U$ 7,5 bilhões contra a pobreza, por Dr. Yunus
You may say I’m a dreamer
But I’m not the only one
I hope someday you’ll join us
And the world will live as one
Imagine – John Lennon
Dá pra imaginar que uma pessoa chega um dia em um lugar, percebe que muitas pessoas são pobres e, em um momento de lucidez sem igual, resolve emprestar dinheiro de seu próprio bolso a elas? Dá pra imaginar ainda que, o empréstimo é baseado apenas em uma crença: a de que todo mundo do mundo merece crédito?
Não conseguiu imaginar? Achou impossível alguém emprestar dinheiro para pobres? Achou demais alguém tirar dinheiro do seu próprio bolso para ajudar pessoas que nem conhece? Pois então, meu caro, minha cara, conheça o Prêmio Nobel da Paz de 2006, Dr. Muhammad Yunus. Semana passada, eu, @mariacarol e @samegui fomos convidadas pelo Real Sustentabilidade para assistir uma palestra desta pessoa iluminada que é o Dr. Yunus.
“Fazer dinheiro com os negócios é um meio e usá-lo no social é um fim. Do contrário por que o ser humano ficaria fazendo dinheiro? Para fazer o quê?”
Além de iluminado, Dr. Yunus é um economista, nascido em Bangladesh, em uma família de mais oito irmãos. Quando voltou a seu país, após fazer Ph.D. nos EUA, emprestou U$ 27.00 para um grupo de 42 mulheres que receberam este (micro-)crédito e usaram para investir em coisas simples, como comprar mais bambu para fazer mais móveis de bambu. Afinal, as mulheres já dominavam a técnica, era o que elas sabiam fazer e isso dava lucro.
Dessa iniciativa simples, nasceu o Grameen Bank (ou Banco do Vilarejo), que buscava oferecer pequenos empréstimos (microcréditos) para quem realmente precisava. E como saber quem realmente precisava? Conhecendo as famílias, tendo contato com todas elas, cadastrando as crianças, observando se estavam indo à escola, o que, segundo Dr. Yunus, dá a elas mais poder para mudar o mundo, mudar sua condição. Parece familiar, mas com um quê diferente: o microcrédito é um empréstimo e os agentes do Grameen conhecem as famílias cara-a-cara.
Quando Dr. Yunus começou o Grameen Bank, os outros bancos de Bangladesh tinham apenas 1% de seus empréstimos feito para mulheres. O Grameen, depois de anos e com muitas brigas com fundamentalistas religiosos e preconceitos culturais vindos das próprias mulheres, tinha cerca de 97% e atualmente, soma 7,5 bilhões de dólares em empréstimos feitos.
O microcrédito concedido pelo Grameen ajuda famílias a sairem da pobreza e conquistarem dignidade. Obviamente isso tem um impacto absolutamente positivo no meio ambiente. Famílias que deixam a pobreza absoluta passam a extrair menos recursos do meio ambiente de maneira desordenada. E, na verdade, não é aumentando a qualidade de vida de pessoas pobres que se aumentam os gases do efeito estufa. É consumindo exageradamente e desenfreadamente, trocando de celular todo ano, viajando milhas e milhas de avião, etc.
Saiba mais:
A vida como a vida quer
Pegada 11 – O que é isso, Sr. Presidente?
Decreto nº 6640 de 7 de novembro de 2008 traz novas regulamentações para cavernas. E, até onde parece, as novidades não são nada boas.
Pelo decreto, as “cavidades naturais subterrâneas” definidas no Art. 1, parágrafo único, como “caverna, gruta, lapa, toca, abismo, furna ou buraco, incluindo seu ambiente, conteúdo mineral e hídrico, a fauna e a flora ali encontrados e o corpo rochoso”, foram classificadas em termos de importância, como grau de relevância máximo, alto, médio ou baixo.
Os Art. 3 e 4 são os que, a meu ver, exigem mais atenção:
“Art. 3o A cavidade natural subterrânea com grau de relevância máximo e sua área de influência não podem ser objeto de impactos negativos irreversíveis, sendo que sua utilização deve fazer-se somente dentro de condições que assegurem sua integridade física e a manutenção do seu equilíbrio ecológico.” (NR)
“Art. 4o A cavidade natural subterrânea classificada com grau de relevância alto, médio ou baixo poderá ser objeto de impactos negativos irreversíveis, mediante licenciamento ambiental.
