Seis graus – eu já tenho meu guarda-chuva

Assim que cheguei de Porto de Galinha encontrei um brinde da Editora Zahar me esperando. Um não. Três.

Recebi o livro Seis Graus, de Mark Lynas para resenhar, acompanhado de uma ecobag da editora mais um guarda-chuva com estampas da marca da Zahar.

Achei extremamente a cara de São Paulo e do livro o brinde ser um guarda-chuva. Claro que vou usar. E também vou ler o livro. Quando acabar eu posto a resenha!

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E o Nobel da Paz vai para… what?

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Verdade seja dita logo no começo: de todos os Prêmios Nobel, os que mais me chamam a atenção, e pelos quais eu espero a semana toda e mais um fim de semana com ansiedade são o da Paz, revelado sempre na sexta-feira e o de Economia, sempre na segunda-feira da semana seguinte.

Agora, sexta-feira, estou aqui embasbacada. Prêmio Nobel da Paz de 2009 vai para… expectativa, expectativa… internet lenta… quem será o ganhador desse ano… ansiedade… B-A-R-A-C-K     O-B-A-M-A????????????????


What????????????

Pára tudo, vamos organizar minhas ideias.

Primeiro… um histórico dos últimos três anos:


2006
– Prêmio Nobel da Paz vai para e espetacular Dr. Yunus – por seus esforços e ideia sobre o microcrédito e anos de luta contra a pobreza.


2007
– Prêmio Nobel da Paz vai para IPCC e Al Gore, por seus esforços na luta contra o aquecimento global.


2008
– Prêmio Nobel para Martti Ahtisaari por anos de trabalho como mediador de conflitos.

E tem mais. 1977 – Anistia Internacional. 1979 – Madre Teresa. 1993 – Nelson Mandela. 1999 – Médicos sem fronteira. Para ver a lista completa, clique aqui.

E afinal, qual a justificativa em dar o Prêmio para Obama? “Por seus esforços em fortalecer a diplomacia internacional e cooperação entre pessoas” – em resumo, feito por mim, por “ser um bom presidente”. Estamos tão carentes assim de bons presidentes? [Não responda agora! Você ainda pode levar pra casa um congresso nacional!]

O prêmio concedido à Barack Obama tem cheiro de pressão política. Não que seja a primeira vez que isso acontece na história dos Prêmio Nobel da Paz. Já aconteceu em 1994, por exemplo, ano em que foi dado ao palestino Yasser Arafat e aos israelenses Shimon Peres e Yitzhak Rabin por seus “esforços em criar a paz no Oriente Médio”. Até onde consta, muito pouco evoluiu desde então e, inclusive, temos um muro a lá muro de Berlim construído para separar palestinos de israelenses. Processo de paz? Truco, marreco! Prêmio dado antes da hora, por um processo ainda em construção que acabou em nada.

Dessa vez me soa parecido. É como se a academia dissesse: “Viu? Agora faça por merecer esse prêmio!” ou o clássico “Te vira! Votaram em você, você mal chegou, mas resolve aí a parada!”.

Também não é a primeira vez que um presidente dos Estados Unidos leva a grana pra casa. Em 2002 o ex-presidente americano Jimmy Carter, que ficou no poder do governo americano entre 1977 e 1981 levou o dele. Mas pelo menos ele já tinha feito a sua parte.

Francamente, achei precoce. Esperança a gente tem, claro. Depositamos várias de nossas expectativas no Obama. Mas dar prêmio pela expectativa me soa estranho. É como dar o Prêmio de Medicina ao Rainha Vermelha por ter descoberto a cura da AIDS, ou ao RNAm por ter livrado os humanos de todos os tipos de cânceres do mundo. Concordam? Estou sendo preciosista demais?

Tem cachoeira? Tem sim senhor!

—- Bem me diziam que a terra

se faz mais branda e macia
quando mais do litoral
a viagem se aproxima.
Agora afinal cheguei
nesta terra que diziam.
Como ela é uma terra doce
para os pés e para a vista.
Os rios que correm aqui
têm água vitalícia.

[…]

Mas não avisto ninguém,
só folhas de cana fina
somente ali à distância
aquele bueiro de usina
somente naquela várzea
um bangüê velho em ruína.

Trecho de Morte e Vida Severina – João Cabral de Melo Neto

Porto de Galinhas é um distrito da cidade de Ipojuca/PE. Ipojuca, do tupi-guarani Iapajuque (Água escura), fica a apenas 57 Km de Recife e tem o município de Escada como cidade vizinha.

