Na Ciência: painéis solares

Os painéis solares disponíveis atualmente no mercado são caros e pouco eficientes. Mas estudos recentíssimos afirmam que é possível produzir células fotovoltáicas capazes de absorver todos os comprimentos de onda do espectro da luz visível.
O futuro parece promissor. Cientistas da The Ohio State University publicaram recentemente no PNAS o paper intitulado The remarkable influence of M2? to thienyl ? conjugation in oligothiophenes incorporating MM quadruple bonds do qual nem eu, nem Pharyngula  entendemos nada (ainda bem, me senti meio mal no início!). Entretanto, algumas leituras depois e pudemos perceber que o paper trata de uma nova descoberta, que poderá fazer com que os painéis solares absorvam energia de um espectro de luz maior do que o espectro atual. Isso pode significar maior eficiência na captação de energia solar pelos painéis solares e transformação em corrente elétrica num futuro não muito distante (para os padrões das Ciências).
Entretanto, ainda é só uma pesquisa básica. Não se sabe ao certo como o material usado para os primeiros experimentos vão se comportar em ensaios mais longos. Também não foram feitos testes de viabilidade e escalabilidade, então não se tem idéia de se é possível nem quanto eles custariam se produzindo em escala.
Saiba mais:
New Solar Material Captures Entire Spectrum of the Rainbow Inhabitat
A step closer to efficient solar power? Pharyngula
New solar energy material captures every color of the rainbow Research news

Eu no Decodificando!

Estou no Podcast Decodificando!!! Lá-lá-lá-lÁ!

Jonny, Amanda, Dani, Carlos Hotta e eu, falando sobre “Brasil, um Estado laico?”

Vá até lá e confira!

Multirão do lixo eletrônico

Não sabe o que fazer com aquele celular velho? Ou com aquele monitor que pifou faz tempo? E aquele monte de CD’s descascados que entopem a sua gaveta? Seus problemas acabaram! Dia 30 de outubro, quinta-feira, no Estado de São Paulo inteiro, acontecerá o Multirão do lixo eletrônico.

Parte do e-lixo, como é também chamado o lixo eletrônico, pode ser reutilizado em novos equipamentos, ou, reciclados, obviamente. Se eles estiverem funcionando ainda, podem servir a uma instituição, ou pode ajudar alguém.
Os postos de coleta estão listados neste link aqui.
Agora, se você teve uma idéia, e acha que pode fazer uma contribuição maior, fazendo sua empresa ou prefeitura aderir ao movimento, cadastre-se aqui.

Planeta no parque: Eu fui! E NÃO gostei.

Era domingo. Era o último dia. Estava um dia “miserable” para os padrões brasileiros. Chovendinho, friozinho. Não tinha quase ninguém no Ibirapuera, se compararmos com os lindos dias de sol de primavera e verão. O que significa que também não tinha quase ninguém no “evento”.
O “evento” estava esparramado pelo parque. Três áreas, denominadas “Mobilidade”, “Consumo” e “Cidadania e coexistência”. Excelentes idéias, uma vez que esses devem mesmo ser os três assuntos que mais podem permitir a diminuição das emissões de gases do efeito estufa. Mas não necessariamente os três assuntos que mais permeiam a vida de crianças e adolescentes (se era mesmo a intenção do evento atrair escolas, acho que esses assuntos não são os mais relevantes para essas faixas etárias).
Cheguei e fiquei na tenda da “Mobilidade”. Tempo suficiente para perceber que não, ninguém ia vir falar comigo, me mostrar dados, me convencer a deixar o carro em casa e andar mais a pé ou com transporte público. Saí da tenda como entrei: mentira! Saí com um panfletinho e um carimbo (se passasse por mais duas tendas, teria direito a um brinde!). Esse é o problema de ter painéis explicativos nas tendas: os monitores acabam deixando a tarefa informativa pra eles.