Como assim Sr. Presidente?
Não vem me dizer que está tudo bem porque todo e qualquer projeto que venha a causar impactos deverá ter um licenciamento ambiental aprovado, que eu não vou acreditar no que meus ouvidos estarão escutando! Que raios de proteção é essa que abre essa brecha?
Ainda estou esperando que algum especialista me dê uma luz, porque como humana sou passível de erros, (e de fato espero muito que algum especialista me diga que tá tudo bem mesmo). Até lá, ainda vou me perguntar em que colete o Minc estava metido enquanto isso acontecia!
Mais sobre o assunto:
+ Laudas Críticas
+ Decreto autoriza destruição de cavernas – Agência da Folha
Agenda 20 e 21 de novembro
O que: Global Forum America Latina – Call for action São Paulo
Onde: Centro de Convenções Fecomercio – Rua Dr. Plínio Barreto, 285 – Bela Vista – São Paulo – SP
Quando: 20 e 21 de novembro, das 9 às 18 horas
Objetivo: “Promover espaços públicos de reflexão compartilhada, onde os participantes definem uma série de proposições e iniciativas orientadas para ações de mudança na sociedade”
Programação: Clique aqui
Inscrições:
R$ 120,00 • professores
R$ 60,00 • estudantes
Mais informações: http://www.globalforum.com.br/index.shtml e (11) 3255.7205
Fotógrafos do ano – por Rastro de Carbono
Todo ano, o Natural History Museum de Londres promove o concurso de fotografias chamado Wildlife Photographer of the Year. A Lucia Malla e o Carlos Hotta postaram suas fotos prediletas do concurso deste ano e me deu vontade de fazer um pouco diferente e escolher algumas que tem mais identidade com o Rastro de Carbono. O que é bem legal desse concurso é que podemos divulgar 5 fotos gratuitamente.
Vamos à elas
1) Nunca vamos desistir!
Re-conquista.
Jamie McGregor Smith fotografa a força da natureza e mostra os primeiros passos da sucessão ecológica. Uma planta mais simples “prepara o terreno” para plantas cada vez maiores e mais complexas, com necessidades maiores de nutrientes. Um lembrete para mostrar que a natureza luta incessantemente para retomar seu espaço.
2) O tamanho do mundo
Pequeno, eu?
Brian Skerry teve um emocionante encontro com essa baleia, que pareceu fascinada com as bolhas de ar. Gostei dessa, pra gente se lembrar de que é bem pequeno, mas que pode fazer grandes estragos se não agirmos conscientemente.
3) Você é capaz de agir?
Então, está esperando o quê?
Stefano Unterthiner ganhou um amigo e, portanto, várias fotos em sua viagem pela Indonésia. Gostei dessa porque parece perguntar: “E aí? Vai fazer o quê pelo meio ambiente hoje? Tá esperando o quê?” Quer uma sugestão? Clique aqui.
4) Se você tem estômago fraco, páre aqui!
Pensei um tempão se ia mesmo colocar essa foto ou não. Vou dar uma enrolada pra te dar mais uma chance de decidir se quer mesmo prestar atenção nela. Essa foto foi tirada por David Maitland e mostra o sacrifício de um animal. Repudio totalmente à ação, mas gostei pelo ar de denúncia e de alerta. Fazendo um paralelo, isso é mais ou menos o que vai acontecer com várias culturas de alimentos e povos da porção equatorial do planeta se não conseguirmos mitigar as causas do aquecimento global. Cada ação nossa mal planejada em termos ambientais, põe mais uma lenha nesse sacrifício.
Vou colocar a foto. Saia já, que ainda há tempo!
Não há mais o que dizer.
Dr. R. K. Pachauri tem um blog!
Desde o dia 15 de setembro, Dr. R. K. Pachauri, presidente do IPCC e ganhador do Prêmio Nobel da Paz de 2007 junto com o ex-vice presidente americano Al Gore tem seu próprio blog.