Segundo o Guia Quatro Rodas, de Porto de Galinhas à Escada são 42 Km e cerca de uma hora de viagem. Diga-se de passagem, 42 Km de estradas federais e estaduais, canaviais e canaviais, usinas, estrada de terra e cachoeiras.

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Caminho para Escada

Em Escada, seguindo o Rio Ipojuca, várias cachoeiras podem ser interessantes pontos de visitas, como a Cachoeira do Urubu, a Cachoeira da Purificação e a Cachoeira do Convento. Para chegar a elas, recomenda-se a contratação de um jipeiro, que pode ser feita nos próprios hotéis em Porto de Galinhas.

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Cachoeira do Urubu

Na Cachoeira do Convento fica o Restaurante Moquém, onde delicia-se com a excelente culinária típica nordestina, como o Baião de Dois e Bolinhos de Aipim. Vale muito a pena. A comida acompanha excelente forró nordestino e uma vista belíssima para a cachoeira.

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Cachoeira do convento

No caminho para as cachoeiras, prepare-se para ver casas extremamente simples e trabalhadores do corte da cana. Espere para ver crianças crescendo peladas no chão de terra e crianças pedindo por moedas, canetas ou qualquer outra coisa que você esteja carregando. Aguarde para ver quilômetros e quilômetros de cana, sinais de fumaça da queima da colheira ou das chaminés das usinas. Espere para ver o que 500 anos de colonização fizeram a mata da zona da mata, transformando-a em zona da cana.

Saindo de São Paulo // Arriving or leaving São Paulo?

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Avião, davipt – Flickr 

Quarta-feira passada, dia 30 de setembro de 2009, saí rumo a uma viagem espetacular, patrocinada por uma ação espetacular, chamada Porto cai na rede. (Siga @portocainarede no Twitter ou a hastag #portocainarede.)

Como sempre, eu tento diminuir ao máximo meu rastro de carbono em viagens – viajar de avião é particularmente terrível, responsável por uma emissão de carbono monstro. Nesse caso particular, assim como considero que as emissões de carbono para você chegar ao seu trabalho são responsabilidade do seu empregador, também considero que as emissões de carbono de todos os participantes da ação são responsabilidade da ação. Mas, como não custa absolutamente nada colaborar, toda e qualquer emissão reduzida é ponto positivo. 

E aí começou minha saga para chegar ao aeroporto de Guarulhos de transporte público.

São Paulo ao Aeroporto de Guarulhos

Primeiro, como quarta-feira é dia de trabalho, cheguei ao escritório como sempre (de carona e de metrô). Arrumei uns minutos para pesquisar um caminho para o aeroporto e as dicas são as que se seguem:

Pegue o metrô e dirija-se até a estação Tatuapé (linha vermelha, sentido Corinthians-Itaquera). Chegando lá, passando a catraca, siga à esquerda, em direção ao Terminal Norte, Rua H. Sertório. Desça a escada à esquerda e procure pelos ônibus Airport Bus, linhas 257 e 299. Esse ônibus custa R$ 3,65, sai de 15 em 15 minutos das 5 às 23:30 horas. O ônibus tem como parada final a Asa A, Terminal 1, do Aeroporto de Guarulhos.

Aeroporto de Guarulhos a São Paulo

Na saída em frente ao Terminal 1, Asa A, fica o terminal dos ônibus Airport Bus. Há duas opções.

Opção 1: Os ônibus 257 e 299 da Airport Bus são os mais baratos e deixam o viajante na estação Tatuapé (linha vermelha) do metrô. A passagem custa R$ 3,65. Se tiver alguma dúvida pergunte. Há sempre um funcionário atento e que fala inglês para ajudar estrangeiros.
Chegando na estação Tatuapé, compre a passagem de metrô que atualmente custa R$ 2,55.

Opção 2: Os ônibus executivos, também da Airport Bus, deixam os viajantes em locais específicos da cidade, como a Avenida Paulista, República, Congonhas, etc. Não é possível descer entre o aeroporto e a parada final. Os ônibus tem ar condicionados e custam cerca de R$ 30,00. O guichê para compra da passagem fica próximo ao guarda-volumes, após a saída do aeroporto, entre as entradas da Asa A e B.

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Arriving São Paulo

To go to São Paulo from Guarulhos Airport, you can take a bus terminal in the exit of Terminal 1. The Airport Bus company offers two options to São Paulo.