Fui pra tenda “Consumo”. Lá, os monitores conversavam sobre suas preocupações em explicar coisas para crianças, suas angústias em explicar certo, suas dúvidas de que aquela informação seria realmente aproveitada por elas. Fui abordada, no meio desse assunto, com um “pra biólogo então, a gente não fala mesmo nada, com medo de falar besteira”. Pena…
Lá, fiquei sabendo que a maioria absoluta dos monitores era estudante de artes plásticas. Não que estudantes em geral não possam falar sobre meio ambiente. Claro que não! Todos, todos os cidadãos tem o mínimo de conhecimento para falar sobre o tema, ainda mais se foram instruidos para isso. Mas, acho que estudantes de geologia, biologia, gestão ambiental e áreas afins teriam muito mais o que dizer, e apoio técnico a dar. Ponto a menos para o evento, de novo.
Já estava deprê, neste momento. Fui então para uma sessão de filme no Planetário. Me salvaram!
De lá, a última tenda: Cidadania e coexistência. Supostamente aquela onde encontraria pessoas da empresa que estava organizando o evento. Talvez encontraria as pessoas com quem eventualmente troco e-mails por conta do blog. Não, ninguém. Saí de lá também como saí das outras duas tendas. Com informação zero e um carimbinho. Daí, fui pegar minha prenda…
A prenda era, obviamente, uma sacola de pano. Entre os patrocinadores, Bunge (aquela dos agrotóxicos) e Petrobrás (aquela do petróleo), entre outras menos danosas. O espaço destinado aos patrocinadores, na minha opinião era O ESPAÇO que deveria ser usado para TODO o evento. Tudo deveria ser concentrado ali, sem essa coisa de “caça à prenda”. Um espaço de discussão, de grupos falando sobre o assunto de forma conjunta, tudo misturado porque assim o é na vida. O consumo, a mobilidade e a cidadania, coexistindo num único espaço não compartimentalizado.

Resumo da ópera: acho que esses eventos estão errando na mão. Estão se preocupando menos com o público e mais com o “green wash”. Acho que vou ter que publicar sobre isso aqui… Mas por hoje é só.

Agenda 28 a 30 de outubro

O que: VI Simpósio Brasileiro de Educomunicação
Onde: SESC Vila Mariana – São Paulo (SP)
Quando: 28 a 30 de outubro de 2008
Objetivo: “Aproximar comunicadores e educadores numa discussão sobre os melhores caminhos pra promover uma educação ambiental adequada aos paradigmas da Era da Informação”, diz Dr. Ismar de Oliveira Soares, da ECA/USP, coordenador do evento.
Debater como se comportam os jornais brasileiros frente ao tema das mudanças globais? Qual o impacto da educação ambiental no comportamento do brasileiro? Que estratégias de comunicação vem o governo adotando no tratamento dos conflitos que envolvem o meio ambiente? Os investimentos do setor privado têm compensado suas contribuições para a acirramento dos problemas ambientais? Que papel cabe, nesse contexto, às ONGs, ao Terceiro Setor e ao sistema formal de ensino? O que é “stress ecológico” e como as crianças e adolescentes se envolvem na luta pela preservação da natureza?
O simpósio contará com a cobertura jornalística, por parte de um grupo de 100 adolescentes, com a assistência de 30 educomunicadores de organizações como o NCE/USP, o Canal Futura e o programa Nas Ondas do Rádio, da Prefeitura de São Paulo. As produções serão exibidas através da web-rádio e na programação do Canal Futura.
Programação: Clique aqui
Inscrições:
R$ 17,50 • trabalhador no comércio e serviços matriculado no SESC e dependentes
R$ 35,00 • usuário inscrito, estudante, + 60 anos, professor e aposentado
R$ 70,00 • demais interessados
Mais informaçõeshttp://www.sescsp.org.br/sesc/conferencias_new/subindex.cfm?Referencia=5742

Durante a semana… não vou poder aparecer de novo…

Mudanças climáticas e vulnerabilidade dos mais pobres

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76% das emissões de gases do efeito estufa acumulados no mundo desde 1950 são provenientes de atividades econômicas em países industrializados, tais como EUA e Japão.  Entretanto, existem sociedades mais vulneráveis às mudanças climáticas do que as consideradas responsáveis por sua ocorrência.