Dr. R. K. Pachauri é economista, com vasto conhecimento sobre meio ambiente e mudanças climáticas. É um dos maiores colaboradores para a educação e divulgação dos efeitos antrópicos do aquecimento global.
É muito gratificante ver que cada vez mais cientistas, políticos e empresários de sucesso e renome, utilizarem essa poderosa ferramenta como instrumentos para popularizar suas idéias e propagandear sobre suas ações.
I shall post my comments on this blog as often as possible, in the hope that you would send me your comments and responses, which would provide the basis for a healthy and continuous debate on the subjects that are crucial to the practice of sustainable development worldwide.
– Dr. R. K. Pachauri –
Gostaria de parabenizar publicamente o Dr. R. K. Pachauri pela sua atitude e coragem.
Parabéns!
Sobre o que falei e o que não falei na Rádio CBN
Adoro novos desafios!
Claro, novos desafios trazem novas responsabilidades, e nos faz rever nossos pontos fortes e pontos fracos. Por exemplo, nunca fui boa em falar em público. Quer dizer, me viro bem quando o público é conhecido. Quando o público é desconhecido e ainda eu sou submetida a perguntas (mesmo as que eu já estou cansada de responder) tudo muda, a voz falha, eu engasgo e nem sempre sai a melhor das respostas.
Tudo, na verdade, é uma questão de treino. Assim como jogar basquete ou falar uma língua estrangeira. Falar em público, tendo uma boa dicção, usando bem os tons de voz, a velocidade, engrenar bem os pensamentos e falar de forma clara, isso é uma arte que ainda tenho pouca prática.
Então, como a prática de escrever ainda está melhor que a de falar, vamos lá:
O que eu não falei na Rádio CBN
1) Não falei que o site do Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis, quem tem registros da maior parte de cooperativas de catadores de lixo (pelo menos que eu saiba, em São Paulo) é o www.mncr.org.br. Eles tem um formulário para contato (caso você seja de outro Estado, essa deve ser a melhor opção para não pagar interurbano e tem um telefone, que é o (11) 3399-3475.
2) Não falei que a maneira mais fácil e simples, que todo mundo pode fazer para ser mais “verde”, é não usar sacolas plásticas. Utilize bolsas de pano, ráfia, sacolas de feira, o que você quiser. Mas deixe as sacolas plásticas de lado, o máximo que você puder.
3) Não falei que o Lablogatórios é um condomínio de blogs de ciência, com blogueiros e blogueiras fantasticamente excepcionais.
4) Não falei que não tenho nada contra blogs pessoais. Falei que não dá pra generalizar que todos os blogs sejam assim, mas não que eu gosto muito de alguns blogs pessoais, principalmente aqueles em que a gente tem certeza que a arte imita a vida.
O que eu falei na Rádio CBN
Falei sobre frutas e legumes da época, falei sobre algumas iniciativas pessoais que todos podem fazer, falei sobre usar transporte público, falei sobre coleta seletiva, falei sobre minha nova moda de tentar conversar com empresários sobre sustentabilidade, resumindo, foi um ótimo resumo do guia: como ser “chato” para tentar melhorar o ambiente em que vivemos.
<UPDATE>
Clique aqui para escutar a entrevista e ouvir mais sobre o que eu falei sobre emissões de gases do efeito estufa e sobre o Rastro de Carbono. Em segundo plano, mas não menos importante, também respondi sobre a minha indignação com a entrevista da Tania Morales com a Prof. Lobo, que ocorreu na semana passada.
</UPDATE>
Espero que tenham gostado! E, se não gostaram ou discordaram, façam como a Me, que deu sua opinião no post aí embaixo!
Amanhã, vai ser outro dia!
Amanhã, o Rastro de Carbono estará na Rádio CBN! 13:30 hs! A entrevista será feita pela Tania Morales e deverá ficar disponível no site
http://cbn.globoradio.globo.com/cbn/editorias/tecno.asp
Devemos falar sobre meio ambiente, sustentabilidade, mudanças climáticas e a ação humana sobre a Terra, que são os temas centrais do Rastro de Carbono.