Option 1: The buses 257 and 299 of Airport Bus Company are the cheapest way to go to São Paulo. They cost 3,65 Brazilian Reais and leave the airport every 15 min. There is always  a staff member that speaks English, so it is possible ask for more informations. The buses will take you to Tatuapé Station (red line of São Paulo metro/subway). The cost of metro ticket is 2,55 Brazilian Reais. 

Option 2: The executive buses of Airport Bus leave the travellers at places such as Paulista Avenue, República Square and Congonhas Airport. It is not possible to leave the buses between terminals. The buses have air conditioner and they cost about 30,00 Brazilian Reais. For this option, you need buy the ticket near to “guarda-volumes” (lockers), between the entrances of Asa A and B. 

Leaving São Paulo (Guarulhos International Airport)

Take the red line of the metro/subway, towards Corinthians-Itaquera station and leave at Tatuapé Station. After the exit, go to the left, in the direction of Terminal Norte, Rua H. Sertório (North Terminal, H. Sertório Street). Take the stairs down to the left and look for Airport Bus (lines 257 and 299). This bus cost 3,65 Brasilian Reais. They leave the Terminal Norte every 15 min, between 5 and 23 o´clock. The bus has a final stop at Terminal 1, Asa A of Guarulhos International Airport.

Ewclipo (hein?, eclipse?) 2009

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Pôr-do-sol na Praia Grande – Arraial do Cabo

E acabou o II Ewclipo!

Esse foi o meu primeiro Ewclipo – ano passado algo aconteceu para que eu não pudesse ir. Várias palestras interessantes, discussões curiosas e, principalmente, local de encontro de pessoas que se lêem mas não necessariamente se conhecem. Sempre bom “materializar” amigos virtuais.
O que eu mais gostei do Ewclipo?

  • 1) Rever os sciblings Rafael e Gabriel, do RNAm, Atila, nossa Rainha Vermelha, Clau Chow, do blog irmão Ecodesenvolvimento (e finalmente entregá-la o wombat de pelúcia).
  • 2) Conhecer a Maria (uma das únicas que me entendem quando discuto na lista de discussão interna dos sciblings) e o João, do Ciência e Idéias, o Luiz Bento, do Discutindo Ecologia e o Mauro, do Você que é biólogo, que foi quem organizou tudo para esse encontro e merece parabéns de todas as formas.
  • 3) Passar o aniversário do Carlos Hotta perto dele.
  • 4) Ouvir a palestra da Suzana Herculano, a divulgadora científica neurocientista de plantão. Se eu já gostava do trabalho dela, agora virei fã.
  • 5) Tomar sol, comer iscas de peixe-frito, sentar na areia, comer areia.
  • 6) Encontrar amigos muuuuuuuuuito queridos, que não tem blogs de Ciência e se mudaram para o Rio.

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Amigos no Atalaia – Arraial do Cabo

  • 7) Conhecer a fabulosa e fofíssima Dona Neusa, da Pousada Canto da Baleia, que me tratou super bem, mesmo muitas e muitas e muitas horas depois da minha diária ter se expirado. Agradeço a D. Neusa o banho e a internet grátis.

Ah! Também agradeço ao senhor de camiseta vermelha que me indicou o ponto de ônibus no qual eu deveria descer para chegar à pousada e que segurou o filho da puta [palavrão absolutamente permitido nesse caso] que estava me perseguindo desde a rodoviária.

Quer saber um pouco mais do que rolou no Ewclipo? Esse vídeo e texto, produzidos pela Revista Ciência Hoje Online estão muuuuito legais. Vale a pena.

A blogosfera científica por ela mesma from Ciência Hoje on Vimeo.

Blog Action Day 2009

Acabei de receber o email da organização do Blog Action Day!
Eles escolheram o tema desse ano! Adivinha?

Bora lá? Já cadastrei o Rastro de Carbono!