Esta vulnerabilidade é dada 1) pela exposição física aos efeitos do aquecimento global, como áreas de maior incidência de furacões, maremotos, secas prolongadas etc. ou 2) pela limitada capacidade de adaptação, ou seja, algumas sociedades mais pobres tem menos dinheiro para investir e se prevenir das consequencias das mudanças climáticas. Para muitas das regiões menos desenvolvidas do planeta, essas duas situações podem ser encontradas pois são elas as com menor possibilidade de investimento nos setores humanos, de recursos naturais e econômicos.

Segundo o IPCC, regiões pobres como a África, a América Latina e a Ásia são as com menor oportunidade de adaptação e, portanto, as mais vulneráveis a mudanças na dinâmica das chuvas (com enchetes e secas), a diminuição na produção de alimentos, inclusive os oriundos da pesca, a perda de biodiversidade e a efeitos na saúde das pessoas. Ou seja, regiões onde há mais pobreza estão ainda mais suceptíveis aos efeitos das mudanças climáticas.


 

Descobertas científicas – plástico de cana de açúcar

A tecnologia foi desenvolvida no Brasil, no setor de pesquisa e desenvolvimento de uma grande empresa. Parece simples: a partir do etanol produz-se eteno e deste, polietileno. 
O fornecimento em larga escala está previsto pra 2010.
A vantagem?
O carbono absorvido da atmosfera pelas cana-de-açúcar durante o processo da fotossíntese ficam retidos para todo o sempre nos plásticos “verdes” e, de quebra, há uma pequena redução no consumo de derivados de petróleo para a produção dos polietilenos convencionais.

Para cada tonelada de polietileno verde produzido pela empresa, 2,5 toneladas de dióxido de carbono (CO2) são removidas da atmosfera, explica Antonio Morschbacker, responsável pela tecnologia dos polímeros verdes da Braskem. De acordo com o estudo elaborado pela empresa em conjunto com a Unicamp, o Centro de Tecnologia Canavieira e com a metodologia de análise de eco-eficiência da BASF, esse valor é resultado da diferença entre a quantidade que a cana absorve na fotossíntese (7,4 tCO2) e as emissões oriundas na produção do polietileno verde (4,9tCO2). Essa última conta considera a queima dos combustíveis fósseis no transporte para realização da colheita da cana de açúcar, a queima do bagaço para processar o etanol, a desidratação e por fim, a polimerização. 
Fonte: Braskem desenvolve plástico feito de cana de açúcar. REMADE

Outra vantagem é que o produto foi aceito no mercado mundial e já está incorporado em brinquedos.
As desvantagens?
+ A tecnologia desenvolvida faz com que o polietileno “verde” fique, ao final do processo, com as mesmas características do polietileno convencional, e portanto, também não é biodegradável.
+ Há necessidade de produção de cana-de-açúcar em larga escala, o que pode comprometer a produção e o custo de produção de outros alimentos, caso não seja plenamente fiscalizado.
+ O custo da mesma quantidade de produto final do plástico “verde” é cerca de 40% maior que do plástico convencional.

Hugo Penteado critica o Prêmio Nobel de Economia 2008

Eu tinha dúvidas sobre o Prêmio Nobel de Economia 2008, como deixei claro no meu post sobre o assunto. Tinha dúvidas sobre o quociente ambiental da tal teoria unificadora do comércio internacional e a localização da atividade econômica. Tinha e ainda tenho dúvidas sobre pra que lado, afinal, o mundo anda. Se, por um lado, temos uma teoria ganhadora de prêmio Nobel que diz ser a economia em escala a salvação do mundo, por outro temos ganhadores de outro prêmio Nobel apelando para a diminuição do consumo, alertando sobre o efeito gases do efeito estufa provenientes do transporte no aquecimento global, sugerindo o consumo de produtos locais. E aí? Para onde vamos? 
Para sanar parte das minha dúvidas, nada mais nada menos do que Hugo Penteado, Asset Management do Banco Real, autor do livro Ecoeconomia – Uma Nova Abordagem, autor do blog Nosso futuro comum.
Conheça mais sobre Hugo Penteado nessa entrevista para o Instituto Ethos.
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Por Hugo Penteado, via e-mail, exclusivo para o Rastro de Carbono
A dúvida se comércio global não deveria perder ênfase à luz da busca de comércio local para minimizar o impacto das emissões de gases do efeito estufa faz todo sentido.  O transporte é responsável por 80% das emissões.
Por que Krugman ganha um prêmio Nobel com uma teoria dessas, como se não estivéssemos no meio de uma crise ambiental e de mudança de hábitos?
Pelo mesmo motivo que ele sugere que os governos no mundo todo devem colocar as famílias para gastarem e consumirem incansavelmente para salvar o sistema todo, embora consumo também seja parte do problema e não mais parte da solução e em todas as áreas, inclusive social, onde reina total desigualdade e ineficiência. É sui generis. A dúvida faz todo sentido.  
Nas contas do Krugman, transporte não tem custo ambiental algum, bem como exportações do Brasil para atenderem demandas megalomaníacas de países muitos ricos e muito populosos não representam menor risco ambiental e saem a custo zero.  Transformar a Amazonia em monocultura tem impacto zero, os economistas – e seus interlocutores super gananciosos – acham que os ecossistemas existem para serem transformados em atividades agrícolas e econômicas e não para regularem a química da biosfera, do solo, da água e para manter o clima estável. É um projeto cego, míope e suicida.
Esses prêmios Nobel estão levando a humanidade para o precipício e, por incrível que pareça, isso que está sendo premiado, só porque por enquanto, esse projeto rende lucros para alguns poucos. Parabéns economistas!

