito de carbono
Branca Americano, da Comissão Interministerial de Mudanças Globais do Clima, fez exposição sobre a situação atual os projetos MDL no Brasil, no Simpósio Internacional sobre aquecimento global. Branca participou ontem da mesa-tema “O mercado de carbono no Brasil e no mundo: perspectivas de continuidade do MDL e as mudanças regulatórias pós 2012”.
Atualmente, os projetos brasileiros concentram-se nas áreas de suinocultura, aterro sanitário, geração elétrica, indústria manufatureira, eficiência energética, manejo e tratamento de resíduos, indústria química e produção de metal. O Brasil é o terceiro país do mundo com maiores atividades de projetos MDL. Em primeiro e segundo lugares vêm a China e a Índia.
A notícia completa é da Agência CT está disponível AQUI.
Segundo inventário nacional de emissões
Durante o Seminário Internacional: Mudanças climáticas que acontece esta semana em Brasília, Newton Parcionik, assessor técnico da Coordenação Geral de Mudanças Globais do Clima do Ministério da Ciência e Tecnologia falou sobre o segundo inventário brasileiros de emissão dos gases do efeito estufa, que deverá ser concluído em dezembro de 2008, e trará dados do período de 1995 e 2000.
O segundo inventário é baseado nas diretrizes atualizadas do IPCC (Painel Intergovernamental em Mudança do Clima). De acordo com Parcionik, a área de maior complexidade é justamente a que diz respeito ao uso da terra e floresta, que foi responsável por 75% das emissões brasileira registradas no primeiro inventário.
“Estamos utilizando a metodologia mais refinada do IPCC para a área de florestas, uma vez que pretendemos concluir os estudos por município”, informou. Ele explica que serão utilizadas imagens de satélite – cerca de 492 imagens interpretadas de observação – não só da Amazônia, mas de todos os biomas brasileiros.
Quanto às reduções de desmatamento anunciadas nos dois últimos anos pelo Governo, essas não devem ser contabilizadas ainda neste inventário, de forma que esse setor deve ainda continuar como um grande emissor.
Parcionik alerta, no entanto, que todo inventário tem sua margem de erro, e que a tendência das emissões brasileiras é crescer na medida em que crescem também a população, o PIB e outras atividades econômicas, mas, ainda assim, vão estar entre as menores do mundo (nas emissões per capita). Veja quem são os maiores emissores aqui.
Mesmo com uma diferença de oito anos entre os dados e a publicação do segundo inventário, é essencial para a tomada de decisões políticas a leitura atenta dos documentos. O primeiro inventário brasileiro (1990-1994) leva em conta dados recolhidos antes da finalização do Protocolo de Kyoto, em 1997 e é anterior às metodologias aprovadas pelo IPCC e pela UNFCCC, o que torna mundo difícil a criação de políticas públicas sérias nos setores analisados. A publicação do segundo inventário, em 2008, certemente trará grandes avanços na discussão da mitigação de gases do efeito estufa no Brasil.
Via: Agência CT
Saiba mais: Protocolo de Kyoto
Mitigação e Adaptação, defende Carlos Nobre
Carlos Nobre, climatologista do Inpe, palestrou ontem no Congresso Nacional, durante o Seminário Internacional “Aquecimento Global: a responsabilidade do Poder Legislativo no estabelecimento de práticas ambientais inovadoras”. Nobre defende que há necessidade de atuação em duas principais áreas: nas ações de mitigação e nas ações de adaptação.
Segundo o pesquisador, o desenvolvimento de um mapa da vulnerabilidade do Brasil seria essencial para que as políticas públicas sejam feitas de forma mais embasada, diminuindo os efeitos causados pelas mudanças climáticas locais.
Não podemos nos esquecer que ações de adaptação devem ser tomadas, mas as ações de mitigação não devem ser deixadas de lado. Quanto menos pensarmos em mitigação, maiores serão os efeitos do clima sobre o planeta. Que esta mensagem tenha ganhado forças nos nossos representantes!
Saiba mais:
Agência CT
Seminário no Congresso Nacional
Esta semana também acontece o Seminário Internacional – Aquecimento global, no Congresso Nacional, em Brasília. O tema do encontro é: “Aquecimento Global: a responsabilidade do Poder Legislativo no estabelecimento de práticas ambientais inovadoras”.
Amanhã, dia 30, acontecem os debates que mais interessam para a população, pois serão sobre a necessidade de aprimoramento da legislação nacional. O economista britânico Nicholas Stern participará do debate sobre “Custos e Fontes de Financiamento da Política Pública Nacional de Mitigação e Adaptação às Mudanças Climáticas”.
Nicholas Stern é autor de um relatório, publicado em 2006, que analisou os aspectos econômicos das mudanças climáticas. O documento estima que os danos causados pelo aquecimento global à atividade econômica poderão ter efeito similar ao das grandes guerras e da depressão econômica na primeira metade do século 20.
Via: Agência Câmara
Encontro Internacional – Viena – ATUALIZAÇÕES
As conferências e plenárias que estão sendo realizados esta semana, em Viena, no Encontro Internacional sobre Mudanças Climáticas podem ser gratuitamente assistidas através de WebCasts. Algumas apresentações em Power Point também podem ser baixadas através do site da UNFCCC. Todas as palestras e apresentações em inglês.