Porque livro bom é livro livre

Livro bom é livro livre. A gente lê, armazena a informação interessante para nós, e passa pra frente. Alguém que não pode comprar livros novos (porque são caros) lê e armazena as mesmas informações que você, ou outras, que lhe parecem mais interessantes e passa pra frente de novo. Considerando que você goste de livros de papel (e não ebooks), bibliotecas públicas são fantásticas exatamente porque é possível ler praticamente qualquer livro sem ter que comprá-lo. Sebos são sensacionais para achar aquela edição antiga daquele livro que ninguém publica mais. Trocar, reutilizar, compartilhar, dividir. Tão legal e sustentável num mundo de tanta compra.
Eu estava há tempos com os livros para serem reutilizados em uma caixa lá em casa. Alguns amigos que foram me visitar nesse período saíram com exemplares pra eles, mas ainda assim sobraram livros. A semana passada resolvi que deveria libertá-los de uma vez por todas. São livros legais, que eu li, gostei, mas dificilmente vou ler de novo – OK… tem uns que eu não gostei… e esses eu não vou ler de novo mesmo.
Pensei em levar a um sebo, tentar vender ou conseguir créditos para pegar outros livros no sebo mesmo, mas só de pensar em carregar aquele monte de livros para algum lugar (não tem nenhum sebo perto de casa então havia necessidade de uma certa logística), desisti.
Tentei anunciar no Twitter, num esquema “dê seu lance, não precisa ser muito” mas não consegui nenhuma resposta.
Tentei registrá-los no site Estante Virtual mas descobri que só pessoas com CNPJ podem vender [UPDATE] – o Luiz Bento, nos comentários, diz que ele já cadastrou livros pra vender sem CNPJ, eu que não consegui/procurei direito [/UPDATE], embora qualquer um possa comprar – e de fato é uma excelente alternativa. Já comprei livros através da Estante Virtual e fiquem bem feliz!
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Pensei também em libertá-los num esquema mais “libertatório” ainda, mas a verdade é que ainda não me acostumei bem com essa ideia e por isso fiquei meio triste e me achei extremamente “loser” “conservadora”. Um dia, quando eu for grande, vou tentar deixar um livro ao relento, sujeito a ventos, chuvas e trovoadas, coco de pombos e afins. (Embora de fato eu acredite que alguém vai achar e salvar o livro bem antes de qualquer um desses problemas de origem natural).
livrolivre.png
Qual a solução? Doar para uma biblioteca pública me ocorreu, mas me lembrei da logística associada ao sebo e também desisti. Tem uma escola pública DO LADO de casa, mas nenhum dos livros é exatamente literatura infantil ou infanto-juvenil. Tem livros em inglês, por exemplo, mas não são para iniciantes nos estudos da língua estrangeira, então também não adiantaria levar pra escola de inglês DO OUTRO LADO de casa.
Resolvi olhar o site Trocando Livros. Me pareceu uma alternativa interessante. Eu registro o livro, alguém escolhe, eu envio e pago a taxa de envio e ganho um ponto se for uma boa garota. O ponto serve pra eu escolher o livro que alguém registrou.
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Sexta feira (menos de uma semana antes de ter registrado os livros) ganhei meu primeiro ponto no Trocandolivros. Recebi o pedido, embrulhei o livro, paguei R$ 3,80 para enviá-lo ao Paraná e agora, com o meu ponto posso escolher qualquer livro – que eu de fato desejo que esteja em um estado de conservação tão bom quanto estava o que eu mandei. Gostei. Gostei muito. Essa alternativa me serviu muito muito bem.
E aí? Aposto que tem livros pra você libertar na sua casa. Escolha seu método e liberte-o. Livro bom é livro livre!
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Alternativa para os livros de papel:
Domínio Público

Reflexões sobre o dia mundial sem carro

logodiamundialsemcarro.gifHoje é dia 22 de setembro. Desde a década de 1990, comemora-se nesse dia o Dia Mundial sem Carro

Mais do que o dia das pessoas deixaram (ou tentarem deixar) seus carros em casa, esse é um dia de reflexão sobre a mobilidade urbana, sobre como contribuimos com a cidade onde vivemos. É o dia que deixamos (ou tentamos deixar) o universo particular do nosso carro e nos deixamos envolver pelo universo de pessoas, situações, coisas boas e problemas da cidade que geralmente passam despercebidos ou não nos incomodam quando estamos parados no trânsito, no aconchego do nosso automóvel.

Vamos aos fatos… eu não tenho números, mas posso apostar um braço que a quantidade de carros nas ruas da década de 1990 pra cá, só aumentou. O que penso sobre isso? Mais do que “as pessoas não estão refletindo o suficiente e estão comprando carros extras para fugir do rodízio” penso que de lá pra cá poucas políticas públicas que buscam melhorar a mobilidade em grandes centros urbanos foram postas em prática. Penso que deixar única e exclusivamente a responsabilidade sobre cada um, pessos físicas, funciona no começo, mas não vai funcionar para sempre. 