Não perca! Amanhã, 13:30 ao vivo e depois, no site acima.
Pegada 9b – A resposta que ainda não calou
Primeiro, preciso deixar claro que fui respondida no mesmo dia em que fiz a pergunta. A culpa da resposta demorada é da minha falta de tempo.
Segue abaixo:
__________________________________________________
Prezada Paula,
Obrigado pelo envio de seu e-mail.
Realmente, desde o inicio das obras de ampliação da Rua Gomes de Carvalho, estamos realizando um maior numero de lavagens do nosso calçamento. Temos consciência que esta não é a melhor maneira de utilização de água e energia elétrica, mas infelizmente, a sujeira que se acumula em nossos estabelecimentos tem sido bem maior que a habitual o que tem nos obrigado a um esforço adicional para a manutenção de condições adequadas para atendimento a nossos clientes. De qualquer forma, iremos orientar nossos funcionários para evitarem ao máximo o desperdício e também diminuírem a freqüência das lavagens.
Agradecemos muito o seu contato e critica e nos colocamos abertos a sugestões que possam minimizar qualquer impacto que causamos ao meio ambiente e comunidade.
Atenciosamente,
Eduardo Linhares
Grupo Trio
_____________________________________________________
Usa vassoura, né?
Mas vou optar por uma resposta mais adequada:
___________________________________________________
Caro Eduardo,
Obrigada pela pronta resposta,
Considerando que as obras da Rua Gomes de Carvalho já estão, infelizmente, fazendo aniversário, e, pelo que vejo, ainda não tem muito hora para acabar, talvez seja mais sustentável mesmo tentar outra alternativa, que não a de lavar a fachada e a calçada tão frequentemente. Até porque, com a liberação das obras, o fluxo de pessoas e veículos tenderá a aumentar, e a sujeira da calçada e da fachada será algo inevitável.
Com tantas empresas tentando saídas menos impactantes para o ambiente, é bem provável que outros empresários da região estejam também tentando algo diferente. Talvez valesse a pena conversar com eles.
Novas saídas fazem bem para o ambiente, economizam recursos do estabelecimento e, ainda podem criar em seus consumidores uma segurança com relação ao trabalho e fidelidade para a sua empresa. Estar adequado às demandas socio-ambientais pode trazer muitos benefícios para você.
Alternativas como trocar 50% dos procedimentos de lavagem por, simplesmente varrer, vão certamente trazer economias para o seu bolso. Talvez, lavar apenas quando estejam programados grandes eventos seja uma oba idéia. Mas, considerando que a fachada do estabelecimento é preta, talvez uma única lavagem a cada semana ou quinze dias sejam mais do que suficiente para mantê-la limpa. Fato é que não posso fazer planejamento para a sua empresa sem a conhecer. Acho que a melhor pessoa para buscar alternativas mais verdes é você mesmo.
Espero ter incentivado você a tomar posições mais conscientes. O Planeta e a comunidade agradecem.
Paula
Não comercialize animais selvagens!
Estou aqui assistindo TV e acabo de ver uma propaganda do WildAid, sobre comércio de animais e produtos feitos a partir de animais selvagens.
A mensagem: não compre – se você parar de comprar, a matança pára também.
Vou deixar dois vídeos. Os outros, você pode assistir diretamente no site da WildAid, neste link.
Pegada 10 – Pra não dizer que não falei das flores…
Há menos de 60 anos, nos EUA, embora a água fosse a mesma, os bebedouros eram diferentes para brancos e “coloridos”. Para assegurar que não minto, há uma fotografia sensacional de Elliott Ewritt, que consegui na John Cleary Gallery.
Segregação nos EUA. Fotografia de Elliott Erwitt, Carolina do Norte, 1950.
Não é pra qualquer um a presidência dos EUA, ainda mais com a situação economica atual. Por enquanto, ainda quero respostas sobre:
O plano ambiental do governo Obama.
A assinatura do Protocolo de Kyoto (que, vergonhosamente, ainda não veio).
As políticas de desenvolvimento sobre energia alternativa limpa.
Bora responder, Obama?