E o Prêmio Nobel de Economia vai para…

Paul Krugman, por suas análises dos padrões de comércio internacional e localização da atividade econômica!
Paul Krugman é atualmente professor na Princeton University. É autor ou editor de 20 livros e mais de 200 papers. É um dos fundadores de uma nova teoria de mercado, que une comércio internacional e geografia economica. É colunista e mantém um blog no The New York Times.
Krugman explicou em uma nova teoria do comércio que alguns produtos e serviços podem ser produzidos mais baratos em série (economia de escala). A teoria explica por que a produção em pequena escala em economias locais é substituída pela produção em escala mundial, dominada por grandes empresas que competem entre si caso ocupem o mesmo nicho. Com a produção em larga escala, há diminuição dos custos por unidade produzida.
Krugman também considera que a relação entre a economia de escala e os custos de transporte podem resultar em concentração ou descentralização de comunidades. Um baixo custo com transporte geraria um aumento do número de pessoas vivendo no “cinturão” de alta tecnologia enquanto uma pequena minoria continuaria habitando as regiões periféricas, tornando as áreas rurais com densidade demográfica bem menor.
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Não entendo nada de economia… e preciso de explicações para esse interpretar melhor esse prêmio. A teoria explica e unifica um padrão de comércio mundial, onde certas regiões do mundo dominariam a produção de um determinado produto, que seria então vendido para outras regiões do mundo, que dominariam a produção de outras coisas.
Num momento de se pensar no que é melhor para o ambiente, isso não é exatamente o oposto do que esperamos? Não esperamos que as pessoas consumam produtos locais e frescos, diminuindo o gasto energético com produção e transporte? A teoria de Krugman descreve um fato econômico da nossa realidade atual, mas é o que esperamos das empresas sustentáveis do futuro?
Me perdi… alguém poderia me salvar?

Pegada 3 – Art Mundi 2008

Hoje é o último dia da ART MUNDI/2008. Trata-se de uma Feira Mundial de Artesanato, que está acontecendo no Expo Center Norte. Para entrar, R$ 10,00 por pessoa. Para estacionar o carro, R$ 16,00, uma facada, ao meu ver. Entretanto, tem transporte gratuito entre o metrô Tietê para o Pavilhão, de 20 em 20 minutos durante todo o período da feira, saindo do pátio do Hotel Best Western.
Ontem eu estive lá. Esperava mais artesanatos com material reciclado, mas não encontrei quase nada. Uma pena. Em compensação, conheci um pessoal com um trabalho ótimo, publicarei sobre eles em breve (façam as suas apostas sobre quem é).
Assim mesmo, comprei saia com lã colorida de João Pessoa, Paraíba (Capucho´s) e colarzinho + pulseira de sementes de açaí. O Carlos comprou uma estatueta de uma girafa, vinda diretamente do Quênia.
Se você puder, confira. Hoje é o último dia e ontem já consegui uns descontos ótimos.
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Não é publieditorial.