É hora de investimentos em transporte público, ciclovia, carros eficazes para uso de energia renovável. É hora de sobretaxarmos carros velhos e poluentes e não fazer o que fazemos,  deixando o IPVA deles grátis. É hora de investimentos em segurança para ciclistas, pedestres e outros meios de transporte alternativos. 

Mas… O que vi por aí ontem e hoje foi isso: (aí vai uma amostra)

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Triste né? Triste que as campanhas para Dia sem Carro, Hora do Planeta, ou qualquer outra iniciativa semelhante tenham se reduzido a campanhas chatas e sem propósito e, por consequência sem adesão, até mesmo para pessoas inteligentes que sempre têm várias opiniões legais. 
Triste que não acreditemos que campanhas como a do Dia Mundial sem Carro vão fazer prefeitos e governadores, vereadores e deputados refletirem sobre suas próprias ações, ou mais, sobre políticas públicas que façam as ações pessoais serem melhores. 
Triste que, mesmo que os governos estejam se preparando para que as pessoas façam adesão à campanha, a gente consiga reclamar que se houver aumento de trânsito, vai ser culpa do governo, que aumentou os transportes públicos disponíveis.
Ano passado eu postei sobre isso. Estava mais otimista, eu acho. Isso porque, pra mim, deixar o carro em casa não é mais um sacrifício faz tempo. Mas refleti sobre algumas coisas. Por exemplo: 
1) Acho que a responsabilidade por seu transporte de casa até o trabalho, durante o trabalho, e do trabalho até em casa é da empresa e o que quer que seu carro tenha emitido nesse percurso é responsabilidade dela, portanto, se você tirou seu carro da garagem hoje SÓ para trabalhar, está participando ativamente do Dia Mundial sem Carro.
2) Acho que as opiniões públicas variam mais do que maré. Ora biocombustíveis são a solução da energia no futuro, ora o petróleo do pré-sal é que é sinônimo de poder. Ora estamos sendo ouvidos nas conferências internacionais sobre o clima por nossos exemplos, ora estamos planejando construção de termelétricas a carvão e carros movidos à diesel. Por essas e outras que não depositamos crédito nenhum em campanhas de cunho ambiental e ainda chamamos quem levanta a bandeira de xiitas ecochatos.
Nesse momento de reflexão, hoje, estou um pouco cética, talvez menos do que eu estava na Campanha da Hora do Planeta, mas ainda assim, cética. Acho que cá como lá, falta educação ambiental de qualidade. 
Cá menos que lá, admito. Tem uma porção de coisas sendo feitas por aí hoje. No site Catraca livre, por exemplo, algumas opções. No site Nossa São Paulo, mais umas tantas, que começaram dia 17 de setembro e vão até dia 24, quinta-feira próxima. E aí? Você vai aderir à campanha hoje? Vai refletir sobre isso?

Troco toalhas por árvores

O que você acha de uma campanha que busca plantar 1 bilhão de árvores por ano? É loucura? É impossível? Não tem lugar? Nem dinheiro? Não tem apoio, investimento, vontade política, volutários? Pois bem… A Organização das Nações Unidas, através do PNUMA (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente) lançou a iniciativa mas o objetivo deles não é mais plantar um bilhão de árvores… é plantar SETE bilhões de árvores!

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Como? Encorajando crianças, jovens, adultos, idosos, comunidades, cidades, empresas, indústrias, sociedade civil e governos a assumirem o compromisso de plantar quantas árvores conseguirem. Pode ser uma? Pode! As pessoas e instituições públicas ou privadas assinantes devem buscar um ambiente a ser reflorestado e estudar espécies nativas daquele ambiente. Também se responsabilizam por sair em busca de recursos para colocar a ação em prática! Como faz pra participar? Basta preencher esse formulário de comprometimento e atualizar as informações constantemente para o PNUMA monitorar o plantio e o crescimento das árvores!

A idéia é da Professora Wangari Maathai, queniana, bióloga, Prêmio Nobel da Paz em 2004 e fundadora do Movimento Cinturão Verde. A fundação da Professora Maathai já plantou mais de 30 milhões de árvores em 12 países africanos desde 1977 e agora serve de exemplo para o plantio de 7 bilhões de árvores no mundo todo.

Tem iniciativa acontecendo no Brasil? Tem! A Accor Hospitality, sob as marcas Sofitel, Pullman, Novotel, Mercure, Suitehotel, Ibis, all seasons, Etap Hotel, Formule 1 e Motel 6 contribuirá para o plantio de 3 milhões de árvores em sete diferentes regiões florestais do mundo e uma delas é o Brasil, na região da Bacia do São Francisco, através da Nordesta Reflorestamento e Educação! Outros locais contemplados são o sudoeste da França, com o Programa Forestavenir da Forestour no Senegal, na zona de Le Niayes, na Tailândia, através do Plant a Tree Today (PATT).

Em Minas Gerais, na região próxima ao Parque Nacional da Serra da Canastra, na cidade de Vargem Bonita, por exemplo, o trabalho da Nordesta já começou. Já foram plantadas mais de 3.000 árvores em propriedades como a da Pousada da Limeira, antigamente área de mineração intensa. Até o final desse ano, serão 90.000 árvores. O plantio deve acontecer em dezembro e janeiro, época de chuva, quando a terra está apta para receber as mudas. Atualmente, as mudas habitam o viveiro da Universidade Federal de Lavras.

Mas, de onde a Accor está tirando os investimentos para esse projeto? Essa é a parte mais legal e que dá nome a esse post. Os clientes dos hotéis são convidados a não disporem suas toalhas para lavar todos os dias (como já acontecem em vários lugares) e assumem eles próprios o compromisso da ação. A cada cinco toalhas não lavadas, 50% do dinheiro economizado vai para o plantio das árvores lá, do ladinho de uma das nascentes do Velho Chico. O Plant for the Planet fica inserido dentro do Programa Earth Guest que a Accor desenvolve desde 2006, buscando a preservação dos recursos naturais da Terra.

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A Accor me convidou para ver o local onde as árvores serão plantadas e para conhecer um pouco mais da Serra da Canastra e da nascente do São Francisco. A viagem foi espetacular, as pessoas, ainda mais. Espero poder voltar lá em dezembro para ajudar no plantio.

Rastro de Carbono ganha prêmio de divulgação científica

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Ontem foi divulgada a lista dos ganhadores do Prêmio ABC para blogs científicos. O Rastro de Carbono ficou em primeiro lugar na categoria “Ambiente e Ciências da Terra”. O anúncio foi feito pelo Professor Osame Kinouchi em seu blog, o Sem Ciência.

O Prêmio ABC é idealizado pelo Laboratório de Divulgação Científica da USP Ribeirão Preto. Os concorrentes aos prêmios pertencem ao Anel de Blogs Científicos e os votos são abertos somente para a própria comunidade.

O Anel de Blogs Científicos é composto por blogs de excelente qualidade, mantidos por pessoas incríveis, com conhecimento profundo sobre o que escrevem. Ficar em primeiro lugar em uma lista de blogs tão bons com eleitores tão críticos me deixa extremamente feliz.

A premiação ocorrerá no próximo final de semana, no II Ewclipo – Encontro de Weblogs Científicos em Língua Portuguesa.

As categorias e ganhadores são:

Ambiente e Ciências da Terra
1) Rastro de Carbono (BR) – 26 votos
2) Geófagos (BR) – 16 votos
3) Ecodesenvolvimento (BR) – 13 votos

Ciência Geral, Política Científica e Tecnologia
1) 100nexos (BR) – 20 votos
2) 42 (BR) – 14 votos
3) SemCiência (BR) e Xis-Xis (BR) – 11 votos

Ciências da Vida
1) Brontossauros em Meu Jardim (BR) – 23 votos
2) Rainha Vermelha (BR) – 16 votos
3) RNA Mensageiro (BR) – 12 votos

Química, Física e Astronomia , Matemática e Computação
1) Chi Vó Non Pó (BR) – 21 votos

2) Ars Physica (BR) – 12 votos
3) Big Bang Blog (BR), Física na Veia (BR), Desafios Matemáticos (PT) e [UPDATE] Café com Ciência (BR) [/UPDATE] – 6 votos

Ciências Sociais e Humanidades , Educação e Blogs Didáticos
1) Chapéu, Chicote e Carbono-14 (BR) – 22 votos

2) Tubo de Ensaios (BR) – 10 votos
3) Vídeos para o Ensino da Física e da Química (PT) – 7 votos

Mente e Cérebro, Saúde e Medicina
1) Ecce Medicus (BR) – 22 votos
2) A Neurocientista de Plantão (BR) – 17 votos
3) Blog da Revista Mente e Cérebro (BR) e Bala Mágica (BR) – 10 votos

UFA! Espero não ter me esquecido de linkar ninguém! Parabéns a todos!